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Ciência: Portugal ultrapassa Espanha, Irlanda, Itália... e aproxima-se da Noruega

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Ciência: Portugal ultrapassa Espanha, Irlanda, Itália... e aproxima-se da Noruega
Despesa de Portugal em investigação e desenvolvimento em percentagem do PIB ultrapassou a Espanha, Irlanda, Itália e República Checa em 2008, aproximando-se da Noruega.
Virgílio Azevedo (www.expresso.pt)
18:05 Terça feira, 23 de Novembro de 2010

O investimento em Portugal em investigação e desenvolvimento mais do que duplicou entre 2005 e 2009
O investimento em Portugal em investigação e desenvolvimento mais do que duplicou entre 2005 e 2009

A despesa de Portugal em atividades de investigação e desenvolvimento (I&D) atingiu 1,55% do PIB (riqueza produzida) em 2008, ultrapassando os valores da República Checa, Irlanda, Espanha e Itália e aproximando-se da Noruega (1,62%), revelou na segunda-feira o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).

E em 2009 as estimativas provisórias do MCT apontam para um valor - 2791 milhões de euros (mais 10% que em 2008) - que atinge 1,71% do PIB nacional, aproximando Portugal da média da União Europeia (1,9%).

O investimento português mais do que duplicou entre 2005 e 2009 e o seu crescimento verifica-se tanto no setor público como no setor empresarial, apesar do clima recessivo que tem atingido a economia portuguesa nos últimos anos. De facto, o número de empresas com atividades de I&D subiu de 1833 para 1989 em 2009 e a despesa dessas empresas quase triplicou desde 2005.
O crescimento mais rápido da Europa

Estas estatísticas foram apuradas no âmbito do Inquérito ao Potencial Científico e Tecnológico Nacional 2009, cujos resultados foram apresentados na segunda-feira pelo secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Manuel Heitor, no Pavilhão do Conhecimento, no Parque das Nações em Lisboa.

O evento contou também com a intervenção de José Sócrates, do ministro da Ciência e Tecnologia, Mariano Gago, e de Alexandre Quintanilha, secretário do Conselho dos Laboratórios Associados.

Mariano Gago sublinhou que "foi a acumulação de cientistas competentes e a sua fixação em Portugal - ao contrário do que aconteceu na Irlanda e na Grécia - que permitiu estes resultados".

O ministro acrescentou que o investimento em I&D em Portugal teve o crescimento mais rápido da Europa. "Só se encontra um caso semelhante de crescimento tão rápido nos países da OCDE na Coreia do Sul, há cerca de uma década", recordou Mariano Gago.

E o nosso país não cresceu apenas no investimento, "porque há hoje muitos resultados do ponto de vista científico, tecnológico e económico, o que só se consegue com muitos anos de trabalho".
1 - 20 of 45 Posts
O desenvolvimento científico em Portugal tem sido bastante evidente. É uma das (poucas) áreas em que o "Portugal de hoje" se pode orgulhar, no meio deste mar de desgraças.
É uma das principais bases para uma economia próspera e sustentável.
Assim se constrói o futuro.
Incrível que só as noticias de desgraças e afins é q merecem largos comentários dos demais foristas....enfim.....
Boa notícia, é assim q se vai construindo e preparando o país pro futuro ! ;)
Pena que seja só a tecnologia e não outras áreas, como as humanidades, o desenvolvimento intelectual, do pensamento crítico, da verdadeira ocupação...
Mesmo na tecnologia é bom haver todo o desenvolvimento, computadores, laboratórios... o pior é que um jovem licenciado na área depende de projectos de investigação e de bolsas para trabalhar, não tendo um trabalho fixo numa qualquer instituição de investigação...
É uma excelente notícia num oceano de tantos problemas.

Incrível que só as noticias de desgraças e afins é q merecem largos comentários dos demais foristas....enfim.....
Ainda não vi qualquer referência sobre este assunto na TV.

Os media apenas dão destaque às notícias negativas que fomentam o pessimismo e a desconfiança em relação à economia nacional. É devido a isso que se generalizou na sociedade portuguesa uma ideia totalmente errónea da realidade (a de que não há trabalho em Portugal). O que se passa realmente é o contrário e, por muito que nos custe a crer, há criação de emprego em Portugal.

