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Vista da Serra
O surgimento de uma cidade, de uma região e de uma cultura ímpar.
Este Thread não se propõe a dissecar toda a Baía de Guanabara, ao contrário gostaria que despertasse curiosidade sobre o berço de diversas cidades e pudesse ser um catalisador de vários tópicos que já foram feitos relacionados à RMRJ, por isto necessito da colaboração de todos para acrescentarem endereços de seus próprios tópicos, correções e contribuições, são todos bem vindos a este que gostaria de ser apenas mais um portal de entrada da nossa região. Procurei postar imagens diferentes do trivial.
Rio de Janeiro, 01 de janeiro de 2010.
508 anos depois, especialmente para o SSC.
Pablo ITT
Parte I: História e Arte, Parte II: Evolução Urbana, Geopolítica e Meio Ambiente, Parte III: Turismo e Fotos.
Introdução sonora
O Estrangeiro – Caetano Veloso
O pintor Paul Gauguin amou a luz da Baía de Guanabara
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Levy-Strauss detestou a Baía de Guanabara:
Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela? . . . . . .
Um Pouco de História e Arte
A Baía de Guanabara é uma das mais importantes referências naturais e culturais do Brasil, do Estado do Rio de Janeiro e de todos os municípios que a margeiam. A beleza da sua paisagem e a natureza exuberante foram repetidamente e entusiasticamente ressaltada por viajantes, pintores, poetas, estudiosos e, por tantos, anônimos admiradores.
A baía é a resultante de uma depressão tectônica formada no Cenozóico, entre dois blocos de falha geológica: a chamada Serra dos Órgãos, uma verdadeira muralha de gnaisse, e diversos maciços costeiros, menores. Constitui a segunda maior baía, em extensão, do litoral brasileiro, com uma área de aproximadamente 380 km².

Serra ao Fundo
Considerando-se a sua barra como uma linha imaginária que se estende da ponta de Copacabana até à ponta de Itaipu, esta sofre um estreitamento entre a ponta da Fortaleza de São João, na cidade do Rio de Janeiro, e a ponta da Fortaleza de Santa Cruz, na de Niterói, com uma largura aproximada de 1.600m. Relativamente a meio dessa passagem, ergue-se uma laje rochosa (ilha da Laje), utilizada desde os colonizadores como ponto de apoio à defesa da barra, o atual Forte Tamandaré (antigo Forte da Laje).
As profundidades médias na baía são de 3 metros na área do fundo, 8,3 metros na altura da Ponte Presidente Costa e Silva e de 17 metros no canal de entrada da barra.
Entrada da Baía de Guanabara

Entrada da Barra
Esta é uma pequena descrição de caráter morfológico da Baía de Guanabara, que ao analisarmos entenderemos porque foi palco de inúmeros combates entre índios, franceses e portugueses.
Aspectos Históricos

Nau de René Duguay-Troin em frente do Morro Cara de Cão
Tanta riqueza e alumbramento fizeram da Baía e seu entorno, objeto de intensa cobiça e disputa. O reconhecimento da sua importância começou muito antes da chegada dos colonizadores europeus. Os primeiros habitantes se beneficiaram da farta quantidade de alimentos proporcionadas nas ótimas condições oferecidas pelos rios, mangues e terras cultiváveis. A planície, recheada de pequenas colinas, dava o cunho estratégico na defesa da aldeia. Esta confortável situação já perdurava há mais de quatrocentos anos, muito antes da chegada do homem europeu à região.
Por muitos séculos, desde os primeiros povos - os construtores dos sambaquis - os tupinambás, tupiniquins e outras populações indígenas encontradas pelos primeiros navegantes europeus, eram sustentados pelo ecossistema da Baía de Guanabara e seu entorno, eram permanentemente alvos de disputas por numerosos grupos rivais. Os indígenas denominavam-na em tupi-guarani como Guanabara, com o significado de seio do mar.

Carta ao Rei
Em 1502, precisamente no primeiro dia do ano, o português Gonçalo Coelho entra pela “foz” do Rio de Janeiro, de excepcional localização para a implantação de um porto (abrigado do alto mar) e conseqüentemente para o surgimento de uma cidade. Também assim pensaram os franceses ao querer implantar a sua França Antártica. Começa o conflito luso – francês culminando com a expulsão oficial destes últimos em 1565, sendo que no século XVIII retornariam sob a forma de corsários a invadir a cidade.
O colonizador também veio atraído pelas riquezas locais, mas logo percebeu que, o porto calmo e seguro também possuía grande valor estratégico, como suporte à navegação de suas embarcações ao longo do litoral, como para o acesso às terras e às riquezas do interior do país.
Era de se esperar que ao longo da história, um local tão atraente assim, só poderia mesmo acabar por atrair um grande contingente de população. A cidade do Rio de Janeiro foi crescendo em importância nacional e internacional e, em pouco tempo já era a capital da Colônia, com a chegada da família real portuguesa tornou-se a capital do Reino, com a independência do Brasil a capital do Império e, posteriormente, foi a capital da República.
As aldeias ao seu redor cresceram e se transformaram em cidades e “prosperaram”, fazendo surgir uma região metropolitana em torno de si. A baía, ao contrário, diminuiu, de tamanho devido aos vários aterros efetuados ao longo do tempo, diminuiu de importância, pois o transporte hidroviário e a pesca foram deixando de ser feitos e acabou empobrecendo por causa da imensa quantidade de elementos poluentes lançados muitas vezes in natura nas suas águas.
Tudo isso ocorreu muito rápido e sem controle, hoje temos uma baía sufocada de poluição e quase sem vida a espera pela boa (ou má) vontade política dos governantes que não “entendem” que deixá-la morrer é como matar a própria cidade que governam.

