Entre uma estação e outra, dupla faz arrastão - SÃO PAULO - Arrastão ocorrido quinta-feira à noite em trem que faz a linha D – que liga a estação da Luz a Rio Grande da Serra – da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) pôs à prova o sistema de segurança da empresa. Pelo menos cinco pessoas foram vítimas da ousadia de dois assaltantes. Armada, a dupla entrou em um dos vagões na estação Utinga, por volta das 23h. No trajeto até São Caetano, levou pelo menos R$ 900 em dinheiro, além de cartões de crédito e bancário, celulares e documentos, conforme ocorrências registradas na Delegacia Sede de São Caetano.
No entanto, o número de vítimas pode sair maior, segundo relato de um estudante que preferiu não se identificar. "Foi muito rápido. Pelo menos dez pessoas entregaram objetos aos assaltantes." O estudante mora em São Paulo e garante não ter visto seguranças nas plataformas. "Segui até o Brás e não vi nenhum segurança nas estações, muito menos nos vagões."
Dois rapazes, um negro e outro branco aparentando ter entre 16 e 18 anos, entraram no vagão e sentaram-se um de frente para o outro. "Ficaram me olhando e um deles veio em minha direção. Levantou a camisa, mostrou a arma e mandou que entregasse o toca CD, a mochila, o celular e a carteira com meus documentos."
O gerente de segurança da CPTM, Leopoldo Augusto Corrêa Filho, disse que numa situação como essa nem sempre o passageiro percebe a presença dos seguranças. "Pode ser que naquele momento não tivesse ninguém. Eles (seguranças) têm uma série de atribuições, como ajudar a transportar deficientes, idosos e coibir a ação de ambulantes."
De acordo com Corrêa Filho, 830 seguranças desarmados prestam serviços à CPTM. A companhia tem outros 437 agentes de operacionais, que andam armados e atuam apenas nas estações mais críticas para inibir assalto em bilheterias. O gerente considerou o número ideal para as 83 estações da rede ferroviária distribuídas em 22 municípios.
Setecidades, Diário Online, Marco Borba, Diário do Grande ABC, 08/04/2006.