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A encruzilhada do Centro

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Uma série de reportagens de Zero Hora investiga as chances de recuperação da mais importante e tradicional zona urbana gaúcha, o centro de Porto Alegre



Região com a maior concentração de edifícios na cidade, o coração da Capital perdeu um terço do número de habitantes nos últimos 25 anos (foto Júlio Cordeiro/ZH)


Antigo cartão de visitas que orgulhava os gaúchos, a área central de Porto Alegre amarga perda de moradores e se degrada


Capital
Um vazio no coração da Capital
A encruzilhada do Centro (1)
ITAMAR MELO


Maior reduto de espigões do Rio Grande do Sul, o centro de Porto Alegre está se transformando em um bairro térreo. A panela de pressão de transeuntes, panfleteiros, camelôs, mendigos, manifestantes, terminais de ônibus e lojas ao nível do solo oculta a falta de vitalidade nos pavimentos superiores, mais rarefeita à medida que se vão galgando andares.

O esvaziamento do Centro - há apenas meio século um cartão de visitas dos gaúchos - se traduz em andares desocupados, prédios inteiros à venda e declínio acentuado no número de moradores. Enquanto a população da cidade aumentou 26% no último quarto de século e bairros chegaram a quadruplicar de tamanho, o Centro perdeu um terço de seus habitantes. Quinze mil pessoas debandaram, reduzindo a população da área de 49 mil em 1980 para 34 mil hoje. Um de cada 10 imóveis está desocupado, segundo a Secretaria do Planejamento Municipal.

De zona elegante que servia de sonho de consumo dos gaúchos, o bairro converteu-se em um território subjugado pela combinação de comércio informal, acessos complicados e criminalidade. A degradação atesta o fracasso dos projetos de recuperação e humanização tentados desde os anos 80.

É para revelar como ocorreu esse processo e mostrar como sair dele que Zero Hora preparou uma série de reportagens. Deste domingo até a próxima sexta-feira, os leitores saberão por que uma estreita península à beira do Guaíba tornou-se o coração e o cérebro do Rio Grande do Sul, de que forma condicionou todo o posterior crescimento da cidade, como converteu-se em exemplo de sofisticação e de que maneira a decadência e decisões políticas questionáveis permitiram o avanço dos camelôs pelas principais vias. Também descobrirão o que ainda pode ser feito para revigorar o Centro.

Especialistas alertam: a hora de agir é agora. O Centro é hoje, entre os 78 bairros da Capital, aquele com maior número de imóveis usados à venda: 8% do total da cidade, apesar de já não ter terrenos disponíveis para empreendimentos imobiliários. Quanto maior a perda de habitantes, mais acelerado será o esvaziamento. A idade avançada dos moradores, muitos deles idosos ali residentes desde os gloriosos anos 40 e 50, é um desafio extra para os urbanistas. No Centro, apenas 7% da população tem até nove anos, contra 15% na cidade. Em compensação, 20% superaram os 60 anos. No município todo, o índice cai para 12%.

A desocupação vai além dos prédios residenciais. A falta de estacionamento, as ruas atravancadas de camelôs e o declínio do perfil de renda do freqüentador empurraram para fora do Centro profissionais liberais como médicos ou advogados. O resultado são andares ou prédios vazios. O antigo edifício da Companhia União de Seguros, um colosso de cerca de 14 mil metros quadrados em frente à prefeitura, encontra-se à venda há meses. Imensas faixas chegaram a ser afixadas na fachada para anunciar a disponibilidade.

Região abriga um de cada cinco imóveis oferecidos para alugar

Em plena Esquina Democrática, o ponto nevrálgico da Capital, um edifício por onde passam diariamente dezenas de milhares de pessoas encontra-se desde o ano passado com todos os andares superiores, totalizando 2,16 mil metros quadrados, à espera de locadores. A única área ocupada, por um banco, é o térreo.

- A regra no Centro é que, se a pessoa tiver de subir um andar, é melhor esquecer. Ninguém sobe escada. Eu próprio tenho dificuldade de alugar espaços no andar de cima - conta Fernando Guaspari, sócio-gerente do Shopping de Fábrica Guaspari.

Com a procura diminuta, o valor dos aluguéis encolheu, e é possível ter uma sala por R$ 150. Segundo profissionais do ramo imobiliário, isso permite a ambulantes locar pequenos espaços para guardar seus produtos, o que explica o súbito aparecimento de guarda-chuvas nas bancas ao primeiro sinal de precipitação.

- Prédios que antes eram de alto padrão agora são depósitos de quinquilharias. Em alguns locais, só o que tem valor é o térreo. Chegamos ao ponto de vender áreas nobres do Centro nas quais os proprietários construíram edifício de apenas dois andares, porque não compensa fazer mais do que isso - diz Gilberto Cabeda, vice-presidente de comercialização do Sindicato da Habitação do Estado (Secovi).

