Uma avenida mais homogénea, com uma imagem urbana requalificada e que atraia mais pessoas para o centro da cidade, é o objectivo do Plano de Alinhamento e Cérceas para a Avenida da República, que a vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa vai apresentar na próxima reunião pública da autarquia.
No total, este plano de pormenor, em modalidade simplificada, vai envolver 130 edifícios e deverá resultar numa Avenida da República com um ar renovado. O plano de Gabriela Seara prevê um acréscimo de edificabilidade de 44%, com mais 77 327 metros quadrados, através do crescimento das cérceas, a dimensão vertical das construções.
O objectivo é permitir que alguns dos edifícios daquela artéria possam crescer e construir novos pisos. Gabriela Seara explicou ao DN que "há quarteirões muito díspares, onde há 'desdentados', e em alguns casos conseguimos resolver esse problema", com edifícios que "podem sofrer uma remodelação profunda, incluindo demolições, ou só alterações parciais, ou construção em volume, tendo que manter as fachadas". A vereadora sublinha que "o objectivo deste plano, que inclui definições para alterações de usos e características arquitectónicas, é o de salvaguardar, reabilitar e integrar valores patrimoniais" e "identificar e reabilitar os usos residenciais".
A responsável pelo Urbanismo da cidade acrescenta que "isto é uma nova visão da cidade, o facto de começarmos a atrair pessoas para uma zona que é bem servida de acessibilidades. É o que nos interessa, promover a habitação e repovoar os eixos centrais da cidade". Neste plano de alinhamento e cérceas, que, após aprovação na autarquia, terá de ser enviado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR), houve ainda a preocupação de "conseguir uma valorização positiva para os que construíram património urbano de qualidade e que actualmente são prejudicados por aqueles cujo património não é qualificado". Assim, ajuda-se ainda "quem não teve preocupações de qualidade em edifícios que podem agora aumentar os fogos ou a volumetria".
Método perequativo
No entanto, o projecto vai mais longe, prevendo compensações para os edifícios classificados e "que perdem uma edificabilidade que os seus vizinhos do lado podem ganhar. Por isso, têm de ser compensados, pelo facto de não lhes poderem mexer". Gabriela Seara chama a atenção para o facto de que "quem vai pagar essa indemnização são os que podem mexer. Conseguimos um sistema perequativo, em que uns pagam, outros recebem e outros pagam e recebem, por poderem construir, mas só até um determinado limite". As contas da perequação compensatória prevêem já um valor de mais de 16 milhões de euros, que será pago pelos edifícios que podem construir aos que não podem. A verba deverá ser aplicada na reabilitação destes edifícios. Os benefícios a reverter para a CML serão acima dos 18 milhões de euros. Quanto ao sistema de pagamento, a vereadora adianta que "ainda está em estudo, até porque a câmara não pode fazer afectação de verbas", mas "um fundo permitiria monitorizar a execução e perceber, de forma transparente, quantos pagaram, quantos receberam e se está a decorrer como previsto".
Para o ganho de 77 mil metros quadrados na Avenida da República, onde a cércea média é de 31,5 metros de altura, 49 podem ser mexidos, 27 não poderão ser alterados e dez estão na situação em que podem ser alterados, mas não até ao limite, pelo que, segundo o método perequativo, pagam e recebem. Há 46 edifícios que ficam de fora do plano.
O projecto para a Avenida da República inclui já o espaço da Feira Popular de Lisboa, "que já tem um loteamento aprovado". Gabriela Seara refere que nas construções para aquele espaço, "se quiserem aumentar ou fazer alterações, já sabem que a partir de um limite não mexem" e reforça a importância destas "regras, sobretudo em avenidas sensíveis. Ao contrário do que dizem, diminuem a especulação imobiliária", porque estão definidas à partida. A aplicação deste projecto poderá ter início no próximo ano. Depois do envio à CCDR, o plano terá que passar por um período de discussão pública e "todos os grandes proprietários vão ter que ser ouvidos". Depois do parecer da CCDR, a câmara tem que votar o projecto novamente, enviá-lo à aprovação da assembleia municipal e só depois pode ser ratificado, pelo que só deverá entrar em vigor em 2007. "São processos muito participados. é mau porque demora, mas é melhor assim", disse a autarca.
Sobre os objectivos deste plano, Marina Tavares Dias, estudiosa da cidade de Lisboa, entende que "tudo o que venha impor regras é bom, mas é preciso analisar caso a caso" e afirma que, actualmente, "a Avenida da República é um somatório de tudo o que não devia ter sido feito desde os anos 50 e está transformada num caos absoluto. A especialista critica o facto de a avenida "ser uma auto-estrada com prédios dos lados" e a falta de residentes: "O trânsito é intenso, mas às 21.00 já não se vê ninguém na rua." Assim, sem se querer pronunciar sobre o plano por não o conhecer, diz que "qualquer coisa que se tente melhorar é sempre louvável, mas se for para burocratizar, não vale a pena".
