GRANDE SP - Serra quer transformar CPTM em Metrô de superfície
Simone Perez
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Um projeto audacioso do governador José Serra pode melhorar a qualidade do transporte público na Grande São Paulo. A meta é transformar os 250 quilômetros de trilhos da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) em metrô de superfície.
Hoje a CPTM tem seis linhas que atendem mais de um milhão de passageiros por dia.
Para que o serviço atinja o ‘padrão metrô de transporte público’, Serra pretende comprar 89 trens e reformular a maioria das estações.
Segundo o governador, o projeto, orçado em R$9 bilhões, depende de autorização do tesouro federal para financiamento do valor.
Para a região de Osasco, as promessas de metrô se arrastam desde 1999. O primeiro governo a admitir a hipótese de utilização dos trilhos da CPTM como metrô de superfície foi Mário Covas. Depois Geraldo Alckmin assumiu o Palácio dos Bandeirantes e manteve acesa a intenção de seu antecessor, mas adiou os planos para final de 2001.
A meta era transformar, inicialmente, a linha C da CPTM (Osasco-Jurubatuba) em metrô. Para atingir o objetivo o Estado enfiou a mão no bolso e liberou, na época, R$450 milhões na linha. Verba destinada exclusivamente à construção de 7 estações (já existiam 8), modernização dos trens (comprados da Espanha) e troca de trilhos.
Entre 1994 e 2001 este trecho recebeu três vezes mais investimentos por passageiro que os demais. Embora seja o que tem menor número de usuários/dia, cerca de 50 mil. As outras transportam, em média, 150 a 200 mil passageiros/dia.
Durante o governo de Alckmin, informações extra-oficiais davam conta de que a grande quantidade de recursos injetados na linha Osasco-Jutubatuba da CPTM sinalizava para possível intenção do governo em transformá-la em modelo para futura concessão da companhia à iniciativa privada. O itinerário da linha C passa pelas regiões mais nobres de São Paulo, como a área que circunda a Avenida Luiz Carlos Berrini. Nestes locais foram erguidas suntuosas estações.
Mesmo tendo sofrido intensa remodelação, a transformação em linha de metrô ficará, provavelmente, para depois da privatização da companhia. Outras quatro linhas estariam na frente - Noroeste (Barra Funda/Francisco Morato), Oeste (Júlio Prestes/Itapevi), Sudeste (Barra Funda/Rio Grande da Serra) e Leste Variante (Brás/Calmon Viana). Como ocorre com as estradas paulistas, a concessão dos trens também deve ser de 20 a 30 anos.
Embora tenha recebido atenção até mesmo da imprensa, o repasse da CPTM à iniciativa privada está engavetado por enquanto. O mesmo fim também leva o projeto de transformação da malha ferroviária suburbana em metrô. A igualdade entre os serviços acontece apenas nas bilheterias – ambos têm a mesma tarifa, R$2,30.
Segundo pesquisa do Datafolha, 75% das pessoas avaliam como ótimo/bom os serviços do metrô. Apenas 26% fazem essa mesma avaliação dos trens.
O metrô tem 7.300 funcionários, transporta 2,5 milhões passageiros por dia e arrecada mais de R$500 milhões por ano. A CPTM tem 6.800 funcionários, transporta quase 1 milhão de passageiros por dia e fatura R$250 milhões por ano.
As interligações da Linha C
A Secretaria dos Transportes Metropolitanos e a direção da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) investem mais de um R$1 bilhão nas obras das linhas 2 Verde (Ana Rosa-Imigrantes) e 4 Amarela (Luz-Vila Sônia) do metrô.
Para os moradores de Osasco e região, a Linha 4 deve agilizar o transporte público no Oeste da Grande São Paulo porque cruza a Linha C da CPTM (Osasco-Jurubatuba), na Marginal Pinheiros, e três linhas do Metrô, a Paulista, Itaquera-Barra Funda e Jabaquara-Tucuruvi. Hoje a única interligação é com o metrô Barra Funda.
A facilidade no transporte público entre CPTM e metrô inclui ainda a transformação da estação Luz do metrô em uma espécie de Sé, com a confluência de todas as linhas. Para um segunda etapa da Linha 4 há previsão de estendê-la até Taboão da Serra - a primeira estação intermunicipal de metrô no Estado - com seis novas estações (Morumbi, Três Poderes, Faria Lima, Fradique Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis).
Diário da região:Osasco
Apesar dessa matéria conter diversos furos,como por exemplo linha 4 em Taboão(já que isso não vai acontecer),linha C virar metrô(promessa política) e os nº de arrecadação da Cptm e do Metrô,me assusta a possibilidade de privatização.Se for nos moldes da privatização do RJ,então . . .
O governo pode administrar a CPTM com a mesma competência que administra a CMSP,o que falta é vontade e um plano de investimentos para trens metropolitanos(e não em pseudo metrô's de superfície sem qualidade,termo inventado pelo PSDB apenas para angariar votos).