De cada cinco espaços disponíveis para alugar na Capital, um fica no Centro. Conforme o balanço do Secovi de fevereiro, havia na área central 1.115 imóveis para locação, o suficiente para abrigar a população de municípios inteiros. Eles formam uma cidade fantasma que pede atenção.
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A líder comunitária pretende ir embora


Presidente da associação das famílias que residem na Salgado Filho, Margarida quer mudar-se mas não acha quem compre o apartamento


O desprestígio da moradia no Centro encontra um dos seus melhores exemplos em Elda Margarida Resende de Leiva, 63 anos. Presidente da Associação de Moradores da Avenida Salgado Filho, ela não vê a hora de deixar a Salgado Filho. Fez várias tentativas ao longo dos últimos anos, mas não conseguiu se desfazer do apartamento de 92 metros quadrados com vista para o Guaíba.

- Tentei mudar para um bairro menos bagunçado em várias ocasiões, mas aqui não se consegue vender apartamento. No ano passado, coloquei o meu à venda por R$ 80 mil, mas aqui só sai por preço baixo, que não permite comprar nada em outro lugar - conta.

Margarida mudou-se há 55 anos de Bagé para o edifício Nice, um portento de 15 andares e 92 apartamentos. Na época, a Salgado Filho fazia parte de outra galáxia. Recém-construída sob a inspiração dos bulevares franceses, era repleta de lojas chiques. Como Margarida, muitos dos moradores eram filhos de fazendeiros do Interior que vinham à Capital para estudar.

Bulevar se transformou em rodoviária a céu aberto

Nos finais de tarde, ela escolhia um vestido bonito, maquiava-se, punha perfume e descia com as amigas para fazer o footing na Rua da Praia.

- As vitrinas ficavam abertas até as 23h, e havia confeitarias famosas. As moças caminhavam na calçada, paquerando com o rabo do olhos os rapazes de ternos e gravata parados no meio da rua - recorda.

O gatilho da degradação da Salgado Filho, afirma, foi sua conversão em rodoviária a céu aberto, no final dos anos 70. As 30 linhas de ônibus transferidas para o local transformaram o antigo bulevar em uma área barulhenta e repleta de filas de passageiros, bloqueando a saída dos prédios residenciais.

O movimento trouxe também os camelôs, incluindo um vendedor de batidas de cachaça que tornou a zona ponto de encontro de bêbados, e a marginalidade. Margarida relata que, horas antes de conceder entrevista a Zero Hora, havia testemunhado a relação sexual de um casal na calçada de seu edifício.

- À noite, não dá para dormir por causa das brigas, tiroteios e gritaria. Muitos moradores que eu conhecia ficaram saturados e foram embora. Meu prédio tem hoje uns 10 apartamentos vazios e outros tantos à venda - conta.
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Procuram-se moradores - A alternativa

Para recuperar áreas degradadas, é preciso incrementar o número de moradores. É o oposto do que está ocorrendo no Centro, alertam urbanistas e arquitetos. Presidente da empresa de estudos de mercado Urban Systems, o engenheiro Thomaz Assumpção defende que o poder público, via incentivos fiscais, induza públicos com um novo perfil a morar no Centro. Uma das saídas seria facilitar a conversão de prédios de escritórios semi-abandonados em edifícios residenciais.

- Se o prefeito concede isenção de imposto para que façam investimento lá no fim do mundo, por que não pode fazer o mesmo para favorecer residenciais para estudantes e idosos, que não precisam de imóvel grande? - questiona.

Em Porto Alegre, a Caixa Econômica Federal (CEF) responde por uma das raras apostas nessa linha, o Programa de Arrendamento Residencial, que já levou 309 famílias a residirem em cinco prédios recuperados na área central nos últimos três anos. O alvo do programa são pessoas com renda de até seis salários mínimos para quem o Centro signifique acesso privilegiado a transporte, serviços, trabalho e lazer.

- Dos cinco prédios que entregamos, quatro estavam abandonados. Ou seja, não tinham vida nenhuma. A ida dessas família levou vitalidade, movimentou o comércio e aumentou a segurança - afirma o superintendente institucional da CEF no Estado, Valdemir Colla.

Os prédios são comprados pela Caixa, reformados e adaptados para moradia. A aquisição dos pequenos apartamentos (de 22 a 55 metros quadrados) é parcelada em 15 anos. Entre eles há edifícios como o Sul América, quase na esquina da Borges de Medeiros com a Rua da Praia, um dos mais altos da cidade quando foi concluído, em 1938. Então destinado a 26 famílias de alta renda, deu lugar a 78 unidades com áreas de 22 a 37 metros quadrados.

