Africanos promovem colaboração

O Conselho de Ministros dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa esteve reunido, ontem, em Nova Iorque, naquela que foi a primeira reunião do Executivo dos PALOP, sob presidência moçambicana.
A reunião realizou-se na sede da Missão Permanente de Moçambique junto das Nações Unidas, à margem da 65ª Assembleia-Geral da ONU, que teve ontem o segundo dia de debates gerais.
Oldemiro Baloi, ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, disse, à imprensa, no final da reunião, que é propósito da presidência moçambicana reaver os momentos áureos dos “Cinco”. “Moçambique recebeu de Angola a Presidência dos PALOP e esta foi a ocasião que tivemos para pôr mãos à obra na implementação das diversas decisões e na abertura de novos caminhos que possam levar os PALOP, pelo menos, ao nível que já conheceram no passado”, disse.
O moçambicano, que preside ao Conselho de Ministros dos PALOP, realçou a necessidade de voltar a haver “um grande nível de solidariedade, de forte militância e de coordenação intensa de posições”.
A reunião, em que participou o secretário de Estado das Relações Exteriores, George Chicoty, previa a apreciação do programa e do plano de acção para os próximos anos, a defesa e segurança na comunidade e as relações com outras organizações internacionais, com realce para a União Europeia, mas acabou por se ficar por questões circunstanciais devido à agenda apertada da maior parte dos dignitários.
“Houve um ponto prévio em relação à Guiné-Bissau, que foi a saudação da independência do país que se celebrou hoje [ontem] e ficamos pela nota festiva, a celebração da independência”, disse, sublinhando: “Sobre os problemas da Guiné tem-se falado demasiado, é altura de falarmos também de muitas das boas coisas que a Guiné tem”.
Um aspecto fundamental discutido na reunião, referiu, tem a ver com o aparelho institucional a ser estabelecido para que os PALOP funcionem de forma estruturada.
“O que ficou acordado foi que a presidência de Moçambique tem o aparelho já montado, vamos trazer de volta, com toda a pujança, a figura do ponto focal, em cada um dos países, para se formar a tal equipa de acompanhamento que terá como tarefas imediatas a elaboração do estatuto jurídico da organização e toda a parte legal da organização, sobretudo a calendarização das reuniões”, afirmou.
Os participantes remeteram a discussão sobre os aspectos mais profundos sobre a organização para a véspera da cimeira Europa-África, que se realiza em 29 e 30 de Novembro, em Tripoli.
“Aí já estaremos com muito mais tempo para discutirmos uma série de acções”, acentuou.
Moçambique assumiu a presidência dos PALOP na XII Cimeira, ocorrida em Julho, na capital angolana. Em comunicado, no final da reunião de Luanda, os Chefes de Estado e de Governo lançaram um apelo ao Conselho de Segurança das Nações Unidas no sentido de manter o papel de liderança na manutenção de paz e segurança internacional, particularmente o apoio à Missão de Observação da União Africana na Somália (AMISOM) e ao Governo de transição daquele país.
A agenda da delegação angolana à 65ª Assembleia Geral das Nações Unidas foi preenchida, ainda, com a participação num encontro do Grupo de Contacto para a Guiné-Bissau, nos escritórios da União Africana, e com reuniões com os ministros dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha e da Geórgia.

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