A partir de janeiro do próximo ano a Anglo American, um dos maiores grupos do mundo na área de mineração, deverá iniciar os estudos de pré-viabilidade econômica do projeto de exploração do níquel na reserva de Jacaré, no município de São Félix do Xingu, no Pará. A informação foi dada pelo presidente da empresa para o Brasil e a Venezuela, Walter De Simoni, no lançamento da pedra fundamental do projeto de níquel Barro Alto, em Goiás. Pelos estudos iniciais já realizados, a reserva de Jacaré teria pelo menos a dimensão da reserva de Barro Alto, avaliada em 116,2 milhões de toneladas, mas podendo chegar ao dobro.
Paulo Castellari, diretor de Marketing e Novos Negócios da Anglo American para Brasil e Venezuela, disse que um dos diferenciais do futuro projeto em território paraense seriam suas características minerais. “Os primeiros estudos apontam que a reserva de Jacaré abriga três tipos de minério de níquel. Isto é muito interessante para a Anglo American, porque vai permitir fazer outros produtos relacionados à cadeia do metal, além da liga de ferro-níquel, como o níquel de Classe 1”, disse Castellari ao “Jornal do Commercio”. Os custos do projeto, segundo ele, seriam similares aos desembolsados em Barro Alto, que exigiu US$ 1,5 bilhão.
“Por conta da diversidade do minério de Jacaré, o projeto poderá receber novas rotas tecnológicas, como a hidrometalurgia. Hoje, utilizamos no Brasil somente a pirometalurgia”, diz ele, acrescentando que ainda há outros três projetos na área de níquel sendo estudados pela companhia.
O empreendimento goiano de Barro Alto é hoje o maior investimento já feito pela Anglo American na área de níquel no Brasil, que por conta da valorização cambial passou de US$ 1,3 bilhão a US$ 1,5 bilhão. Sua produção será de cerca de 36 mil toneladas por ano de níquel contido em liga de ferro-níquel. A expectativa da empresa é de que a unidade comece suas atividades no primeiro trimestre de 2010 e atinja capacidade plena durante 2011.
Este empreendimento da Anglo American reforça a posição do Pará como futuro grande produtor mundial de níquel. O primeiro projeto a entrar em operação no Estado será o de Onça Puma, que está em fase final de implantação pela Vale em Ourilândia do Norte, programado para começar a produzir nos primeiros meses de 2009. Sua capacidade será para 58 mil toneladas anuais de níquel contido em ferro-níquel. Só este ano a Vale está investindo US$ 581 milhões dos quase US$ 2,3 bilhões de investimento total no Onça Puma.
O outro projeto da Vale é o do níquel do Vermelho, em Canaã dos Carajás, que está atrasado em razão da demora na concessão do licenciamento ambiental pela secretaria de Meio Ambiente do Pará. A previsão é que o Vermelho entre em operação em 2012, num investimento de US$ 1,9 bilhão para a produção de 46 mil toneladas anuais de níquel metálico e 2,8 mil toneladas de cobalto.
Fonte: Pará Negócios