Bem-vindos!
Depois de quase 2 anos sem um novo thread de fotos próprias, resolvi fazer um sorteio entre as dezenas de pastas nomeadas "thread" no meu computador e a vencedora foi a de uma viagem que fiz a Serra Gaúcha no início de Julho desse ano.
Essa viagem foi, talvez, a maior surpresa que eu tive dentro do meu estado nesses tantos anos. Eu queria aproveitar um sábado à toa pra tirar fotos das árvores avermelhadas ou sem folhas do início do inverno, e escolhi a cidade de Flores da Cunha para isso. Apesar de ter planejado voltar no mesmo dia, minha chegada atrasou pelas diversas paradas na Rota Romântica (estrada que liga a RMPOA à São Francisco de Paula) e cidadezinhas no caminho, além da própria Flores da Cunha que mereceu mais umas horas pra apreciação. Dormi na cidade e no dia seguinte estendi o passeio até Antônio Prado, por uma rota alternativa (que foi escolhida totalmente às cegas) que passava por Nova Pádua e Nova Roma. Enfim: apesar de ser o segundo destino mais visitado do interior do estado, a Região da Uva e Vinho ainda esconde muitos tesouros, e conheci uma pequena parte deles. Em apenas dois dias conheci vilarejos, pessoas, cidades; cruzei vales, rios, pontes, balsas... Leia da forma mais romântica que isso possa soar. :lol:
Região que eu visitei - basicamente Galópolis, Caxias do Sul, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul e Antônio Prado, fora as outras cidades da BR-116.
(pra quem se interessar, boa parte do passeio está disponível no Google Street View)
Rota Romântica
1. A primeira parada na Rota Romântica: Belvedere de Dois Irmãos, uma das últimas cidades da RMPOA. Os dois picos arredondados dão nome a cidade, que é uma das alemãs mais interessantes do estado. Dessa vez não cheguei a visitá-la.
2. A Rota Romântica é diferente de todas as outras estradas do Brasil por um motivo: é tomada de plátanos do início ao fim. Peguei a melhor fase deles, quando estão prestes a caducar (perder as folhas).
3.
4. Esta região é um dos berços da colonização alemã no Brasil, e a arquitetura e os costumes são bem visíveis apesar da proximidade com a capital. Daria pra fazer um roteiro só com as igrejas (luteranas e católicas) das colônias, por exemplo.
5. A viagem foi intercalada com momentos de céu claro e nuvens carregadas, além do frio leve e constante.
6. 101 anos.
7. Em frente a igreja. Esta casa e a igreja já apareceram antes no fórum, se não me engano. Esta rua é a BR-116
8. Presidente Lucena, talvez?
9. No mesmo quintal que eu "invadi" pra tirar a foto acima, encontrei esse companheiro bem amigável, com um coração na testa.
Galópolis
Galópolis eu conhecia apenas pela famosa vista da BR, com a cachoeira caindo do meio da cidade. Lembrei que, nas fotos, um casarão no topo de um morro sempre me chamou atenção. Resolvi entrar na cidade a procura do casarão, e encontrei uma vila que parecia uma mistura da Inglaterra da revolução industrial com pequenos vilarejos do norte da Itália. Engraçado que, um dia antes da viagem, eu estava olhando na internet umas fotos de Coalbrookdale, cidade-ícone da revolução industral, e me espantei com a semelhança entre as duas.
A foto que inspirou minha procura pelo casarão (o mais alto da foto)
(foto de Germano Schüür http://www.panoramio.com/photo/579914?tag=Cascatas)
Sobre o curioso nome do distrito, um pequeno histórico:
A partir de 1876, começou a ser povoada a região onde atualmente encontra-se o bairro de Galópolis, em Caxias do Sul. Inicialmente, a localidade era habitada por alguns colonos que viviam da plantação e da criação de animais. Devido à situação geográfica, a nomenclatura inicial do bairro era Vale del Profondo. Depois, recebeu denominações como Cascata da Quarta Légua, Desvio do Morro e Le Machine, este último em função da chegada, em 1891, de imigrantes operários vindos de Schio, na Itália. Em 1898, eles fundaram um pequeno lanifício, que seria adquirido, em 1904, por Hércules Galló, que o reorganizou. Em 1911, o empresário firmou sociedade com os irmãos Chavez.
