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Usina nuclear deve ser implantada na Bahia
Estado é considerado forte candidato, já que desponta como o único produtor de urânio no país
Graciela Alvarez
A Bahia deve receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares previstas para serem implantadas no Brasil até 2030. A estimativa se baseia no Plano Nacional de Energia (PNE) 2030, que indicou as margens do São Francisco como o lugar ideal para a instalação de uma central nuclear. Por possuir grande fluxo de água, o rio permitiria o resfriamento dos reatores das usinas sem maiores danos ao ecossistema. “Dos quatro estados banhados pelo São Francisco (Bahia, Alagoas, Ceará e Pernambuco), a Bahia está mais gabaritada para ganhar essa primeira central, pois, além da sua posição geográfica, é o único estado brasileiro responsável pela matéria-prima utilizada no combustível dessas usinas, o urânio, retirado da mina de Caetité”, garante o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira de Oliveira.
Segundo o secretário, apesar de embrionária, a idéia já começou a ser amadurecida pelo governo baiano, uma vez que a construção de uma usina nuclear é um fator importante para alavancar o desenvolvimento da região. “Se depender da minha vontade já estamos no páreo para disputar esse investimento. A implantação de uma termonuclear permite o crescimento econômico local, sem falar que serve como mais uma fonte de empregos”, opina Oliveira.
Quanto aos danos causados por esse tipo de geração de energia, ele ressalta que o mundo já dispõe de tecnologias ambientais suficientes para reduzir os resíduos radioativos gerados pela usina nuclear, além de condições seguras de armazenamento do combustível utilizado. “Não só devemos entrar na concorrência, como temos tudo para sairmos como estado vencedor”, completa.
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Investimento é de US$10 bi
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, o PNE – que foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – prevê que duas usinas sejam construídas no Nordeste e outras duas no Sudeste, com capacidade em torno de mil megawatts (MW) cada uma. Quanto às indicações dos estados com maior potencial, ele informa que o governo dará prioridade aos estados que demostrarem interesse, mas até agora apenas Pernambuco se pronunciou. “Eu tenho quase certeza que todos os quatro estados do Nordeste vão entrar na disputa, afinal uma usina gera quase 15 mil empregos e um investimento estimado de US$10 bilhões”, ressalta.
Gonçalves diz que neste momento o Cnen está focado nas pendências de Angra 3, cujas obras serão retomadas no próximo semestre. “Depois vamos dar início aos estudos das futuras usinas nucleares no Brasil”, afirma, acrescentando que esses estudos, apesar de já terem sido autorizados, só devem entrar em processo em meados no ano que vem. Já o assessor da presidência das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Luiz Felipe da Silva, acredita que entre começar os estudos, decidir o local, adquirir as licenças, começar as obras e colocar a usina em operação, o tempo estimado é de dez anos. “A expectativa da EPE é que o quarto reator esteja instalado em 2016, mas acredito que ainda é muito cedo para precisar uma data”, avalia Silva.
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Energia Nuclear
O que é?
A energia elétrica por fonte nuclear é obtida a partir do calor da reação do urânio.
Como funciona?
O funcionamento de uma usina nuclear é parecido ao de uma usina térmica. A diferença é que em vez de o calor ser gerado pela queima de um combustível fóssil, como o óleo ou gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio nas cápsulas de combustível. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água que circula pelos tubos de um equipamento chamado gerador de vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do gerador de vapor se vaporiza, fazendo gerar um conjunto de turbinas que tem junto a seu gerador elétrico. O movimento do gerador elétrico produz a energia.
Vantagens
Comparada com as usinas termoelétricas e hidrelétricas, as principais vantagens das nucleares são: reserva energética muito maior e menor agressão ao meio ambiente, pois é uma forma de energia que não emite gás de efeito estufa e gás causador de chuva ácida, além de não liberar gases ou partículas que causem poluição urbana ou diminuição da camada de ozônio.
Desvantagens
É uma usina com alto custo de construção, em razão da tecnologia e segurança empregadas. Além disso, requer uma solução a longo prazo para os resíduos radioativos armazenados em alto nível na maioria dos países e proliferação nuclear potencial.
Brasil
Atualmente, o país possui duas usinas nucleares em operação, Angra 1, com capacidade instalada de 657MW, e Angra 2, com 1.350MW, ambas no estado do Rio de Janeiro. No próximo semestre, a construção de Angra 3, também no Rio, será retomada e deve ficar pronta em 2013.
