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Especial - A construção civil em Pernambuco

11K views 22 replies 16 participants last post by  Pernambucano Soul 
#1 ·
MÃOS À OBRA

A confirmação de Pernambuco como subsede da Copa do Mundo de 2014 está coroando um horizonte de expansão de obras num Estado onde os grandes empreendimentos, tocados em Suape, já haviam despertado para uma nova fase de desenvolvimento local. Quem faz o mercado imobiliário e aqueles que planejam como se dará o progresso do Grande Recife sabem que o crescimento econômico, aliado às novas demandas por infraestrutura, vai movimentar milhares de toneladas de aço e concreto. O maior fluxo de pessoas gera a necessidade de acessos viários que facilitem a chegada a novos aglomerados populacionais. Um exemplo é a Rodovia PE-15, que facilitou os caminhos para se chegar em Paulista. Novas vias são necessárias para trazer para perto outros municípios que hoje parecem estar longe, como São Lourenço da Mata, que vai abrigar a Cidade da Copa. São desafios importantes para uma metrópole que, apesar do pouco espaço disponível, tem hoje a maior série de projetos de intervenções urbanas desde a década de 1980. Além das questões estruturais, o mercado prepara a entrada em novas fronteiras. Empresas do setor que antes focavam em determinados nichos agora pulam para outras ideias. Os negócios fortalecem o turismo corporativo, abrindo a possibilidade de hotéis voltados para este fim. Na vida privada, as pessoas desejam residenciais com toda estrutura de lazer integrada e as empresas apresentam projetos de resorts urbanos cujas piscinas têm milhares de metros quadrados. No lado oficial, o governo dá uma força com reduções fiscais e com o programa para habitações populares. Os bancos aparecem cada vez mais nos financiamentos imobiliários. Na prática, o bom momento vivido pela economia local sufocou qualquer possibilidade de crise financeira. Que o digam as empresas do mercado imobiliário, que venderam como nunca em 2009. Como se vê, estamos diante de uma nova era de prosperidade. Mãos à obra.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353604.php

A partida teve início, a taça está em jogo

A participação de Pernambuco como subsede da Copa do Mundo de 2014 vem coroar um horizonte de crescimento de obras num Estado onde os grandes empreendimentos, a exemplo dos investimentos feitos em Suape, já despertavam para uma nova fase de desenvolvimento local


Em São Lourenço da Mata, a batizada Cidade da Copa movimentará milhares de toneladas de aço e concreto não apenas nas obras do estádio de futebol. O projeto prevê a construção em três anos da Arena Capibaribe, onde serão realizados os jogos do mundial 2014, mas, no mesmo terreno do estádio, haverá ainda um conjunto de 9 mil unidades habitacionais, que estará pronto até 2018.

Especialmente após uma crise financeira que abalou o mundo, o projeto da Cidade da Copa de Pernambuco pode ser compreendido como uma espécie de símbolo para construtoras e imobiliárias, reunindo em um horizonte claro de oportunidades de negócios a retomada da construção civil, da construção pesada e o surgimento de novos hotéis, por exemplo. Isso sem contar que, em Pernambuco, Suape nunca esteve tão aquecido e eventos como os feirões de imóveis da Caixa Econômica Federal e o Salão de Imóveis da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) movimentaram centenas de milhões de reais, o que resultou em vendas milionárias do setor imobiliário no primeiro semestre dos últimos dois anos, período tradicionalmente menos aquecido.

O secretário de Planejamento e Gestão, Geraldo Júlio, destaca a força que a indústria da construção tem fornecido para os números do Estado, que mostra vigor especialmente quando o assunto é mão de obra. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostra que no acumulado de 2009 até setembro foram geradas 32.792 vagas na construção, número que, excluídas as demissões fruto da rotatividade do setor, deixa um saldo de 5.691 novos empregos. Isso equivale a praticamente um quarto de todas as novas oportunidades de trabalho que surgiram em Pernambuco este ano.

A Copa vai mexer ainda mais com esses dados. Somente no estádio, sem contar com o residencial na área da arena, mobilizará 1.500 trabalhadores. Isso sem contar com uma infinidade de oportunidades para o turismo e os serviços.

O investimento estimado na área habitacional do projeto é de R$ 750 milhões. O aporte na arena, com capacidade para 46.154 torcedores, será de R$ 452 milhões. Os dois projetos foram reunidos sob o guarda-chuva Cidade da Copa e serão desenvolvidos através de uma parceira público-privada (PPP).

São várias as razões para isso: a intenção de desenvolver aquela área da Região Metropolitana do Recife e também como forma de ajudar a rentabilidade do estádio, que oferecerá uma série de serviços. Além do estádio e do projeto residencial, a Cidade da Copa terá cerca de R$ 220 milhões em serviços, como área comercial, escola técnica, creches, entre outros.

O secretário-executivo do Programa Estadual de PPPs, Sílvio Bompastor, explica que o governo está refazendo a engenharia financeira do projeto, pois o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiará até R$ 400 milhões da arena. O governo tomará do BNDES para ressarcir o parceiro privado pelo investimento na construção logo após a entrega do estádio. Mas, durante o período da concessão patrocinada, o Estado pagará prestações mensais pelo serviço de operação, manutenção e conservação. Pelo terreno destinado à construção das unidades habitacionais, o governo terá uma amortização aproximada de R$ 30 milhões.

No aspecto da engenharia propriamente dita, contudo, nada mudou. E todos os números envolvendo a empreitada são gigantescos. O terreno tem um total de 260 hectares. A terraplenagem envolve a retirada de 364 mil metros cúbicos de areia e outros materiais. O estádio consumirá mais de 10 mil toneladas de barras de aço e 378 mil metros cúbicos de cimbramento metálico para sustentar o concreto. Isso sem contar as 6.620 toneladas de estruturas metálicas.

Para se ter uma ideia, somente o sistema de ar-condicionado do estádio terá capacidade para 1.200 toneladas de refrigeração (TR). O detalhe é que cada unidade de TR corresponde a 12 mil BTUs, esta última a medida mais utilizada para o ar-condicionado doméstico, que o cidadão comum usa em casa.

Mas os aparelhos residenciais, em média, têm capacidade para 10 mil BTUs. Ou seja, é como se o sistema de refrigeração do estádio equivalesse a 1.440 aparelhos de ar-condicionado ligados simultaneamente.

Os estudos da viabilidade econômico-financeira foram conduzidos pela construtora Odebrecht e pela ISG Brasil, gigante da área esportiva, de origem inglesa.

A área onde será erguido o conjunto residencial entrou no pacote da Cidade da Copa para amortizar ainda a contrapartida do Estado para o projeto, já que, pelo contrato de PPP, o consórcio vencedor vai construir o estádio, operar e manter a estrutura durante 30 anos, em forma de concessão.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353605.php

Suape terá pico de obras em 2010

O próximo ano será mais do que movimentado no Complexo Industrial e Portuário de Suape. Somente nas obras do complexo da Companhia Petroquímica de Pernambuco (PetroquímicaSuape), que reunirá três fábricas, haverá em março um pico de 5.300 trabalhadores. Isso sem contar na aceleração da construção da Refinaria Abreu e Lima, que terá seus principais e bilionários pacotes com obras em alta também em 2010.

Somente para o empreendimento tocado pela Petrobras, a unidade de refino, foram destinados 600 hectares, o correspondente a 51 Maracanãs. São 16 grandes contratos que agrupam as principais obras necessárias para tirar do papel o empreendimento. Alguns desses pacotes maiores, como a construção da Casa de Força, uma termelétrica que vai gerar energia exclusivamente para a refinaria, e o de edificações. O primeiro contrato citado está a cargo da Alusa, por R$ 920,9 milhões, e o segundo, da EIT e Engevix, por R$ 591,3 milhões.

O presidente da Associação de Empresas de Obras Públicas de Pernambuco (Aeope), Marcos Roberto Cavalcanti, é também vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Pernambuco (Sinduscon). Ele comemora a atividade do setor, em Suape, mas pondera que o desafio é como inserir as empresas pequenas e médias em Suape.

“O governador Eduardo Campos, no mês passado, visitou o Sinduscon. Conversou conosco e expomos que muitas vezes são as grandes empresas que pegam os maiores pacotes. Não sobra nem subcontratação de empreiteiras locais. As empresas médias e pequenas estão em outros terrenos e até em outras áreas: fazendo obras para secretarias do governo, como a de Educação e a de Saúde”, comenta Marcos Roberto. No total, a Aeope reúne 52 empresas e o Sinduscon, 256.


http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353606.php

Acessos viários criam novos bairros

A realização de um grande evento traz a necessidade de melhoria na infraestrutura. Projetos como o Arco Metropolitano seria uma das soluções para a restrita área do Recife, promovendo o crescimento de novos bairros residenciais e comerciais, antes inacessíveis


A necessidade de melhorar a infraestrutura do Grande Recife para sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 fez com que um antigo projeto viário ganhasse força para sair do papel. O Arco Metropolitano é defendido como uma solução para desafogar o atual tráfego de veículos, fomentar desenvolvimento urbano em seu entorno e preparar a região metropolitana para o crescimento que lhe aguarda nos próximos anos. Ele seria uma quinta perimetral, ou seja, um corredor viário que liga o Norte ao Sul do Grande Recife - como a Avenida Agamenon Magalhães e a BR-101, por exemplo, respectivamente a primeira e a quarta via desse tipo. O Arco também tangenciaria a Cidade da Copa, sendo assim mais uma opção de acesso ao local.

Os corredores perimetrais surgiram no Grande Recife em meados dos anos 60, na gestão do prefeito Augusto Lucena. Ele foi o responsável por conceber a Avenida Agamenon Magalhães. Graças a ela, hoje, uma pessoa que sai de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, pode chegar à Paulista seguindo todo o trajeto em uma linha reta. Seguindo o seu exemplo vieram outros projetos, que, exceto o da BR-101 (através dela é possível ir da fábrica da Bombril, em Abreu e Lima, até a Coca-Cola, em Jaboatão sem enfrentar sequer um semáforo), são incompletos quanto à sua função de ligar os extremos da região metropolitana.

