As igrejas coloniais são hoje muito mais obras de arte do que locais de culto religioso ou social, em quase todo o ocidente. Há 2 anos atras estive em Lisboa e num domingo pela manha entrei numa igreja, linda, toda restaurada e tinha um padre sozinho, esperando um fiel pra rezar a missa dominical. Qdo entrei ele começou a ler o sermão. Fiquei tão constrangido que permaneci um pouco ali pra não decepcioná-lo

.
Este carater "depressivo" não era exclusivo dos portugueses. Todas as cidades coloniais ibericas (espanholas tb) são entupidas de igrejas. Já os anglos e franceses pouco importancia davam a templos suntuosos nas suas colonias. Napoles, na Italia tem mais de 400 igrejas antigas. È uma caracteristica católica latina, talvez (O francês é latino apenas na lingua).
Dificil saber quem perdeu mais acervo colonial. Ate a independencia Salvador, Recife e o Rio tinha populações quase equivalentes (~100 mil ha). O atual centro histórico de Salvador corresponde apenas a cerca de 20% da área da cidade colonial original. E por lei, no período colonial, toda construção tinha de ser em estilo portugues. Portanto, se parecia uma cidade africana era pela quantidade de negros nas ruas, pelo comercio ambulante e pela falta de higiene nas ruas (que não era privilegio da cidade). Fisicamente, era uma cidade portuguesa.
Desenhos, esboços e posteriormente fotos, não negam.
Muito bom o thread, Bent!
Eu acho que o Rio foi o que perdeu mais o conjunto...
Foi uma catástrofe de guerra. Mas, por outro lado, o que vou falar tem muito a ver com o tema do thread...
Fico pensando que serventia teriam tantas igrejas coloniais numa cidade contemporânea. Os portugueses eram um povo muito depressivo, toda sua socialibilidade era feita dentro do templo religioso, havia poucos outros locais de encontros. Cada camada social tinha sua própria igreja específica.
Com o tempo tudo perdeu a razão de ser e mais a arquitetura e o valor histórico que a função religiosa mantém essas igrejas de pé atualmente...