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BR-PY-AR-CH | Rota da Integração Latino-Americana (RILA) - "Rota Bioceânica"

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Em Agosto de 2017 ocorreu a 2a. Expedição da Rota da Integração Latino Americana, partindo de Campo Grande e percorrendo toda sua extensão até os portos de Iquique e Antofagasta, parada final. A rota passou por 4 países: Brasil, Paraguay, Argentina e Chile. A 1a. Expedição, bem menos "pomposa", percorreu o trajeto atravessando pela Bolívia, até os portos chilenos. Devido ao histórico recente com o governo boliviano, decidiu-se que a Rota deve seguir via Paraguay e Argentina.

Abro este thread para que possamos trazer as novidades da RILA, bem como as notícias da Expedição, que contou com 30 pickups transportando mais de 90 pessoas, entre políticos, empresários, produtores rurais e jornalistas.

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Recordando a Expedição:


Tudo pronto: expedição 'Rota Bioceânica' sai na sexta rumo ao Chile

Paulo Nonato de Souza



Porto de Antofogasta, no Chile, um dos maiores do mundo, será a reta de chegada da expedição que deixará Campo Grande nesta sexta-feira (Foto: Divulgação)


Tudo pronto para pegar a estrada. Este é o sentimento dos organizadores da expedição “Rota da Integração Latino-Americana”, que partirá de Campo Grande nesta sexta-feira, 25, às 7 horas, com 30 caminhonetes Amarok e cerca de 90 pessoas, entre empresários, transportadores, produtores rurais e jornalistas, e cruzará o Paraguai e a Argentina rumo à cidade de Antofogasta, no Chile, no lado oeste da América do Sul. O retorno está previsto para o dia 3 de setembro.

“Faremos nosso evento de lançamento na quinta-feira, 24, às 19h30, e partiremos na sexta-feira logo cedo. Teremos um tempo para o trabalho da imprensa entre 6h30 às 7h e saímos em seguida. Vamos tomar o café da manhã em Nioaque”, disse Dorival de Oliveira, assessor da presidência do Setlog/MS (Sindicato dos Transportadores de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul), responsável pela organização da expedição.

Segundo ele, toda a programação foi feita com bastante antecedência para otimizar a viagem e evitar perder tempo com burocracias na passagem pelas aduaneiras dos países.

“Encaminhamos para os países a relação da nossa frota, quem participa, quem conduz, e tudo estará registrado no sistema deles. Teremos a participação de autoridades governamentais do Brasil, Paraguai e Chile, e representantes do governo argentino vão nos aguardar na cidade de Pozo Hondo, na fronteira da Argentina com o Paraguai”, afirmou.

Com o lema, “Unindo povos, ligando oceanos”, a expedição vai rodar 4.440 km de ida e volta para constatar a viabilidade comercial e logística da chamada rota bioceânica como corredor de exportação e importação de produtos entre Mato Grosso do Sul e os países asiáticos a partir dos portos do Oceano Pacífico.

Desta vez o foco da missão é o lado oeste e a saída do saída do Brasil será a partir de Porto Murtinho, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. Em 2013, a expedição fez o lado sul e saiu do País a partir de Corumbá, cruzou a Bolívia até as cidades portuárias de Arica e Iquique, no Chile.

Nesta edição, a partir de Porto Murtinho, a expedição passará pelas cidades de Carmelo Peralta, Loma Plata, Mariscal Estigarribia e Assunção, no Paraguai, Tartagal, Salta, San Salvador de Jujuy, na Argentina, San Pedro do Atacama, Iquique, Mejillones, Calama e Antofogasta, no Chile. Na agenda, várias mesas de negócios com autoridades locais para discutir a viabilidade da rota bioceânica.

Histórico – Desde a primeira expedição em 2013, o Setlog-MS já realizou outras três viagens de prospecção em que foram mapeadas as possíveis rotas.

