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Caminhos de Ferro Angolanos | Angola's Railroads

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#1 · (Edited)
Angolan Railroads News and Projects



Comboio chega a Ndalatando

O comboio voltou a apitar em Ndalatando, na última segunda -feira, dia em que se realizou a viagem experimental entre o quilómetro trinta, em Viana, e a referida localidade. A população local, refira-se, não via o comboio desde 1992. Para o governador provincial do Kwanza-Norte, Henrique André Júnior, a entrada em circulação do comboio vai proporcionar à população melhores condições de vida e fazer com que a economia flua nos mais variados sectores.

O corredor de Luanda, acrescentou, é uma esperança na redução dos encargos com a transportação de produtos do campo para a cidade e vice-versa. O troço ferroviário Luanda/Ndalatando, construído entre os anos 1886/1889, tem 241 quilómetros. Do Zenza até Luinha 51,de Luinha a Ndalatando 55 e de Ndalatando a Malanje 180 quilómetros. O primeiro comboio apitou na cidade de Ndalatando em 1902.

Regresso da locomotiva anima população

A população de Ndalatando, província do Kwanza-Norte, recebeu com aplausos a chegada do comboio, durante a viagem de experiência e testagem dos trabalhos de reparação do Caminho- de-Ferro de Luanda.

Eram cerca de 16 horas, de segunda-feira, quando a máquina apitou nas imediações da estação ferroviária de Ndalatando, facto que alegrou os munícipes da urbe, entre adultos, jovens e crianças, que no momento correram ao local para apreciarem de perto a locomotiva.

Para muitos, trata-se de um sonho tornado realidade, a julgar pelos benefícios que este meio de transporte traz para a província no geral e em particular Ndalatando. Para outros, especialmente as crianças, era a primeira vez que viam um meio de transporte daquele tamanho e feitio. Domingas António, 39 anos, disse na ocasião que a chegada do comboio a surpreendeu de tal maneira que a fez lagrimar ao recordar o passado quando viajava de Ndalatando a Luanda e vice-versa.

“Lembro-me, dos anos 80, das viagens que fazia em companhia dos meus pais e tios. Agora, acho que as vou repetir, mas com os meus filhos”, disse.

Para Galiano Fernandes, de 41 anos, a entrada em circulação do comboio vai facilitar a circulação de pessoas e bens, de Luanda a Ndalatando e até Malanje, e agradece ao Governo pelo esforço empreendido na reabilitação dos caminhos-de-ferro. Por sua vez, o professor Anastácio Garcia, sublinhou que actualmente ainda se enfrentam problemas a nível de abastecimento, quer de bens essenciais à população quer de bens materiais para alimentar as obras no domínio do programa de reconstrução da província. Com a chegada do comboio a Ndalatando, disse, "nós teremos apenas a preocupação da mobilização de transporte para os municípios que não serão atingidos por esta via".

Disse que a população, ao ver as obras, já manifestava a sua ansiedade em ver o comboio a voltar a apitar na cidade, depois de muitos anos.

Ligação Luanda-Malanje em Agosto

A ligação ferroviária entre as cidades de Luanda e de Malanje é feita em Agosto, segundo o director geral da vigésima companhia chinesa de reparação do Caminho- de-Ferro de Luanda, He Wen Jian, no final da viagem de experiência efectuada pela locomotiva proveniente da localidade da Baía (quilómetro 30, em Viana), província de Luanda, até Ndalatando, província do Kwanza- -Norte.

“Temos trabalhado forte e creio que dentro de pouco tempo é possível que este trecho esteja concluído e seja, portanto, feita a ligação Luanda/Malanje”. He Wen Jian considera positivo, o teste efectuado pela máquina, tendo constatado normalidade durante o percurso. Frisou que os trabalhos vão continuar com a montagem das linhas e construção de novas estações ao longo da via, bem como devastação da vegetação ao redor do curso ferroviário.

Segundo sublinhou, dificuldades concernentes à falta de material, precisamente cimento e aço, têm dominado o dia-a-dia dos operários.

Reabilitação e modernização dos caminhos-de-ferro em curso

O programa de Reabilitação e modernização dos Caminhos-de-ferro de Angola (CFA) prevê a restituição dos três principais troços ferroviários do país: Luanda, Benguela e Namibe.