É o caso do corredor formado pela Avenidas Mascarenhas de Morais, Estrada dos Remédios e Beira Rio, que vai terminar em Aguazinha, na Zona Norte do Recife, e do formado pela Avenida Recife e General San Martin, que é interrompido ao chegar no bairro de Casa Amarela, vindo a continuar depois, pela PE-22. “Essas são as opções existentes hoje no Grande Recife. A discussão hoje é se o Arco iria de Igarassu até o Cabo de Santo Agostinho, vindo a se conectar com a PE-60. Ou se iria além, chegando até Escada e passando por Suape”, explica o presidente da ACLF Empreendimentos e estudioso da questão urbana do Grande Recife, Avelar Loureiro Filho.

O Arco também seria um instrumento poderoso de direcionamento do crescimento urbano. Para se ter uma imagem mais nítida do seu potencial, basta compará-lo com a PE-15. Quando a triplicação dessa (projeto que remonta à década de 80) finalmente foi realizada nos anos 90, criou-se uma grande possibilidade de adensamento populacional ordenado. “O Arco é uma solução viária que evitaria o problema de São Lourenço da Mata vir a se tornar uma cidade dormitório. Com ele, haveria acesso facilitado à região o que tornaria possível a chegada de empresas e serviços essenciais para o desenvolvimento social do local”, acrescenta Loureiro Filho.

“Com o arco teríamos uma maior mobilidade. Evitaria que grande parte de veículos que saem de Olinda precisem cortar o recife para chegar à Jaboatão, por exemplo”, comenta o presidente do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia de Pernambuco (Sinaenco-PE), Abel de Oliveira Filho. Essa preocupação em evitar uma maior circulação de automóveis na BR-101 ocorre por ela ter adquirido características de via urbana por passar próxima à Cidade Universitária e da UR’s, áreas onde a ocupação em suas margens é grande. O infeliz resultado dessa situação são os altos índices de mortalidade por atropelamento (provocada pela combinação de pessoas que atravessam sem cuidado a BR com veículos em alta velocidade).

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353607.php

Recife tem muitos desafios urbanos para superar

Desde a década de 1980 não se vislumbrava tamanhas intervenções urbanas na Região Metropolitana do Recife. Crescimento traz o desafio de superar as deficiências em infraestrutura


Transformar 270 hectares de área em uma Cidade da Copa é um trabalho árduo e que exigirá um planejamento urbanístico inédito para o Grande Recife nos últimos 20 anos. Desde a década de 80 não se programa tamanhas intervenções urbanas. A lista de desafios é extensa: um novo corredor viário que ligue os limites Norte e Sul das principais cidades da região metropolitana, a revitalização completa da Avenida Caxangá, incremento substancial no deficitário sistema de metrô, e criação de novos terminais de passageiros para ônibus. E, trouxe à tona novamente a urgência de tirar da gaveta o projeto de navegabilidade do Rio Capibaribe, oferecendo mais uma opção de mobilidade para a região.

E isso não é tudo. Com o ambicioso projeto de construir nove mil unidades habitacionais na futura Cidade da Copa, garantir o abastecimento de água e o serviço regular de esgotamento sanitário para essas residências, afora distribuição de energia e garantir acesso à internet de banda larga. Sem contar as preocupações ambientais, haja vista que as leis de preservação estão cada vez mais rígidas. No projeto que defendeu a candidatura de Recife, há previsão, por exemplo, de utilização de fontes de energia renováveis como a solar e a eólica e reaproveitamento de água da chuva. Eis a explicação para que se estime que, somados todos os investimentos previstos (públicos e privados), sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014 demandará algo em torno de R$ 3,7 bilhões (sendo R$ 1,6 bilhão só para erguer a nova “cidade”). A grande preocupação reside no legado social que a competição deixará, ou seja, como o Grande Recife vai crescer depois do evento.

“Sem isso, haverá a Copa e depois mais nada. Tanto o setor público quanto o privado precisam se unir para viabilizar esse projeto. O primeiro com seu entendimento global dos interesses da população e o segundo com a sua habilidade e conhecimento mercadológicos. É um desafio. Temos de criar condições para que futuramente empresas do setor imobiliário se sintam interessadas em construírem lá”, explica o arquiteto e secretário-executivo de Operações Urbanas de Pernambuco, Zeca Brandão.

Foi-se o tempo em que pensar urbanisticamente o desenvolvimento de uma região significava construir avenidas e fornecer transporte público e deixar o resto com os futuros habitantes. Pensar novos vetores de expansão – como os técnicos costumam denominar a tarefa de criar novos centros urbanos – requer uma visão global das necessidades. Escolas, hospitais, centro comerciais, condições de estacionamento. Enfim, basicamente tudo o que não foi feito no Recife. A capital pernambucana – com suas ruas estreitas, infraestrutura deficiente e verticalização desordenada – não se configurou até hoje como um exemplo de direcionamento urbano. Seus erros precisam servir de escola para o trabalho que será feito na Cidade da Copa.

Mas nem tudo são espinhos. A localização da futura Cidade da Copa é um dos seus trunfos. Entre as margens do Rio Capibaribe e a BR-408 (que após anos, está finalmente sendo duplicada), está situada praticamente no centro geográfico do Grande Recife. “Sob o ponto de vista de acessibilidade também está próxima da BR-101, rodovia que liga todas as cidades do litoral e da BR-232, a mais importante do Estado”, acrescenta Brandão. É um ponto de convergência entre os municípios de Jaboatão dos Guararapes, Camaragibe, São Lourenço da Mata e Recife. Por sua grande extensão, apresenta um grande potencial de adensamento e expansão urbana. O trabalho, entretanto, esbarra em obstáculos naturais. Áreas vizinhas são justamente as de grandes reservas de matas e onde estão localizados os principais mananciais de água, responsáveis por todo o abastecimento do Grande Recife. Construir nesses locais pode vir a exigir grandes investimentos em captação de água de outros locais no futuro. Mais uma vez, surge a dificuldade de pensar muito a longo prazo como se dará esse desenvolvimento.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353608.php

A mais recente fronteira habitacional

O alargamento da rodovia PE-15, em Paulista, mostra que acesso viário é fundamental para o ordenamento do Grande Recife. Construtoras passaram a investir em locais que antes eram afastados da área central


Se Recife não é o melhor exemplo de organização urbana para a Cidade da Copa, o projeto pode buscar inspiração em Paulista. Graças à PE-15, o município vive hoje um momento de expectativa positiva para seu futuro adensamento populacional. Esse corredor viário proporcionou aos terrenos da cidade maior valorização por deixá-los próximos em termos de transporte público – ainda que longe em distância do Centro da capital. Largas faixas de tráfego e poucos semáforos, além de estar conectada às principais vias de acesso da capital e de Olinda, fazem com que os atuais e futuros habitantes de Paulista gastem menos tempo para se locomover por entre esses municípios do que um morador da Zona Sul recifense, por exemplo.

É cada vez mais forte a opinião de que Paulista será o próximo grande foco de urbanização no Grande Recife. No passado, mais precisamente em meados dos anos 80, quando a triplicação da rodovia era apenas um projeto no papel, investimentos em habitações foram feitos prematuramente. Os conjuntos de Maranguape foram erguidos, muitas pessoas de baixa renda adquiriram os imóveis. No entanto, essas pessoas se viram isoladas. O resultado foi o abandono ano após ano dos residenciais. A realidade atual é totalmente diferente. Com a PE-15 devidamente alargada, diversos projetos (audaciosos inclusive) começam a ganhar forma na cidade.

“A PE-15 permite uma grande fluidez ao trânsito, sem falar que contornar áreas centrais do Grande Recife. Para quem utiliza transporte urbano, ela é muito útil. Pois, afora sua largura, possui vários terminais de integração, fazendo com que o passageiro possa chegar a vários pontos da região metropolitana. Todas essas características permitem uma distribuição populacional ordenada ao longo da rodovia”, analisa o diretor técnico da Agência Condepe / Fidem, Ruskin Freitas.

Um dos principais empreendimentos é o Nova Paulista, da ACLF Empreendimentos em parceria com a Queiroz Galvão. A meta das duas empresas é construir 80 mil unidades habitacionais em Paulista dentro do prazo de 10 anos. Ambas são as primeiras a declarar abertamente ao mercado imobiliário que Paulista é a cidade com maior potencial para se tornar uma extensão do Recife em termos de moradia, haja vista que a capital de Pernambuco já sofre com a falta de terrenos para comportar empreendimentos de grande porte.

Além de investir em empreendimentos imobiliários, as duas construtoras vão gastar dinheiro também em projetos comerciais, como um shopping, que deve ter uma área bruta locável de 30 mil metros quadrados. O primeiro empreendimento desse projeto, o Park Jardins Condomínio Clube, foi lançado em abril deste ano. E o segundo, o Grand Village, em maio. Esse último foi todo formatado para integrar o programa Minha casa, minha vida. “Não há dúvidas de que Paulista é a grande alternativa do Grande Recife para o futuro”, resume o presidente da ACLF, Avelar Loureiro.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353609.php

A Copa do Mundo “caiu do céu”

O prefeito de São Lourenço da Mata, Ettore Labanca, reconhece a sorte do município em ser a sede, na prática, da Cidade da Copa. Para ele, é a oportunidade que faltava para o crescimento do Grande Recife seguir rumo à região oeste


Jornal do Commercio - Qual a situação atual, em termos de organização e planejamento urbano, em São Lourenço da Mata para receber a Cidade da Copa?

Ettore Labanca - Já existe um Plano Diretor da cidade. Então, quem quiser investir, deverá observar a sua regulamentação.

JC - Quais são os principais pontos do Plano?

Labanca - Há as áreas onde se pode edificar, as que não são edificantes, as áreas onde há um limite para construção. Zonas industrial, agrícola, comercial. O Plano estabelece bem esses critérios. Então o que acontece, temos lá hoje em torno de seis projetos, empreendimentos, de blocos de apartamentos, já em construção. Um já terminado. Esses andaram mais rápidos. Quando souberam que São Lourenço ia sediar, eles já investiram. Hoje temos, aproximadamente, uns 2,5 mil apartamentos. A tendência é crescer com isso. Agora é preciso saber que a Cidade da Copa terá nove mil unidades habitacionais. Seis mil são para população de baixa renda, de zero a três salários, do programa Minha casa, minha vida. E elas serão direcionadas aos servidores estaduais que já têm cadastramento na Companhia de Habitação e Obras do Estado para se habilitarem a comprar essas unidades.