Galló foi bem-sucedido na gerência do lanifício, trazendo prosperidade à localidade que deixou de se chamar Vale del Profondo e passou a ser conhecida como Galópolis, em homenagem ao empreendedor. A abertura da empresa atraiu a população e foi preciso criar uma área para as pessoas se fixarem nas proximidades. Começou a surgir a Vila Operária, série de casas de madeira, construídas em estilo inglês. No local, havia igreja, escola, armazém, cooperativa e associação beneficente.
http://www.defender.org.br/livro-narra-historia-de-galopolis/
10. Um morador do distrito, acredito.
11. O maior ícone da cidade: as casas de tijolo exposto. O conjunto ocupa uma quadra, ao lado da igreja e da praça.
12. Detalhe da igreja, de um Decó muito interessante. Ao contrário das outras vilas italianas da região, Galópolis me pasou uma impressão de muita decadência. A igreja, além de mofada, estava lotada de pombas, e o interior tinha um cheiro tão ruim que parecia que ninguém entrava lá há uns 50 anos. Até pichações eu encontrei, sendo que a população não passa dos 2500 habitantes e não vi nenhum lugar pobre nos arredores.
13.
14. Duque de Caxias, que dá nome a cidade a que Galópolis pertence, Caxias do Sul.
15. A praça é cercada de prédios ou casas antigos.
16.
17.
Apesar de ser um distrito minúsculo, Galópolis é "alongada", e foi no outro lado da vila que eu encontrei o casarão. Nesse meio-tempo fiz algumas suposições: o casarão, que, de longe, é o maior do distrito, deve ter pertencido a família do tal Galló, dono do lanifício (que, por sinal, ainda mantém a construção histórica, com as chaminés de tijolo e os armazéns). As casas de tijolo devem ter sido construída para os operários do lanifício.
18. Na rua do casarão, um artista excêntrico expõe suas criações no lado de fora da sua casa.
19.
20. O outro lado do vale.
21. E o casarão, finalmente. Não consegui um ângulo mais aberto porque a rua era muito estreita.
22. De lá a vista é muito bonita. Pena o céu escuro.
Como as fotos de Flores da Cunha não ficaram muito boas, pulo pro caminho até Antônio Prado.
Nova Pádua
23. As parreiras estavam "peladas" à espera do inverno.
24.
25.
26.
27.
28. Na zona urbana de Nova Pádua (que, mesmo sendo município, parece ser bem menor que Galópolis), no terreno de uma casa, uma enorme árvore de um alaranjado incomum me chamou atenção. Eu vi essa espécia durante todo o trajeto, mas não sabia o nome. Não me contive e bati na porta da casa pra ver se o dono sabia. Minha surpresa foi quando o dono (um senhor de 85 anos, filho de italianos) não só sabia o nome da árvore (Nogueira-Pecã, que faz a deliciosa noz-pecã) como me deu várias nozes e me chamou pra dentro da casa dele. Nunca tinha visto esse senhor antes, e, com poucos minutos de conversa, fui convidado pra almoçar com ele e sua esposa. Apesar do cheiro delicioso, ainda tinha muita estrada pela frente e não pude acompanhá-los. Fica o registro de uma das pessoas mais simpáticas que eu já conheci, que, mais tarde, descobri na internet ser uma figura ilustre da cidade. Assumo que nem desconfiei.
29.
30.
Parecia que esse carro ia abrir a boca e começar a falar. :lol:
31.
