Cine Theatro Central
Finalizado em 1929, O Cine Theatro Central é considerado um dos dez melhores teatros do Brasil, tanto pela sua infra-estrutura, como pelo seu valor artístico-cultural. O ponto de partida para a construção do cineteatro foi a fundação da "Companhia Central de Diversões" em junho de 1927. A escolha do local foi entre as ruas São João e Califórnia (hoje Halfeld), onde se situava o teatro Polytheama, demolido para ceder lugar ao Central. As obras duraram um ano e quatro meses, e a inauguração finalmente ocorreu em 30 de março de 1929.
O prédio foi tombado pelo IPHAN em 1994. No mesmo ano, passou a ser administrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora que, com recursos do Ministério da Educação, promoveu ampla reforma no Cine-Theatro, reabrindo suas portas ao público.

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Em contraste com o esplendor de seu interior, o prédio do Central apresenta fachadas que foram consideradas simples na época. Em alta na Europa e nos Estados Unidos, a Art Décor era uma novidade para Juiz de Fora, o que em 1927 levou o diretor de obras públicas municipais, ao analisar as plantas para liberar a licença para a construção do Central, a observar em seu parecer que a fachada simples poderia ser substituída futuramente por outra “condizente com a importância” da Rua Halfeld.

O projeto do Cine-Theatro Central reflete as aspirações culturais da sociedade juizforana das primeiras décadas do século XX, ditadas pelo estilo de vida europeu. A suntuosidade da ornamentação interna revela a visão da sociedade juizforana sobre si mesma, numa época em que a cidade colecionava títulos pomposos como a Manchester ou a Barcelona mineira, referências ufanistas industriais e a sua tradição cultural.
Plateia

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O Cine-Theatro Central recebeu grandes companhias líricas, orquestras e espetáculos teatrais. Os lugares de seus camarotes só eram vendidos durante apresentações de teatro e ópera, quando eram ocupados pelas famílias mais tradicionais da cidade: a elite do comércio, da indústria, da política e dos profissionais liberais.
Camarotes, 2º piso

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Balcão Nobre, 2º piso

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Vista do balcão nobre

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O público também lotava o Central, aos sábados, entre a década de 40 e 50, para participar dos programas de auditório da Rádio Industrial, que traziam a Juiz de Fora grandes nomes da era do rádio.
Galerias, 3º piso

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O prédio do Central é um exemplo entre a arquitetura e as artes plásticas. O amplo e arrojado vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares, deixa de ser mera estrutura para se transformar em objeto estético, sob a ação dos pincéis de Ângelo Biggi.
Pinturas

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Alexandre Dornelas
Biggi decorou o interior do teatro, produzido um dos grandes trabalhos da pintura mural da cidade. No teto, ele inseriu medalhões com efígies de grandes mestres da música: Vagner, Verdi, Beethoven e Carlos Gomes. Nas paredes, “abundante e compacta ornamentação”. 
Alexandre Dornelas

Alexandre Dornelas
Foyer, 1º andar

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A obra dos Cine-Theatro Central assumiu importante papel ao inserir Juiz de Fora no corredor cultural do eixo RJ-SP, especialmente durante os anos 30 e 40, quando foi palco das grandes produções nacionais e estrangeiras, com apresentações de destacadas companhias teatrais e líricas.

Alexandre Dornelas
Ficha Técnica
Capacidade total: 1851 lugares
Maquinaria
- Boca de cena - largura: 12m, altura: 9m e profundidade: 10m
- Cortina da boca de cena: veludo rosa (manual)
- Rotunda (manual)
- Ciclorama (manual)
- Bambulinas - 04 (manual)
- Pernas - 08
- Varas Cênicas - 12 (800 Kg)
Iluminação
- 01 mesa Strand Lighting GSX Genius 125 canais
- 05 dimmers com 12 canais cada
- 05 varas elétricas de luz localizadas no palco com 16 pontos em cada
- 02 varas elétricas de luz localizadas nas laterais do 3º piso com 12 pontos em cada
- 08 torres laterais
- 30 refletores pares (Foco 5)
- 12 Set Light
- 12 refletores P.C. TELEM – 1000 W x 220 V
- 04 refletores FRESNEL – 1000W x 220 V
- 04 refletores ALTMAN – 1000W x 220 V