JC - Todos os holofotes estão todos direcionados para a cidade agora...

Labanca - Espero que não só os holofotes, mas também os recursos.

JC - O que está sendo feito para preparar São Lourenço para receber todos esses investimentos?

Labanca - O primeiro passo foi dado quando o governo do Estado desapropriou uma área de 90 hectares. Já houve licitação para outro espaço que vai abrigar um Distrito Industrial voltado a pequenas e médias empresas. Fica próximo à PE-05 e à BR-408. Com isso, teremos área suficiente para instalar esses médios negócios que não têm para onde ir. Suape é só para as grandes. E o Recife não possui terrenos disponíveis. Isso abre uma perspectiva grande para São Lourenço. A área é enorme. Dá demais para fazer a arena, as nove mil casas e ainda sobrar para a criação desse pólo, além do pólo comercial que será erguido na Cidade da Copa.

JC - Quando se fala em urbanismo, não basta apenas entregar uma área para os empreendimentos, é preciso prepará-la para ser habitada e desenvolvida, para que não vire uma cidade-dormitório...

Labanca - E que não vire uma cidade-fantasma. Sem infraestrutura para aquela população.

JC - Então, urbanisticamente, o que a Prefeitura tem preparado?

Labanca - Não temos nada para sair do papel. Ainda não. Isso será pensado a quatro mãos com o Estado. Há uma comissão para fazer um estudo geral via Condepe/Fidem para a chamada nucleação Oeste. Isso visa não deixar que o desenvolvimento se concentre apenas na Cidade da Copa. Que siga rumo ao Oeste. Para o Norte não há o que fazer, para o Sul também não. O crescimento natural será o Oeste.

JC - Que é mais próximo ao Centro da cidade, não é?

Labanca - É, ali é quase que Noroeste. Então esse é o crescimento natural, rumo a São Lourenço, Paudalho, Carpina. Aí sim, há toda uma gama de projetos para o futuro, sendo feitos pela Condepe/Fidem. Nós vamos trabalhar em consonância com esses projetos.

JC - Todo o projeto da Cidade da Copa vai demandar abastecimento regular de água...

Labanca - Isso tudo está previsto. Abastecimento de água. Pólo de serviços, comercial. Implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), fazendo integração da Cidade da Copa com a Estaco de Cosme e Damião, duplicação da BR-408. Uma série de serviços para dar suporte, inclusive, uma proposta de um grande parque aquático e um grupo de São Paulo, que quer investir ali.

JC - E qual é o grande desafio para viabilizar o projeto da Cidade da Copa?

Labanca - Educação e saúde. Há de convir que a Cidade da Copa vai ser maior que 100 cidades de Pernambuco em população. Precisa dar escola para as crianças e um sistema de saúde para essa população. A Prefeitura é responsável por isso. E há ainda a questão da limpeza urbana, do lixo. São três pontos fundamentais. Precisaremos de pelo menos 20 equipes do Saúde da Família, de quatro grandes escolas. É uma cidade. Não é um conjunto habitacional. O hospital que seria construído na Arena será agora no Curado.

JC - O projeto que serviu de base para a candidatura de Recife, previa R$ 1,6 bilhão só para a Cidade da Copa. Com todas as intervenções urbanas esse valor sobe para R$ 3,7 bilhões. E São Lourenço da Mata, precisa gastar quanto?

Labanca - Deixa eu explicar. O custo é zero para o governo do Estado e para Prefeitura. Por quê? Porque isso é uma Parceria Público-Privada (PPP). Tudo indica... o único que apresentou interesse até agora foi o Grupo Norberto Odebrecht. O Estado vai entrar com o terreno. A Arena vai ser construída pelo Grupo Odebrecht, onde terá direito a trinta anos renováveis por mais trinta anos para exploração. E vai ter o terreno para construir pelo programa Minha casa, minha vida as nove mil unidades habitacionais. Então, um bilhão, dois bilhões, cinco milhões. É indiferente. Porque o custo é zero de recurso público. A Prefeitura só vai começar a investir após a finalização. Repito, em limpeza, saúde e educação.

JC - Mas o senhor não teme que fazer isso após a finalização do projeto será um desafio ainda maior. Talvez antecipando esses investimentos e dos principais instrumentos urbanos não seria mais fácil do que esperar a Cidade da Copa ficar devidamente instalada para depois correr atrás disso?

Labanca - Sim, porque eu também não posso dimensionar hoje esse projeto de nove mil unidades habitacionais. Eu tenho para mim, que não vai ser de uma vez só. Será por etapas. Fazendo e entregando. Tenho que dimensionar de acordo com a necessidade existente. Esse programa detalhado só vai ser entregue após a abertura da licitação. Aí é que nós vamos trabalhar em cima disso. Hoje só temos um anteprojeto.

JC - Para nós que não temos muito acesso aos bastidores, a impressão que temos é que essa oportunidade de receber a Cidade da Copa caiu do céu...

Labanca - Mas é verdade, caiu do céu. Não é um estádio. A questão é o projeto global que existe em relação a Nucleação Oeste. Sempre se pensou em Cabo, Ipojuca. Onde tem praia. Ou Olinda, Itamaracá. Só que nesses locais estamos sufocados. Temos que pensar o crescimento do Grande Recife rumo ao oeste. E nós temos muita área. Temos área suficiente para esses projetos. A tendência será crescermos naturalmente. A decisão foi técnica. Pensam que é pela minha ligação com o governador. Jamais o governador colocaria um empreendimento desse porque é meu amigo. Olinda ia exigir quase mil desapropriações. Jaboatão não tinha uma área continua como a nossa. Que está a 13 Km quilômetros de Boa Viagem, 13 Km de Olinda, 13 Km do Marco Zero. Ela foi adquirida por Arraes em 1988 para se construir o Terminal Intermodal de Cargas. Tirar toda a carga do centro do recife e colocar aqui. Não ia mais passar caminhão no Recife. Mas aí não foi para frente e não foi feito. Então essa área, além de tudo, é do governo, ele não pagou nada.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353610.php

As soluções que integram os mercados

Movimentação econômica de novos grupos empresariais não beneficia apenas o mercado imobiliário. Setor turístico agora tem maior reforço do turismo de negócios


O aquecimento dos negócios na capital pernambucana e especialmente nas indústrias de Suape aumentou a procura por apartamentos, flats e também pelo aluguel de salas comerciais no Recife. Juntando o fenômeno Suape e o fator Copa do Mundo, o resultado é o crescimento de um segmento que trabalha com o cruzamento de duas áreas, o chamado turismo de negócios, que é diferente do turismo de eventos. O movimento estimulou o surgimento de novos hotéis na capital (são nove deles, oito somente em Boa Viagem) e também o de vários edifícios comerciais.

No Recife, com o desenvolvimento da área, os hoteleiros começaram a apostar, inclusive, em prédios empresariais conjugados aos tradicionais hotéis. Nesse aspecto, três áreas do Recife preveem a dobradinha, indicando que empresas de longa data no ramo de edifícios comerciais passaram a olhar com mais carinho para o setor turístico.

Há vários projetos, seja de hotéis, seja de edifícios comerciais – ou ainda dos dois conjugados, uma nova tendência. O maior exemplo de integração nesse aspecto é um edifício já em construção, que vai consumir R$ 45 milhões em investimentos: o Grupo Pontes Hotéis & Resorts, em parceria com a construtora Rio Ave e a Suassuna Fernandes Engenharia, vai erguer ao lado do Mar Hotel, em Boa Viagem, o Pontes Corporate Center. O prédio terá 29 pavimentos, com salas flexíveis.

“Os usuários poderão desfrutar de uma série de benefícios como usufruir da área de lazer, comodidade e toda a infraestrutura de serviços do Mar Hotel, além de participarem do programa de fidelidade Premium Club, que conta com descontos e facilidades exclusivas”, explica o gerente de Marketing e Vendas da rede Pontes Hotéis & Resorts, Sérgio Paraíso.

“Para qualquer prédio comercial que você faça hoje no Recife, que tenha boa infraestrutura e segurança, com piso elevado, um leiaute flexível, entre outros fatores, não faltam clientes, sejam das empresas que estão chegando ou dos grupos pernambucanos também”, afirma o presidente do Sindicato da Habitação (Secovi), Luciano Novaes.

Um exemplo do movimento é a própria Refinaria Abreu e Lima. A então única investidora Petrobras na semana passada formalizou finalmente seu acordo de acionistas com a venezuelana PDVSA (ficando 60% com a companhia brasileira e 40% com a venezuelana). Com isso, a PDVSA já anunciou que abrirá, ainda no primeiro trimestre do próximo ano, seu escritório no Recife. Até agora, a única base dos executivos venezuelanos no Brasil fica no Rio de Janeiro.

Por esses e outros exemplos, continua Novaes, há duas âncoras que permitem tanto a leitura do forte aquecimento do aluguel corporativo, hoje, como também de um horizonte de sustentação dessa demanda, o que justifica a aposta na construção de novos empresariais.

“Há um forte crescimento nas empresas das áreas de indústria, serviços, de logística. E cada uma dessas empresas vai precisar de escritório e também de serviços agregados a essas bases. Uma coisa puxa a outra e aí vem a necessidade por empresas de seguros, de advocacia, e tudo isso faz com que o setor se desenvolva mais e mais”, argumenta o presidente do Secovi.

