O IBGE alterou, depois de quase 30 anos, a metodologia de definição de micro e mesorregiões geográficas. A última atualização havia ocorrido no fim da década de 1980/ começo da década de 1990. Ela tinha por base dois níveis: microrregiões e mesorregiões. A microrregião se referia á articulação local, mais próxima e aglutinava centros urbanos próximos com uma vida de relação mais intensa. A mesorregião consistia num aglomerado de microrregiões e tinha como base, principalmente, a identidade regional (daí, muitas delas terem nomes que remontam a nomes históricos ou de apelo afetivo, como é o caso da nossa).
Mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba
Pois agora, em 2017, a metodologia atualizada manteve o critério de articulação local para as regiões menores - agora chamadas Regiões Imediatas (acostumem-se com o novo nome). Para o nível seguinte, o critério deixa de ser a identidade regional, usado quando da divisão em mesorregiões, e passa a ser a rede urbana. O nível intermediário da divisão regional passa a se denominar
Região Intermediária.
A
antiga mesorregião do
Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba d
eixa de existir. Baseada no conceito de identidade regional, correspondia com pequenos ajustes (exclui integralmente ou parcialmente alguns municípios da antiga microrregião de Patos inclui territórios da microrregião de Paracatu) e ao Triângulo Mineiro histórico (julgados do Desemboque e do Araxá, transferidos de Goiás para Minas Gerais).
Julgado do Desemboque, mais tarde subdividido em dois. Note-se que o limite deste com Minas Gerais, enquanto fez parte da Capitania de Goiás, era o divisor de águas das bacias do paraná e do São Francisco. Carmo, Lagoa Formosa, Rio Paranaíba... estariam em Goiás. A sede de Patos de Minas estaria em Goiás, embora haja territórios municipais, na bacia do São Francisco, que estariam em Minas. Matutina, Tiros, Arapuá estariam em Minas. A sede de São Gotardo estaria em Minas, enquanto seu distrito de Guarda dos Ferreiros estaria bem na divisa, assim como a sede de Presidente Olegário.
Na nova divisão, divulgada hoje pelo IBGE, a antiga mesorregião do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba passa a compor três
Regiões Intermediárias: Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas. Como o critério deixa de ser identidade regional e passa a ser articulação urbana, a região é nomeada com o nome do núcleo ou núcleos mais relevante(s).
Regiões Intermediárias sucessoras do Triângulo Mineiro, Alto Paranaíba e Noroeste Mineiro
A
Região Intermediária de Uberlândia passa a ser constituída pelas
Regiões Imediatas de Ituiutaba, Uberlândia e Monte Carmelo (Estas, grosso modo, derivadas das antigas microrregiões de Ituiutaba, Uberlândia e parte da de Patrocínio). Neste caso, nota-se a emergência de Monte Carmelo como pólo microrregional, desvinculando-se de Patrocínio e engendrando uma pequena rede de influência.
A
Região Intermediária de Uberaba é composta pelas
Regiões Imediatas de Iturama, Frutal, Uberaba e Araxá (comparáveis, com ajustes, às antigas microrregiões de Frutal, Uberaba e Araxá). Aqui percebemos a subdivisão da antiga microrregião de Frutal em duas, demonstrando a ampliação do dinamismo no extremo oeste do Triângulo.
Por fim, a modificação mais perceptível é a emergência de Patos de Minas como centro de influência não só sobre sua antiga microrregião, mas se expandindo por metade da antiga microrregião de Patrocínio e pela totalidade da antiga mesorregião do Noroeste Mneiro.
A Região Intermediária de Patos de Minas passa a ser composta pela pela
Regiões Imediatas de Patos de Minas (antigas microrregiões de Patos e Paracatu),
Patrocínio e Unaí. A inclusão da Região de Unaí tem por base, ainda, a impossibilidade de incluir esta na Região Intermediária de Brasília, haja vista que as regiões devam estar contidas nos limites estaduais.
Região Intermediária de Patos de Minas
Curiosamente, quando a região passou de Goiás para Minas, em 1816, foi anexada à Comarca de Paracatu, à qual ficou vinculada até a separação do município de Araxá, em 1830, que foi sendo subdividido. Culminou na criação da
Comarca do Paraná, com sede em Uberaba, em 1840. Mais um vínculo histórico se traduzindo em articulação regional na nova regionalização do IBGE.