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Como desenvolver a economia do Vale do Ribeira?

15062 Views 41 Replies 20 Participants Last post by  thiago uchoa
Olá, pessoal. :)

Crio esse thread com o propósito de discutirmos sobre a economia do Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do país mesmo estando no estado mais rico.

Alguns dados sobre:


http://www.ovaledoribeira.com.br/2012/01/mapa-do-vale-do-ribeira-pelo-google.html

Wikipedia said:
O Vale do Ribeira é uma região localizada no sul do estado de São Paulo e no leste do estado do Paraná, no Brasil.

Recebe este nome em função da bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e ao Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananeia e Paranaguá. Sua área de 2 830 666 hectares abriga uma população de 481 224 habitantes e inclui integralmente a área de 31 municípios (nove paranaenses e 22 paulistas). Existem, ainda, outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que estão parcialmente inseridos na bacia do Ribeira.

Abriga 61 por cento da mata atlântica remanescente no Brasil, 150 000 hectares de restinga e 17 000 de manguezais. Em 1999, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura declarou, a região, Patrimônio Natural da Humanidade. Ela contém, em si, uma das maiores biodiversidades do globo, pois conserva a maior porção de mata atlântica do Brasil. A região é produtora de água de qualidade, tanto para abastecimento humano, quanto para a fauna aquática. O Vale do Ribeira apresenta ecossistemas aquáticos (rio, estuário e mar) e terrestres (duna, mangue, restinga e floresta ombrófila densa).

A região é destacada pela preservação de suas matas e por grande diversidade ecológica. Seus mais de 2,1 milhões de hectares de florestas equivalem a aproximadamente 21 por cento dos remanescentes de mata atlântica existentes no Brasil, sendo a maior área contínua de um ecossistema do Brasil. Neste conjunto de áreas preservadas, são encontradas não apenas florestas, mas importantes comunidades indígenas, comunidades quilombolas, comunidades caiçaras, imigrantes e uma biodiversidade em plena preservação.

Os principais ciclos econômicos do Vale do Ribeira se instalaram ao longo da história e foram: a exploração aurífera e outros minérios; o cultivo do arroz; o cultivo do café; o cultivo de chá e o cultivo de banana. Estes ciclos econômicos transformaram o Vale do Ribeira em uma potencial fonte de recursos naturais de baixo custo para regiões próximas.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Ribeira

Cidades que participam da região:



Como equilibrar preservação ambiental e cultural da região com o desenvolvimento econômico?

Como visto no texto acima, há uma enorme área de preservação na região. Isso seria um empecilho para o crescimento econômico?

Há investimentos por parte do estado/GF no Vale? Há algum lugar que comporte investimentos logísticos? (porto e aeroporto, por exemplo). Criar ZPEs na região é viável?

E o turismo?

Obrigado, galera. Bom papo. :cheers2:
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Já faz 3 anos que eu faço pelo menos uma vez por mês o trajeto Curitiba-Sorocaba passando por Registro, Juquiá e Tapiraí... corto o vale no meio.

O que vi de mudanças nesse tempo foi algumas melhorias na Régis Bittencourt, a tráfego me parece mais intenso, dado que eu sempre faço a viagem no mesmo horário e normalmente no mesmo dia da semana. Particularmente Juquiá também recebeu um "tapinha" do Governo do Estado na principal via de acesso à serra, ganharam um zoneamento melhor, iluminação e asfalto. A serra em si continua a mesma coisa.

No fundo o Vale do Ribeira me parece um corredor ainda não explorado, o Eike Batista era a promessa de um novo uso para esse lugar, em Peruíbe seria construído um porto. Não sei como anda a coisa atualmente, mas parece que ficou apenas no papel mesmo, mas seria algo que iria dinamizar aquela região, passaria de um corredor para um destino.