A lista de hotéis envolve duas unidades da família Beach Class, da Moura Dubeux, duas unidades no projeto Novo Recife (que terá também edifícios residenciais e comerciais e reúne a Queiroz Galvão, NL Empreendimentos e Moura Dubeux), três projetos da Rio Ave (um deles com empresarial conjugado) e dois Ibis (grupo Accor, um em Boa Viagem e outro, ainda em estudos, na Avenida Agamenon Magalhães). Somente cinco desses projetos, que já tiveram as cifras divulgadas (os da Moura Dubeux e os da Rio Ave), somam R$ 204,3 milhões.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353611.php

Rio Ave diversifica e investe em hotéis

Nos últimos anos, surgiram importantes edifícios empresariais no Recife. No Pina, por exemplo, vieram o JCPM Trade Center, do Grupo JCPM e o International Trade Center (ITC), da Moura Dubeux. E a tendência no setor de imóveis empresariais é a da diversificação. Um grande investidor dessa área corporativa, a construtora Rio Ave, apostar em um setor totalmente diferenciado: o turismo.

A Rio Ave foi criada em 1969. Em seu portfólio, exibe mais de 150 mil metros quadrados em área corporativa. Até 2010, vai finalizar sua grande sacada empresarial no Recife, o Rio Ave Corporate Center, na Ilha do Leite. Lá, já funcionam os edifícios Albert Einstein, Thomas Edison e Graham Bell. Vêm ainda o Isaac Newton e o Alfred Nobel.

Com tanta experiência no setor, a Rio Ave ainda atua no segmento residencial e com aluguel de imóveis, área em que tem clientes como o Citibank e a Caixa Econômica Federal.

Mas, estimulada pelo fôlego que o setor turístico já começa a exibir e que promete manter nos próximos anos, tendo na mira a Copa de 2014, a Rio Ave tirou de sua “cartola” três projetos, todos em Boa Viagem e já licenciados, que somam um potencial investimento de R$ 114,3 milhões.

De acordo com o diretor comercial da Rio Ave, Alberto Ferreira da Costa Júnior, cada um dos três hotéis terá um perfil diferente, mas complementar quando se observa toda a carteira de projetos. O mais luxuoso dos três, um hotel cinco estrelas, foi planejado para ficar em plena Avenida Boa Viagem, em um terreno de 1.680 metros quadrados na esquina de um quarteirão entre as ruas Engenheiro Zael Diógenes e Professor Mário de Castro.

O investimento estimado para o cinco estrelas, que terá 350 apartamentos, é de R$ 70 milhões. Outros R$ 44,3 milhões serão aplicados em um hotel quatro estrelas, conjugado ainda com um empresarial, e um hotel três estrelas.

http://jc3.uol.com.br/jornal/2009/11/05/not_353612.php

O Novo Recife vai nascer no Cais José Estelita

Fruto de uma parceria entre empresas concorrentes (Queiroz Galvão, Moura Dubeux e GL Empreendimentos), o projeto Novo Recife vai revitalizar área com negócios imobiliários e integração urbanística, sob anuência da prefeitura


Uma primeira estimativa, que ainda pode passar por revisão, é de que seja necessário um investimento total de R$ 400 milhões. O dinheiro será um aporte conjunto de três grupos que se uniram para revitalizar uma bela e abandonada área do Recife, o Cais José Estelita, no Bairro de São José. As empresas são a Queiroz Galvão, a Moura Dubeux e a GL Empreendimentos. Elas costuram cada passo com a Prefeitura do Recife.

Traçam e revisam com cuidado os detalhes de integração urbanística e dos empreendimentos que serão erguidos no local. Ali, serão implantados residenciais, empresariais, serviços e até flats que funcionarão como equipamentos hoteleiros. É uma nova área desbravada na capital pernambucana.

O projeto foi batizado de Novo Recife. O terreno, de 101,7 mil hectares, foi adquirido em um leilão promovido pela Caixa Econômica Federal, em outubro do ano passado, por R$ 55,4 milhões. Parte dos empreendimentos deve estar pronta até a Copa do Mundo 2014.

REVITALIZAÇÃO

“Estamos desenvolvendo o masterplan e costurando o projeto com a Prefeitura do Recife. Vamos colocar um mix de produtos, uma série de torres, flats, residenciais de tamanhos vários, unidades de 100 metros quadrados a 230 m². O diferencial do nosso produto será a revitalização daquela área”, explica o superintendente de negócios da Queiroz Galvão, Múcio Souto.

Ele explica que uma faixa de terreno da RFFSA, que ainda tem uma linha ferroviária, não foi incluída no leilão. Mesmo assim, a área já está sendo desenhada prevendo a acomodação de projetos futuros da prefeitura de integração do Cais José Estelita com outras vias, como o prolongamento da Avenida Sul.

“Vamos fazer um grande jardim, uma grande área verde, entre o cais e os prédios, que serão mais recuados. Também faremos uma rua paralela à via atual. Tudo isso para aproveitar o charme natural do Cais José Estelita”, continua o executivo da Queiroz Galvão.

PLANEJAMENTO

Segundo Múcio, o grupo que forma o Novo Recife espera até o final do próximo ano já ter avançado na quase totalidade dos trâmites burocráticos que envolvem um projeto dessa envergadura. O diretor de Prospecção de Mercado e Legalização da Moura Dubeux, Eduardo Moura, calcula que 60% do projeto devem estar concluídos até o mundial de 2014.

Milton Botler, coordenador de Programas Estratégicos do gabinete do prefeito João da Costa, explica que a negociação com os empreendedores se baseou, em parte, por antigos planos que o governo do Estado tinha para o terreno localizado no Cais José Estelita. A intenção do Executivo era construir no local um centro administrativo.

O que restou do antigo projeto do Estado foram as antigas linhas gerais relacionadas à malha viária daquele ponto da capital. A prefeitura procurou as empresas, após o leilão do terreno, para que houvesse uma definição conjunta das diretrizes do projeto, em tudo o que está relacionado à integração urbana.

“Foi solicitado ao grupo que crie ruas de acesso que possam cruzar da Avenida Sul ao Cais José Estelita, e que (o terreno) tenha um percentual de área pública de 35%, para que o local não se torne um condomínio fechado, que tenha atratividade, empreendimentos hoteleiros e demanda turística”, comenta Botler.

A área é estratégica também porque se integra ao Complexo Turístico Cultural Recife/Olinda, que prevê a construção de 1,2 milhão de metros quadrados para a recuperação de áreas degradadas no centro da capital, entre vários outros pontos. Uma das primeiras iniciativas naquela região da cidade veio justamente da Moura Dubeux, com duas torres ao final da Bacia do Pina.

FAIR PLAY

Sobre o aparentemente inusitado projeto conjunto reunindo Queiroz Galvão e Moura Dubeux, Eduardo Moura ressalta que, se por um lado as construtoras que atuam no mercado local são concorrentes, por outro fazem um jogo “fair play”, expressão comum no futebol para ilustrar o jogo limpo. “A união entre concorrentes não é uma coisa muito recorrente, mas acontece. Até porque não existe essa concorrência de ‘tridente’. As construtoras se respeitam muito”, reforça.

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Crise não abalou o ritmo

Projetos de megacomplexos turísticos-imobiliários passaram pela crise e fecham o ano com novidades. Entre os grandes, apenas os planos do Qualta, em Barreiros, não sairão do papel


Dos grandes projetos turísticos de Pernambuco, apenas um, o Reef Club, que seria erguido por R$ 1 bilhão pelo espanhol Qualta Resorts, em Barreiros, foi abatido pela crise internacional. Os outros megacomplexos do setor, no Estado, até esperaram um pouco para acompanhar o desenrolar da crise, mas fecham o ano com previsões de novidades, sejam obras ou lançamentos, para o início de 2010.

A Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, sempre seguiu um ritmo próprio, sem esfriar vendas ou atrasar sua construção. Trata-se de uma espécie de “refinaria do turismo”, que é o grande cartão de visitas de investimento na área, em Pernambuco, com números absolutamente gigantes: R$ 1,6 bilhão em investimentos, diluídos em 15 etapas de desenvolvimento. Os investidores são a Odebrecht e os grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand.

Na imensa lista de equipamentos de luxo do Paiva, constam hotéis de altíssimo padrão, campo de golfe, condomínios residenciais (tanto verticais quanto horizontais), marina, shopping center e centro hípico, só para ficar em alguns exemplos. Já foram vendidas e serão entregues, em março próximo, as 67 casas de alto luxo do Condomínio Morada da Península, primeiro lançamento do Paiva. Dentro do mesmo prazo, o complexo deve anunciar sua segunda etapa: 132 apartamentos, com áreas de 250 a 450 metros quadrados. O acesso viário já tem pronta uma ponte de 320 metros de extensão sobre o Rio Jaboatão, ligando a Praia do Paiva a Jaboatão dos Guararapes. A via litorânea dentro do complexo está em obras.

Outro grande projeto deve ter suas obras iniciadas até janeiro do próximo ano, segundo o secretário de Turismo, Sílvio Costa Filho. É um complexo que ficará em um terreno de 70 hectares conhecido como Casa do Governador, em Porto de Galinhas. Durante três anos, o projeto sofreu com a burocracia. Mas, este mês os executivos do empreendedor do complexo, o grupo português Teixeira Duarte, virão ao Estado para anunciar um novo cronograma.

O investimento dos portugueses pode chegar a R$ 620 milhões, em um prazo de 6 anos. Ao final do período de implantação, a área receberá dois hotéis (que totalizarão 1.200 apartamentos), condomínios residenciais, shopping, centro esportivo, parques de lazer, centro de convenções e vários outros serviços.

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Litoral Norte volta ao cenário turístico

Depois de largado à própria sorte, o Litoral Norte passa a ser palco de novos projetos de investimento com a iminente saída das duas penitenciárias instaladas na Ilha de Itamaracá


A retomada do turismo pernambucano aliada ao caldeirão Copa do Mundo e ao peculiar aquecimento da economia estadual projetam sua área de influência para uma zona que passou quase 20 anos esquecida por investidores privados e pelo próprio setor público. Depois de seu auge como veraneio obrigatório para os pernambucanos, o Litoral Norte foi largado à própria sorte. Agora, os projetos começam a voltar, acendendo naquela área a esperança de redenção imobiliária e turística.