A previsão é de que a comercialização internacional de grãos poderá atingir 135 milhões de toneladas e a saída pelo Oceano Pacífico reduzirá em cerca de 11 mil km de rota marítima o percurso feito atualmente feito pelo Oceano Atlântico.

“É uma rota mais barata e atende às necessidades técnicas para atingirmos os portos do Chile e fazer chegar os nossos produtos no mercado asiático”, avalia o presidente do Setlog, Cláudio Cavol.
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Quatro consórcios concorrem para pavimentar trecho da Rota Bioceânica


Quatro consórcio estão a disputa para pavimentar o trecho da Corredor Bioceânico localizado no norte do Paraguai, região do Chaco. A informação foi divulgada nesta noite (24) pelo diretor-supervisor do Ministério de Obras e Comunicação do país vizinho, Blas Cristaldo.

(...)

Ao todo, é necessário pavimentar ainda 277 km de estradas ligando a paraguaia Carmelo Peralta, vizinha de Porto Murtinho - cidade localizada a 431 km de Campo Grande -, a Loma Plata, no Chaco. A licitação já está em andamento e os consócios interessados são formados por empresas paraguaias, brasileira e de outros países.

Blas explica que no Paraguai as licitações funcionam diferente do Brasil e as obras são realizadas a partir das ofertas das empresas. Os valores são analisados por uma comissão. Ao todo, 12 consórcios tiveram interesse, mas apenas quatro tiveram as propostas aceitas. A decisão final sobre quem fará a obra deve sair em até três meses.

"O processo ainda neste ano e as obras devem começar em 2018, em fevereiro. Eu ainda não tenho uma previsão de término", revela Blas, que teve a informação completada pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

Segundo o chefe do Executivo sul-mato-grossense, o presidente paraguaio Horacio Cartes, em visita nesta semana ao Brasil, confirmou que todas as obras necessárias no país devem somar aproximadamente R$ 1 bilhão, sendo que o Paraguai já teria esse recurso disponível, bastando apenas aplicá-lo.
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Porto Murtinho deve receber investimentos para entrar na rota ao Pacífico

O Corredor Bioceânico deve fomentar não só setores produtivos de exportação, mas também o turismo em Mato Grosso do Sul, além de trazer investimentos especiais para Porto Murtinho, cidade chave na rota rumo ao norte do Chile, onde o Estado deve ganhar acesso ao oceano Pacífico e mais competitividade.

Ao menos essa é a opinião do ministro-coordenador de Assuntos Econômicos para a América do Sul do Ministério de Relações Exteriores, João Carlos Parkinson de Castro, um dos presentes nesta noite de quinta-feira (24) ao lançamento da expedição que vai percorrer o trajeto do corredor - o Campo Grande News é uma das empresas participantes.

"Esse projeto não é apenas infraestrutura, é muito mais do que isso", frisa Castro, revelando que o turismo pode se beneficiar em ambos os lados. "Uma pessoa no Brasil pode estar em Salta (ARG) em 14h, e em 18h na Cordilheira dos Andes (CHI). Isso vai acontecer o mesmo aqui em Mato Grosso do Sul, com Bonito, por exemplo".

Castro avalia também como importante a elaboração de estudos sobre os impactos sócio-ambientais que as cidades no trajeto terão, principalmente, no caso brasileiro, Porto Murtinho. "Cidade tem que estar preparada para isso e devemos saber o que vai receber de investimento para atenuar esse impacto", comenta. Os valores ainda devem ser levantados.

Ele também considera que o Corredor está bem adiantado, faltando apenas ser autorizado pela CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Câmara Federal para que a execução das obras ocorram no lado brasileiro - no caso, a ponte sobre o rio Paraguai. Ele prevê que no primeiro semestre do ano que vem comecem as construção.

"São R$ 140 milhões para a ponte e área de acesso, sendo só R$ 100 milhões só da ponte", detalha Castro, frisando ainda que o asfalto a ser feito no território paraguaio soma cerca de 700 km, divididos em dois lotes - o primeiro de Carmelo Peralta até Loma Plata/Filadélfia, e o segundo de Mariscal Félix Estigarria até Pozo Hondo.

