SkyscraperCity Forum banner

Deputados estaduais mineiros querem meter a mão em nosso bolso com taxa nos combustíveis

2313 Views 9 Replies 5 Participants Last post by  Julio Rocha
2
Deputados criam taxa para elevar preço do combustível
Publicado no Jornal OTEMPO em 04/12/2010

FOTO: ALMG

Consenso. Almir Paraca, Fábio Avelar e Lafayette Andrada na reunião da Comissão de Meio Ambiente, em que o projeto foi aprovado
A partir de 1º de janeiro, o cidadão mineiro poderá ser obrigado a gastar mais para abastecer seu carro. Está em tramitação na Assembleia Legislativa um projeto de lei que propõe a criação da cobrança de uma taxa incidente sobre o consumo de gasolina, óleo diesel e gás veicular, que será destinada à recuperação de áreas degradadas, com objetivo de reduzir os efeitos da emissão de gases poluentes. O projeto de autoria do deputado estadual Chico Uejo (PSB) já passou por todas as comissões - Constituição e Justiça, Meio Ambiente e Fiscalização Financeira e Orçamentária - e em todas elas obteve parecer favorável.


A criação da chamada "Taxa de Carboneutra- lização" não encontra oposição na Assembleia e já poderá ser votada, em primeiro turno, a partir de segunda-feira.


No projeto original, o valor da alíquota seria de R$ 0,10 por litro de diesel, R$ 0, 08 por litro de gasolina e R$ 0,04 por litro de gás veicular. Mas uma emenda do relator do projeto na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, Wander Borges (PSB), retirou a tabela de valores proposta no projeto e deixa a cargo do Executivo, em futura regulamentação, o estabelecimento de índice para a cobrança sobre os combustíveis.


De acordo com o projeto, a nova taxa será paga pelo consumidor e repassada pelos postos de combustíveis ao Instituto Estadual de Florestas (IEF) para que seja destinada aos produtores rurais para recuperação ambiental de reservas e outras áreas já degradas. Essa recuperação inclui cobertura vegetação nativa, proteção dos recursos hídricos, reabastecimento de reservas de águas subterrâneas e proteção da biodiversidade.


O objetivo final é financiar a compensação dos efeitos da emissão de gás carbônico por quem usa veículos gasolina e diesel.


Pelas mudanças realizadas no projeto original, o governo poderá determinar, além do IEF, outros órgãos para fiscalizar a aplicação dos recursos recolhidos com a futura cobrança. O Poder Executivo poderá ainda usar até 10% do recolhimento para fazer a administração do recurso, o restante seria encaminhado para a recuperação ambiental.


Apesar de a tributação da gasolina mineira ser uma das maiores do Brasil, o deputado Almir Paraca (PT), que foi relator do projeto na Comissão de Meio Ambiente, faz a defesa da cobrança. Segundo o parlamentar, a proposta é inovadora e é capaz de fazer a "responsa-bilização civil" pela poluição ambiental individual. "Até agora esse assunto não foi tratado adequadamente. Há muitos tributos, mas não existe recurso para carboneutralização. Se os recursos não são suficientes, a sociedade precisa se mexer. O bode foi colocado na sala", diz o deputado.

Arrecadação anual pode chegar a R$ 800 milhões

Segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), de janeiro a outubro de 2010, Minas Gerais consumiu um total de 2,68 bilhões de litros de gasolina, uma média de 2,3 milhões de litros por mês. A média não inclui os dois últimos meses deste ano.


Aplicando-se a cobrança de R$ 0,08 para cada litro de gasolina consumido no Estado, previstos inicialmente na taxa que deverá ser criada pela Assembleia de Minas, o governo arrecadaria, mensalmente, um total de R$ 17,84 milhões com a taxa. Considerando esses dados, em um ano, o Estado poderia arrecadar R$ 214 milhões com a nova receita.


O autor do projeto que cria a taxa, Chico Uejo, explica que, contando a cobrança sobre o diesel e o gás veicular, o recolhimento oriundo da taxa poderá alcançar R$ 800 milhões. O orçamento anual do Estado, programado para o ano de 2011, é de R$ 45 bilhões, sem a previsão da taxa.



Autor diz que "taxa não é um custo alto"
Chico Uejo, autor do projeto que cria a taxa sobre consumo de gasolina, diesel e gás veicular, reconhece que a sociedade já sofre com uma alta carga tributária, mas também afirma que "é preciso fazer escolhas". "Se você for medir as consequências da emissão de gases poluentes, como o superaquecimento e os desastres naturais, você verifica que a taxa não é um custo alto".


Uejo garante que o valor que será cobrado pelo combustível, considerando a taxa, poderá ser absorvido pelo mercado, sem prejuízo para o bolso do consumidor mineiro. "Se o consumidor procurar um posto mais barato, isso será diluído entre a concorrência", declara.