Arranhá ceus finalmente!!!
haja esperança!
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No total, este plano de pormenor, em modalidade simplificada, vai envolver 130 edifícios e deverá resultar numa Avenida da República com um ar renovado. O plano de Gabriela Seara prevê um acréscimo de edificabilidade de 44%, com mais 77 327 metros quadrados, através do crescimento das cérceas, a dimensão vertical das construções.
O objectivo é permitir que alguns dos edifícios daquela artéria possam crescer e construir novos pisos. Gabriela Seara explicou ao DN que "há quarteirões muito díspares, onde há 'desdentados', e em alguns casos conseguimos resolver esse problema", com edifícios que "podem sofrer uma remodelação profunda, incluindo demolições, ou só alterações parciais, ou construção em volume, tendo que manter as fachadas". A vereadora sublinha que "o objectivo deste plano, que inclui definições para alterações de usos e características arquitectónicas, é o de salvaguardar, reabilitar e integrar valores patrimoniais" e "identificar e reabilitar os usos residenciais".
A responsável pelo Urbanismo da cidade acrescenta que "isto é uma nova visão da cidade, o facto de começarmos a atrair pessoas para uma zona que é bem servida de acessibilidades. É o que nos interessa, promover a habitação e repovoar os eixos centrais da cidade". Neste plano de alinhamento e cérceas, que, após aprovação na autarquia, terá de ser enviado à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo (CCDR), houve ainda a preocupação de "conseguir uma valorização positiva para os que construíram património urbano de qualidade e que actualmente são prejudicados por aqueles cujo património não é qualificado". Assim, ajuda-se ainda "quem não teve preocupações de qualidade em edifícios que podem agora aumentar os fogos ou a volumetria".
Método perequativo
No entanto, o projecto vai mais longe, prevendo compensações para os edifícios classificados e "que perdem uma edificabilidade que os seus vizinhos do lado podem ganhar. Por isso, têm de ser compensados, pelo facto de não lhes poderem mexer". Gabriela Seara chama a atenção para o facto de que "quem vai pagar essa indemnização são os que podem mexer. Conseguimos um sistema perequativo, em que uns pagam, outros recebem e outros pagam e recebem, por poderem construir, mas só até um determinado limite". As contas da perequação compensatória prevêem já um valor de mais de 16 milhões de euros, que será pago pelos edifícios que podem construir aos que não podem. A verba deverá ser aplicada na reabilitação destes edifícios. Os benefícios a reverter para a CML serão acima dos 18 milhões de euros. Quanto ao sistema de pagamento, a vereadora adianta que "ainda está em estudo, até porque a câmara não pode fazer afectação de verbas", mas "um fundo permitiria monitorizar a execução e perceber, de forma transparente, quantos pagaram, quantos receberam e se está a decorrer como previsto".
Para o ganho de 77 mil metros quadrados na Avenida da República, onde a cércea média é de 31,5 metros de altura, 49 podem ser mexidos, 27 não poderão ser alterados e dez estão na situação em que podem ser alterados, mas não até ao limite, pelo que, segundo o método perequativo, pagam e recebem. Há 46 edifícios que ficam de fora do plano.
O projecto para a Avenida da República inclui já o espaço da Feira Popular de Lisboa, "que já tem um loteamento aprovado". Gabriela Seara refere que nas construções para aquele espaço, "se quiserem aumentar ou fazer alterações, já sabem que a partir de um limite não mexem" e reforça a importância destas "regras, sobretudo em avenidas sensíveis. Ao contrário do que dizem, diminuem a especulação imobiliária", porque estão definidas à partida. A aplicação deste projecto poderá ter início no próximo ano. Depois do envio à CCDR, o plano terá que passar por um período de discussão pública e "todos os grandes proprietários vão ter que ser ouvidos". Depois do parecer da CCDR, a câmara tem que votar o projecto novamente, enviá-lo à aprovação da assembleia municipal e só depois pode ser ratificado, pelo que só deverá entrar em vigor em 2007. "São processos muito participados. é mau porque demora, mas é melhor assim", disse a autarca.
Sobre os objectivos deste plano, Marina Tavares Dias, estudiosa da cidade de Lisboa, entende que "tudo o que venha impor regras é bom, mas é preciso analisar caso a caso" e afirma que, actualmente, "a Avenida da República é um somatório de tudo o que não devia ter sido feito desde os anos 50 e está transformada num caos absoluto. A especialista critica o facto de a avenida "ser uma auto-estrada com prédios dos lados" e a falta de residentes: "O trânsito é intenso, mas às 21.00 já não se vê ninguém na rua." Assim, sem se querer pronunciar sobre o plano por não o conhecer, diz que "qualquer coisa que se tente melhorar é sempre louvável, mas se for para burocratizar, não vale a pena".
Arranhá ceus finalmente!!!
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