No primeiro lote, um dos consórcios que querem realizara a obra é formado pela brasileira Queiroz Galvão, em parceria com uma empresa paraguaia. Castro revela de construtora da Itália, Estados Unidos, e outras partes do mundo, também concorrem.
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Paraguai promete asfaltar 678 km da Rota Bioceânica em três anos

Enquanto a caravana formada por empresários e representantes do governo de Mato Grosso do Sul e da Prefeitura de Campo Grande avança pelo norte da Argentina e Chile propagando a Rila (Rota da Integração Latino-Americana) formada por quatro países como o corredor mais viável para as exportações da região Centro-Oeste, o Paraguai garante que em três anos concluirá a pavimentação de 678 km desse tronco rodoviário.

Ao se encontrar com a caravana, que saiu de Mato Grosso do Sul na última sexta-feira, 25 – são mais de 80 pessoas viajando em 24 caminhonetes, incluindo uma equipe do Campo Grande News -, na província de Boquerón, o ministro das Relações Exteriores Didier César Olmedo Adorno, proclamou que o seu país investirá mais de R$ 3,4 bilhões na obra. O dinheiro sairá de uma aliança do governo paraguaio com o setor privado.

A palavra de Olmedo era o endosso que o Governo de Mato Grosso do Sul e os empresários do setor de transporte rodoviário tanto esperavam para viabilizar o novo tronco logístico que encurtará em 8 mil km o passeio dos produtos da região para a Europa e Ásia.

Sem o asfalto do lado paraguaio, que cortará o Chaco, de Carmelo Peralta a Pozo Hondo, na fronteira com a Argentina, o projeto de integração comercial entre os quatro países não se concretizará.

Licitação concorrida – “Já licitamos o primeiro trecho, de Carmelo Peralta (fronteira com Porto Murtinho) e Marechal Estigarribia, de 277 km”, disse o ministro, acentuando que a obra exigirá mais de 60% dos recursos previstos devido sua complexidade por passar pelo Pantanal (Chaco) paraguaio. Quatro empresas, de origem portuguesa, chilena, brasileira e argentina, disputam o leilão para executar o audacioso projeto. O segundo trecho, de 401 km, ligará Estigarribia a Pozo Hondo.

A fala do ministro em reunião com empresários da maior cooperativa de derivados de carne e leite do Chaco ganhou ressonância com a divulgação da Carta Loma Plata (província paraguaia), subscrita pelas autoridades das cidades argentinas e chilenas por onde passará a rota de apoio ao acordo bilateral. “Estamos concluindo até dezembro o projeto da segunda fase e em três anos vamos comemorar aqui essa conquista”, disse Olmedo.

Presente a esse encontro, do qual participou também a caravana de Mato Grosso do Sul, o coordenador de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, João Carlos Pakinson de Castro, ratificou a confiança do Brasil no compromisso assumido pelo Paraguai. Ele disse que a construção da ponte de concreto sobre o Rio Paraguai, entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, também é fato consumado e depende apenas de aprovação do Congresso.

Argentina cumpre - A chegada da caravana em Pozo Hondo, na Argentina, foi comemorado com churrasco e discursos otimistas com a promessa do asfalto. O secretário estadual de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, que integra o grupo, ao lado do subsecretário, Helianey Silva, se reuniu com a comunidade, ao lado da estrada, para dizer que o governo tem a palavra do presidente Michel Temer (PMDB) de que a obra da ponte de concreto começa em 2018. “É fato concreto”,

Ao deixar o Paraguai, a caravana seguiu por mais um trecho de terra em território argentino, logo entrando na rodovia 54 (asfaltada), que forma o eixo rodoviário proposto, chegando a bela cidade de São Sebastião de Jujuy. As autoridades argentinas garantiram que os 26 km de revestimento primário dessa rodovia serão pavimentados em 2018. O trecho mais crítico situa-se na fronteira com o Paraguai, na localidade de Passo de Jama, mas as obras já começaram.
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Desafio da rota não é a Cordilheira dos Andes, mas a alfandegária, aponta Marcelo Miglioli