Usina nuclear deve ser implantada na Bahia
Estado é considerado forte candidato, já que desponta como o único produtor de urânio no país
Graciela Alvarez
A Bahia deve receber pelo menos uma das quatro usinas nucleares previstas para serem implantadas no Brasil até 2030. A estimativa se baseia no Plano Nacional de Energia (PNE) 2030, que indicou as margens do São Francisco como o lugar ideal para a instalação de uma central nuclear. Por possuir grande fluxo de água, o rio permitiria o resfriamento dos reatores das usinas sem maiores danos ao ecossistema. “Dos quatro estados banhados pelo São Francisco (Bahia, Alagoas, Ceará e Pernambuco), a Bahia está mais gabaritada para ganhar essa primeira central, pois, além da sua posição geográfica, é o único estado brasileiro responsável pela matéria-prima utilizada no combustível dessas usinas, o urânio, retirado da mina de Caetité”, garante o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Ildes Ferreira de Oliveira.
Segundo o secretário, apesar de embrionária, a idéia já começou a ser amadurecida pelo governo baiano, uma vez que a construção de uma usina nuclear é um fator importante para alavancar o desenvolvimento da região. “Se depender da minha vontade já estamos no páreo para disputar esse investimento. A implantação de uma termonuclear permite o crescimento econômico local, sem falar que serve como mais uma fonte de empregos”, opina Oliveira.
Quanto aos danos causados por esse tipo de geração de energia, ele ressalta que o mundo já dispõe de tecnologias ambientais suficientes para reduzir os resíduos radioativos gerados pela usina nuclear, além de condições seguras de armazenamento do combustível utilizado. “Não só devemos entrar na concorrência, como temos tudo para sairmos como estado vencedor”, completa.
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Investimento é de US$10 bi
De acordo com o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves, o PNE – que foi elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – prevê que duas usinas sejam construídas no Nordeste e outras duas no Sudeste, com capacidade em torno de mil megawatts (MW) cada uma. Quanto às indicações dos estados com maior potencial, ele informa que o governo dará prioridade aos estados que demostrarem interesse, mas até agora apenas Pernambuco se pronunciou. “Eu tenho quase certeza que todos os quatro estados do Nordeste vão entrar na disputa, afinal uma usina gera quase 15 mil empregos e um investimento estimado de US$10 bilhões”, ressalta.
Gonçalves diz que neste momento o Cnen está focado nas pendências de Angra 3, cujas obras serão retomadas no próximo semestre. “Depois vamos dar início aos estudos das futuras usinas nucleares no Brasil”, afirma, acrescentando que esses estudos, apesar de já terem sido autorizados, só devem entrar em processo em meados no ano que vem. Já o assessor da presidência das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Luiz Felipe da Silva, acredita que entre começar os estudos, decidir o local, adquirir as licenças, começar as obras e colocar a usina em operação, o tempo estimado é de dez anos. “A expectativa da EPE é que o quarto reator esteja instalado em 2016, mas acredito que ainda é muito cedo para precisar uma data”, avalia Silva.
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Energia Nuclear
O que é?
A energia elétrica por fonte nuclear é obtida a partir do calor da reação do urânio.
Como funciona?
O funcionamento de uma usina nuclear é parecido ao de uma usina térmica. A diferença é que em vez de o calor ser gerado pela queima de um combustível fóssil, como o óleo ou gás, nas usinas nucleares o calor é gerado pelas transformações que se passam nos átomos de urânio nas cápsulas de combustível. O calor gerado no núcleo do reator aquece a água que circula pelos tubos de um equipamento chamado gerador de vapor. A água de um outro circuito em contato com os tubos do gerador de vapor se vaporiza, fazendo gerar um conjunto de turbinas que tem junto a seu gerador elétrico. O movimento do gerador elétrico produz a energia.
Vantagens
Comparada com as usinas termoelétricas e hidrelétricas, as principais vantagens das nucleares são: reserva energética muito maior e menor agressão ao meio ambiente, pois é uma forma de energia que não emite gás de efeito estufa e gás causador de chuva ácida, além de não liberar gases ou partículas que causem poluição urbana ou diminuição da camada de ozônio.
Desvantagens
É uma usina com alto custo de construção, em razão da tecnologia e segurança empregadas. Além disso, requer uma solução a longo prazo para os resíduos radioativos armazenados em alto nível na maioria dos países e proliferação nuclear potencial.
Brasil
Atualmente, o país possui duas usinas nucleares em operação, Angra 1, com capacidade instalada de 657MW, e Angra 2, com 1.350MW, ambas no estado do Rio de Janeiro. No próximo semestre, a construção de Angra 3, também no Rio, será retomada e deve ficar pronta em 2013.