Com início em 2001, o projecto, a ser executado num horizonte temporal de 11 anos, visa a recuperação das importantes infra-estruturas ferroviárias degradadas pela guerra, com vista a permitir a circulação de pessoas e bens dentro e fora do território nacional, assim como possibilitar e apoiar os países vizinhos, como a República Democrática do Congo, Zâmbia, Zimbabwe e Botswana.

Com uma extensão de aproximadamente dois mil 722 quilómetros, avaliado em cerca de quatro biliões de dólares norte-americanos, o projecto vai permitir criar postos de emprego para milhões de cidadãos angolanos e consiste igualmente na construção de mais uma linha-férrea e de outros segmentos transversais.

A primeira fase do programa de Reabilitação Expedita dos Caminhos-de-Ferro de Angola (CFA), orçada em 78 milhões de dólares, é concluída em Dezembro. Do plano, já foi feita a reabilitação de duzentos quilómetros, incluindo serviços de desminagem da linha-férrea do país e está em curso a reabilitação da linha ferroviária que liga a Estação do Bungo (Luanda) a Malanje, cujo reinício da circulação comercial, é restabelecida brevemente.

Com o apoio e investimento da China, a primeira fase consiste não só na reabilitação das infra-estruturas degradadas e destruídas pela guerra, mas a reparação de todas as linhas ferroviárias do país, assim como a conclusão e construção de novos eixos ferroviários, com vista à ligação de Angola com outros Estados vizinhos. O programa abrange ainda os três caminhos-de-ferro do país, nomeadamente de Benguela, com uma extensão de 1.336 quilómetros, que atravessa o centro de Angola até à costa Leste, de Luanda, com 479 Km, que vai até Malanje, passando por Ndalatando, e de Moçamedes (Namibe), com 907 Km, que liga a costa atlântica do Sul e Menongue (Kuando-Kubango).

A segunda fase, avaliada em 90 milhões de dólares e ligada à modernização dos CFA, consiste na reconstrução do troço ferroviário Luanda/Bungo/Baía e na reabilitação das linhas férreas do interior do Porto de Luanda.

A interligação das linhas existentes em Angola e a sua ligação com os caminhos-de-ferro dos Estados vizinhos fazem parte da terceira e quarta fases do Programa de Reabilitação e Desenvolvimento do Sistema Ferroviário Integrado de Angola.

No que respeita ao Caminho-de- Ferro de Luanda, que vai da estação do Bungo à província de Malanje, há dois projectos diferentes: o primeiro teve o seu início com a reabilitação do segmento urbano de Luanda, que sai do Bungo aos Musseques, e o segundo sai dos Musseques a Malanje.

Sobre o Caminho-de-Ferro de Moçamedes, uma vez operacional, vai influenciar a restauração da produção de ferro nas minas de Kassinga, município da Jamba, cujo processo paralisou há mais de 20 anos.

Quanto ao Caminho-de-Ferro de Benguela, está já projectada a construção, num horizonte de dois anos, de um novo segmento que entrar directamente na República da Zâmbia, já que actualmente a entrada para este país é feita através da República Democrática do Congo.

Projectos semelhantes ajudam o continente africano a criar fundos que permitam estimular o desenvolvimento de infra-estruturas, de forma a interligá-lo em toda a sua extensão.

Jun 01
Fonte: Jornal de Angola

http://www.angolaacontece.com/full.php?id=3221
 
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#350 ·
Não percebo como consegues falar isso do teu próprio país de Origem , Isso mostra falta de patriotismo ... Ao invés de Admirares o que o teu país está a fazer para ficar bom não .. tu críticas ...( e se não gostares que use o termo " tu " para falar com " a sua pessoa " faça o favor de me dizer .....
 
#352 ·
According to the official, who spoke on the second day of the Fair of Transport, the existence of national plan of logistics platforms are the assumptions for the starting point for the extension of the development of the national rail network.
[BAngola: General plan for construction of the railway national network expects to spend USD 50 billion
Luanda The existence of a general indicative plan for the construction of the national railway network from the perspective of ten thousand to ten thousand and 600 km, expects to spend 50 billion US dollars (one dollar equals 100 kwanza), informed the Director General of National Institute of Railways, Julio Joaquim.][/B]
According to him, the national railway network, the three lines connecting the provinces of Luanda and Malanje, Lobito Luau, Namibe and Menongue, their unification will create other three main channels as north / south and the coast, north / south and the center, north / south and east.