Caça da Baleia
http://www.mar.mil.br/dhn/dhn/hist_pontarmacao.html
http://fotolog.terra.com.br/antigamente1:967
1. Localização do Casario Histórico da Ponta da Armação, Niterói (baía de Guanabara - século XVII). Na época, o local era utilizado para processamento dos subprodutos das baleias.
2. Painel elíptico "Pesca da Baleia", de Leandro Joaquim. Óleo sobre tela (112cm x 131cm). Cerca de 1875, apresentando ao fundo e à esquerda o Complexo da Ponta da Armação na época. Museu Histórico nacional. Fotografia Luiz Carlos Miguel. Acervo da DHN.
3. Detalhe da obra "Pesca à Baleia" de Leandro Joaquim, em obra anteriormente citada. Hoje os edifícios integram o complexo da Ponta da Armação. Final do século XVIII. Banco de Imagens DHN.
4. Cena Marítima "Visita da Esquadra Inglesa". Painel elíptico de Leandro Joaquim. Óleo sobre tela, medindo 110 cm x 149 cm, cerca de 1785. Frota mercante inglesa com destino à colonização da Austrália. Ao fundo, no canto esquerdo, podemos observar o casario em estilo maneirista da Ponta da Armação. Museu Histórico Nacional. Fotografia Luiz Carlos Miguel. Acervo da DHN.
5. Série "Pesca à baleia" - Ilustração do século XVIII. In FERNANDES, Maria Augusta Evangelista (2002). Acervo da DHN.
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1. O Transatlântico Alcântara.
http://www.mirantemultimodal.com.br/cgi-bin/interno.cgi?tipo=memoria&lugar=801
O transatlântico britânico Alcantara, da Mala Real inglesa, entrando na Baía de Guanabara: ao fundo, o majestoso Pão-de-Açúcar. Cartão-postal ilustrado com pintura de Kenneth Shoesmith (1890-1939), oficial de marinha mercante que retratava os navios da famosa armadora e dos locais por onde passaram. Repare que a imagem mostra o navio ainda com duas chaminés. (Reprodução do livro 'Navios e Portos do Brasil', de João Emílio Gerodetti e Carlos Cornejo)
2. Dirigível na entrada da Baía de Guanabara – foto.
http://www.novomilenio.inf.br/rossini/sts1930.htm
3. Dia de sol na Baía da Guanabara - óleo sobre painel 16x22cm - Sandra Nunes
Terça Feira, Janeiro 13, 2009.
Finalmente o sol retornou por dois dias seguidos e com ele o clima de verão que tanto combina com esta cidade. A partir das primeiras horas da manhã já se percebe que a temperatura vai subir muito, o que também representa um problema sério para trabalhar ao ar livre.
Dirigi-me ao mesmo lugar onde fiz a primeira pintura ao ar livre deste ano (veja o post anterior) em busca daquela árvore frondosa que me protegera tão bem da chuva. Desta vez ela me proporcionou toda a sombra que eu precisava para pintar. Decidi-me por fazer a mesma composição da pintura anterior, e os acinzentados deram lugar à luz quente do tão esperado verão carioca.
http://pinturaaoarlivre.blogspot.com/2009/01/dia-de-sol-na-baa-da-guanabara.html
4. Regata na Baía de Guanabara
Acrílico sobre tela.
http://www.pageon.net/jmarques/
Outros Sites
http://www.joaodorio.com/site/index.php?option=content&task=view&id=119

1. Ilha do Gato
http://peregrinacultural.wordpress.com/2009/04/17/
Terra dos Temiminós - Mapa da baía da Guanabara
João Teixeira Albernaz, 1624
2. Reformulação do Plano de Melhoramentos de 1875 Tomando como base o Plano de Melhoramentos, são complementas as reformas efetuadas pelo Presidente Rodrigues Alves (Porto do Cais do Rio de Janeiro), concluídas as obras do Canal do Mangue, demolição do Morro do Senado e abertura de grandes avenidas como a Av. Central (atual Rio Branco).
3. Questões estéticas, sanitárias, viárias e habitacionais. O primeiro plano data de 1875 com a criação da Comissão de Melhoramentos da Cidade do Rio de Janeiro e perdurai até 1902. Este Plano não foi totalmente executado.
4. Prefeito Carlos Sampaio – 1920 a 1922. Demolição do MORRO DO CASTELO. Foram eliminadas do Centro as áreas residenciais de baixa renda. Abertura da Avenida Rui Barbosa, dando continuidade à Avenida Beira-Mar; ligação do Centro à Copacabana; execução de obras de saneamento e embelezamento na Lagoa Rodrigo de Freitas; contratação do engenheiro Saturnino de Brito para execução das obras; intensificação do processo de OCUPAÇÃO DOS SUBÚRBIOS.
http://bhpbrasil.spaces.live.com/?_c11_BlogPart_BlogPart=blogview&_c=BlogPart&partqs=cat%3Dhist%25c3%25b3ria%2520da%2520arquitetura%2520e%2520do%2520urbanismo
5. Mapa Masset.
6. Mapa próprio
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Mapa Faperj

