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SÃO PAULO - O uso do Bilhete Único no metrô já começa a superlotar os trens, além de provocar filas nas estações. Com a vantagem de pagar R$ 3,00 para uma vez o metrô e três vezes o ônibus num prazo de duas horas, o número de passageiros no metrô aumentou em pelo menos 200 mil por dia. Só nesta quinta-feira, 303 mil passageiros usaram o bilhete único no metrô, número considerado alto pelo secretário dos Transportes, Jurandir Fernandes, que falou à rádio CBN sobre a preocupação com o crescimento de usuários.
O problema não é só o aumento de passageiros, mas a concentração nos horários de pico. Além disso, os novos usuários são mais lentos para passar pelas catracas. Segundo Fernandes, 20 pessoas passavam por minuto nas catracas. Agora, esse número baixou para algo em torno de 16 a 18 por minuto, o que provoca filas nos horários de maior movimento.
Dentro dos vagões, o metrô trabalhava com um índice de seis passageiros por metro quadrado, considerado garantia de conforto ao usuário. "Um espaço mínimo de privacidade", definiu Fernandes. Agora, o índice já está entre 7,6 e 7,8 passageiros por metro quadrado e o secretário acha que não vai demorar muito para chegar na casa dos oito.
Fernandes afirmou que o metrô já prepara mudança em algumas linhas por conta da lotação. O intervalo entre os trens, que era de 100 a 101 segundos nos horarios de pico, vai baixar para 90 segundos. Mas, segundo ele, essa redução pode ser insuficiente porque a demanda cresce mais rapidamente do que a capacidade de investimento em ampliação.
- Não vai ser a salvação da pátria - afirma.
Para o secretário, a irracionalidade da cidade prejudica o transporte público, que já trabalha na faixa dos 'segundos' para dar conta dos usuários. Ele cita como exemplo a zona leste, onde as pessoas têm de sair para trabalhar no centro ou na zona sul diariamente. Com isso, metrô e ônibus fazem metade do trajeto (ida ao centro) lotados e voltam vazios no retorno para os locais de origem.
Fernandes acredita que mudar a rotina das empresas pode ser uma saída para aliviar o problema. Ele lembra que todos trabalham com o chamado horário 'cheio': o funcionário entra para trabalhar às 7h, às 8h, às 9h. A sugestão do secretário é que sejam criados horários alternativos, como 7h30m ou 8h15m. Qualquer mudança, assinala, já alivia o transporte público.
Só nesta quinta-feira, 2,753 milhões de pessoas usaram o metrô. Até o ano passado, a média diária era de 2,6 milhões. Quem é usuário antigo já notou a diferença e já há executivos que reclamam que o metrô já não é mais o mesmo, por estar mais lotado. Mesmo assim, ainda é muito melhor do que ônibus ou trem, logicamente.
- O metrô tem andado muito, mas muito cheio mesmo. Na semana passada tive até que sair de um trem que quebrou. Nesta semana aconteceu a mesma coisa - diz um funcionário da Bolsa de Valores de São Paulo.
O risco de superlotar o metrô é também um risco para o trânsito da cidade. Se parte da classe média que usa o metrô começar a se sentir incomodada e optar pelo carro, o congestionamento pode aumentar. Em São Paulo, lentidão no trânsito é problema sério, já que os congestionamentos ocupam diariamente entre 100 e 150 quilômetros de vias no chamado centro expandido - a área principal da cidade, entre as marginais.
País, Globo Online, CBN, O Globo, 21/04/2006.
O problema não é só o aumento de passageiros, mas a concentração nos horários de pico. Além disso, os novos usuários são mais lentos para passar pelas catracas. Segundo Fernandes, 20 pessoas passavam por minuto nas catracas. Agora, esse número baixou para algo em torno de 16 a 18 por minuto, o que provoca filas nos horários de maior movimento.
Dentro dos vagões, o metrô trabalhava com um índice de seis passageiros por metro quadrado, considerado garantia de conforto ao usuário. "Um espaço mínimo de privacidade", definiu Fernandes. Agora, o índice já está entre 7,6 e 7,8 passageiros por metro quadrado e o secretário acha que não vai demorar muito para chegar na casa dos oito.
Fernandes afirmou que o metrô já prepara mudança em algumas linhas por conta da lotação. O intervalo entre os trens, que era de 100 a 101 segundos nos horarios de pico, vai baixar para 90 segundos. Mas, segundo ele, essa redução pode ser insuficiente porque a demanda cresce mais rapidamente do que a capacidade de investimento em ampliação.
- Não vai ser a salvação da pátria - afirma.
Para o secretário, a irracionalidade da cidade prejudica o transporte público, que já trabalha na faixa dos 'segundos' para dar conta dos usuários. Ele cita como exemplo a zona leste, onde as pessoas têm de sair para trabalhar no centro ou na zona sul diariamente. Com isso, metrô e ônibus fazem metade do trajeto (ida ao centro) lotados e voltam vazios no retorno para os locais de origem.
Fernandes acredita que mudar a rotina das empresas pode ser uma saída para aliviar o problema. Ele lembra que todos trabalham com o chamado horário 'cheio': o funcionário entra para trabalhar às 7h, às 8h, às 9h. A sugestão do secretário é que sejam criados horários alternativos, como 7h30m ou 8h15m. Qualquer mudança, assinala, já alivia o transporte público.
Só nesta quinta-feira, 2,753 milhões de pessoas usaram o metrô. Até o ano passado, a média diária era de 2,6 milhões. Quem é usuário antigo já notou a diferença e já há executivos que reclamam que o metrô já não é mais o mesmo, por estar mais lotado. Mesmo assim, ainda é muito melhor do que ônibus ou trem, logicamente.
- O metrô tem andado muito, mas muito cheio mesmo. Na semana passada tive até que sair de um trem que quebrou. Nesta semana aconteceu a mesma coisa - diz um funcionário da Bolsa de Valores de São Paulo.
O risco de superlotar o metrô é também um risco para o trânsito da cidade. Se parte da classe média que usa o metrô começar a se sentir incomodada e optar pelo carro, o congestionamento pode aumentar. Em São Paulo, lentidão no trânsito é problema sério, já que os congestionamentos ocupam diariamente entre 100 e 150 quilômetros de vias no chamado centro expandido - a área principal da cidade, entre as marginais.
País, Globo Online, CBN, O Globo, 21/04/2006.