A rua principal é muito bonita, limpa e bem-cuidada, mas os jerivás tiraram um pouco do charme. Pelo menos quem plantou teve boas intenções.
Por sugestão do senhor, fui conhecer um belvedere num desvio bem curto da estrada.
32.
Paisagem no caminho pro mirante, um desvio de não mais que 3 km. Não sei que plantação é essa.
33.
Vista do belvedere. Quando escolhi o caminho alternativo pra chegar a Antônio Prado eu nem sabia que teria que cruzar esse vale, tampouco que dali a pouco todo o caminho viraria estrada de chão. Mas valeu a pena.
34.
35.
36. Lá embaixo, a estrada que mais tarde eu passaria.
Passado o belvedere, como eu já disse, o asfalto acabou e começou uma descida bem íngreme e lotada de curvas. Pensei em desistir. Teria perdido um dos trechos mais bonitos do passeio. Essa estrada é conhecida como "Trilha das Aranhas", porque no verão fica lotada de caranguejeiras. Alguns dizem que dá pra ouvir os ruídos desses aracnídeos no meio da mata. Que bom que eu fui no inverno. :lol:
37. Lá embaixo, no Rio das Antas, uma balsa lentamente atravessava pra me buscar. Custou bem menos que todos os pedágios que eu passei pra chegar ali, mesmo com o trabalho braçal dos dois rapazes. Não lembro exatamente o preço.
38. Os reflexos impressionistas das montanhas no rio e os balseiros (nome sugestivo, já que é assim que se chamam os amassadores de uva).
39. Lá em cima, o belvedere.
40.
41. A estrada, além da beleza do vale, teve outra surpresa: ela também possuía plátanos por todo o trajeto. Fico imaginando quem foi o herói que resolveu andar por todas as curvas e ladeiras ao lado do penhasco pra plantar árvores ornamentais, numa estrada completamente desconhecida e com fluxo mínimo. Mais pra frente a estrada revelou outra surpresa.
42. Fiz quase todo o trajeto a pé, com a câmera na mão. :lol:
43.
44.
45.
46.
47. E a última surpresa: em um buraco no guarda-corpo de plátanos, apareceu o reservatório, a barragem e uma hidrelétrica, que eu não tinha ideia da existência. A água jorrava forte, e, mesmo de longe, fazia bastante barulho. No fim do inverno as águas passam por cima da barragem.
48.
49. Um mirante bem simples, cravado com a assinatura de casais.
Nova Roma do Sul
No fim da estrada de terra surge Nova Roma, uma cidade de 3000 habitantes. A zona urbana parece ter só uma rua, onde se concentra o comércio e as casas mais antigas.
50.
51.
52.
53.
54. Ao lado da casa antiga, uma construção contemporânea de bom gosto. Se não me engano é a prefeitura.
55.
56.
Antônio Prado
Entre Nova Roma e Antônio Prado as paisagens eram meio repetitivas, fora uma ou outra igreja centenária e casarões de madeira. Com fome e com pressa, acabei fotografando pouca coisa.
57.
58. Araucárias cobriam quase 100% da Serra Gaúcha. Hoje são raras onde a agricultura é mais forte.
59.
60.
61.
62. Em Antônio Prado fotografei apenas a catedral (a mais bela entre as cidades italianas que eu conheço, e mais antiga que várias igrejas portuguesas do RS). Descobri que, um mês depois, essa igreja foi reformada. Estava precisando.
Se possível, visitem outros threads mais completos da cidade. É, de longe, a que mais preservou o patrimônio dos colonos italianos.
Minha viagem seguiu, mas tive pouco tempo para tirar fotos e poucas saíram dignas de postar aqui. Desde que eu fiz esse passeio, recomendo sempre pra quem visita a região de carro. Ele não existe em nenhum roteiro turístico oficial, mas é mais interessante que vários outros badalados por aí. Espero que tenham gostado!