He said the national network, the prospect of its extension and its extension to neighboring regions with countries such as the Democratic Republic of Congo, Zambia and Namibia, establish some links in certain key points, considered high population density.

Reported that on those routes will be set points for receiving the production and distribution of goods and storage of the various services, where are made the union of railways associated with the road.

As for integrated logistics network, Julio Joaquim stressed that both the integration of railways, road and maritime cabotage, are the departida points for the expansion of the national railway network.

He said the intention of the Angolan government is to expand or cover the country through a rail link, which implies necessarily unite rather with the center in a long-term project based on the three existing lines.

Ensured that the rail link across the country will allow the transportation of goods, persons and property, and will be close but either economic centers as the population centers.

Defended the need for enabling the inclusion of Cabinda in the coastal corridor, the North line will cross the province of Uige and Zaire in the Mbanza Kongo, for the province of Cabinda not dependent on the air link only.

Angola: Plano geral para construção da rede nacional ferroviárias prevê gastar USD 50 mil milhões
Luanda- A existência de um Plano geral indicativo para a construção da rede nacional ferroviária, numa perspectiva de dez mil a dez mil e 600 quilômetro, prevê gastar 50 mil milhões de dólares norte-americanos ( um dólar equivale a 100 Kwanzas), informou o director geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro, Julio Joaquim.

De acordo com o responsável, que falava no segundo dia da Feira dos Transportes, a existência de plano nacional de plataformas logísticas constituem os pressupostos para o ponto de partida para a extensão do desenvolvimento da rede ferroviária nacional.

Segundo o responsável, na rede ferroviária nacional, as três linhas que ligam as províncias de Luanda e Malange, Lobito Luau, Namibe e Menongue, a sua unificação vai criar outros três canais fundamentais como, norte/sul e o litoral, norte/sul e o centro, norte/sul e o leste.

Disse que na rede nacional, a perspectiva do seu prolongamento e a sua extensão para as regiões limítrofes com os países como a República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia, estabelecerá algumas ligações em determinados pontos fundamentais, considerados de alta densidade populacional.

Informou que nas ligações referidas estarão definidos os pontos para a recepção da produção e a distribuição dos produtos, bem como o armazenamento dos vários serviços, por onde forem feitos a união da rede ferroviária associada com a rodoviária.

Quanto a rede integrada logística, Julio Joaquim, sublinhou que tanto a integração da rede ferroviária, rodoviária e a de cabotagem maritíma, são os pontos departida para a expansão da rede ferroviária nacional.

Disse que a intenção do Executivo angolano é expandir ou cobrir o território nacional através de uma ligação ferroviária, o que pressupõe necessariamente unir a preferia com o centro num projecto a longo prazo tendo como base as três linhas já existentes.

Garantiu que a ligação ferroviária em todo território nacional vai permitir a transportação de mercadorias, pessoas e bens, e será mas próximo, quer dos centros económicos como dos centros populacional.

Defendeu a necessidade de viabilização a inserção de Cabinda no corredor litoral, da linha do Norte que vai atravessar a província do Uige e a do Zaire no Mbanza Kongo, para que a província de Cabinda não dependa apenas da ligação aérea.

http://www.portalangop.co.ao/angola...oes,3227c60d-a68e-4378-b874-8ee67b9fb4ae.html
 
#353 ·
Angola wants to take the train to all the provincial capitals

The Angolan government plans to invest 40 billion euros in the construction of 10,600 kilometers of national rail network to take the train to all the provincial capitals, according to information released today in Luanda.

At issue is a long-term program for network expansion, announced by the general director of the National Institute of Angola Railways (INCFA), Bango Joaquim, following the rehabilitation of three existing lines - Luanda, Benguela and Moçâmedes - , achieved in recent years.

