Comércio varejista de Alagoas supera média de crescimento do Brasil
O comércio varejista de Alagoas vem crescendo nos últimos dois anos graças ao investimento do governo no empreendedorismo, segundo opinião do presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio), Wilton Malta. O crescimento acumulado do comércio varejista de
2003 a
2010 foi de
135% e,
em relação a 2010, a expansão já acumula 14,2% de crescimento no volume de vendas. A média no Nordeste é de 12% e do Brasil de 11%. Os dados foram divulgados no último dia 14 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“O lançamento de programas sociais e a chegada de indústrias (42 instaladas e em fase de instalação), de vinte empreendimentos comerciais de varejo e de trinta novos hotéis refletem no resultado positivo alcançado pelo segmento”, destacou. Malta pontuou entre os investimentos no varejo o supermercado Atacadão e
outro que será inaugurado em breve no conjunto Benedito Bentes como molas propulsoras deste salto na economia do Estado.
“As empresas estão se instalando em Alagoas porque percebem que o Estado está crescendo, bem como a renda per capita da população. Estes fatores refletem no interesse dos empreendedores, sobretudo nas cidades alagoanas com 200 a 400 mil habitantes”, disse. O presidente da Fecomércio ressaltou que
Palmeira dos Índios,
Arapiraca e
Delmiro Gouveia são alguns dos municípios que estão na mira dos empresários brasileiros interessados em se instalar nestas localidades.
Os segmentos mais explorados são de confecções e supermercados. “Quando o setor de alimentos cresce, o atacado vem a reboque e, com isso, aumenta a geração de emprego e renda com a contratação de mão de obra local. A instalação de novas empresas faz aumentar o recolhimento de impostos, além de difundir o nome de Alagoas no Nordeste e no país”, destacou Malta.
Em Palmeira dos Índios, os segmentos varejistas em expansão são o de confecções e material de construção, os quais abastecem também as cidades circunvizinhas. “Atualmente, o setor de construção civil tem crescido tanto em Alagoas que se tornou difícil contratar um eletricista, encanador e pedreiro, uma vez que todos estão empregados. Em Arapiraca, por exemplo, temos em torno de mil casas sendo construídas”, salientou.
Em Delmiro Gouveia, os segmentos de confecções e revenda de motos têm alavancado a economia local. Wilton Malta diz que a expectativa de crescimento econômico para 2011 é de continuidade, considerando que os anos de 2009 e 2010 foram acima da previsão, especialmente no
comércio varejista. De acordo com o dirigente da Fecomércio, as novas indústrias, hotéis e empresas movimentam outros segmentos como de moradia, mototaxis, setor de serviços (médico, por exemplo), escolas e cursinhos preparatórios para vestibular.
A professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) e economista Luciana Caetano credita o momento favorável por que passa a economia de Alagoas ao avanço do país na política fiscal, monetária e de redução de déficit habitacional, impulsionado pelo governo federal, além do lançamento de programas sociais de largo alcance. De acordo com ela, as regras de crescimento do comércio varejista são ditadas pela oferta e demanda.
A economista salienta que a distribuição de renda no Brasil e a repercussão na ascensão do poder aquisitivo da população de baixa renda refletiram positivamente no comércio varejista. Luciana destaca ainda que as políticas públicas lançadas pelo governo federal, o incentivo fiscal para empresas de pequeno porte, a liberação de linhas de crédito subsidiados (com taxas de juros mais baixas), por parte dos bancos do Nordeste, do Brasil e da Caixa Econômica, para o fomento do desenvolvimento local, e a transferência direta de renda (Bolsa Família) contribuíram para o aquecimento do mercado varejista.
O presidente da Aliança Comercial dos Retalhistas, João Correia Barros, acrescentou que Alagoas é o terceiro Estado da federação com o maior volume de trabalhadores com carteira assinada. O setor de construção civil, segundo ele, é um dos responsáveis pelo incremento da economia, sobretudo nos últimos dois anos. “A destruição de cidades pelas chuvas e a reconstrução delas fez o setor de construção crescer muito. Apostamos que 2011 será de progresso para o turismo, uma vez que o Nordeste tem sido um destino cada vez mais procurado”.
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