Um dos grandes entraves para o desenvolvimento do Litoral Norte, diz o presidente da Associação dos Hoteleiros da Ilha de Itamaracá (Ahita), Gustavo Calheiros, sempre foi o complexo prisional. Lá, ficam as penitenciárias Professor Barreto Campelo e da Agroindustrial São João (PAI), além do Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTP). Gustavo reclama que o complexo prisional costuma afugentar os visitantes, devido ao espaço na mídia alcançado pelas eventuais rebeliões.

No início do mês passado, o projeto que simboliza a redenção de Itamaracá teve início: foi quando começou a construção do Centro de Ressocialização Integrado (CIR) de Itaquitinga, que ficará no município homônimo da Mata Norte. O CIR, com 3.126 vagas, terá capacidade de absorver a totalidade dos detentos do Barreto Campelo e da PAI. No caso do HCTP, o governo estuda a construção de um novo hospital de custódia, que implicará na desativação do complexo prisional.

O prazo de construção do centro de ressocialização é de 18 meses, mas as obras serão entregues em etapas. Por isso, de acordo com o secretário executivo de Ressocialização, Humberto Viana, é possível que a transferência dos primeiros detentos ocorra ainda ao final de 2010.

A simples largada do cronograma de entrega do CIR de Itaquitinga já animou o mercado imobiliário de Itamaracá. E o próprio governador do Estado, Eduardo Campos, afirmou que em 2010 será retomado o plano de leiloar um grande terreno público na ilha para a implantação de um ou até mais de um complexo hoteleiro ligado ao ecoturismo. As declarações do governador foram dadas no evento de lançamento do centro de ressocialização.

O leilão deveria ter seu edital publicado no final do ano passado. Seria um primeiro lote de 1.400 hectares (avaliado em R$ 53 milhões), parte de uma área maior, de aproximadamente 2.500 hectares, que o governo tem em Itamaracá. Mas, antes que a concorrência pública tivesse início, veio a crise financeira, que deixou potenciais investidores com as sobrancelhas levantas, ante uma conjuntura nada favorável.

“Resolvemos fazer nós mesmos o masterplan, para a partir do próximo ano colocar o projeto nas grandes feiras imobiliárias e atrair parceiros privados que vão adquirir a área. Isso com muita qualidade em respeito à questão ambiental e em respeito à toda a capacidade de carga da ilha”, afirmou, na ocasião, Eduardo Campos.

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Grupo trará resort para Igarassu

Um centro de treinamento para futebol, com dois campos de tamanho oficial e ainda dois campos de futebol society, além de um centro de treinamento de tênis, com quatro quadras de saibro e uma arena para torneios internacionais, além de um forte apelo nos esportes náuticos, são apenas alguns dos atrativos exibidos pelo complexo turístico Mangue Seco, do Grupo Nilson Lundgren (NL). O projeto, criado para ocupar um terreno de 73 hectares no município de Igarassu, entre a Coroa do Avião e Maria Farinha, está avaliado em R$ 160 milhões e tem previsão de gerar 900 empregos diretos, além de até 3 mil postos de trabalho indiretos.

A previsão do NL é construir o complexo em quatro etapas. A primeira terá 300 apartamentos. A Ramalho Empreendimentos é o braço do grupo responsável por desenvolver e planejar o empreendimento turístico, que tem como principal porta-voz o diretor de Planejamento e Desenvolvimento do grupo, Eduardo Lundgren.

Por enquanto, não há data predeterminada para a entrega de hotéis ou casas. Mas, apesar de o executivo ressaltar que o projeto não surgiu por causa do mundial esportivo de 2014, a Copa do Mundo e a própria Copa das Confederações, que antecede em um ano o maior evento de futebol do planeta, são referências para o início de funcionamento do resort.

Além desse primeiro empreendimento, o projeto contempla ainda uma vila náutica (integrada a espelhos artificiais de água), um condomínio premium (de alto padrão), um condomínio náutico (na área do terreno voltada para o mar) e o já mencionado complexo esportivo.

O lançamento oficial de todo o projeto está previsto para o próximo mês e a expectativa é que o andamento de toda a parte burocrática, referente aos licenciamentos, tenha início no próximo mês de janeiro.

O grupo ainda busca os parceiros para a empreitada e pretende recorrer aos financiamentos do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do Nordeste (FNE), operado pelo Banco do Nordeste (BNB).

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Setor aquecido pelas obras públicas

Transnordestina, Transposição do Rio São Francisco, Sistema Pirapama, hospitais metropolitanos são apenas alguns exemplos da quantidade de obras públicas em curso ou com previsão de início em Pernambuco


O poder público desempenhou, em 2009, um papel importante para manutenção de um mercado de construção civil aquecido e forte no combate aos reflexos negativos da crise econômica mundial. Se, no final do ano passado, o medo da recessão começava a provocar problemas no ramo imobiliário – redução na oferta de algumas modalidades de financiamento, interrupção de grandes projetos, perdas monetárias pra construtoras e incorporadoras de capital aberto – o anúncio do programa Minha casa, minha vida ajudou a reerguer o otimismo.

Transnordestina, Transposição do Rio São Francisco, Sistema Pirapama, duplicação das BRs 101 e 408, construção dos hospitais metropolitanos, reforma de escolas estaduais e municipais, novas unidades de pronto atendimento familiares e, a partir de 2010, Cidade da Copa e ações urbanas complementares e segunda etapa da Via Mangue. Esses são apenas alguns exemplos (ainda que sejam os principais) da quantidade de obras públicas em curso ou com previsão de início em Pernambuco. Algumas estão sendo realizadas com recursos federais, outras com dinheiro dos cofres do Estado e algumas tocadas pelas prefeituras pernambucanas.

Em comum, todas estão sendo responsáveis por uma demanda aquecida para o setor de construção civil. Se as maiores estão sendo tocadas pelas grandes empreiteiras do País (que terminam subcontratando construtoras de menor tamanho para alguns serviços especializados), muitas outras estão sob a responsabilidade de empresas genuinamente pernambucanas, de porte médio, que empregam trabalhadores pernambucanos e geram renda dentro de Pernambuco.

Há ainda de se fazer justiça para com o setor privado. O de varejo principalmente. As grandes redes têm sido protagonistas de uma verdadeira corrida para erguer suas novas lojas, algumas âncoras, no Grande Recife. Com o aumento do poder de compra das classes menos abastadas da população, redes locais também têm investido pesado em novas unidades comerciais. Todas com prazo certo de inauguração e, conseqüentemente, ritmo alucinante de obras para cumpri-lo.

O resultado é um maior número de contratos para as empresas de construção, que, para atender uma demanda tão aquecida, têm contratado mais pessoas, implantando terceiros turnos, etc. O resultado de tamanho aquecimento tem provocado, por vezes, falta de matérias-primas essenciais (asfalto, concreto, cimento, ferro, por exemplo) e de mão-de-obra especializada para dar conta de tantos projetos.

“Nunca se viu uma demanda tão alta. O volume tem aumentado constantemente. A situação é muito boa. É preciso lembrar que não se faz um projeto como os que estão sendo realizados do dia para a noite. São projetos que levam anos. É preciso admitir que vai ser um sufoco executar tudo que está sendo projetado. As obras pública são responsáveis pelo setor não ter sentindo com tanto impacto a crise econômica. Para o setor imobiliário então, 2009 é um dos melhores anos já vistos. Paralelo a isso, a articulação com os bancos está sendo feita de maneira muito interessante. O desafio é a escassez de trabalhadores”, resume o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Marcos Roberto Cavalcanti.

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Imposto reduzido seduziu o formiguinha

Maior consumo, aliado aos incentivos fiscais no setor de materiais de construção, ajuda na redução dos preços e cria ciclo de crescimento no segmento


Medida fiscal de socorro, a redução no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para uma extensa lista de materiais de construção impulsionou as vendas desse nicho do varejo e manteve as indústrias que abastecem os estoques das lojas em ritmo de produção mais que acelerado. Tudo isso combinado com um número elevado de obras públicas (municipais, estaduais e federais) sendo realizadas, garantindo ainda mais trabalho pesado para as empresas de construção brasileiras.

Tantas obras a um preço mais acessível, foi isso o que gerou a redução no IPI dos materiais de construção. Esses produtos passaram a integrar um patamar de valores menor do que o registrado no final do ano de 2008. Ganham as empresas que compram em larga escala e ganham os consumidores que desejam tocar reformas em suas residências, os chamados “formiguinhas”. Os resultados nas vendas é tão alto que o varejo especializado nesses artigos passou de uma queda no volume de comercialização de 15% ao longo do primeiro trimestre de 2009 para uma alta de 10% no começo do segundo semestre deste ano.

“O governo federal havia sentido o preço dessa queda na sua arrecadação. Estamos falando do setor que mais emprega mão-de-obra pouco qualificada. Vivia-se, em março, o desafio de incentivar o consumo. Elaboramos uma lista de produtos, considerados quase que como a ‘cesta básica da construção’ e em abril o governo reduziu os encargos industriais. Isso provocou uma redução média de 3% nos custos da construção civil”, comenta o diretor da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Hiroshi Shimuta.

O mais interessante foi notar que a redução no IPI criou uma bola de neve “do bem” para o setor. As lojas apostaram alto em publicidade, vendendo o momento como a principal oportunidade de comprar material de construção. Quem possuía uma pequena poupança e estava segurando por causa da crise, resolveu aplicá-la na reforma ou construção de um imóvel. Quem não tinha planos, viu-se estimulado pela atitude do “vizinho” e também considerou necessário aproveitar os preços menores.

“Há ainda um fator muito interessante. É o famoso ‘já que’. ‘Já que’ eu reformei a sala, porque não pintar os quartos, cuidar da cozinha, etc. É assim que a população costuma pensar quando o assunto é construção. E o público feminino tem importância direta na tomada de decisão. Sendo assim, estamos assistindo um cenário extremamente positivo, provocado por essas ações em cascata”, explica Shimuta.

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Canteiro vira linha de produção

Construtoras treinam operários para trabalhar com novas tecnologias de montagem de edifícios. O resultado é economia no tempo de obra e menos desperdício de material


Assim como acontece com outros setores da indústria, o mercado da construção civil também aposta em inovações para deixar as obras mais rápidas e com menos desperdício. As construtoras estão treinando os velhos peões de obras, que se tornam profissionais qualificados e especializados. Várias construtoras pernambucanas já aderiram a novas tecnologias. A Conic Souza Filho é uma delas.