"This way, we will have the country fully crossed by rail network, which will allow all the provincial capitals are covered," said the official. Cited by Angolan public radio today, stressed treat yourself to a project with an investment estimated "around" 50 billion (approximately EUR 40 billion), to develop "in the long run." Bango Joaquim said that also includes links to the rail networks of the Democratic Republic of Congo, Zambia and Namibia.
The goal, in addition to extending the transport of passengers to the interior of the country, connecting the lines that run today in the cities of Luanda, Lobito and Namibe - rehabilitated and extended after the end of the civil war in 2012 - goes through articulate in freight, road and rail networks, ports and logistics platforms at the borders with neighboring countries.
Under this strategy, according to the director of INCFA, is already completed the feasibility study to expand the rail network in the north, involving the provinces of Uige, Zaire and Cabinda

Angola quer levar o comboio a todas as capitais de província

O Executivo angolano prevê investir 40 mil milhões de euros na construção de 10.600 quilómetros de rede ferroviária nacional para levar o comboio a todas as capitais de província, segundo informação divulgada hoje em Luanda.

Em causa está um programa de longo prazo para expansão da rede, anunciado pelo diretor geral do Instituto Nacional dos Caminhos de Ferro de Angola (INCFA), Júlio Bango Joaquim, que se segue à reabilitação das três linhas existentes - Luanda, Benguela e Moçâmedes -, concretizada nos últimos anos.

"Desta forma, teremos o país totalmente atravessado por rede ferroviária, o que vai permitir que todas a capitais de província sejam abrangidas", disse o responsável. Citado hoje pela rádio pública angolana, sublinhou tratar-se de um projeto com uma estimativa de investimento "à volta" de 50 mil milhões de dólares (cerca de 40 mil milhões de euros), a desenvolver "no longo prazo". Júlio Bango Joaquim referiu que contempla ainda as ligações às redes ferroviárias da República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia.
O objetivo, além de alargar o transporte de passageiros até ao interior do país, interligando as linhas que hoje partem das cidades de Luanda, Lobito e Namibe - reabilitadas e prolongadas após o fim da guerra civil, em 2012 -, passa por articular, no transporte de mercadorias, as redes ferroviárias e rodoviárias, os portos e as plataformas logísticas junto às fronteiras com os países vizinhos.
No âmbito desta estratégia, segundo o diretor do INCFA, está já concluído o estudo de viabilidade para alargar a rede ferroviária no norte, envolvendo as províncias do Uíge, Zaire e Cabinda.

http://www.angonoticias.com/Artigos...ar-o-comboio-a-todas-as-capitais-de-provincia
 
#358 ·
Numa veia mais histórica...

CFB. O fim da concessão de 99 anos e o início da nova era
AGORA
28 Novembro 2014
LILAS ORLOV, em Benguela

Completam-se, nesta sexta-feira, 13 anos desde que a Companhia dos Caminhos-de-Ferro de Benguela passou para a tutela absoluta do Estado Angolano, depois de quase um século de exploração por um consórcio internacional luso-belga.

Durante quase um século, a companhia sobreviveu de revezes, perdão de amortização de obrigações e prejuízos que, em 1974, foram calculados em mais de 56 milhões de libras inglesas. Em 1948, conheceu alguma recuperação, permitindo, após 50 (1954) anos de actividade, realizar a primeira distribuição de dividendos. A história da mais importante operadora ferroviária nacional é um drama de mortes, destruição, incapacitação, sabotagens, reabilitação e esperança de modernização.

Com os olhos postos na inauguração do último troço Luena/Luau, para a abertura da circulação internacional, a história da Companhia do CFB começa com o cidadão britânico Sir. Robert Williams, a quem o Governo Português concedeu, em 1899, o direito de construir e de explorar um caminho-de-ferro que, partindo do Lobito, seguiria até à fronteira Leste de Angola.

O contrato de concessão de 99 anos foi publicado no Diário do Governo n.º 271, de 29 de Novembro de 1902, que, no artigo 55, diz textualmente: “Na data em que expirar o prazo de concessão (28 Novembro 2001), o Estado de Angola ficará sub-rogado de todos os direitos do concessionário e entrará imediatamente na posse do Caminho-de-Ferro com todo o material fixo, circulante, edifícios e dependências de qualquer natureza que sejam, sem que, para isso, a companhia tenha direito de receber indemnização alguma” – sic.