Assunção (Paraguai) – Depois de percorrer cerca de três mil quilômetros entre Campo Grande e Antofagasta (Chile) e no caminho visitar as Cordilheiras dos Andes, um dos desafios para levar os produtos de Mato Grosso do Sul aos portos do Pacífico por rodovias, o secretario de Estado de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, concluiu que a rota bioceânica a partir de Porto Murtinho é, seguramente, a mais viável para tornar Mato Grosso do Sul competitivo no mercado internacional.

Miglioli disse ter ficado muito satisfeito com a infraestrutura dos portos do Chile, o ritmo acelerado das obras em fase de conclusão do último trecho a ser asfaltado na Argentina e com o interesse demonstrado por paraguaios, argentinos e chilenos com o projeto do novo corredor. “Voltamos para casa convictos de que o nosso governo está no caminho certo ao priorizar um projeto que transformará as nossas riquezas e vai expandir o turismo”, disse.

Cordilheira não é obstáculo

Segundo o secretário, a parte de infraestrutura do trecho está muito bem alinhada, lembrando que o Paraguai já licitou um trecho de sua estrada, a partir da fronteira com Porto Murtinho, cuja obra deve ser executada no início de 2018, e já prepara a contratação do segundo trecho. Ele ficou surpreso com o ritmo com que a Argentina pavimenta os últimos 24 km da rota em seu território e acredita que a ponte sobre o rio Paraguai, em Murtinho, será licitada no início do próximo ano.

“A Cordilheira dos Andes, no Paso Jama, a nossa grande dúvida, deixou de ser uma preocupação porque os empresários do setor de transportes que viajam conosco nesta caravana até os portos do Chile, asseguram que os caminhões de três eixos sobem aquela rodovia ingrime sem problemas”, falou Miglioli.

Empenho do governador

“A questão das fronteiras tem que avançar muito e rápido, não podem funcionar da maneira como se encontram hoje”, alertou. “Não podemos pensar em turismo e produção da forma como funcionam a aduana, desde a nossa fronteira com o Paraguai, e para isso o nosso governo vai pedir o apoio da bancada federal para que a burocracia não seja um empecilho para o sucesso da rota da integração, que hoje é uma realidade concreta”.
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Paraguai se compromete com obras da rota de integração bioceânica


O envolvimento de fato do Paraguai, pela primeira vez, na efetivação da rota de integração para o Pacífico, ficou evidente na cerimônia de encerramento da viagem da caravana de gestores públicos e empresários do setor de transportes até os portos chilenos, nesta sexta-feira, da qual participaram os senadores Waldemir Moka e Simone Tebet, em Assunção.

O presidente Horácio Cartes não compareceu, mas seu estafe de ministros e assessores abriram as portas do governo paraguaio para recepcionar o grupo sul-mato-grossense e ratificar o acordo, onde o país vizinho terá que pavimentar 670 km da Transchaco e participar com metade dos recursos necessários para a construção da ponte sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta.

Como em todo o trecho de 3.000 km realizado pela caravana, em uma semana – de Campo Grande à costa do Pacífico -, o entusiasmo dos paraguaios com o projeto de integração latino-americana deixou latente que o asfalto e a ponte, vitais para o sucesso da rota, estarão concluídos em no máximo três anos.

O ministro paraguaio de Obras Públicas e Comunicação falou, durante o ato realizado no saguão nobre do Ministério das Relações Exteriores, que o seu país desenvolve um plano logístico ainda mais amplo, com foco no aumento da capacidade de transporte pela Hidrovia do Rio Paraguai, e também melhorar a ligação com Foz do Iguaçu.

