Frente de obras para Ponte Anita Garibaldi toma forma em Laguna
Postada em 10/01/2013
A frente de obras para construção da ponte do Canal de Laranjeiras vem tomando forma nas últimas semanas. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), através do consórcio Ponte de Laguna (Camargo Corrêa-Aterpa/M.Martins-Construbase) aloca trabalhos entre o km 313 ao km 314 da BR-101 Sul catarinense, no bairro de Cabeçuda, em Laguna, iniciaram no mês de outubro de 2012 e vem expandindo a área ocupada para construção da cabeceira Norte da futura ponte. Com a construção e liberação do desvio lateral da obra e a instalação de tapumes para delimitar o espaço de atividades, a frente de trabalho se define visualmente entre a margem da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos e a rodovia federal.
Distribuídos por aproximadamente um quilômetros de obras, a movimentação de trabalhadores e equipamentos ditam o ritmo da construção, divididos na escavação de novas estacas e a finalização de outras. Ao todo, dos 20 pilares projetados,
quatro estão concretados e outros oito estão em construção. Para a construção do acesso Norte serão executadas vinte estacas (camisas), em dez conjuntos pares. Três pilares foram construídos aproveitando a condição de superficialidade da camada rochosas próximos da lagoa, e as cavidades deixadas pela equipe que realizou o salvamento arqueológico do sambaqui existente no entorno do pilar.
A frente de trabalho alocada em Cabeçuda é a primeira ação direta de construção da ponte sobre o canal. Outros trabalhos foram iniciados anteriormente, mas para dar suporte a construção, como a preparação do desvio lateral, a dragagem da Lagoa Santo Antônio dos Anjos e a construção do Canteiro Central no bairro Mato Alto, em Laguna.
A construção dos pilares – Com as camisas metálicas em posição vertical, é instalada no topo das estruturas perfuratriz para escavar a rocha e abrir caminho para a colocação das ferragens e concretagem dos pilares. Todo o sedimento é retirado por pressão, sendo tratado antes do descarte. A instalação das camisas metálicas e da perfuratriz é feita por guindastes de grande porte, necessários devido às dimensões da obra.
As camisas metálicas vão servir de molde para a construção dos pilares de sustentação da ponte, tanto em terra firme, quanto no leito da lagoa. Pela proximidade da camada rochosa, os dois primeiros conjuntos de camisas metálicas não precisaram de bate-estaca para serem cravados ao solo. Porém, os demais passarão primeiro pelo estaqueamento, sendo necessária a união dos cilindros para atingir a base de rochas. Cada processo de instalação dos cilindros metálicos tem procedimentos distintos, onde a construção vai se adequar ao terreno para seguir com a obra.
A ponte para travessia do Canal de Laranjeiras terá 51 vãos, onde serão instaladas 134 estacas para construção dos pilares de sustentação, formados pela junção de camisas metálicas para a escavação e preenchimento com concreto. As obras na ponte ocorrem em paralelo a trabalhos executados no Canteiro Central, onde trabalhadores realizam a armação da ferragem que será utilizada na construção dos pilares em terra firme, no km 314 da BR-101 Sul/SC, em Cabeçuda.
Como será a ponte – Para a construção da ponte para travessia do Canal de Laranjeiras, a primeira etapa de construção será a fundação. Serão realizadas escavações com 2,5 metros de diâmetro, que serão protegidas com camisas metálicas do mesmo diâmetro, que aguardam próximo a pista da BR-101 Sul.
As escavações serão dentro dágua sob uma lâmina de até 3,5 metros, sendo que a estaca mais profunda chegará a 75 metros, o que equivalente a um edifício de 21 andares. As camisas metálicas serão armadas com vergalhões de concreto e depois preenchidas com concreto. O consórcio pretende disponibilizar quatro equipes trabalhando ao mesmo tempo em pontos diferentes da ponte.
A segunda etapa de construção segue assim que fundação estiver pronta, começa a construção dos pilares de concreto que irão sustentar as aduelas. A primeira aduela de cada pilar é chamada de aduela de disparo. Construída no próprio local, serve de apoio para receber as demais, que serão colocadas simultaneamente em sentidos opostos em relação ao pilar. Concluída a armação das aduelas em um vão, a estrutura é completada com as abas laterais, também pré-moldadas. As aduelas e as abas começarão a ser feitas no canteiro de obras logo ao início da obra e, assim que dois pilares contíguos ficarem prontos, elas serão transportadas e colocadas na estrutura.
Serão 780 unidades de aduelas, construídas no canteiro central e depois transportadas até a obra por meio das balsas. Cada aduela pesa acima de 90 toneladas e tem, aproximadamente, quatro metros de comprimento, sendo encaixadas umas nas outras e fixadas com cabos de tensão. Terão acrescidas abas laterais, que darão complementação à largura total da obra.
Os vãos serão subdivididos em aduelas com comprimento aproximado de 4 metros pré-moldadas e colocadas no seu local definitivo com a utilização de treliças de balanços sucessivos. Essas treliças avançarão para a posição de içamento da aduela seguinte somente após a aduela que estiver sustentada e devidamente solidarizada à estrutura.
O terceiro passo será a construção dos mastros no vão estaiado. A parte estaiada da ponte, com 400 metros de extensão, tem um vão central com 200 metros e dois laterais com 100 metros cada um. Será apoiada em dois mastros com 50 metros de altura em relação ao pavimento da ponte. Em cada lada dos mastros serão instalados 14 cabos chamados estais, totalizando 50 estais, que terão a função de sustentar e dar equilíbrio à estrutura.
O quarto e último estágio de obras serão os acabamentos. Faz parte da última etapa da obra, a colocação de proteções nas laterais e no centro da ponte, a pavimentação do tabuleiro e a pintura de faixa de sinalização.
Motoristas e pedestres devem redobrar cautela – Tanto motoristas quanto pedestres que circulam pelo trecho de obras entre o km 313 ao km 314 devem atentar a movimentação de equipamentos e trabalhadores nas obras de construção da ponte sobre o Canal de Laranjeiras. A frente de obras será toda cercada por tapumes, para evitar que pessoas não autorizadas possam acessar os trabalhos, se expondo a riscos desnecessários.
O DNIT e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) solicitam aos motoristas que não parem para visualizar a obra nem para produção fotográfica entre o km 312 ao km 315, segmento de pista simples que fica no entorno da obra. A parada no acostamento de pista ou sobre o desvio lateral expõe todos os usuários ao risco de acidentes. No trecho há sinalização vertical indicando a manutenção da velocidade de 60 km/h. Segundo a PRF, há registro de veículos que reduzem a velocidade e mesmo param nos bordos da rodovia para avistar a lagoa, reduzindo a movimentação de veículos.
Para a população lindeira é preciso atentar aos cuidados necessários para cruzar as faixas de rolagem construídas no desvio. Há dois pontos para travessia de pedestres identificados que devem ser respeitados. É proibida a entrada de pessoas não autorizadas dentro da frente de obras. Atenção redobrada também a movimentação de trabalhadores e equipamentos na rua Dr. Paulo Carneiro, no bairro Cabeçuda, lindeira aos trabalhos. Toda a movimentação de obras é acompanhada por técnicos do consórcio Ponte de Laguna.
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