http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=2585 mapa aéreo estilizado
http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=3345
Apesar de sua irretocável natureza, a Baía de Guanabara foi insistentemente recriada por poesias, pinturas, fotografias e pelas artes em geral. Esse famoso cartão postal acaba de ganhar mais uma especial releitura na quinta edição do projeto Rio de Janeiro em Mapas, que será lançada pela Faperj dia 18 de dezembro, às 15h, no Museu Naval, na Rua D. Manuel, Praça XV, centro do Rio de Janeiro.
Para retratar a Baía de Guanabara com seu entorno, constituído de fortalezas, monumentos históricos e edificações, a Faperj reuniu o trabalho da historiadora Maria Fernanda Baptista Bicalho, professora da Universidade Federal Fluminense, e do jornalista e cartunista Claudius Ceccon.
O humor de Claudius está presente nas 40 ilustrações em nanquim e aquarela. A do Pão de Açúcar é uma espécie de ponto de partida para uma viagem que segue rumo a ilhas, fortificações militares, igrejas e antigos portos. O trabalho também remete ao passado, quando as águas da baía eram bem menos castigadas pela ação do homem e recebiam a visita de baleias e até mesmo de piratas.
Baía estratégica - O diretor-presidente da Faperj Pedricto Rocha Filho, considera a região estratégica para o desenvolvimento do Estado. “Sendo a segunda maior baía do país e englobando quase a totalidade da região metropolitana fluminense, se constitui, além dos aspectos históricos e culturais, em peça estratégica do desenvolvimento social e econômico do nosso estado”, lembrou.
O mapa ilustrado é acompanhado de um livreto com informações históricas e culturais. Uma equipe de historiadores coordenada por Maria Fernanda Bicalho foi responsável pela pesquisa e pelos verbetes que acompanham as ilustrações. A coordenadora do programa de Editoração da Faperj, Ismênia de Lima Martins, destacou a importância da Baía de Guanabara para o projeto Rio de Janeiro em Mapas. “É um lócus privilegiado, uma vez que atinge diversos municípios fluminenses e tem a sua paisagem ligada de forma indissociável à história do Estado do Rio de Janeiro”, disse.
O projeto Rio de Janeiro em Mapas tem o objetivo de divulgar as principais construções, logradouros e instituições localizados em municípios fluminenses ou em bairros cariocas, sempre sob o ponto de vista histórico, cultural e arquitetônico. “O projeto trabalha com a idéia de que a história de um bairro, de uma cidade ou de um acidente geográfico é a história de um espaço socialmente construído”, explicou Ismênia. Com tiragem de mil exemplares, o livreto e o mapa da Baía de Guanabara serão distribuídos gratuitamente para escolas públicas, bibliotecas e instituições de ensino.
Na estréia, o projeto retratou a região central da cidade do Rio de Janeiro pela paleta de Jorge de Salles; o mapa seguinte focalizou os bairros de São Cristóvão, Benfica e Mangueira e teve a assinatura do pintor naif J. Araújo. A terceira edição contemplou pela primeira vez uma região situada fora dos limites da capital fluminense: Campos dos Goytacazes, que foi recriada pela ilustradora Mariana Massarani. O tradicional bairro de Santa Teresa foi o objeto da quarta edição que teve ilustrações de Ana Maria Moura.
| Por: Mario Nicoll e Ilustrações: Claudius/Faperj

1. Enseada de Botafogo à noite
http://www.pictus.com.br/produto_detalhes.php?codproduto=323
2. Forte São João
3. Fortaleza da Conceição
4. Fortaleza de Santa Cruz
http://anofrancabrasil.blogspot.com/2009_02_01_archive.html
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Mairs e Pêros em 1555 / 1710 a 1711

1. Reedição do famoso quadro de Benedito Calixto.
2. Rio de Janeiro da Época, em que a cidade começa a crescer em outras direções, tendo as embarcações protegidas pela enseada do Morro Cara de Cão.
3. Detalhe do quadro original, ambos mostram o embarque de Estácio de Sá se preparando para mais um embate, dos perós ou pêros, como os Tamoios chamavam os portugueses, com os mairs, denominação dos índios Tamoios para os franceses.
http://anofrancabrasil.blogspot.com/2009_02_01_archive.html
Continua.......