Em Março de 1903, começou a construção da linha que viria a terminar em Fevereiro de 1929, alcançando o PK 1.346, no Luau/Moxico, fronteira com o ex-Congo Belga. Foram 26 anos de dificuldades financeiras que o operador enfrentou e atrasos, devido à natureza topográfica de Angola. Em Julho do mesmo ano, foi aberto ao serviço público e a 4 Julho de 1931 ao tráfego internacional.

Em 1949, o aumento do tráfego forçou a companhia a realizar melhorias na via, com a construção da Variante Luena/São Pedro, numa extensão de 2 km que evitou o sistema de tramalheira existente. Em 1962/64, foi construída a Variante Cubal que encurtou a linha em 44 km, com um traçado mais suave e moderno, aumentando a capacidade de transportação de 3 para 10 milhões de tone- ladas de mercadorias/ano. Ao mesmo tempo, era convertido o sistema de tracção a vapor para diesel.

A prosperidade da companhia permitiu a construção ao longo da via de hospitais, postos médicos, cantinas, centros sociais, clubes ferroviários e uma caixa de previdência do pessoal do CFB, primeiro na dependência da companhia e em 1968, tornou-se uma instituição independente da companhia com autonomia administrativa e financeira.

RESGATE À SOBERANIA
Depois da conquista da independência nacional (11/11/1975) e da tomada da banca (14/08/1975), o controlo absoluto da companhia dos CFB (28/11/2001) foi tido como símbolo do resgate da independência económica de Angola. Mesmo na condição de um resgate de uma infra-estrutura parcialmente destruída pelas perturbações da guerra, a sua importância social, económica afectiva, a dimensão estratégica para o país e as economias da África Austral e Central justificam a histórica fundamentação da soberania.

A 28/11/2001, uma comissão de recepção nomeada pelo Governo de Angola fez-se presente no Lobito, para subscrever o Termo de Concessão da companhia. A comissão chefiada por Carlos Alberto Lopes, ex-ministro das Finanças, foi integrada por Pepe Rivelino de Gove, director do Gabinete do Corredor do Lobito e entidades delegadas pelo Ministério dos Transportes, enquanto a companhia dos CFB foi representada por Guilherme Guimarães Prata, presidente do Conselho de Administração.

Devido a situações fora de controlo da companhia dos CFB (conflito armado), não foi possível receber os bens em estado de funcionamento acordado no espírito do Contrato de Concessão.

É importante realçar que o contributo do Governo de Angola foi sempre decisivo para que as perturbações da guerra não obrigassem a paralisação total da circulação ferroviária, que era feita em troços como Lobito/Benguela e Kalenga/Santa Iria/Huambo.

Em 1979, sob auspícios da Comissão Eco- nómica Europeia/CEE, conseguiu uma concepção de um financiamento no valor de 18.430 milhões de dólares, para o lançamento da primeira fase da revitalização da via para o tráfego internacional.

Em Novembro de 1979, foram anunciadas, em Bruxelas, importantes financiamentos para o país, que culminaram em Junho/1981, com um contrato de fornecimento de locomotivas Diesel no valor de 15.561 milhões de dólares e, em Abril de 1986, o fornecimento de 6 locomotivas de manobras e os seus sobressalentes no valor de 3.411 milhões de dólares. Mas, o agravamento das perturbações militares, em 1986, forçaram a paralisação de longo curso.

A 21 de Maio 1991, José Eduardo dos Santos, animado pelos Acordos de Bicesse (31 de Maio 1991), visitou o Lobito e, nas instalações do CFB, assinou a autorização do Programa de Emergência do Corredor do Lobito que dava prioridade à reabilitação específica da sua linha ao Cuito/Bié, no valor de 23 milhões de dólares. A reabilitação permitiu a retomada do tráfego Lobito/Huambo/Chiguar, tendo os primeiros comboios chegado ao Huambo em Novembro de 1991. Depois das eleições de 1992, tudo foi novamente destruído.

Em 1994, ocorreu nova tentativa com os Acordos de Lusaca. Em Dezembro de 1996, foi estabelecido, com a italiana Torri di Vali, um contrato de reabilitação do CFB, do Lobito ao Luau, em regime de Burter com a contrapartida da exploração do perímetro florestal da companhia. O contrato não avançou devido à instabilidade militar.