Sobre a rota de integração, que beneficia a região central do Brasil, ele afiançou que seu país trabalha para cumprir a meta da tarefa que lhe coube e garantiu: “são obras que vão sair do papel porque é uma decisão de governo, o Paraguai investe mais de 1,6 bilhão em infraestrutura olhando também para o Atlântico e esta rota é nossa prioridade”. (...)
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Que voltona essa nos Andes argentinos. Taca-lhe alguns túneis pô.
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Quem sabe no futuro. Tudo vai depender do VMD.
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Campograndense, valeu por responder, mas fiquei boiando nessa sigla. Siglas se não são de conhecimento geral é interessante colocar em parênteses o que significa.
Mal. VMD = Volume Médio Diário ou VDM = Volume Diário Médio, tanto faz. É a quantidade média de veículos que transitam na rodovia diariamente, em ambos os sentidos.
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É só impressão. De Salta a San Pedro, depois Antofagasfa, não é uma volta muito grande.

Agora, podem me chamar do que quiserem, mas eu DUVIDO que essa ponte de Porto Murtinho saia. Mas DUVIDO mesmo.
Mal. VMD = Volume Médio Diário ou VDM = Volume Diário Médio, tanto faz. É a quantidade média de veículos que transitam na rodovia diariamente, em ambos os sentidos.
Legal. Concordo. Talvez com algum grupo chinês investindo e administrando a rodovia, mas isso é pedir demais aos nossos países bananeiros.
É só impressão. De Salta a San Pedro, depois Antofagasfa, não é uma volta muito grande.

Agora, podem me chamar do que quiserem, mas eu DUVIDO que essa ponte de Porto Murtinho saia. Mas DUVIDO mesmo.
Tive oportunidade de ver o anteprojeto e o estudo. Vai ser uma ponte estaiada com mais de 600m de vão para evitar os acidentes com embarcações como as que aconteceram com a ponte sobre o Rio Paraguai em Corumbá. Só não sai se o Congresso não aprovar mesmo. Se aprovar, provavelmente vai ser licitada em RDCi internacional. Aí acho que os chineses vão partir pra cima, afinal, interessa é muito a eles que se conclua o quanto antes.
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Não sei, a segunda ponte sobre o rio Paraná para Foz do Iguaçu também já estava 'com a verba garantida', meio que mexeram até com os acessos, mas...

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Nova rota bioceânica aumentará em 10% exportações pela fronteira com o Paraguai



Foto: Paulo Cruz

Campo Grande (MS) – A rota da integração para o Pacífico, que se desenha a partir de Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, deixou de ser um projeto específico do Estado para tornar uma alternativa para o Brasil Central, onde Goiás e Mato Grosso também pretendem usar o novo caminho rodoviário para chegar com seus produtos na costa chilena. O que aumenta a responsabilidade do governo brasileiro na construção da ponte binacional no rio Paraguai.

Mas não é um caminho para os grãos, que demandam maior volume de cargas nos abarrotados portos de Paranaguá e Santos, em razão dos limites de tonelagem nas Cordilheiras dos Andes, onde os caminhões bitrens não sobem a estrada íngreme e sinuosa com destino aos portos de Iquiqui e Antofagasta. Os bitrens extrapolam, além do mais, o limite de peso permitido nas estradas da Argentina e Chile – 25 toneladas contra 45 toneladas no Brasil.

Este fator limitante, no entanto, não tira o entusiasmo do empresário sul-mato-grossense em exportar com menor tempo e menos custo cruzando uma rodovia de quase 2,5 mil quilômetros, de Campo Grande ao Pacífico, atravessando Paraguai, Argentina e Chile. A rota reduzirá em oito mil quilômetros o passeio que a carga faz pelo Atlântico, a partir dos portos do Sul e de Santos. Será um novo mercado aberto a produtos industrializados e manufaturados.


