As ruas de Goiânia recebem diariamente cerca de 210 veículos, entre carros, caminhões, motocicletas, entre outros. O número, considerado assustador por autoridades, é a média de emplacamento de veículos registrados desde o começo do ano pelo
Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).
De acordo com o órgão,
foram emplacados 31.569 veículos nos primeiros cinco meses do ano na cidade, sendo que a maior ocorrência é a de automóveis, com 18.696 unidades. “É assustador. Não consigo imaginar como será o futuro da cidade. Se por um lado isso mostra a pujança e a riqueza do Estado, por outro lado, na questão de trânsito, daqui a pouco não vai ter mais espaço na cidade. Não tem viaduto que comporte tanto veículos”, comenta o diretor-técnico do Detran-GO, Horácio Melo Cunha dos Santos.
Logo após carros, aparecem as motocicletas, com 5.154 novas unidades rodando pelas ruas da cidade. Na sequência, 2.312 caminhonetes e 948 motonetas e 934 camionetas. Outros veículos, como caminhões, ônibus e reboques, também aparecem na lista.
Com a adição deste ano, a cidade já conta com 871.500 veículos, o que dá uma média de um veículo para cada 1,42 habitantes. Para Horácio, esses números mostram a necessidade, já ultrapassada, de se investir em tranporte público. “Isso reforça a tese de que se tem que investir em Goiânia para ela não parar”, comenta o diretor-técnico.
A situação se torna ainda pior quando se considera que um grande número de veículos de outras cidades, principalmente as que compõem a chamada Grande Goiânia, circulam diretamente pela capital. Em todo o Estado são 2.173.826 veículos, sendo que 77.432 começaram a circular somente este ano.
O presidente da Agência Municipal de Trânsito, Transporte e Mobilidade (AMT), Miguel Tiago da Silva, a situação vai além de apenas construir vias. “Nós precisamos trabalhar outras frentes além de abrir pistas largas e viadutos. Isso só não resolve. A cidade precisa pensar o todo, se tornar descentralizada”. Ele comenta que há aproximadamente 30 anos já havia congestionamento, mas alguns fatores contornaram a situação. “Goiânia, já no início da década de 80, tinha congestionamento no Centro. Houve uma descentralização na cidade, o que favoreceu um pouco”. A situação, agora, se repete. “Agora, temos pontos de estrangulamento em vários pontos da cidade”, completa Miguel.
O presidente da AMT diz ainda que a elaboração de alternativas tem que ser feita de forma integrada com vários setores do poder público e da sociedade. “A AMT não está na hora do planejamento. Só quando a cidade está pronta é que nos chamam para resolver os problemas. A solução não está só na AMT. Boas ideias nós temos, mas precisamos juntar forças para desencadear alternativas.” Ele completa ainda dizendo que deve-se seguir o Plano Diretor da cidade para suavizar o problema. “O Plano Diretor apresenta alternativas que estão sendo feitas pelo prefeito, que é o investimento em vias como as expansões da Marginal Botafogo e a Leste-Oeste, entre outras”.
Além disso, Miguel ressalta que a participação dos motoristas é fundamental. “É importante solicitar aos motoristas para evitar de colocar o carro nas ruas em horário de pico. Acho também que é essencial mexer na disciplina e na conduta dos motoristas”.
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