Depois de quase 2 anos sem um novo thread de fotos próprias, resolvi fazer um sorteio entre as dezenas de pastas nomeadas "thread" no meu computador e a vencedora foi a de uma viagem que fiz a Serra Gaúcha no início de Julho desse ano.
Essa viagem foi, talvez, a maior surpresa que eu tive dentro do meu estado nesses tantos anos. Eu queria aproveitar um sábado à toa pra tirar fotos das árvores avermelhadas ou sem folhas do início do inverno, e escolhi a cidade de Flores da Cunha para isso. Apesar de ter planejado voltar no mesmo dia, minha chegada atrasou pelas diversas paradas na Rota Romântica (estrada que liga a RMPOA à São Francisco de Paula) e cidadezinhas no caminho, além da própria Flores da Cunha que mereceu mais umas horas pra apreciação. Dormi na cidade e no dia seguinte estendi o passeio até Antônio Prado, por uma rota alternativa (que foi escolhida totalmente às cegas) que passava por Nova Pádua e Nova Roma. Enfim: apesar de ser o segundo destino mais visitado do interior do estado, a Região da Uva e Vinho ainda esconde muitos tesouros, e conheci uma pequena parte deles. Em apenas dois dias conheci vilarejos, pessoas, cidades; cruzei vales, rios, pontes, balsas... Leia da forma mais romântica que isso possa soar. :lol:
Região que eu visitei - basicamente Galópolis, Caxias do Sul, Flores da Cunha, Nova Pádua, Nova Roma do Sul e Antônio Prado, fora as outras cidades da BR-116.
(pra quem se interessar, boa parte do passeio está disponível no Google Street View)
Rota Romântica
1. A primeira parada na Rota Romântica: Belvedere de Dois Irmãos, uma das últimas cidades da RMPOA. Os dois picos arredondados dão nome a cidade, que é uma das alemãs mais interessantes do estado. Dessa vez não cheguei a visitá-la.
2. A Rota Romântica é diferente de todas as outras estradas do Brasil por um motivo: é tomada de plátanos do início ao fim. Peguei a melhor fase deles, quando estão prestes a caducar (perder as folhas).
3.
4. Esta região é um dos berços da colonização alemã no Brasil, e a arquitetura e os costumes são bem visíveis apesar da proximidade com a capital. Daria pra fazer um roteiro só com as igrejas (luteranas e católicas) das colônias, por exemplo.
5. A viagem foi intercalada com momentos de céu claro e nuvens carregadas, além do frio leve e constante.
6. 101 anos.
7. Em frente a igreja. Esta casa e a igreja já apareceram antes no fórum, se não me engano. Esta rua é a BR-116
8. Presidente Lucena, talvez?
9. No mesmo quintal que eu "invadi" pra tirar a foto acima, encontrei esse companheiro bem amigável, com um coração na testa.
Galópolis
Galópolis eu conhecia apenas pela famosa vista da BR, com a cachoeira caindo do meio da cidade. Lembrei que, nas fotos, um casarão no topo de um morro sempre me chamou atenção. Resolvi entrar na cidade a procura do casarão, e encontrei uma vila que parecia uma mistura da Inglaterra da revolução industrial com pequenos vilarejos do norte da Itália. Engraçado que, um dia antes da viagem, eu estava olhando na internet umas fotos de Coalbrookdale, cidade-ícone da revolução industral, e me espantei com a semelhança entre as duas.
A foto que inspirou minha procura pelo casarão (o mais alto da foto)
(foto de Germano Schüür http://www.panoramio.com/photo/579914?tag=Cascatas)
Sobre o curioso nome do distrito, um pequeno histórico:
A partir de 1876, começou a ser povoada a região onde atualmente encontra-se o bairro de Galópolis, em Caxias do Sul. Inicialmente, a localidade era habitada por alguns colonos que viviam da plantação e da criação de animais. Devido à situação geográfica, a nomenclatura inicial do bairro era Vale del Profondo. Depois, recebeu denominações como Cascata da Quarta Légua, Desvio do Morro e Le Machine, este último em função da chegada, em 1891, de imigrantes operários vindos de Schio, na Itália. Em 1898, eles fundaram um pequeno lanifício, que seria adquirido, em 1904, por Hércules Galló, que o reorganizou. Em 1911, o empresário firmou sociedade com os irmãos Chavez.
