Torre junto ao estádio do Leixões origina discórdia na Câmara
"Não vão ser a torres gémeas de Leça da Palmeira porque só será um edifício, mas vai ser um foguetão" - as palavras são de Honório Novo, vereador da CDU na Câmara de Matosinhos, e contestam a construção de uma torre à margem da A28, junto ao estádio do Leixões.
A minuta do contrato de permuta de terrenos entre a Câmara e o promotor privado, no âmbito do plano de urbanização da envolvente ao estádio do Mar, na Senhora da Hora, foi aprovada ontem, mas apenas com os votos favoráveis da maioria socialista. A oposição (PSD/PP e CDU) votou contra em bloco.
O promotor cede à Autarquia 9000 metros quadrados e recebe parcelas que totalizam pouco mais de cinco mil metros quadrados, mas com uma capacidade construtiva de 16 mil metros quadrados. "É inaceitável", contestou Honório Novo, contestando o elevado índice de construção, que, segundo acusa, ultrapassa os parâmetros estipulados.
Nélson Cardoso, vereador do PSD, argumentou que o voto contra da coligação de direita fundamentou-se, sobretudo, no facto de serem garantidas isenções e benefícios ao promotor privado, quando ainda nem se sabe o que vai ser construído em concreto. "Ainda nem pedido de informação prévia existe", sublinhou o autarca social-democrata, que nem se mostra desfavorável à construção em altura, desde que seja bem enquadrada e existam as devidas compensações para o município.
Na habitual conferência de Imprensa após as sessões privadas do Executivo, o presidente da Câmara de Matosinhos, Guilherme Pinto, não abordou o assunto, destacando outras matérias, como a aprovação da transferência de um milhão de euros para a empresa municipal Matosinhos Habit, que tem em curso um volumoso conjunto de obras nos empreendimentos sociais do concelho.
O autarca socialista sublinhou, ainda, que foi dada luz verde à inserção urbana do novo terminal de cruzeiros de Leixões, que inclui, entre outras valências, um cais de acostagem para 4100 pessoas, uma marina para 170 barcos e um pólo do Centro de Ciências do Mar. "Pela primeira vez, o porto de Leixões vai ficar aberto à cidade. Qualquer cidadão vai poder percorrer o molhe sul", atentou o presidente da Câmara.
Guilherme Pinto referiu, ainda, que foi aprovada a instalação de uma loja do Leixões e de uma da Cruz Vermelha no mercado municipal de Matosinhos.
JN