O que ninguém ainda se apercebeu é que, nos últimos anos, tem vindo a ocorrer uma gradual alteração do tecido laboral e empresarial do país ou seja, passámos de uma economia assente maioritariamente no sector secundário para uma economia baseada nos serviços, na banca, etc. Tais mudanças trazem, como é óbvio, convulsões do ponto de vista social (falências de empresas, desemprego...). São estas situações que os noticiários principalmente veiculam contribuindo, deste modo, para a criação do tal preconceito de que em Portugal não se produz nada, não existe trabalho, etc.
O Sócrates comentou ontem a notícia todo inchado e com razão! É muito bom que o investimento bem como o número de emrpesas tecnológicas em Portugal tenha duplicado desde 2005!!
Falan de que o tecido empresarial mudou. É um país terciarizado, mas sustentar o crescimento na banca é perigoso pois nunca se sabe o que pode acontecer com ela. Tivémos o BPP, nos EUA o Lehman Brothers e outros... o terciário é muito importante, mas perder o primário (pescas e agricultura) significa um aumento enorme das importações e do desemprego, além de o país não produzir bastante do seu sustento. Perder o secundário (boa parte da indústria transformadora) foi muito mau para muita gente. Algumas poder-se-iam ter requalificado, sim, mas perder fábricas de vestuário, cerâmicas, significou a estagnação de muitas economias locais e a estagnação social de bairros e comunidades inteiras. Não podemos só pensar no tecnológico, mas também no resto da cadeia de produção, daquilo que consumimos, de um sector para uma parte das pessoas quando as outras são ignoradas. Nem todos podem ser biólogos ou engºs químicos, também há costureiros, agricultores, pescadores... e a perda de alguns sectores tem mais culpas que dos próprios, pois foi o governo que aceitou as quotas de produção e o abate da frota pesqueira com muitos pequenos produtores, por exemplo.
^^Exactamente.

O ideal seria um equilíbrio entre o sector secundário e o terciário, tal como existe, por exemplo, na Alemanha e uma maior representação do sector primário face a que existe actualmente.

Em relação ao sector primário, este tem sido completamente sacrificado em grande parte dos países da UE devido às más políticas impostas por Bruxelas.
Como toda a gente sabe, a percentagem de representação do sector primário para a economia é baixíssima na maioria dos países da Europa Ocidental bem como o nº de pessoas que se dedicam a este sector. Todavia, apesar desta realidade comum, a diferença que existe entre Portugal e os outros países da UE é que o sector primário (principalmente a vertente da agricultura, pecuária, pescas...) no nosso país é menos competitivo.
Várias razões explicam a menor competitividade das actividades primárias no nosso país. Creio que uma das mais importantes seja a má/não utilização dos fundos comunitários destinados a este sector.
Muitos foram pagos para não cultivar as terras, basicamente... olha quando Portugal teve que deitar fora milhares de litros de leite... há campos em que poderiam ter sido melhor utilizados, técnicas, mas algumas terras secaram tb devido a políticas (como a cerealífera) que secaram as terras pela sua intensividade e desadequação do tipo de terra.
Mas vejo, por exemplo, no Baixo Mondego, que o arroz carolino ali produzido não é comercializado e não é divulgado. Mas vieram com a mania do arroz agulha que prejudicou o carolino nacional, e não há sequer marketing destes arrozais...
Há tb culpa de algumas cooperativas locais, mas também de quem embala e vende no mercado final.
Mas vejo, por exemplo, no Baixo Mondego, que o arroz carolino ali produzido não é comercializado e não é divulgado. Mas vieram com a mania do arroz agulha que prejudicou o carolino nacional, e não há sequer marketing destes arrozais...
Lá porque não vais ao supermercado... A Saludães tem a linha de produtos "arroz de Portugal", com as linhas "Carolino do Sado", "Carolino do Tejo" e "Carolino do Mondego". :tongue2:
Boa notícia. Os resultados disto podem demorar alguns anos a chegar, mas chegarão :cheers:
Só a Saludães... mas e Cigala, marcas brancas?? É bom, mas insuficiente...
Só a Saludães... mas e Cigala, marcas brancas?? É bom, mas insuficiente...
Cigala é uma marca espanhola ("cigala" é lagostim em espanhol, daí a imagem na embalagem). E as marcas brancas não costumam ter produtos especializados (seria um bocado contrário ao princípio da coisa). Se queres apontar falta de investimento na origem dos produtos às marcas de arroz, dirige a "fúria" à Pato Real, e assim.