De qualquer forma as coisas estão acontecendo por ali, talvez falte algo grande como um porto para que dê um estímulo mais forte às mudanças.
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Os municípios litorâneos tem enorme potencial turístico, principalmente Cananeia e Ilha Comprida, poderia haver grandes projetos neste sentido, mas esbarra-se nas questões ambientais, ainda mais tratando se da última grande reserva de Mata Atlântica do país.
No mais,quanto aos demais municípios, falta vontade politica mesmo, mecanismo para incentivar o desenvolvimento da região o estado tem, isenções fiscais, projetos que incrementem ao turismo e a agricultura, mas cade vontade ?
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Desculpe, mas o Estado não tem projeto para o desenvolvimento do Vale do Ribeira. Ou melhor, eles não tem nem planejamento regionalizado para nenhuma região do Estado. Há projetos, mas cadê o Estado para organizar as frentes junto as prefeituras? Devemos destacar que muitas dessas prefeituras não possuem profissionais capacitados para tal, e uma política temporária deveria existir afim de gerar interesse de investimento de setores particulares na região, afim de impulsionar a economia. Esse mesmo problema é visto no Oeste do Estado, porém com um menor grau e com particularidades específicas.
O problema do Vale do Ribeira é que ele está isolado do resto do país por um cordão de serras que o envolve, dificultando bastante a implantação de qualquer via de ligação com as regiões vizinhas. Além do fato de que boa parte dessas áreas são de proteção ambiental, o que deixa a situação ainda mais complicada.

Seria interessante que fosse criado uma unidade regional ali (uma Região Administrativa paulista, ou até mesmo uma RIDE), pois atualmente essa região pertence a super-inchada RA de Sorocaba, que minimizaa o repasse de verbas e investimentos para a região. Uma regionalização mais específica para o Ribeira ajudaria na organização de investimentos e políticas locais.
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O problema do Vale do Ribeira é que ele está isolado do resto do país por um cordão de serras que o envolve, dificultando bastante a implantação de qualquer via de ligação com as regiões vizinhas. Além do fato de que boa parte dessas áreas são de proteção ambiental, o que deixa a situação ainda mais complicada.

Seria interessante que fosse criado uma unidade regional ali (uma Região Administrativa paulista, ou até mesmo uma RIDE), pois atualmente essa região pertence a super-inchada RA de Sorocaba, que minimizaa o repasse de verbas e investimentos para a região. Uma regionalização mais específica para o Ribeira ajudaria na organização de investimentos e políticas locais.
Essa região deveria ter um aeroporto com vôos com conexões comerciais e investir fortemente no turismo ambiental.
O problema do Vale do Ribeira é que ele está isolado do resto do país por um cordão de serras que o envolve, dificultando bastante a implantação de qualquer via de ligação com as regiões vizinhas. Além do fato de que boa parte dessas áreas são de proteção ambiental, o que deixa a situação ainda mais complicada.

Seria interessante que fosse criado uma unidade regional ali (uma Região Administrativa paulista, ou até mesmo uma RIDE), pois atualmente essa região pertence a super-inchada RA de Sorocaba, que minimizaa o repasse de verbas e investimentos para a região. Uma regionalização mais específica para o Ribeira ajudaria na organização de investimentos e políticas locais.
Então, a região em questão tanto tem municípios que pertencem à RA de Registro como outros que pertenciam à RA de Sorocaba.

Pertenciam porque em fevereiro desse ano o governo autorizou a criação da 16a Região Administrativa do Estado, com sede em Itapeva, conforme figura abaixo.


Fonte: http://www.arpensp.org.br/principal/index.cfm?tipo_layout=SISTEMA&url=noticia_mostrar.cfm&id=13646


Os municípios que compõem a nova RA são: Angatuba, Apiaí, Arandu, Buri, Bom Sucesso de Itararé, Barra do Chapéu, Barão de Antonina, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Coronel Macedo, Fartura, Guapiara, Iporanga, Itaí, Itaberá, Itararé, Itaoca, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itaporanga, Nova Campina, Paranapanema, Piraju, Ribeira, Riversul, Ribeirão Grande, Ribeirão Branco, Sarutaiá, Taquarituba, Tejupá, Taguaí e Taquarivaí.

Trata-se de mais uma iniciativa que pode ajudar a desenvolver aquela região, porém parte dos municípios "problemáticos" estão em duas RAs e o ideal seria ter um projeto integrado.

Essa regionalização também merece críticas pelo fato de vincular a uma nova RA municípios que não tem praticamente nenhum vínculo com a sede regional, tais como Arandu, que ao fica ao lado de Avaré, cidade do mesmo porte que Itapeva e outros como Piraju e alguns municípios próximos, que possuem maior ligação e estão mais próximos de Ourinhos, que é maior e mais desenvolvida que Itapeva.

Acho que para termos uma regionalização mais coerente as regiões de governo de Botucatu, Avaré e Ourinhos deveriam ser vinculadas a RA de Bauru, que por sua ver passaria para Marília a região de governo de Lins, conforme estudos da dimensão territorial para fins de planejamento, na imagem abaixo:


Fonte: http://confins.revues.org/8602

Por essas e outras que temos a confirmação de que parece faltar pessoas capacitadas para diversos estudos na gestão pública.