A empresa está erguendo um prédio utilizando blocos de concreto para a vedação vertical ao invés dos tradicionais tijolos cerâmicos. A obra em questão é uma das torres do Condomínio Sítio Donino, localizado no Poço da Panela. A grande vantagem da troca de material foi a diminuição do desperdício na construção. “Os blocos de concreto têm dimensões padronizadas. A perda é menor. Com o tijolo cerâmico, o índice de desperdício chega a 14%. No caso dos blocos, ele é reduzido para 3%”, informa o diretor da Engenharia da empresa, Lucian Fragoso. Além disso, os tijolos exigem um aumento da espessura dos revestimentos para compensar as variações dimensionais. O custo total da obra da torre foi reduzido em 1% com a mudança. Uma economia de R$ 130 mil. Para empregar a tecnologia, a Conic treinou seus funcionários mais qualificados (engenheiros, arquitetos e projetistas) durante 10 meses antes da obra. Os mestres de obras e os operários também receberam qualificação. “Fizemos isso para que não houvessem problemas durante a construção”, completa.

A Duarte Construções também investe bastante no treinamento dos seus empregados para reduzir os gastos com obras. A empresa treina os operários para que eles fiquem responsáveis por realizar várias atividades dentro da construção. “O mesmo profissional coloca as cerâmicas, as bancadas de granito e as soleiras das portas. Isso reduz o número de pessoas na obra”, calcula o diretor Técnico da construtora, Leonardo Bezerra. Outra mudança no modo de operar da empresa foi o investimento na logística dentro da obra. O operário encontra tudo que precisa para fazer determinado serviço já perto do local de trabalho. Ou seja, quando o operário vai trabalhar em um quarto de um apartamento do edifício, tudo que ele vai precisar usar no serviço estará no cômodo. “Isso evita o desperdício e o profissional não vai precisar ficar esperando pelos insumos”.

Para acelerar a obra do BlueVille, em Candeias, a Queiroz Galvão montou uma fábrica de blocos de concreto dentro do canteiro de obras. A linha de produção engloba vigas, lajes pré-moldadas e escadas que, depois de prontas, são içadas por um guindaste para fazer parte da construção. O material serve para a construção das três primeiras torres do empreendimento. O resultado do investimento foi uma redução de até 90% na utilização de madeira, além da diminuição do prazo da obra em até seis meses. O BlueVille conta com 12 torres espalhadas por um terreno de 22 mil metros quadrados. O empreendimento é do braço popular da Queiroz Galvão, a linha Slim, e está sendo feito em parceria com a Poupec. Depois que a primeira fase for entregue, mais três torres ficarão prontas a cada quatro meses.

FORMAÇÃO

As construtoras estão investindo na formação de todos os profissionais envolvidos com as obras. Um dos principais investimentos é na alfabetização dos operários. Na outra ponta, elas costumam treinar com afinco os estagiários de engenharia para que esses sejam contratados depois que terminarem a faculdade. “As construtoras estão investindo em todos os níveis de formação e de produção. Elas treinam os serventes, pedreiros, mestres de obras, encarregados e os próprios engenheiros”, diz Lucian Fragoso.

O superintendente de Engenharia da Moura Dubeux, Marcos Ely, explica que a qualificação fez com que o termo “pião”, usado para denominar todos os operários da obra, entrasse em desuso. Ele até virou, para alguns membros do setor, um termo inadequado. “Como eles estão se especializando, passaram a ser profissionais da construção civil. Alguns funcionários seguem carreira dentro da empresa. Começam como serventes e se tornam mestres de obras altamente qualificados”, afirma.

O pedreiro Manuel Duarte, 37 anos de idade e 10 de profissão, quer crescer dentro da empresa onde trabalha, a Conic Souza Filho, e chegar a ocupar o cargo de mestre de obras. Ele fez um curso de 15 dias ministrado pela empresa para aprender a trabalhar com os blocos de concreto ao invés dos tijolos cerâmicos. “O novo sistema é bem melhor. Faço tudo muito mais rápido e de uma maneira mais facilitada. Se dependesse de mim não usava mais tijolo”, garante. Ele estudou até o oitavo ano do Ensino Fundamental e ganha cerca de R$ 1 mil por mês, juntando o salário base de R$ 675 mais o ganho de acordo com a produção. “Estou estudando muito para tentar melhorar de cargo. Sei que é difícil, mas a pessoa tem que se esforçar”.

No Grande Recife, a construção civil empregava 80 mil em setembro desde ano. O dado é o mais atualizado divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O setor empregava em setembro 20 mil trabalhadores a mais do que no mesmo mês do ano passado. Na comparação anual, a variação positiva foi de 33,3%.

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Tudo pensado em nome do luxo

Na construção do luxuoso Edifício Brennand Plaza, obra da Moura Dubeux na Avenida Boa Viagem, são usadas várias novas tecnologias. A construtora não está medindo esforços nem recursos para fazer do empreendimento um símbolo de requinte, conforto e praticidade. Uma das tecnologias usadas garante o isolamento acústico. Outra permite que os carros mais altos circulem com mais facilidade pelo estacionamento. A irrigação dos jardins vai ser automatizada e programada com detalhes como o horário e o volume d’água utilizado.

O edifício começou a ser erguido há quatro anos e deve ser entregue no final de 2009. A obra chama a atenção de quem passa pela Avenida Boa Viagem. Os poucos e privilegiados compradores vão morar em apartamentos de 416 metros quadrados. São quatro suítes, uma delas com dois banheiros, e cinco vagas de garagem. A área de lazer terá até quadra de squash. A piscina vai ser iluminada com vários leds de fibra ótica que vão criar feixes de luz dentro da água. “A piscina vai ficar muito mais bonita em comparação com as que têm a iluminação normal. Além disso, a voltagem do led é baixíssima, o que dá mais segurança aos moradores”, explica o superintendente de Engenharia, Marcos Ely. A vida útil do led também é maior e chega a 50 mil horas.

O teto da garagem do prédio vai ter um pé direito de 3,4 metros. Os sistemas tradicionais usados para enrijecer as paredes para que elas aguentem os esforços impostos pela estrutura serão trocados por uma nova tecnologia chamada de mufor. Com ela, treliças metálicas são colocados sobre os blocos cerâmicos. “Esse material substitui as vergas, contravergas e pilaretes. A obra está sendo feita em menos tempo. O ganho de produtividade é de 30%. Não temos que produzir peças em concreto”, informa.

Dois terços da fachada do prédio será feita de vidro. Para reduzir o calor e a luminosidade, uma película moderna, importada dos Estados Unidos, vai ser colocada sobre o vidro. “A película vai filtrar 90% dos raios ultra-violetas e reduzirá o calor dentro dos apartamentos em 40%. O que garante um menor consumo de energia”, diz Ely.

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Toda recreação dentro de casa

Le Parc Boa Viagem Residencial Resort chega para consolidar de vez a nova tendência do mercado de moradia: toda estrutura de lazer e diversão para dentro do condomínio. Só o complexo de piscinas tem 4 mil metros quadrados


Com o fantasma da crise derrotado, as construtoras de fora do Estado estão investindo bastante no mercado do Grande Recife. Um dos principais destaques é a empresa Cyrela Andrade Mendonça que lançou, no mês passado, em parceria com o Grupo JCPM, o Le Parc Boa Viagem Residencial Resort. Os primeiros contratos do empreendimento devem ser assinados no próximo dia 15. Serão 1.056 apartamentos com um Volume Geral de Vendas (VGV) de R$ 500 milhões. As construtoras esperam que o empreendimento local repita o sucesso de vendas do Le Parc de Salvador e do Rio de Janeiro.

O preço dos apartamentos ainda não foi divulgado, mas deve seguir a média do mercado local. O projeto do Le Parc se destaca entre os empreendimentos lançados no Grande Recife. A primeira característica diferenciada é o tamanho do terreno onde as nove torres serão erguidas. Nada menos do que 100 mil metros quadrados situados em Boa Viagem (mais precisamente na Avenida General Mac Arthur - continuação da Antônio Falcão), ao lado do Parque dos Manguezais.

O estande de vendas do empreendimento, que tem um espaço de 1.500 metros quadrados e abriga três apartamentos decorados por arquitetos de renome, já foi inaugurado. O passeio dos visitantes pelo terreno é feito num carrinho de golfe, o que dá a dimensão do terreno.

O investimento das empresas no showroom foi de R$ 5 milhões. Com o pé direito alto, o estande traz diversas comodidades para o visitante. A preocupação das construtoras não se resumiu ao interior do showroom. Elas investiram em um projeto de paisagismo que deu uma nova cara à Avenida General Mac Arthur.

“É um projeto inovador e criativo. Um novo marco para o Recife. O terreno foi adquirido pelo Grupo JCPM há muitos anos. A localização é excelente. Fazer parte desse projeto como empreendedor me dá uma alegria enorme”, diz o presidente do Grupo JCPM, João Carlos Paes Mendonça. O empreendimento terá apartamentos com quatro tamanhos diferentes: 170, 140, 120 e 108 metros quadrados.

Os quatro mil metros de piscinas vão fazer com que o conjunto de edifícios se transforme numa espécie de resort urbano de alto luxo. Outra atração da área de lazer são os salões de festas. Eles serão divididos em temas para que se adequem a festas infantis, de jovens ou de adultos. Além disso, os futuros moradores vão poder contar com biblioteca virtual, home theater, beauty center, pista de cooper e quadra de tênis. Ao todo, são mais de 100 itens de lazer que serão entregues decorados e mobiliados.

A festa de lançamento do empreendimento, que ocorreu no último dia 25, contou com a presença de cerca de 500 corretores de quatro imobiliárias (Eduardo Feitosa, Seller, Jairo Rocha e Lopes). O mercado está empolgado com o lançamento e espera boas vendas dos apartamentos de todos os tamanhos. Se o sucesso de vendas se confirmar, todas as torres serão erguidas ao mesmo tempo. À princípio, a primeira etapa conta com o lançamento de 352 unidades.