Ainda assim, também há arroz carolino das marcas que referiste. Não tem "DOC", mas é carolino.
É marca espanhola mas se estão no nosso mercado podem produzir cá, tipo a Coca Cola... até ficaria mais barato vender arroz nosso que transportar desde lá...
Pena que seja só a tecnologia e não outras áreas, como as humanidades, o desenvolvimento intelectual, do pensamento crítico, da verdadeira ocupação...
As humanidades são, importantes sim...mas enquanto formação...se vires que pesquisa e estudo na área das humanidades gera fundos, emprego, mete o País a andar para a frente, melhora a qualidade de vida das pessoas, etc....nenhuma ou muito pouca, o que consegue é indirectamente, e associada a outra pesquisa, das engenharias, da area da saúde, etc, ter algum peso justificativo e/ou condicionar a evolução da ideia...Desenvolvimento intelectual não concordo...se te chapasse com um teorema de bernoulli na frente e te mandasse passar aquilo para a equação de venturi ficavas a ver navios...o intelecto não é só psicologias, filosofias, capacidades interpretativas de textos e capacidades linguisticas, alias, o próprio funcionamento cerebral é "matemático" por assim dizer. Uma pessoa pode não saber ler nem escrever, e nunca chegar a compreender nada dessa área, mas de números, relações entre eles, somar, dividir, subtrair, multiplicar, etc, irá sempre saber fazer, já que são operações que o próprio cérebro faz enquanto estás a falar, comer, até a dormir...

Mesmo na tecnologia é bom haver todo o desenvolvimento, computadores, laboratórios... o pior é que um jovem licenciado na área depende de projectos de investigação e de bolsas para trabalhar, não tendo um trabalho fixo numa qualquer instituição de investigação...
A questão é, a esmagadora maioria far se á sempre em 2 ambientes, universitário, onde o Estado é que paga, e podes investigar o que te "apetece", e ai há poucas bolsas efectivamente, ou o empresarial, onde investigas o que dá mais jeito à empresa, onde o que não falta é fundos...a questão é que até à bem pouco tempo Portugal tinha uma mentalidade muito pouco de investigação e pesquisa, o que se produzia tem mais valor que por exemplo a realizada no Brasil, dado que muitos dos artigos cientificos brasileiros emboram tenham valor, perdem por serem demasiado especificos da realidade brasileira, e acabam por não gerar conhecimento util, mas ainda assim muito menos investigadora e inovadora que a mentalidade Brasileira, isso hoje está a mudar e goste se ou não, é culpa do inimigo de estimação de muitos Portugueses...que odeie se ou não, está a fazer um bom trabalho neste capitulo, e nos outros, embora com pequenos e/ou grandes erros, não está a fazer mais do que Santanas, Guterres, Cavacos, Soares, Barrosos, e companhia, deviam ter feito e não tiveram coragem de o fazer.
O que ninguém ainda se apercebeu é que, nos últimos anos, tem vindo a ocorrer uma gradual alteração do tecido laboral e empresarial do país ou seja, passámos de uma economia assente maioritariamente no sector secundário para uma economia baseada nos serviços, na banca, etc. Tais mudanças trazem, como é óbvio, convulsões do ponto de vista social (falências de empresas, desemprego...). São estas situações que os noticiários principalmente veiculam contribuindo, deste modo, para a criação do tal preconceito de que em Portugal não se produz nada, não existe trabalho, etc.
O que aconteceu não foi bem isso...foi mais um fenomeno que já aconteceu na Alemanha, entre o fim da 2º Guerra Mundial e a década de 1970...a designada 2º Revolução Industrial, onde uma fábrica com 2000 trabalhadores, manda 1000 para a rua, mete 100 técnicos com qualificações superiores (tipo tecnicos superiores e engenheiros) e factura muito mais