Quanto ao tema do tópico, difícil responder sem conhecer bem as potencialidades da região, mas penso ser possível sim incentivar a instalação de empresas tendo o cuidado com as áreas de preservação. Acho que falta boa vontade, pois parece que o governo deixa tudo ao gosto do mercado, o qual sempre investe quase que exclusivamente no eixo do Complexo Metropolitano Expandido.
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Existe algum forista do Vale? Nunca vi ninguém de lá.
Então, a região em questão tanto tem municípios que pertencem à RA de Registro como outros que pertenciam à RA de Sorocaba.

Pertenciam porque em fevereiro desse ano o governo autorizou a criação da 16a Região Administrativa do Estado, com sede em Itapeva, conforme figura abaixo.


Fonte: http://www.arpensp.org.br/principal/index.cfm?tipo_layout=SISTEMA&url=noticia_mostrar.cfm&id=13646


Os municípios que compõem a nova RA são: Angatuba, Apiaí, Arandu, Buri, Bom Sucesso de Itararé, Barra do Chapéu, Barão de Antonina, Campina do Monte Alegre, Capão Bonito, Coronel Macedo, Fartura, Guapiara, Iporanga, Itaí, Itaberá, Itararé, Itaoca, Itapeva, Itapirapuã Paulista, Itaporanga, Nova Campina, Paranapanema, Piraju, Ribeira, Riversul, Ribeirão Grande, Ribeirão Branco, Sarutaiá, Taquarituba, Tejupá, Taguaí e Taquarivaí.

Trata-se de mais uma iniciativa que pode ajudar a desenvolver aquela região, porém parte dos municípios "problemáticos" estão em duas RAs e o ideal seria ter um projeto integrado.

Essa regionalização também merece críticas pelo fato de vincular a uma nova RA municípios que não tem praticamente nenhum vínculo com a sede regional, tais como Arandu, que ao fica ao lado de Avaré, cidade do mesmo porte que Itapeva e outros como Piraju e alguns municípios próximos, que possuem maior ligação e estão mais próximos de Ourinhos, que é maior e mais desenvolvida que Itapeva.

Acho que para termos uma regionalização mais coerente as regiões de governo de Botucatu, Avaré e Ourinhos deveriam ser vinculadas a RA de Bauru, que por sua ver passaria para Marília a região de governo de Lins, conforme estudos da dimensão territorial para fins de planejamento, na imagem abaixo:


Fonte: http://confins.revues.org/8602

Por essas e outras que temos a confirmação de que parece faltar pessoas capacitadas para diversos estudos na gestão pública.

Quanto ao tema do tópico, difícil responder sem conhecer bem as potencialidades da região, mas penso ser possível sim incentivar a instalação de empresas tendo o cuidado com as áreas de preservação. Acho que falta boa vontade, pois parece que o governo deixa tudo ao gosto do mercado, o qual sempre investe quase que exclusivamente no eixo do Complexo Metropolitano Expandido.
É verdade, esqueci que a RA de Itapeva havia sido criada (sendo que fui eu o primeiro a postar essa notícia :bash:).
Mas algumas das cidades aí pertencem a outras RAs que não é a de Registro (inclusive com Tapiraí pertencendo a RM de Sorocaba). Nesse caso, seria interessante os municípios criarem uma cooperativa, para se unirem a fim de organizar e explorar o potencial turístico-natural que as cidades possuem.
Muito legal o thread, sou da região de Sorocaba e o Vale do Ribeira tem forte ligação com nossa região, nada justifica o atraso desta belíssima região com um potencial turístico incrível. A minha sugestão para desenvolver o vale eu já expressei no fórum "Notícias de Sorocaba", vamos lá:

1) Implantação de universidade federal ou estadual focada em sustentabilidade;
2) Implantação de um parque tecnológico e/ou instituto de tecnologia para atrair indústrias não poluentes.
3) Construção de uma moderna rodovia duplicada partindo da Marechal Rondon na altura de Botucatu, cruzando as rodovias Castello Branco, Raposo Tavares e Regis Bittencourt, para ser um acesso rápido e seguro aos turistas do interior paulista e estados do centro-oeste e Triângulo Mineiro, além de um corredor c/ forte vocação logística para o sul brasileiro.
4) Reativação e modernização do "ramal da fome", interligando o S e SO paulista à RM de Curitiba via ferroviária.
5) Usinas eólicas nas encostas da serra do mar.