Galló foi bem-sucedido na gerência do lanifício, trazendo prosperidade à localidade que deixou de se chamar Vale del Profondo e passou a ser conhecida como Galópolis, em homenagem ao empreendedor. A abertura da empresa atraiu a população e foi preciso criar uma área para as pessoas se fixarem nas proximidades. Começou a surgir a Vila Operária, série de casas de madeira, construídas em estilo inglês. No local, havia igreja, escola, armazém, cooperativa e associação beneficente.
http://www.defender.org.br/livro-narra-historia-de-galopolis/
10. Um morador do distrito, acredito.
11. O maior ícone da cidade: as casas de tijolo exposto. O conjunto ocupa uma quadra, ao lado da igreja e da praça.
12. Detalhe da igreja, de um Decó muito interessante. Ao contrário das outras vilas italianas da região, Galópolis me pasou uma impressão de muita decadência. A igreja, além de mofada, estava lotada de pombas, e o interior tinha um cheiro tão ruim que parecia que ninguém entrava lá há uns 50 anos. Até pichações eu encontrei, sendo que a população não passa dos 2500 habitantes e não vi nenhum lugar pobre nos arredores.
13.
14. Duque de Caxias, que dá nome a cidade a que Galópolis pertence, Caxias do Sul.
15. A praça é cercada de prédios ou casas antigos.
16.
17.
Apesar de ser um distrito minúsculo, Galópolis é "alongada", e foi no outro lado da vila que eu encontrei o casarão. Nesse meio-tempo fiz algumas suposições: o casarão, que, de longe, é o maior do distrito, deve ter pertencido a família do tal Galló, dono do lanifício (que, por sinal, ainda mantém a construção histórica, com as chaminés de tijolo e os armazéns). As casas de tijolo devem ter sido construída para os operários do lanifício.
18. Na rua do casarão, um artista excêntrico expõe suas criações no lado de fora da sua casa.
19.
20. O outro lado do vale.
21. E o casarão, finalmente. Não consegui um ângulo mais aberto porque a rua era muito estreita.
22. De lá a vista é muito bonita. Pena o céu escuro.
Como as fotos de Flores da Cunha não ficaram muito boas, pulo pro caminho até Antônio Prado.
Nova Pádua
23. As parreiras estavam "peladas" à espera do inverno.
24.
25.
26.
27.
28. Na zona urbana de Nova Pádua (que, mesmo sendo município, parece ser bem menor que Galópolis), no terreno de uma casa, uma enorme árvore de um alaranjado incomum me chamou atenção. Eu vi essa espécia durante todo o trajeto, mas não sabia o nome. Não me contive e bati na porta da casa pra ver se o dono sabia. Minha surpresa foi quando o dono (um senhor de 85 anos, filho de italianos) não só sabia o nome da árvore (Nogueira-Pecã, que faz a deliciosa noz-pecã) como me deu várias nozes e me chamou pra dentro da casa dele. Nunca tinha visto esse senhor antes, e, com poucos minutos de conversa, fui convidado pra almoçar com ele e sua esposa. Apesar do cheiro delicioso, ainda tinha muita estrada pela frente e não pude acompanhá-los. Fica o registro de uma das pessoas mais simpáticas que eu já conheci, que, mais tarde, descobri na internet ser uma figura ilustre da cidade. Assumo que nem desconfiei.
29.
30.
Parecia que esse carro ia abrir a boca e começar a falar. :lol:
31.
