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Imóveis fora do alcance

2941 Views 4 Replies 5 Participants Last post by  Dudly
DF tem hoje um dos metros quadrados mais caros do País. Imóveis de 100 metros quadrados, no Guará, chegam a custar R$ 500 mil. Na Asa Norte e no Sudoeste, a mesma metragem sai por R$ 700 mil

Sala comercial no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), de 106 metros quadrados. Preço: R$ 892 mil. Apartamento no Residencial Alírio Neto, no Guará. Valor cobrado: R$ 500 mil por um imóvel de 100 metros quadrados. A mesma metragem em lançamentos no Sudoeste e na Asa Norte chega a custar R$ 700 mil.

Adquirir um imóvel em Brasília está cada vez mais difícil. Em dez anos, o preço médio do metro quadrado na capital do País dobrou, e a tendência é que suba gradativamente. Atualmente, a cidade possui o terceiro metro quadrado mais caro do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, devido a especificidades da capital, as previsões de especialistas do setor imobiliário é que, em breve, Brasília alcance o primeiro lugar no ranking. Hoje, estima-se que o déficit habitacional do DF seja de aproximadamente 96 mil unidades.

Entre os principais fatores do encarecimento dos terrenos brasilienses está a questão da propriedade da terra. No DF, a maior parte do solo pertence ao GDF, que só pode ser vendido via licitação. Segundo o economista Adolfo Fachsida, professor da Universidade Católica de Brasília, o monopólio exercido pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), as restrições ambientais e arquitetônicas sobre a cidade e a disposição de grandes empresas de pagar altas somas de dinheiro pelos terrenos em licitações terminam por inflacionar o mercado.

"A oferta de imóveis em Brasília não acompanha o crescimento da demanda, por isso os preços acabam subindo", aponta Adolfo. Como a cidade tem cada vez menos espaços para construir, mais caros os imóveis vão ficando em função do baixo estoque de terras. Para se ter uma idéia, um terreno de 1.800 metros quadrados em Águas Claras – tamanho médio para a construção de um edifício –, há dez anos, podia ser comprado por R$ 150 mil. Hoje, o investimento não sai por menos de R$ 5 milhões.


Asa Norte

Na Asa Norte, zona onde já não existem terrenos disponíveis para venda, o valor do metro quadrado dobrou em uma década. Se, em 1998, um terreno de mil metros quadrados custava R$ 8 milhões, atualmente está estimado em R$ 16 milhões. Já no Sudoeste, os preços triplicaram. Um terreno de mil metros quadrados passou de R$ 4,5 milhões para R$ 13,5 milhões.

Para Luiz Carlos Attié, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do DF, em pouco tempo, Brasília terá o metro quadrado mais caro do País. Em alguns bairros nobres de São Paulo, como Jardins, podem ser encontrados espaços onde o metro quadrado chega a custar R$ 20 mil, o mais caro do País. No Rio, nos bairros de Ipanema, Barra da Tijuca ou Copacabana, o preço vai até R$ 15 mil, o segundo mais caro do Brasil.

Brasília não fica muito atrás. Hoje, pelas zonas nobres, já é possível encontrar terreno cujo metro quadrado não sai por menos de R$ 7 mil. No SIG, por exemplo, é este o valor aproximado que a PaulOOctávio Investimentos Imobiliários pretende arrecadar com a venda de um imóvel que hoje é utilizado como estacionamento do Obcursos.

O presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi-DF), Adalberto Valadão, explica que a área está sendo cada vez mais valorizada por localizar-se no centro da cidade e concentrar, ao seu redor, as diversas instâncias do poder. "O SIG tem infra-estrutura pronta e está próximo aos órgãos de poder. Além disso, é onde estão os tribunais, e hoje toda grande empresa de advocacia possui filial em Brasília", justifica.


Tendência

Adolfo Fachsida acrescenta que, com a tendência cada vez maior de as pessoas deixarem suas casas e procurarem imóveis em condomínios por conta da violência, a região central da cidade fica ainda mais valorizada. "De 1995 para cá, os preços das casas em Brasília começaram a enfrentar um movimento contrário ao dos outros terrenos e foram caindo", observa.