- A saída é transformar os imóveis em prédios de apartamentos pequenos. São os mais procurados, por causa do custo - opina Ederon Amaro Soares da Silva, ex-presidente do Secovi.

A administração municipal aposta em melhorar as condições ambientais do Centro.

- Isso é que vai atrair moradores - acredita o gerente do Programa Viva o Centro, Glênio Bohrer.
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Nova vizinhança é atraída pelos preços


Em prédio recuperado pela Caixa e destinado a famílias de baixa renda, a artesã Mariluza se acostuma com o movimento e com a nova vida


Trocar um apartamento alugado no bairro Independência por um imóvel próprio no Centro representou uma vitória e tanto para a advogada Rosemeri Biasuz, 38 anos. E também um grande negócio.

- O Centro é o lugar ideal para quem está começando uma carreira, por causa do baixo custo. As coisas ficam mais perto, e tudo sai mais barato. Além disso, gosto de morar aqui porque esse apartamento é a minha conquista - diz.

A passo-fundense ocupa há quase dois anos os 52 metros quadrados de um dos 28 apartamentos do edifício Arachã, na Salgado Filho, recuperado para moradia pelo Programa de Arrendamento Residencial da Caixa Econômica Federal. Um pesadelo para outros, a avenida é ideal para ela.

A dois quarteirões de casa, Rosemeri abriu um escritório que lhe dá uma despesa de apenas R$ 300 ao mês com aluguel e condomínio, metade do que pagaria em outras zonas da cidade. Para completar, não gasta nada com transporte - a van da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que faz o trajeto dos tribunais parte de meia em meia hora quase da frente do seu imóvel. Ela ainda se assusta com o barulho e a insegurança, muito mais graves do que nos anos 70, quando vinha de Passo Fundo com os pais para passear nas lojas famosas e freqüentar os cinemas da área.

- Apesar de tudo, acredito que o Centro vai ser recuperado. Aprendi a gostar do bairro e não tenho planos de sair. Já estou até planejando reformas no apartamento - diz.

A proximidade com o local de trabalho é uma das vantagens

Para a artesã Mariluza Borges Martins, 47 anos, a experiência de morar pela primeira vez no Centro ainda tem a euforia das estréias. Ela se mudou em janeiro com a filha, Cristiane, para o Edifício Charrua, também recuperado pela Caixa na Avenida Salgado filho.

- Estou adorando. No Centro, é preciso se acostumar com o movimento, mas a gente tem tudo o que quer à mão - elogia.

Natural de Erechim, Roselvane Ribeiro, 36 anos, mudou-se em 2002 para o edifício Sul América, na Borges de Medeiros, e conseguiu adotar um hábito cada vez mais típico de cidade pequena:

- Agora vivo a três quadras do escritório onde trabalho e posso almoçar em casa. Tenho paixão pelo Centro.
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O porquê da localização

Por razões geográficas e de geopolítica internacional, uma estreita península debruçada sobre o Guaíba estava vocacionada a se transformar no coração do Rio Grande do Sul. Sua topografia também condicionou o desenvolvimento urbano da Capital, em um processo cujas conseqüências se prolongam até hoje.

As raízes do Centro encontram-se no terreno das disputas entre as coroas de Portugal e Espanha. O embate começou a ser esboçado com o Tratado de Tordesilhas (1494), que repartia entre os dois reinos as terras porventura descobertas na região - e destinava o atual Rio Grande do Sul à tutela castelhana.

Depois de dois séculos e meio de idas e vindas, a coroa lusitana comandava de Viamão, capital do Continente de São Pedro, a batalha com os castelhanos pela posse do território. As frentes de combate eram duas: Rio Grande, ao Sul, tomada pelos espanhóis em 1763, e Rio Pardo, a Oeste, a mais ocidental povoação lusitana, à beira do Rio Jacuí. A localização da capital em Viamão era desvantajosa, segundo registra Francisco Riopardense de Macedo em História de Porto Alegre:

- O atendimento às duas fronteiras em luta, Rio Grande e Rio Pardo, obrigava a deslocamentos cuja partida ou chegada implicava a transposição de colinas mais ou menos difíceis.

Havia uma área que respondia com perfeição às necessidades militares: a península às margens do Guaíba. Do local, onde se arranchavam então um punhado de casais açorianos, era possível acessar facilmente de barco Rio Grande, pela lagoa, ou Rio Pardo, pelo Jacuí. Ciente dessas vantagens, o governador José Marcelino transferiu a Capital, em 1772, para o atual centro de Porto Alegre - a "esquina do Rio Grande", como afirma Riopardense de Macedo.