Segundo o parlamentar, a cada hectare ambientalmente recuperado, 46 mil litros de combustível queimado são neutralizados. "Fizemos estudos para apresentar o projeto. Estou convencido que se trata de uma boa iniciativa".


Uejo destaca que os deputados aprovam seu projeto e o governo também não deverá colocar obstáculos.



Link:http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=157483,OTE

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>
<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<

Que desculpa de meio-ambiente o que!!!! Isso afetará o transporte, de mercadorias e passageiros, e o escambau...

Essa "cambada" tá é olhando pro próprio bolso no fundo: quanto mais dinheiro se arranca do povo mais grana prá eles gastarem com eles mesmo e seus compadres!

Espero que o Gov. Anastasia tenhas o bom senso de vetar (se puder)




Não "botei" no Notícias da Grande Bh e/ou Notícias do Interior , pois afeta à todo Estado
See less See more
1 - 2 of 10 Posts
A única forma que encontram de tornar o preço do etanol competitivo com o da gasolina é aumentar o preço dessa.

Mudando de assunto, talvez seja legal criar um thread sobre notícias políticas de MG. Já que muitas vezes essas afetam o estado inteiro.
Após repercussão negativa de projeto que cria taxa para combustíveis, tramitação pode ser atrasada
Deputados recuam sobre taxa
Publicado no Jornal OTEMPO em 07/12/2010

RODRIGO FREITAS

O deputado Délio Malheiros (PV) vai tentar atrasar a tramitação da proposta. Ele formulou um requerimento, solicitando que o projeto retorne às comissões da Casa e seja discutido na Comissão de Defesa do Contribuinte, antes de ir ao plenário.
Contrário à proposta, Malheiros tem feito contato com seus colegas na Assembleia, com o intuito de, pelo menos, atrasar a tramitação do projeto. "Eu estou conversando com um por um dos deputados. Acho que esse projeto não vai ser votado neste ano. E vou trabalhar incessantemente para que ele seja reprovado", disse o parlamentar.

O projeto da taxação dos combustíveis foi um dos assuntos discutidos, ontem, por deputados estaduais do PMDB, durante um almoço. O vice-líder da bancada do partido na Assembleia, deputado Sávio Souza Cruz, ficou com a "sensação" de que os parlamentares peemedebistas vão votar contra o projeto.

"O PMDB todo vai votar contra. Essa foi a sensação que eu tive depois deste almoço hoje (ontem). Pessoalmente, sou totalmente contrário à proposta", disse.

UNIÃO. A contrariedade ao projeto tem unido até mesmo parlamentares que caminham em lados opostos na Casa. "Seria uma incoerência a aprovação. Eu sou contra a volta da CPMF. Portanto, não posso defender uma taxa dessas", afirmou o deputado estadual Gustavo Valadares (DEM). Durval Ângelo (PT) concorda com o colega. "Sou contra. Acho que a sociedade já paga muito imposto", opinou o parlamentar.

O projeto prevê que a nova taxa será paga pelo consumidor e repassada pelos postos de combustíveis ao governo estadual. A verba seria destinada aos produtores rurais para recuperação ambiental. O objetivo é compensar os efeitos da emissão de gás carbônico por quem usa veículos movidos a gasolina, gás natural e diesel.


Inconstitucionalidade de projeto é argumento
Os deputados estaduais contrários ao projeto de lei que sobretaxa os combustíveis fósseis preparam-se para uma guerra na Assembleia. O maior argumento é que a proposição é inconstitucional. O deputado Délio Malheiros, que é advogado especialista no direito do consumidor, alerta que uma taxa pública só pode ser cobrada se houver uma contrapartida, ou seja, uma prestação de serviço.

"Taxa só pode ser cobrada quando há prestação de serviço público. E não é o caso dessa proposição do deputado Chico Uejo. Qual serviço público está sendo prestado quando o consumidor paga uma taxa desse tipo? Nenhum. É apenas um gasto", diz o parlamentar.

O deputado Walter Tosta (PMN) concorda com Malheiros e critica os gastos que o consumidor pode ter, caso o projeto de lei seja aprovado. "Eu sou contra a criação de uma taxa como essa porque não acho justo que mais uma taxa seja criada e que o contribuinte pague a conta. Na minha visão, o projeto é inconstitucional", diz.

O deputado João Leite (PSDB) também é contrário ao projeto de lei e destaca que, se o texto for aprovado, vai apenas onerar o bolso do contribuinte. "Mais uma taxa para a gente criar, vai ficar um peso insuportável. Estamos precisando é tirar taxas e desonerar o cidadão", opina o deputado.

Fonte:
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=157675,OTE&IdCanal=1
See less See more
1 - 2 of 10 Posts
This is an older thread, you may not receive a response, and could be reviving an old thread. Please consider creating a new thread.
Top