Incremento nas exportações

Depois de sucessivas tentativas de ligar os dois oceanos pela Bolívia, onde a estrada estreita nas cordilheiras não permite a passagem de caminhões de três eixos e capacidade para 27 toneladas, os governos federal e estadual e os empresários estão convictos da saída por Porto Murtinho como a melhor alternativa para consolidar um comércio com os três países e ganhar competitividade nos mercados asiáticos com a redução dos custos de transporte.

O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS (Setlog), Cláudio Cavol, estima que com a rota da integração projetada a partir de Porto Murtinho, haverá um incremento de cargas no trecho em torno de 10% ao ano. Hoje, a movimentação de mercadorias na região se limita a abastecer cidades fronteiriças paraguaias e bolivianas vizinhas a Ponta Porã e Corumbá. Não é um mercado hoje atrativo por falta de logística.

“A participação das nossas fronteiras nas exportações é ínfima, não chega a 2%”, diz Cavol. Segundo ele, o segmento de transportes de cargas por rodovias é responsável pela movimentação de 25 milhões de toneladas anualmente, com destinos aos portos do Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Santa Catarina. “Vamos ter que nos adaptar a nova rota com caminhões de três eixos, pleiteando cargas de até 30 toneladas a Argentina e ao Chile.”


Foto: Paulo Cruz

Conexões com ferrovia e hidrovia

O dirigente do Setlog não enxerga dificuldades para definir uma nova balança nestes países, que estão interessados em ampliar a legislação para também operar com os caminhões de três eixos, e vislumbra um mercado promissor inclusive para retorno com cargas para a frota do Estado. Paraguai, Argentina e Chile tem muitos produtos a oferecer ao Estado e ao Centro-Oeste, como derivados lácteos, vinhos, sal, feijão.

“O Paraguai cresce a uma média de 11% ao ano e se tornará um mercado atraente”, diz o empresário, citando ainda o barateamento nas importações de pescado do mar que chega do Chile para os restaurantes de Campo Grande. Atualmente, esse produto dá a volta de navio pelo sul da América do Sul até Itajaí (SC), de onde segue para a Capital sul-mato-grossense por rodovias. “Dos portos chilenos, o pescado poderá vir direto, em menos de dois dias”, apontou. (...)


Encontro com o governador

Parkinson disse que a rota permite conexões com outros moldais, como ferrovia e hidrovia, o que a torna altamente atrativa. Seu estudo prevê a instalação de um entreposto ou porto seco na cidade argentina de Salta, que fica distante 1120 quilômetros de Porto Murtinho e a 647 quilômetros de Antofagasta. Um caminhão com 30 toneladas, saindo de Murtinho, levaria 30 horas para chegar ao porto chileno, a uma velocidade de 60 km/h, na sua projeção.

A viabilidade comprovada do novo caminho em direção ao Pacífico, em que pese os embaraços aduaneiros que o Brasil pretende alinhar com os países parceiros, criou uma expectativa não apenas no segmento de transporte de cargas. O presidente da Associação Comercial de Campo Grande, João Polidoro, está convicto: “para nós a rota já começou e em novembro faremos uma rodada de negócios com empresários de Salta. Estamos com o pé na fronteira”.

O entusiasmo do empresariado, em especial daqueles que fizeram a viagem Campo Grande-Iquiqui (2.400 quilômetros), foi compartilhada pelo Governo do Estado, que articula, com o apoio da bancada federal, a construção da ponte sobre o Rio Paraguai, em Murtinho
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Rodovia Transchaco, que liga as fronteiras do Paraguai com MS e Argentina: pavimentação licitada.


Foto: Paulo Cruz
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Ponte binacional já tem pré-projeto do Dnit e inclui anel viário em Murtinho


Campo Grande (MS) – O governo brasileiro pretende lança até o fim do ano a licitação internacional para construção da ponte de 500 metros sobre o Rio Paraguai, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, assegurou o coordenador-geral de Assuntos Econômicos Latino-americanos, João Carlos Parkinson de Castro.