Seu potencial era vislumbrado na época da fundação, nas palavras de Domingos José Marques Fernandes em aprovação à decisão de José Marcelino:

- Teve este a previdência de criar a vila de Porto Alegre, para cuja fundação escolheu o sítio melhor que há naquele Continente, por ficar bem no centro dele, onde não pode chegar o inimigo senão por navegação; e ser por esta mesma fácil ao comércio.
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Você sabia? - Sem boas-vindas

Primeiro proprietário da área, o madeirense Jerônimo de Ornellas teve uma relação tumultuada com os colonos açorianos que deram origem à cidade. Quando os casais se estabeleceram à beira do Guaíba, em 1752, Ornellas já completava 20 anos como senhor de uma sesmaria que se estendia a partir da margem norte do Arroio Dilúvio. Ele não gostou nada da instalação de intrusos em suas terras - mas a lei estava do lado dos açorianos.

Os primeiros povoadores europeus da península só puderam construir suas choupanas no local porque a legislação portuguesa sobre sesmarias estabelecia como pública uma faixa de um quarto de légua (1.650 metros) junto aos rios navegáveis. A tensão era tal que o filho de Ornellas chegou a matar um açoriano, Antônio Agostinho Castel Branco, em um dos primeiros assassinatos da cidade.

Desgostoso com a presença incômoda, que prejudicava a criação do gado, Ornellas vendeu sua sesmaria em 1763 e se mudou para Triunfo. Em 1772, depois de permanecerem 20 anos esquecidos pelas autoridades, os açorianos receberam lotes de 135,5 hectares. Na ocasião, demarcou-se também o núcleo urbano, em um primeiro esboço do que seria o Centro: uma área de 141,5 hectares que ia da atual Demétrio Ribeiro, ao Sul, até a Marechal Floriano, ao Leste.



1865: No final do século 19, pela Vigário José Inácio, esquina General Vitorino, juntas de bois levam cargas


2006: No início do século 21, no mesmo local lotação disputa espaço com uma multidão de transeuntes


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^^ Essa é a reportagem especial da Zero Hora sobre o centro de Porto Alegre. Eu ia escanear a matéria do jornal, mas fiquei com preguiça e copiei do site mesmo.

A reportagem vai até sábado, contado o passado, os problemas, a situação atual, as soluções e o futuro do centro da capital.

Com essa matéria, dá para ter uma idéia do porquê de não construirem alto no centro. É por que não vale a pena!? As pessoas não sobem escadas no centro...

Por isso que tem que destruir aqueles anões e construir uns high-rise e skyscrapers, com elevadores moderenos.
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Na primeira foto, não dá para ver direito, mas é uma cobertura grande, de um prédio antigo que eu não sei qual é. A cobertura é enorme! Nada contra quem a está ocupando, mas é um espaço sub-utilizado. Poderia ser uma cobertura fantástica com um pouco de investimento.

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Edit

Pô, desculpa!
Acho que postei na área errada!
Era para estar em notícias...
Que triste, parece uma reprodução do que ocorreu no centro de São Paulo.

Só vejo uma solução para os centros de nossas cidades: eliminação da restrição de altura em locais onde não haja patrimônio histórico, eliminação total de IPTU para quem tiver imóveis restaurados no centro e redução de ISS para quem se estabelecer lá.
A solução é tudo isso que o Edmundo falou e construção de milhares de estacionamentos e ainda tem outra alternativa: DEMOLIR TUDO!!!! Sumir com o centro do mapa! :)
Realmente o centro de POA esta uma vergonha e precisa de uma solucao urgente. Cada vez que vou a cidade dou uma passada por la e acho que esta cada vez pior........

Vou dar um telefonema anonimo a CIA dizendo que tem um grupo terrorista escondido por la.......talvez assim eles joguem uma bomba e poderemos recomecar do zero!!
O Centro de Porto Alegre é o fim da picada. De um modo geral, as áreas mais próximas do Guaíba são as mais decadentes, e as partes "altas", mais afastadas, conseguiram manter o padrão. A rua mais residencial, a Duque de Caxias (Rua do Palácio Piratini), casualmente é também o local mais agradável do Centro. Seria bom ter umas fotos de lá aqui no Forum...
É muito triste isso e ver que não somente em Porto Alegre outras muitas cidades brasileiras tem o centro degradado.
(Hed)Sprung said:
Na primeira foto, não dá para ver direito, mas é uma cobertura grande, de um prédio antigo que eu não sei qual é. A cobertura é enorme! Nada contra quem a está ocupando, mas é um espaço sub-utilizado. Poderia ser uma cobertura fantástica com um pouco de investimento.

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Pô, desculpa!
Acho que postei na área errada!
Era para estar em notícias...

o prédio da foto é aquele ENORME bem no inicio da Borges de Medeiros...
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