Iranduba vai exportar pisos em madeira certificada
Iranduba vai exportar pisos em madeira certificada
21-Jun-2008
Com investimentos de R$ 30 milhões, a Indústria de Pisos da Amazônia (Ipa) será a primeira a fabricar pisos em madeira certificada no Amazonas. O empreedimento vai gerar 300 empregos diretos no município.
A primeira fabricante de pisos em madeiras certificadas do Amazonas está próxima de começar a operar dentro do município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus). Trata-se da Indústria de Pisos da Amazônia (Ipa) que deverá investir algo em torno de R$ 30 milhões para a viabilização da sua fábrica.
O montante simbólico, segundo informou o representante da empresa, Sérgio Montemar, será aplicado na aquisição de equipamentos que deverão ser importados do Canadá e na construção da estrutura física. A planta terá um espaço de 17 mil metros quadrados de área construída e quando estiver em pleno funcionamento, deverá atingir uma marca de 300 empregos diretos dentro do município. “A intenção é fomentar a economia de Iranduba, por isso iremos dar prioridade para a mão-de-obra local”, disse Montemar.
A empresa amazonense, estreante no setor, tem um plano ‘pra lá’ de audacioso para colocar em prática e o objetivo está focado principalmente para o mercado externo. De acordo com o representante empresarial, contatos comerciais já são viabilizados com países como Estados Unidos e Canadá e deve se estender também para alguns países do continente europeu.
Sérgio explicou que a potencialidade desse mercado é bastante forte lá fora devido ao frio que impera nesses continentes. Por conta disso, a madeira é a principal matéria-prima usada como revestimento, diferente do Brasil, onde os empreendimentos da construção civil usam, principalmente, materiais cerâmicos e afins. Mesmo com o indicativo desfavorável dentro do mercado local, a Ipa também buscará atender a pequena fatia da demanda nacional.
Para tornar seu produto notório entre a concorrência que já atua no mercado norte-americano e europeu, a indústria amazonense de pisos em madeiras certificadas tratou de importar um maquinário de última geração, que irá garantir um produto final de primeira qualidade. “Nossos equipamentos deverão chegar dentro dos próximos dias. São máquinas que farão serragem e revestimento da madeira e transformarão a o produto bruto em material de primeira linha” disse Sérgio destacando texturas da maçaranduba, jatobá e cumaru, como os principais tipos de madeira que serão trabalhadas.
Mesmo sem as bases montadas, Montemar estimou um pico de produção para atender a demanda internacional. Segundo ele, é possível que a linha produtiva local atinja uma marca de 80 contêineres dentro do período de um mês.
Certificação da matéria-prima
Madeira certificada é um bom negócio, mas, quem quer exportar madeira vê-se quase obrigado a trabalhar com certificação, já que vários países estão proibindo a entrada das não-certificadas, principalmente nos paí*ses europeus. Além disso, as empresas revendedoras de madeira preferem esse tipo de mercadoria para não correrem o risco de eventuais processos por exportação ilegal.
Alguns governos concedem incentivos fiscais para construções ‘verdes’, que levem em consideração economia de energia, origem dos materiais e preocupação ambiental. É o caso dos Estados Unidos. Na opnião de Montemar, o governo do Estado tem realizado um excelente trabalho de certificação de madeiras e manejo florestal.
A Ipa será uma empresa que trabalhará dentro das regulamentações de órgãos como o Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Eles é que demarcam as áreas a serem exploradas. Essas madeiras retiradas da floresta são identificadas com um selo de certificação que a acompanhará até o momento de sua comercialização. Nesse local que foi retirado a matéria prima, é replantada outros pés da mesma árvore”, explicou.
Obras dependem de aval do Ipaam
As obras ainda não iniciaram, uma vez que a empresa aguarda somente a Licença de Instalação (LI) junto ao Ipaam, documento este que autoriza o início das obras no local. A empresa responsável pela construção da planta fabril é a SD Arquitetura e Construções, que apesar de ter sua sede instalada no município manauara, irá procurar aproveitar ao máximo o uso da mão-de-obra irandubense.
Sérgio informou que a SD abrirá cerca de 60 empregos diretos e 180 indiretos em função das obras da fábrica do Iranduba. Essa mão-de-obra deverá ser contratada na primeira quinzena de julho, pouco antes da data marcada para o início das obras. A construtora responsável já deu um prazo de oito meses para a conclusão da obras. O ponta pé inicial já foi dado com os trabalhos de fundações do terreno, que está 100% concluído, informou Sérgio.