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Financiamento aquece venda de imóvel

Para maior parte dos operadores do mercado imobiliário, a Caixa Econômica Federal continua sendo a melhor opção em termos de financiamento habitacional. Apesar disso, consumidor deve fazer pesquisa de preços para saber qual banco oferece as melhores taxas


A crise econômica não diminuiu o montante emprestado pelo principal financiador da casa própria, a Caixa Econômica Federal. O efeito foi o contrário. O governo federal reservou mais recursos para os empréstimos habitacionais para tentar reerguer a economia. Até o dia 28 de setembro deste ano, a Caixa tinha emprestado R$ 548,6 milhões nas linhas imobiliárias em Pernambuco. Cerca de R$ 273 milhões veio do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e outros R$ 253,8 de recursos da poupança. Além de R$ 21 mil de outras fontes. Ao todo, 11.103 famílias foram beneficiadas. Mesmo com a concorrência dos bancos privados e a entrada do Banco do Brasil no mercado de empréstimos habitacionais, a Caixa continua sendo a melhor opção para o consumidor, segundo grande parte das construtoras.

“Nós conseguimos atingir todo o montante emprestado em 2008 já em agosto deste ano. O crédito não sofreu nenhum impacto negativo com a crise. Pelo contrário, emprestamos mais”, comemora o superintendente da Caixa em Pernambuco, Pedro Santiago. Segundo ele, a procura por crédito aumentou tanto do lado das pessoas físicas quanto das construtoras. A Caixa financia a produção e o cliente final. Um dos grandes alavancadores do crédito foi o lançamento, no primeiro semestre, do programa Minha casa, minha vida.

Por ter uma maior expertise no setor de crédito habitacional, várias construtoras de Pernambuco preferem fechar negócio com a Caixa na hora de conseguir dinheiro para a produção dos edifícios, sobretudo quando os empreendimentos são voltados para a baixa renda. Outras reclamam da burocracia interna, mas o parceiros do banco dizem que uma vez conhecedora de todos os detalhes do processo de empréstimo, a construtora consegue aprovar os projetos com facilidade. “A Caixa tem mais conhecimento do mercado. É um atrativo de vendas, sobretudo para os clientes da classe média”, informa o diretor-geral da Duarte Construções, Fernando Duarte.

Um dos diretores da Construtora Carrilho, Antônio Carrilho, diz que mais da metade dos seus clientes da empresa faz a opção pelo financiamento bancário depois da entrega das chaves dos apartamentos. “Somos parceiros da Caixa. Ela tem as melhores taxas. A procura por parte dos clientes é grande, inclusive os da classe média”, completa.

Pedro Santiago informa que durante a crise financeira a Caixa não deixou de financiar a casa própria como fizeram alguns bancos privados. Ele diz que o banco ajudou a puxar a economia para cima com a permanência no mercado e a operacionalização do Minha casa, minha vida. O Feirão da Casa Própria realizado pela Caixa sempre no primeiro semestre de cada ano também é outro alavancador de negócios. “O mercado ainda deve ficar melhor porque ainda há espaço para a redução dos juros cobrados no financiamentos. A Taxa Referencial marcando zero é ótimo para os clientes. Há uma economia significativa no custo total do crédito”.

De acordo com a última pesquisa do Índice de Velocidades de Vendas (IVV), referente ao mês de agosto de 2009, dos apartamentos comercializados no Grande Recife 26% serão pagos através do financiamento bancário. Há cinco anos, esse percentual não passava de 5%. No total, 415 unidades foram vendidas em agosto. Dessas, 108 contam com o financiamento habitacional dos bancos. A maioria dos compradores que optaram pela forma de pagamento escolheram o imóvel na planta ou na fase de fundação. Quem vai pagar com recursos próprios, comprou geralmente na fundação ou na fase de acabamento. Quem pegou um financiamento bancário escolhe o apartamento na planta para ter mais tempo para pagar o imóvel. Geralmente as construtoras sugerem o seguinte plano, entre 20% e 30% do valor é pago para a empresa durante a obra e quando as chaves são entregues, o comprador passa a pagar as prestações bancárias que podem chegar a 360 meses, no máximo. Embora a Caixa seja a melhor opção de acordo com várias construtoras, quem quer financiar um imóvel deve fazer pesquisas com vários bancos. As instituições financeiras geralmente dão descontos para quem tem conta corrente no banco ou faz o pagamento no débito automático. “Temos clientes que escolheram o Bradesco, a Caixa ou o Banco do Brasil. A tarifa é diferenciada para quem é correntista ou quem tem cartão de crédito. Os bancos fazem isso para que outro não tente roubar o seu cliente”, explica o diretor da Construtora Dallas, Sérgio Arruda.

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Acirra a briga pelo cliente entre bancos

Os bancos privados tentam fazer uma forte concorrência com a Caixa Econômica Federal no mercado de crédito habitacional. Eles fazem várias campanhas para tentar roubar o cliente da Caixa. Por isso, especialistas no setor acreditavam que com a entrada do Banco do Brasil, um banco público como a Caixa poderia perder mercado. Várias construtoras do Recife, no entanto, garantem que a entrada do Banco do Brasil no segmento não teve grandes impactos no crédito, mesmo depois de dois anos de mercado. “Pra gente não fez nenhuma diferença a entrada do Banco do Brasil. Foi apenas mais um banco no setor”, explica o diretor da Construtora Melo Rodrigues, Amon Rodrigues. “O BB não influenciou o mercado. É ruim, porque se aumentasse a concorrência seria bom para todo mundo”, completa o diretor da Duarte Construções, Fernando Duarte.

O presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi), Marcello Gomes, acredita que ainda não deu tempo do Banco do Brasil fazer a diferença, até porque o crédito habitacional ainda tem um longo caminho a percorrer no Brasil. Ele prevê que o Banco do Brasil pode vir a ser um parceiro importante para a Caixa. “Eu acho que a demanda de operacionalização de crédito da casa própria é muito grande e vai ficar cada vez maior para que a Caixa dê conta sozinha. O Minha casa, minha vida são um milhão de residências. O BB poderia ajudar a Caixa com isso”, informa.

O mercado também enxerga o BB como uma força do crédito no Brasil, justamente por causa de seus números e clientes. No final do primeiro semestre deste ano, por exemplo, a carteira de crédito imobiliário do Banco do Brasil atingiu R$ 350 milhões. O valor representa um incremento de 337,5% em comparação com o mesmo período de 2008. E assim como a Caixa o banco financia a produção e o consumidor final. Tudo isso atrai a atenção das empresas. “Temos interesse em fechar parcerias com o BB”, diz Antônio Andrade Júnior da Cyrela Andrade Mendonça. A construtora está negociando para que o banco financie a construção e os compradores do empreendimento Le Parc Boa Viagem Residencial Resort.

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Mercado se adapta ao Minha casa, minha vida

Construtoras locais buscaram adaptar seus projetos ao programa de incentivo do governo federal. Demanda por imóveis aumentou


As imensas filas que se formaram em frente à Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab) podem ser consideradas como o retrato mais fidedigno da influência do programa do governo federal Minha casa, minha vida no mercado da construção civil. Imagine ser um empresário, ligar a televisão e ver milhares de pessoas literalmente correndo para conseguir adquirir o seu produto. Não à toa, um mês após ter sido anunciado, o pacote que pretende construir um milhão de moradias no País promoveu aumento na procura por financiamentos habitacionais (alta de 19,5% ante abril de 2008) e retomada no ritmo de crescimento das ações da construtoras e incorporadoras brasileiras de capital aberto. Desde março, quando foi anunciado, todos comungam de um mesmo sentimento: essa é a hora de comprar a casa própria.

O primeiro reflexo do pacote no mercado local (cuja previsão é de que receba 44 mil habitações) foi uma busca rápida por parte das empresas em adequar seus projetos ao programa. Foi o caso da Construtora Carrilho, que remodelou o esquema financeiro para aquisição das unidades do Morada do Janga, empreendimento que está sendo construído na praia de mesmo nome. O preço dos apartamentos já se encaixava nos requisitos do pacote habitacional, pois o valor médio era de R$ 53 mil. A partir do subsídio previsto pelo programa, os futuros compradores poderão financiar R$ 48 mil, fazendo com que o público-alvo passasse a ser quem tem renda média de R$ 900 (antes era de R$ 1.100).

A ACLF Empreendimentos e a Queiroz Galvão também mudaram o perfil do seu Park Jardins. As empresas reduziram suas margens de lucro e os imóveis de 60 metros quadrados (m²) passaram a caber no bolso de quem faz parte da faixa de renda compreendida entre seis e dez salários mínimos. Entretanto, se no primeiro momento essa busca por se integrar ao Minha casa, minha vida foi positiva, passou a ser vista com reticências. Isso porque, apenas projetos antigos, ou seja, que já estavam sendo avaliados pela Caixa Econômica Federal (CEF) haviam sido aprovados. Até então, nenhuma construtora teve o sinal verde para um empreendimento inteiramente concebido pós-anúncio do pacote.

Outro ponto crucial para o sucesso do programa ainda precisa ser analisado com olhar mais que clínico. Quando se fala nas habitações voltadas para quem ganha até três salários mínimos, observa-se a falta de terrenos no Recife liberados para construção de habitacionais para esse nicho. A gerência regional da Secretaria de Patrimônio da União no Estado afirma haver 1,18 milhão de m² de terras federais que podem ser disponibilizadas. Mas os entraves para ter acesso a essas áreas ainda assustam.

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Um ano de vendas consistentes

Mesmo depois de um ano do início da crise, os resultados do mercado da construção civil não poderiam ser melhores


Ninguém poderia imaginar que 2009 seria um ano tão bom para o setor da construção civil com o estouro da crise financeira no final de 2008. Durante um tempo, os bancos privados saíram do mercado de financiamento habitacional e as pessoas que queriam comprar um apartamento seguraram um pouco o dinheiro para ver como o setor iria se comportar. Pouco mais de um ano depois do início da crise, as condições para comprar a casa própria e os resultados do mercado da construção civil não poderiam ser melhores. Segundo o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco, Marcello Gomes, a curva de velocidade de vendas do setor vem crescendo desde 2007 e atingiu um bom nível em 2009.