Mas infelizmente se ideias não faltam, vontade política é que nunca houve.
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A saída mais urgente para a crise no Vale do Ribeira é a melhoria de sua infra-estrutura de conexão com o restante do país e uma aproximação com a Região Metropolitana de Curitiba, apesar de serem Estados diferentes.


Eis algumas ideias minhas para ajudar a desenvolver o Vale:

1. Estimular o turismo regional. O Vale tem as praias de Ilha Comprida, as cidades históricas de Cananéia e Iguape, a Caverna do Diabo, o próprio Rio Ribeira do Iguape e muitas outras atrações locais;

2. Reativar a linha ferroviária que atende à região e estender-a até Itararé (São Paulo), formando um novo corredor de exportação para o Paraná, o que iria favorecer o Vale com a implantação de agroindústrias e empresas de logística;

3. Construir uma nova rodovia entre Sorocaba e a BR-116, algo que os ecoxiitas hipócritas certamente iriam fazer um berreiro total;

4. Estimular a produção de bananas (produto regional), profissionalizando a área tal como a uva na Serra Gaúcha;

5. Inclusão de Registro no projeto dos trens regionais paulista, de modo que a cidade passe a receber também famílias que trabalham em São Paulo e querem morar no Interior.
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Criação de áreas industriais, na beira da Régis, que detenham facilidades para a atração de empresas. Os incentivos como isenção de IPTU e ISSQN, ficariam a cargo dos municípios detentores de tais áreas.
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Sem falar que a própria presença da Régis e o acesso relativamente fácil ao Porto de Santos por rodovia poderia facilitar a instalação de empresas de logística na região de Miracatu e Juquiá.
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Acabando com as leis ambientais.

São elas que limitam o desenvolvimento da região.

E sou a favor, por exemplo, de construir um novo porto em Iguape ou Cananeia, o que é inviável com a legislação em vigor.
Criação de áreas industriais, na beira da Régis, que detenham facilidades para a atração de empresas. Os incentivos como isenção de IPTU e ISSQN, ficariam a cargo dos municípios detentores de tais áreas.
Essa é a idéia mais coerente.

Pelo menos as cidades às margens da Régis deveriam aproveitar o movimento da rodovia e implantar áreas industriais.
Poderiam construir uma auto-estrada próxima da SP-078 como na fonte aqui. Desmatar um pouco não faria mal nenhum, ligaria Sorocaba a Juquiá ou então a cidade de Registro, uma cidade que tem um baita potencial. Além do turismo, poderia construir um porto em Iguape, além de algumas indústrias de médio porte em Registro, Juquiá, Iguape, Eldorado e Jacupiranga. Há muitas propostas.
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Como equilibrar preservação ambiental e cultural da região com o desenvolvimento econômico?

Como visto no texto acima, há uma enorme área de preservação na região. Isso seria um empecilho para o crescimento econômico?

Há investimentos por parte do estado/GF no Vale? Há algum lugar que comporte investimentos logísticos? (porto e aeroporto, por exemplo). Criar ZPEs na região é viável?

E o turismo?

Obrigado, galera. Bom papo. :cheers2:
A questão fundamental é: o que você entende por desenvolver a região?

Aumentar o PIB da região, fazendo disparar sua população com mão-de- obra oriunda de outros lugares (tal como ocorreu com Ipojuca, no PE, com o Porto de Suape), ou melhorar a vida de quem vive lá atualmente? (tal como não ocorreu em Ipojuca, já que a população local não tinha qualificação para trabalhar em Suape)

No segundo caso, creio que a melhor maneira é o turismo, para o qual a região tem um potencial enorme - e muito pouco utilizado. Num só lugar, natureza intocada (Patrimônio da Humanidade da UNESCO), centenas de cavernas, cidades históricas e as praias mais limpas do estado. Falta, é verdade, uma infra-estrutura de transporte adequada.

Com investimento e planejamento, o Vale do Ribeira tem potencial até mesmo de ser um destino de turismo internacional de "backpackers", tal como é hoje o sul da Tailândia.
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Vendo esse thread, acho que cabe uma ideia para todos os foristas do SSC sairmos da discussão da Net e irmos para o mundo real: Porque não fazermos mais alguns fóruns desses regionalizados, por exemplo, para o Oeste do Estado, e compilarmos o que foi discutido e levantado, e encaminhar para a secretaria de planejamento e desenvolvimento regional como propostas?

É uma forma das discussões do SSC poderem se tornar projetos reais, que possam mudar a nossa realidade. Topam?
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