ESTUDOS E INVESTIMENTOS
Qualificado como empresa prioritária, à luz do Decreto 06/82 de 25 de Janeiro, a companhia dos CFB foi um poço sem retorno de investimentos brutais do Estado Angolano e dos accionistas privados, tudo na tentativa de manter a sua circulação. Os primeiros dividendos alcançados pelo consórcio foram em 1954, isto é, 51 anos depois da constituição da companhia. Em 1974, o consórcio deixou de ter lucros. E, com a falta deles, os accionistas privados não tiveram oportunidade de se ressarcir do capital investido, nem amortizado grande parte das suas obrigações e juros. Perdoaram, igualmente, as amortizações de algumas obrigações que, no conjunto, foram calculadas em perdas superiores a 56 milhões de libras inglesas.

O ónus destes prejuízos sobrou para o Governo de Angola que, além dos custos da guerra civil, foi dando contribuições financeiras substanciais à companhia.

É assim que, na década de 1990, foi lançado o Estudo do Sistema de Transportes do Porto do Lobito, que deu lugar à criação do corredor com o mesmo nome. O Plano de Desenvolvimento de 10 anos compreendia 62 projectos, cobrindo muitos campos com custos estimados em 575 milhões de dólares, dos quais 24 projectos no montante de 346 milhões pertenciam ao CFB.

Outro estudo solicitado pelo Governo Angolano e financiado pelo Banco Mundial foi da viabilidade do Corredor do Lobito que, devido à guerra, nunca foi avante.

Outra tentativa foi a implementação de um novo e moderno sistema de transportes de base ferroviário no perímetro Lobito/Benguela, designado por STILOB (Sistema de Transportes Integrados do Lobito e Benguela), com várias interfaces nas duas cidades. De chancela francesa, o STILOB deveria constituir-se numa importante base de infraestruturas económicas e sociais. “Temos esperança de que o esforço do Governo de Angola que impediu a paralisação completa da linha e a sua motivação de não só ficar com um importante património, que é o CFB, que lhe é entregue hoje, opte também por ficar com a companhia, a CCFB- SARL”, diria na cerimónia de cessação do contrato Guilherme Guimarães Pratas, então PCA dos CFB.

DISPÊNDIOS DO ESTADO
“...Também lhe entregará o carvão de pedra e outros abastecimentos que serão pagos segundo a avaliação de louvados. O Governo não será obrigado a adquirir o carvão e demais abastecimentos que excedam o necessário de 6 meses”, lê-se num outro artigo clausurado no Contrato de Concessão. À data da cessação do contrato (28/11/2001), o Estado Angolano havia despendido dos seus cofres mais de 85 milhões de dólares em investimentos directos.

O património herdado não foi avaliado por dificuldades de um levantamento físico, dadas as circunstâncias políticas. “Esta entrega aumenta o património do Estado. Mas o Governo não recebe o CFB nas condições previstas no contrato. É um desafio termos que arcar com os custos de reconstrução e modernização”, acentuava, na ocasião, o presidente da Comissão de Recepção do Governo, Carlos Alberto Lopes.

Três meses depois, a 22/02/2002, o país sofria uma reviravolta política: terminava a guerra. A 4 de Abril 2002, eram assinados os Acordos de Paz e Reconciliação Nacional. A 6 de Janeiro 2006, iniciavam os trabalhos de reabilitação e modernização dos CFB, com custos avaliados em mais de 2 mil milhões de dólares, depois de mais de dois anos de duro processo de desminagem. Em 2015, o CFB reiniciará a exploração comercial internacional dos caminhos-de-ferro, após 25 anos de paralisação.


ALGUMAS REFERÊNCIAS DO PASSADO

O CFB tem 1.301 km de linha, partindo do Lobito, na costa, ao Luau, no Leste e é a única ligação ferroviária da África Central ao Atlântico. A sua construção foi iniciada a 1 de Março de 1903, tendo ficado concluída a 2 de Fevereiro de 1929. A 10 de Junho de 1931, chegou ao porto do Lobito o primeiro carregamento de cobre do Katanga (RDC).