A rua principal é muito bonita, limpa e bem-cuidada, mas os jerivás tiraram um pouco do charme. Pelo menos quem plantou teve boas intenções.
Por sugestão do senhor, fui conhecer um belvedere num desvio bem curto da estrada.
32.
Paisagem no caminho pro mirante, um desvio de não mais que 3 km. Não sei que plantação é essa.
33.
Vista do belvedere. Quando escolhi o caminho alternativo pra chegar a Antônio Prado eu nem sabia que teria que cruzar esse vale, tampouco que dali a pouco todo o caminho viraria estrada de chão. Mas valeu a pena.
34.
35.
36. Lá embaixo, a estrada que mais tarde eu passaria.
Passado o belvedere, como eu já disse, o asfalto acabou e começou uma descida bem íngreme e lotada de curvas. Pensei em desistir. Teria perdido um dos trechos mais bonitos do passeio. Essa estrada é conhecida como "Trilha das Aranhas", porque no verão fica lotada de caranguejeiras. Alguns dizem que dá pra ouvir os ruídos desses aracnídeos no meio da mata. Que bom que eu fui no inverno. :lol:
37. Lá embaixo, no Rio das Antas, uma balsa lentamente atravessava pra me buscar. Custou bem menos que todos os pedágios que eu passei pra chegar ali, mesmo com o trabalho braçal dos dois rapazes. Não lembro exatamente o preço.
38. Os reflexos impressionistas das montanhas no rio e os balseiros (nome sugestivo, já que é assim que se chamam os amassadores de uva).
39. Lá em cima, o belvedere.
40.
41. A estrada, além da beleza do vale, teve outra surpresa: ela também possuía plátanos por todo o trajeto. Fico imaginando quem foi o herói que resolveu andar por todas as curvas e ladeiras ao lado do penhasco pra plantar árvores ornamentais, numa estrada completamente desconhecida e com fluxo mínimo. Mais pra frente a estrada revelou outra surpresa.
42. Fiz quase todo o trajeto a pé, com a câmera na mão. :lol:
43.
44.
45.
46.
47. E a última surpresa: em um buraco no guarda-corpo de plátanos, apareceu o reservatório, a barragem e uma hidrelétrica, que eu não tinha ideia da existência. A água jorrava forte, e, mesmo de longe, fazia bastante barulho. No fim do inverno as águas passam por cima da barragem.
48.
49. Um mirante bem simples, cravado com a assinatura de casais.
Nova Roma do Sul
No fim da estrada de terra surge Nova Roma, uma cidade de 3000 habitantes. A zona urbana parece ter só uma rua, onde se concentra o comércio e as casas mais antigas.
50.
51.
52.
53.
54. Ao lado da casa antiga, uma construção contemporânea de bom gosto. Se não me engano é a prefeitura.
55.
56.
Antônio Prado
Entre Nova Roma e Antônio Prado as paisagens eram meio repetitivas, fora uma ou outra igreja centenária e casarões de madeira. Com fome e com pressa, acabei fotografando pouca coisa.
57.
58. Araucárias cobriam quase 100% da Serra Gaúcha. Hoje são raras onde a agricultura é mais forte.
59.
60.
61.
62. Em Antônio Prado fotografei apenas a catedral (a mais bela entre as cidades italianas que eu conheço, e mais antiga que várias igrejas portuguesas do RS). Descobri que, um mês depois, essa igreja foi reformada. Estava precisando.
Se possível, visitem outros threads mais completos da cidade. É, de longe, a que mais preservou o patrimônio dos colonos italianos.
Minha viagem seguiu, mas tive pouco tempo para tirar fotos e poucas saíram dignas de postar aqui. Desde que eu fiz esse passeio, recomendo sempre pra quem visita a região de carro. Ele não existe em nenhum roteiro turístico oficial, mas é mais interessante que vários outros badalados por aí. Espero que tenham gostado!