Na capital do País registra-se também o maior índice de área verde por habitante. São, em média, 30 metros quadrados por pessoa, protegidos por normas ambientais. Se a medida acaba resultando na inflação dos preços de imóveis, dificultando a realização a casa própria, por outro, a preservação da qualidade de vida fica garantida.


E vai subir muito mais

O diretor comercial da PaulOOctávio Empreendimentos, Pedro Ávila, afirma que o mercado imobiliário em Brasília tem características peculiares. Segundo ele, o metro quadrado do imóvel na capital do País é caro em função da escassez de áreas disponíveis. "O preço dos terrenos, hoje, é definido por meio de leilões, que são realizados pela Terracap. Por isso, quando as empresas vão buscar novos espaços para construir e não encontram, o imóvel, conseqüentemente, acaba ficando mais caro. Na Asa Norte, por exemplo, não há como o governo fazer novas licitações", observa Ávila.

Segundo ele, atualmente, O GDF pode ofertar terrenos somente em 11 regiões do DF, que já estão regularizadas. "Aqui não é como em outras cidades, onde o proprietário do terreno constrói sua própria casa. Então, acaba ficando como se tivesse comprado um lote na Vieira Souto ou São Paulo, que custa caro", compara. Ávila comenta, ainda, que o fato de Brasília ser dividida em áreas setorizadas, acaba limitando a expansão do setor.


Terrenos ocupados

"Daqui a 10 anos, quem quiser comprar um imóvel não terá mais opções, porque os terrenos vão estar ocupados. Por isso, quem tiver oportunidade de investir no Plano Piloto vai ter seu apartamento muito valorizado", diz. Ainda de acordo com Ávila, o valor do metro quadrado de um imóvel em Brasília, nesse mesmo período, pode chegar a R$ 10 mil, nas localizações mais valorizadas. Isso vai ocorrer, segundo ele, não só devido à escassez de áreas, mas também em função do aumento no custo do material de construção.

Para Ávila, o GDF terá que liberar novos terrenos, para que as construtoras concebam seus projetos, com o objetivo de aumentar a oferta. "O governo vai ter que abrir novas áreas, sejam elas no Plano Piloto ou em outras cidades. É uma tendência que as pessoas de baixa renda procurem essas áreas", comenta.

Já o proprietário da Letierri Imobiliária, Haroldo Lettierri, destaca que o metro quadrado de um imóvel na Asa Norte, por exemplo, chega a custar R$ 7,5 mil; e, no Setor de Clubes Norte, um imóvel de 100 metros quadrados pode valer R$ 800 mil, preços que não podem ser arcados pela classe média.

Fonte: http://www.clicabrasilia.com.br/impresso/noticia.php?IdNoticia=324292
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É realmente surreal isso!!! se tivesse uma praia em brasilia os apto com certeza iriam ser mais caros ainda o m2...imagina!!!!......seria inviavel.....Na asa norte sei que tem a 207 norte ainda pra ser construida (a unb nao cede aquele terreno por nada) e alguns blocos de algumas quadras que ainda não estão completas como a 109 norte, 110 norte, e outras mais novas..!!!!
^^ Os preços dos imóveis de Brasília são realmente surreais!! Apartamento de 1,5 milhão de reais com vista permanente para o Setor de Indústrias Gráficas!!! :nuts: Eu li em algum lugar que só a UNB tem 27 projeções na Asa Norte!! Libera isso UNB!!!! :lol:
Os valores dos imoveis em Brasilia estao fora da realidade, e uma pena pois, apesar de Brasilia ter a renda per capita mais alta do pais, o custo moradia no DF anula esse beneficio. Adoro Brasilia mais nunca pagaria 1 milhao de reais por um apartamento comum no Plano Piloto. Eu pego esse dinheiro todo e me aposento em outra cidade.....hahaha
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