'Ferry' bem-vindo
A possibilidade de haver uma ligaÇão marítima Madeira-Continente agrada aos comerciantes
Data: 13-03-2008
Os comerciantes dão as boas-vindas à iniciativa do armador canário Naviera Armas, que pretende colocar o seu mais recente navio (por estrear) na rota da Madeira-Continente.
A notícia dada ontem pelo DIÁRIO revela que o projecto, ainda em fase de contactos e negociações, terá fortes possibilidades de ser concretizado a partir deste Verão. É que em Maio, o novíssimo 'Volcán de Tijarafe' deverá ser entregue à companhia de navegação marítima de Canárias.
Apesar de prematura, a notícia foi bem acolhida pelos grandes grupos de distribuição e pelas associações. É o caso do Grupo Sá, cujo fundador e líder Jorge Sá salienta: "É uma notícia muito positiva e encorajadora. E se se confirmar que será para passageiros e cargas, teríamos que reforçar a nossa frota de viaturas e mandá-las ao continente, para descarregarem no porto do Funchal. Iria beneficiar também os consumidores, com preços mais baixos".
Já o responsável pelos supermercados Pingo Doce na Região diz que, "em termos gerais e tendo em vista a concorrência, uma solução destas será sempre benéfica para o consumidor", acredita Pedro Sá. E acrescenta: "A notícia diz que será uma operação pontual que não durará todo o ano. Para os operadores na Madeira traz sempre algumas dificuldades, pois quando planeamos e acordamos operações de transporte é a longo prazo". Por isso, acredita, "será mais positivo para os pequenos operadores e passageiros".
Também Ivo de Sousa, director comercial da empresa Floriális (comércio de flores), acredita na viabilidade deste projecto, mas dá uma perspectiva diferente: "No nosso caso, como estamos a falar de flores, teriam de ser transportados em contentores refrigerados. Se demorar menos de 24 horas, como se prevê, será viável para nós, mas também se for para o norte do país, onde temos a nossa principal área de negócios". Se a viagem for por mais tempo, "temos de ter em conta a qualidade da flor no destino", acrescenta.
Lino Abreu, presidente da Associação de Comércio e Serviços, só vê razões para pensar positivo após esta notícia. "É mais uma possibilidade de nós termos mais uma alternativa para além da que já existe para fazermos a travessia até ao continente", acredita. "Pelos custos que li, será benéfico e vantajoso se pudermos também efectuar trocas comerciais. Se for durante todo o ano, melhor. Seria o ideal, pois, actualmente, com o monopólio no tráfego marítimo, a concorrência só traria mais-valias", conclui.
Porto santo beneficia
José António Castro, presidente da Associação Comercial e Industrial do Porto Santo, diz que a confirmar-se a rota marítima, trará benefícios para a Madeira e, em consequência, será vantajoso à sua ilha, aos comerciantes e, por último, aos consumidores porto-santenses.
"Há que não esquecer que o Porto Santo usufrui, quinzenalmente, de um barco de mercadorias que passa pelo porto do Caniçal e que vem ao Porto Santo", realça. "E os custos são como se fosse directo de Lisboa ou de Leixões".
Para o empresário, o novo 'ferry' trará benefícios à ilha, "sobretudo porque o tecido empresarial do Porto Santo terá uma maior oferta em termos de transportes marítimos, o que resultará numa redução de custos para o comerciante e, consecutivamente, para o portosantense que comprará mais barato".
Diario de Noticias Madeira