As vendas do Salão Imobiliário de Pernambuco, realizado pela Ademi em parceria com as construtoras mais ativas no mercado local, cresceram este ano em comparação com o ano passado. O incremento foi de R$ 120 milhões para R$ 155 milhões. “Os bancos que trabalham com recursos da poupança e do FGTS vão bater o recorde de mais de 29 mil unidades financiadas”, calcula Gomes.

A Caixa Econômica Federal já conseguiu emprestar entre janeiro e agosto deste ano a mesma quantidade de crédito emprestada em todo o ano passado. As construtoras estão lançando vários imóveis. Tanto as empresas locais quanto as que vêm de outros Estados como a Cyrela Andrade Mendonça e a Cosil participam atividade do mercado e confiam na demanda local. Gomes diz que as construtoras estão investindo em novas áreas na Zona Norte do Grande Recife como Olinda e Paulista e na Zona Sul como Piedade e Candeias.

Segundo dados do Índice de Velocidade de Vendas divulgado pela Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe), 3.177 imóveis residenciais foram lançados entre janeiro e agosto deste ano, no Grande Recife.

Desse total, o Centro de Paulista ficou com 512 unidades. Em Piedade, o número chegou a 96. Em Olinda, os lançamentos se concentraram em bairros populares com Rio Doce (56 unidades) e Peixinhos (185). Os bairros tradicionais também registraram lançamentos como Casa Forte (78), Tamarineira (114), Graças (184) e Boa Viagem (367). A maior parte dos lançamentos ocorreram em fevereiro, março e maio.

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Expectativa é de mais vagas

A grande safra de projetos turísticos no Estado abrirá postos de trabalho na construção civil, mas também uma imensa quantidade de vagas na atividade fim dos empreendimentos que serão erguidos.

A Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) utiliza um número médio de 40 mil trabalhadores com postos de trabalho diretos no setor e 200 mil empregados indiretamente, em atividades correlatas. Até a Copa do Mundo 2014, a estimativa é de que as obras dos novos hotéis empreguem pelo menos 6 mil trabalhadores na indústria da construção civil.

Mesmo quando se fala nos projetos mais recentes, no interior ou mais ligados ao turismo de negócios, os números são expressivos. Considerada apenas a lista de hotéis que já divulgaram expectativas de postos de trabalho, na Região Metropolitana do Recife ou até em Petrolina e Caruaru (ou seja, sem contar os grandes complexos, que distorceriam o cálculo), a expectativa é de que apenas nove deles, na capital e no interior, sejam responsáveis pela geração de 1.705 empregos diretos e de 5.520 indiretos na fase de operação dos equipamentos hoteleiros.

Nessa conta, entram o complexo turístico Mangue Seco, do Grupo Nilson Lundgren, em Igarassu, unidades do Ibis (do grupo francês Accor) em Recife, Petrolina e Caruaru, três projetos hoteleiros da construtora pernambucana Rio Ave, e duas unidades da família Beach Class, linha da Moura Dubeux para flats que funcionam como verdadeiros hotéis.

GIGANTES

Essas cifras, já expressivas, sofrem um incremento ainda maior se forem acrescentados ainda os projetos gigantes de Pernambuco, como a bilionária Reserva do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho – da Odebrecht e grupos Cornélio Brennand e Ricardo Brennand – ou o projeto previsto para o terreno da Casa do Governador, em Porto de Galinhas, município de Ipojuca.

Para dar um exemplo das grandezas desses dois últimos empreendimentos mencionados, só no complexo previsto para Porto de Galinhas, do grupo português Teixeira Duarte (TDuarte), serão 3 mil postos de trabalho durante sua construção, que se dará em duas etapas, um tempo total de 6 anos de implantação. Quando estiver em funcionamento, o projeto da TDuarte vai empregar 3.500 pessoas direta e indiretamente.

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Comprando imóvel num clique

O mercado de imóveis investe nos sites para divulgar os lançamentos e se aproximar dos clientes. Hoje é possível fazer quase tudo através da internet, quando o assunto é compra de imóvel


A internet virou um poderoso aliado das construtoras na hora de comercializar seus imóveis. As empresas estão investindo nos sites para divulgar os lançamentos e criar uma relação mais próxima com os clientes. Hoje em dia, já se pode fazer quase tudo no processo de compra de um apartamento na frente do computador. Os visitantes checam os detalhes dos lançamentos e dos prédios em construção como tamanho do apartamento, localização e preço, falam com o corretor online, reservam uma unidade e até marcam uma visita presencial à obra. Além das construtoras, as imobiliárias e entidades representantes do mercado da construção civil também estão disponibilizando vários serviços pela internet.

“Cada vez mais procuramos através do site suprir nossos clientes e o mercado em geral dos lançamentos e das novidades. Temos fechado vários negócios pela internet. Na nossa página eletrônica, ofertamos produtos voltados para a classe média, a baixa renda e os clientes que procuram um imóvel de alto luxo. São exemplos de apartamentos que custam de R$ 65 mil até R$ 2,8 milhões”, resume a superintendente Comercial e de Marketing da Queiroz Galvão, Carol Boxwell.

Antônio Carrilho, diretor da Construtora Carrilho, diz que as empresas fazem todos os lançamentos também através da internet. É comum também a atualização do andamento de cada obra. “Temos um profissional da construtora dedicado exclusivamente ao nosso site. Há um interesse por parte dos nossos clientes”, informa. O site da Carrilho (www.construtoracarrilho.com.br) traz informações sobre todas as obras e ainda conta com as notícias sobre a empresa.

O site da Duarte Construções recebe cerca de oito mil visitas por mês. Todo lançamento da empresa conta com um hotsite especial com todas as informações necessárias para os compradores. O link Exclusive Home permite que o cliente faça várias escolhas em relação ao seu imóvel. Ele pode decidir qual planta vai querer, o tipo de acabamento como piso, pintura e granito e ainda escolher as portas. No final da seleção, o comprador já sabe o preço a mais que vai pagar pelo tipo de acabamento escolhido. “A internet é uma ótima ferramenta de vendas. O nosso site traz tantas informações que, às vezes, nem o corretor está tão atualizado. Nele, o visitante pode fazer uma visita virtual a vários apartamentos”, explica o diretor-geral da empresa, Fernando Duarte.

A enfermeira Maria Júlia Vilela está planejando a compra de um apartamento e já visitou os sites de várias construtoras para checar as opções disponíveis em bairros da Zona Norte do Recife como Espinheiro, Aflitos e Graças. “Antes de ir visitar as obras ou os apartamentos prontos, eu olho logo na internet para saber se o prédio tem a características que eu procuro. Ficou muito mais fácil comprar um imóvel com a busca virtual”, afirma.

As imobiliárias disponibilizam uma conversa virtual com os corretores em seus sites. Já nas páginas eletrônicas de vários bancos públicos e privados, o visitante pode fazer uma simulação do financiamento habitacional em várias linhas de crédito. O cliente informa a renda, o valor do imóvel que quer comprar e o prazo de pagamento desejado e o site mostra o valor das parcelas e o percentual do preço do imóvel que pode ser financiado pelo banco. O site da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (www.ademi-pe.com.br) traz um sistema de busca onde o visitante pode encontrar vários imóveis disponíveis para a venda no Grande Recife usando detalhes como o preço, a localização e o tamanho do apartamento. O site recebe cerca de 12 mil visitas por mês. Cerca de 90% dos lançamentos feitos pelas empresas locais são disponibilizados no site da Ademi.

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#2 ·
Opa Patativa obrigado por postar isso por aqui! :eek:kay:

Li a reportagem hoje de manhã a achei que ela foi bem interessante, mostrando um panorama geral do que está acontecendo e do que ainda vai acontecer nos próximos anos.

Lógico que temos que ter o pé no chão e cobrar que as coisas aconteçam, mas é inegável que o momento é bem favorável.
 
#5 ·
Impossível chegar ao fim da aprazível leitura dessas matérias sem um largo sorriso no rosto,fui acometido de uma grande alegria, a medida que lia conseguia vislumbrar as obras, as intervenções os resultados..(sou muito visual).
Finalmente Pernambuco está retomando o destaque e pujança de outrora, o Leão ruge alto e está faminto, resta arregaçar as mangas e alimentar o felino.
:applause: :cheers2:
 
#6 ·
Impossível chegar ao fim da aprazível leitura dessas matérias sem um largo sorriso no rosto,fui acometido de uma grande alegria, a medida que lia conseguia vislumbrar as obras, as intervenções os resultados..(sou muito visual).
Finalmente Pernambuco está retomando o destaque e pujança de outrora, o Leão ruge alto e está faminto, resta arregaçar as mangas e alimentar o felino.
:applause: :cheers2:
Hummmmmm, oi, tudo beeeeeinnn?

Eu sou uma presa, bem apetitosa e distraida!
 
#7 ·
Sobre a reportagem, incrivel como Recife esta "espalhando" o desenvolvimento. Ja eh uma cidade que tem muito a oferecer, mas acho que esta dando UM SALTO de qualidade de vida!

Um beijo a todos os pernambucanos!!!!!!!! A tia fica muito feliz por voces!!!
 
#8 ·
Show de bola!!

Recife daqui a uns 10 anos estará outra coisa, podem anotar aí.

Só falta agora começar a olhar pro interior.
 
#15 ·
Toda quinta eu compro o JC e hj tive a grata surpresa em ver esses dois cadernos sobre a construção civil. Tem umas imagens bem legais tbm. Deliciei-me com a reportagem do Cais José Estelita, estou ansioso para ver os projetos e acho legal que 60 % das obras estejam concluídas até a copa. Espero que consigam mesmo. Da união da Moura Dubeux e Queiroz Galvão só pode sair coisa boa.:banana:
 
#20 ·
eu tambem ainda não li tudo
to lendo aos poucos
é muita coisa

agora bem que o JC podia fazer um especial sobre a Construção Civil no interior
tem muita coisa pra mostrar...
 
#22 ·
"ixeeee mano" ?
Isso é comentário que se faça?
¬¬
 
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