Nova praça e novo cais
Jornal da Madeira
O projecto que dá corpo a este conjunto de intervenções, foi já apreciado e aprovado em Conselho de Governo e está a ser alvo de acertos finais a fim de prosseguir a tramitação legal imprescindível (nomeadamente audição da Câmara e discussão pública) a que se seguirá imediatamente a colocação das correspondentes obras a concurso público internacional.
Como consequência dos temporais de 20 de Fevereiro de 2010, e decorrentes do imprescindível e urgente desassoreamento dos troços terminais das três ribeiras que desaguam no interior do Porto, foi necessário constituir um depósito temporário de inertes a leste do Cais da Cidade, entre este e a foz da Ribeira de Santa Luzia, impropriamente por alguns chamado de «aterro».
Face ao elevado volume de material depositado, decidiu o Governo não retirar dali os inertes (por forma a evitar o elevado custo e fortes perturbações da passagem de centenas de camiões através da cidade) e contê-los com recurso a um novo cais acostável, por forma a salvaguardar a operacionalidade do porto e ao mesmo tempo valorizar urbanística e paisagísticamente o terrapleno assim constituído.
Este cais, com a extensão de cerca de 300 metros (situa-se em cota inferior em 2 metros, relativamente ao cais da cidade), permitirá na face exterior a atracagem de navios de cruzeiro e na bacia interior a atracagem e operação das embarcações das actividades marítimo-turísticas. Desenvolve-se a leste do cais da cidade (que ganhará na face leste as condições de acostabilidade que já teve antigamente), até a foz das Ribeiras de Santa Luzia e João Gomes.
O terrapleno constituído pelo depósito de inertes, será valorizado com uma grande praça, na zona frontal à Assembleia Legislativa, e a área restante como extensão da zona de lazer da Avenida do Mar e usos múltiplos, onde não serão implantadas construções.
A actual Praça da Autonomia será completamente alterada, pois as Ribeiras de João Gomes e Santa Luzia ligar-se-ão numa única foz, a fim de permitir uma nova solução franca de saída para o mar, das águas e inertes transportados pelas ribeiras, penetrando os respectivos muros de canalização, no mar, cerca de 100 metros para além do muro da avenida.
A leste da foz das Ribeiras de João Gomes e Santa Luzia, até o Forte de São Tiago, será executada uma protecção marítima, com recurso ao calhau rolado resultante das escavações das referidas ribeiras, calhau este que será contido com a construção de dois quebramares destacados da marginal, os quais dissiparão a energia das ondas, e que permitirão a constituição de três praias de calhau rolado, cujo equilíbrio será assegurado ao longo dos anos com recurso ao calhau transportado pelas ribeiras.
Protege-se, assim e inclusive, o Campo Almirante Reis, as instalações do Teleférico, a Estação de tratamento de águas residuais e o Hotel Porto Santa Maria
O projecto que dá corpo a este conjunto de intervenções, foi já apreciado e aprovado em Conselho de Governo. Está a ser alvo de acertos finais a fim de prosseguir a tramitação legal imprescindível (nomeadamente audição da Câmara e discussão pública) a que se seguirá imediatamente a colocação das correspondentes obras a concurso público internacional.