Funcionário de carreira do Ministério das Relações Exteriores, Parkinson acompanhou a caravana de gestores públicos e empresários do setor de transportes de cargas em viagem de uma semana pelo Paraguai, Argentina e Chile, encerrada neste sábado, e garantiu que a ponte deixou de ser um sonho de décadas para ser "uma realidade concreta".

Enquanto o pedido de autorização da obra internacional enviada pelo governo tramita no Congresso Nacional – já passou pela maioria das comissões na Câmara dos Deputados e, em seguida, seguirá para o Senado -, o Ministério dos Transportes já definiu sua localização e realizou um pré-projeto de engenharia, incluindo um anel viário em Porto Murtinho.

O estudo de impacto ambiental está em andamento, sob a coordenação da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), com a participação da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Instituto Federal (IFMS).

Desafios não são apenas físicos - A construção da ponte entre a cidade portuária de Mato Grosso do Sul e Carmelo Peralta, no Paraguai, é vital para consolidar a rota de integração latino-americana para o Pacífico, reduzindo em oito mil km a distância hoje percorrida pelas cargas brasileiras por navios até os portos chilenos de Iquiqui, Antofagasta e Mejillones.

A viabilidade do novo corredor de cargas, turismo e outros serviços ainda depende da pavimentação de 600 km da Transchaco, entre Carmelo Peralta à fronteira com a Argentina, garantida pelo governo paraguaio, que já realizou licitação do primeiro trecho, de 277 km. A rota terá uma extensão de três mil km.

Os obstáculos para chegar à costa do Pacífico não são apenas físicos, conforme ficou constatado na viagem realizada pela caravana brasileira, formada por mais de 80 pessoas em 29 caminhonetes. A questão aduaneira preocupa e o Brasil pretende reduzir a burocracia em acordo com os demais países, enquanto as obras de infraestrutura são executadas.

O representante do Ministério das Relações Exteriores reconheceu as dificuldades atuais de tramitação de papéis para legalizar a entrada de cargas e pessoas, apesar dos acordos do Mercosul, conforme alertou o secretário de Infraestrutura de Mato Grosso do Sul, Marcelo Miglioli.
Brasil investirá R$ 90 milhões.

Parkinson explicou que sendo aprovado o projeto da ponte sobre o Rio Paraguai, Brasil e Paraguai formarão uma comissão mista que determinará a abertura da licitação internacional, cujo processo será concluindo até o fim deste ano. O início das obras está previsto ainda no primeiro semestre de 2018, com conclusão em dois anos.

A ponte binacional será construída a seis km ao norte de Porto Murtinho, subindo o rio, e o governo brasileiro, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), fará um desvio rodoviário entre a BR-267 para acesso à nova estrutura fluvial, cujo projeto está em elaboração.

O Brasil não recorre a fontes internacionais para garantir sua parte no investimento da ponte. Segundo Parkinson, não se ventila recorrer ao Fontlapa (Fundo de Desenvolvimento da Bacia do Prata). O custo da obra ficou definido em R$ 100 milhões, dividido entre os dois países. O Brasil ainda investirá R$ 40 milhões na construção do anel viário.

"Não é muito dinheiro para o benefício que a obra representará para o Mercosul, em especial para a abertura de novos mercados para Mato Grosso do Sul em direção ao pacífico", disse o coordenador de assuntos econômicos latino-americanos do Ministério das Relações Exteriores.

Parkinson destaca ação política - No encontro realizado na sexta-feira, em Assunção, pelo governo paraguaio com os integrantes da caravana, o senador WaldemirMoka firmou compromisso da bancada federal de Mato Grosso do Sul em assegurar os recursos financeiros no orçamento de 2018 da União. Parkinson elogiou o empenho da bancada e do governo de Mato Grosso do Sul para que isso se efetive.

"A articulação política é muito importante nesse momento, na tramitação do projeto no Congresso e na definição da fonte dos recursos, e o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, tem se dedicado para que a ponte seja construída", disse. "A obra é um grande projeto de desenvolvimento para o Estado." (...)
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Que se concretize!! Será ótimo para todos os países.. :applause:
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