assim justificas que com desempregos, falências, etc, a economia cresça, como é o nosso caso, basta observares, muitas empresas fecham, mas porque é assim esta revolução, quem veio a investir até ao momento, aumenta lucro, aumenta mercado de clientes, aumenta oferta de produtos, quem ficou sentado a sombra da bananeira, como o foi com a esmagadora maioria do tecido empresarial Português, morre...obviamente como podes observar efectivamente tens criação de emprego e desemprego, porque?falta de qualificação do povo...novo problema, as pessoas não estão qualificadas para ele...aqui há dois culpados, o Estado que deixa aumentar vagas de cursos onde as carreiras estão mais que "entupidas" com tanta oferta de mão de obra, e as pessoas que não investem na sua formação, depois o que aconteceu com a alguns países a quando desta 2º revolução, é simples, houve um retorno as actividades do sector primário, sector teoricamente menos avançado sempre, que é falso, mas precisará sempre de maior presença humana que o secundário, ora, tu em Portugal deixaste de ter um sector primário competitivo, logo o que acontece aos desempregados?...ficam no desemprego porque não há quem dê trabalho a quem não tenha as qualificações desejadas...depois há ainda um pormenor...o pormenor do "trabalho vs emprego", falta de trabalho, não há, falta de emprego, é que sim...as pessoas que vão ao centro de emprego, não vão a procura de trabalho, vão a procura de emprego...

Muitos foram pagos para não cultivar as terras, basicamente...
Muitos hoje choram, mas enquanto estiveram a receber para não cultivar ou para controlarem se na produção andaram foi a comprar mercedes, bmw's, a por os filhos a estudar em grandes escolas privadas, e a comprar vivendas, obvio que não estou a falar do pequeno, mas sim do grande agricultor, hoje andam a chorar que não têm dinheiro...primeiro investiam depois colhiam, mas não, quiseram inverter a ordem, agora sofrem as consequencias...

Relativamente ao que falas, das cooperativas, são verbos de encher...posso te dizer que compro o arroz ao produtor, fica me quase ao mesmo preço que se fosse comprado numa cooperativa, e o produtor ganha muito mais...é o mesmo exemplo da sociedade portuguesa de "chulos" de autores...compras um CD, 20€, desses 20€, 2€ vai para o autor, 1€ para o produtor, 2€ para a editora, 5€ para a loja e 10€ para a Sociedade Portuguesa de Autores...quem se está a governar aqui no meio disto tudo?...depois queixam se da pirataria, pois é normal....as pessoas são exploradas para sustentar meia duzia de individuos que não estão realmente interessados em defender os autores mas sim o seu bolso...o mesmo se passa com as cooperativas....os fulanos que as gerem são quem ganha dinheiro...
Boa notícia. Os resultados disto podem demorar alguns anos a chegar, mas chegarão :cheers:
acabar por estar a chegar, em Coimbra tens cada vez mais PME's na área da Industria de Alta Tecnologia, e algumas multinacionais, com casa mãe, em Coimbra, como a Critical...isso mostra que hoje, cientificamente e tecnologicamente tens uma capacidade e todo um conhecimento e grupo de trabalhadores que há 20 anos não existiam...obviamente que pode ser ainda pouco ou muito timido os resultados obtidos, mas daqui a tendencia é aumentar...
É marca espanhola mas se estão no nosso mercado podem produzir cá, tipo a Coca Cola... até ficaria mais barato vender arroz nosso que transportar desde lá...
Isso não é bem assim...há muitas condicionantes, mas eu já visitei uma fábrica de embalagem de arroz, que estava a embalar, e tenho quase a certeza que não era saludães...mas não sei ao certo....

E as marcas brancas não costumam ter produtos especializados (seria um bocado contrário ao princípio da coisa)
Isso não impossibilita que produzam arroz na zona do Mondego, e vendam arroz do Mondego, simplesmente não podem ostentar que é arroz do Mondego como se isso desse status...ficarias surpreendido se soubesses onde algumas marcas de luxo produzem as suas coisas...:lol:
O sector primário é que é o mais vergonhoso do país, tantas potencialidades nos nossos campos e está uma desgraça, um país que nem produz comida para si quando poderíamos ter uma agricultura excepcional..
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