VARIANTE DO CUBAL. Nos anos 70, foi construída esta variante. Considerando todas as outras, incluindo desvios, a linha totaliza agora 1.679 km, subindo 1.854 m nos primeiros 350 km.

POLIGNO FLORESTAL. O CFB é proprietário da maior plantação privada de eucaliptos do mundo, com 37.000 hectares. Já chegou a utilizar 570.000 toneladas de madeira por ano, para satisfazer as suas necessidades ao longo da linha, particularmente na época em que as locomotivas eram movidas a vapor. Durante os primeiros 35 anos, a lenha foi o único combustível utilizado nas locomotivas e noutros equipamentos a vapor do CFB. As plantações de eucaliptos estavam distribuídas por 20 perímetros florestais, localizados ao longo da via-férrea, com cerca de 96 milhões de eucaliptos, desde o km 200 até ao km 1.300.

MATERIAL CIRCULANTE. O CFB já possuiu 102 máquinas movidas a vapor. A primeira locomotiva, a 01, chegou ao Lobito em Novembro de 1904, com os primeiros materiais aí descarregados. Foi fabricada em Leeds, de onde saiu com o n.º 847. De dimensões muito reduzidas (cerca de 3,5 a 4 metros de comprimento), possui dois rodados conjugados, com rodas de pequeno diâmetro, e o seu farol era um candeeiro de petróleo. A partir de 1905, começou a trabalhar no transporte de materiais para a construção da linha no primeiro troço Lobito/Catumbela.

ILUMINAÇÃO COM CANDEEIROS. As carruagens de passageiros, fornecidas ao CFB em 1926, eram iluminadas à electricidade, tendo candeeiros de azeite para serem utilizados em caso de necessidade.

OFICINAS GERAIS DO HUAMBO. Foram uma das maiores, mais bem equipadas e actualizadas oficinas de África. Têm uma área de centenas de metros quadrados, uma grande fundição, caldeiraria, serralharia geral, tornearia e reperfilamento de rodados, oficinas de vagões e de automóveis, secções de pintura, carpintaria, eléctricos, telecomunicações, pequena mecânica, depósito de moldes, e possuíam ainda poderosas pontes rolantes, uma das quais com capacidade para levantar 100 toneladas.
 
#377 ·
Noticia de Ontem dia 12

Moxico: Comboio da Paz a caminho do Luau

Luena - O comboio inaugural do Lobito (Benguela) ao Luau (Moxico), denominado comboio da vitória, da paz, da reconstrução e do desenvolvimento, deixou a cidade de Luena às 14h35, com 200 passageiros, incluindo o ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomas.



O comboio tem 10 carruagens, cada com capacidade para 36 pessoas, duas das quais transformadas em restaurante, e deverá chegar a localidade do Luau à noite.

O comboio já passou pelas províncias do Huambo e Bié.

O município do Luau faz fronteira com a República Democrática do Congo.

O caminho-de-ferro de Benguela tem uma extensão de 1.344 quilómetros. Encontra-se ligado aos sistemas ferroviários da República Democrática do Congo e da Zâmbia. Através deste último país, é possível chegar à cidade de Beira, em Moçambique, e a Dar es Salaam, na Tanzânia.

O Caminho-de-Ferro de Benguela foi criado em Agosto de 1899, mas as suas obras tiveram início a 1 de Março de 1903 e concluídas a 2 de Fevereiro de 1929.

Devido ao conflito armado que assolou o país, a circulação por esta via ficou interrompida por um período de 30 anos, sendo retomada em Agosto de 2012.​
Source

 
#391 ·
Reabilitação da totalidade da rede ferroviária de Angola (2007-2014)

Projeto de reabilitação da totalidade da rede ferroviária de Angola numa extensão aproximada de 2700 km. As obras tiveram início em 2007 e têm data prevista de conclusão para 2014. A rede de caminho-de-ferro de Angola é definida por três linhas estruturais:

— Linha de Caminho-de-Ferro de Benguela (entre o Lobito e o Luao, numa extensão total de 1340 km);

— Linha de Caminho-de-Ferro de Luanda (entre Baia e Malange, numa extensão total de 445 km);

— Linha de Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (entre Namibe e Menongue, com uma extensão total de 860 km).




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