Nunca foram utilizados nem vão chegar a ser. Os trilhos do viaduto do Parque da Cidade estão a ser removidos para dar lugar ao asfalto... que servirá de pista aos automóveis que vão participar no Grande Prémio de Clássicos, em Julho. Cerca de três anos depois de concluída a estrutura, que custou, juntamente com os arranjos da frente marítima, 18,3 milhões de euros, as obras estão de regresso. Para desfazer os carris e afastar todas as ilusões de que o eléctrico ou o metro poderiam um dia vir a circular sobre o viaduto. Enquanto os trabalhos avançam sobre o viaduto, mais encalhada está a reabilitação do antigo edifício do Colégio Luso-Internacional (CLIP). O projecto de transformação das "ruínas", junto ao Edifício Transparente, num espaço de animação diurna e nocturna, chamado Kasa da Praia, recebeu um parecer negativo do Instituto Português do Património Arquitectónico. (Ler caixilho)
No viaduto, os trilhos começaram a ser levantados na semana passada e a zona de obra encontra-se vedada. Embora não haja qualquer placa que identifique o objectivo da intervenção, o JN confirmou, junto do Gabinete de Comunicação da Câmara do Porto, que a empreitada vem no seguimento dos trabalhos que estão a ser realizados na Avenida da Boavista, onde boa parte do canal central já foi alcatroado.
A empreitada na Avenida, orçada em seis milhões de euros, visa a substituição das condutas de drenagem de águas pluviais para pôr fim às inundações consecutivas do Parque do Castelo do Queijo e a criação de condições para o circuito da Boavista, cuja linha de partida será, precisamente, sobre o viaduto.
Metro só com novo viaduto
As alterações também já estão a ser feitas para preparar uma eventual chegada do metro à Avenida, obra que terá, no entanto, de receber o aval do novo Governo.
Certo é que, sem os trilhos no actual viaduto, e a ser aprovada a linha de metro Boavista - Matosinhos-Sul (linha laranja) terá de ser, obrigatoriamente, construído um novo viaduto sobre o Parque da Cidade. Que, aliás, já foi projectado pelo arquitecto Álvaro Siza Vieira.
A tese de Oliveira Marques, presidente do Conselho Executivo da Empresa do Metro do Porto, parece, assim, sair vencedora, muito embora o engenheiro responsável pelo viaduto do Parque da Cidade, João Pires da Fonseca, tenha garantido que a estrutura - que veio a receber um prémio Secil de Engenharia - foi pensada para acolher o metro ligeiro de superfície.
Recorde-se que a construção de um novo viaduto sobre o Parque da Cidade, paralelo ao já existente e para utilização exclusiva das carruagens do metro, tem suscitado inúmeras críticas pelo impacto que terá no espaço verde.
fonte:
JN