LORD HOTEL
Bem que ele poderia ser salvo!!
foto:
crédito da foto:
www.flickr.com/photos/feembrasil
Algumas notas sobre este prédio
LORD HOTEL
Tombamento Municipal de 2005
Localização: Rua Liberato Barroso, n° 555 - Centro
A edificação foi construída em
1956 com arquitetura avançada para a sua época. Recebeu importantes artistas e personalidades, e teve seu auge na década de 60 e 70. O proprietário original do edifício foi Pedro Philomeno Gomes, que o arrendou a um casal de suíços até 1959 e em 1992 foi fechado e transformado em residência-hotel.
Há quatro anos, cinco moradores do antigo Lord Hotel, no Centro, resistem em não deixar o local. O embate, que era inicialmente com o Metrofor, passa a se dar com a Prefeitura de Fortaleza
No início de janeiro, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, assinou um decreto que tomba como patrimônio do município 14 prédios de importância histórica e simbólica para a cidade. Dentre eles, o Lord Hotel, prédio localizado no Centro, onde Ivaneide Franco Marques vive há 18 anos, com seu marido e filho. Ela faz parte do grupo de cinco proprietários que resistem em deixar o local, desde que o Metrofor interveio para desocupar o prédio, a propósito da construção de uma linha de trem subterrâneo. Na época, em 2002, a empresa ofereceu a cada morador R$ 20.500,00 para desocupar o local que, segundo o Metrofor, já estava com a estrutura comprometida. “Compramos com tanto sacrifício, e com esse valor não daria para comprar nenhum apartamento grande como esse”, afirma Ivaneide. Para ela, os moradores mereciam uma indenização pelos transtornos causados pela empresa. “Foi uma safadeza”, queixa-se. “Antes tínhamos porteiro, síndico, agora, não tem mais nada disso, é cada um por si”, afirma ao se referir às atuais condições de moradia. De acordo com ela, a água consumida pelos moradores é bombeada de um poço instalado no local. “A Cagece cortou o abastecimento, porque o prédio estava todo endividado”, comenta.
Ivaneide acredita que a briga deve continuar, agora com a administração municipal. “Se a Prefeitura nos oferecer uma mixaria, eu vou resistir e continuar morando aqui”, desafia. Apesar da resistência, Ivaneide sabe que um dia terá que deixar o apartamento. “É uma tristeza, mas eu vou lutar até quando puder”.
De acordo com a coordenadora do Departamento de Patrimônio Histórico da Fundação de Cultura, Esporte e Turismo de Fortaleza — órgão ligado à Prefeitura —, Ivone Cordeiro, ainda não se sabe o destino que a administração municipal dará ao velho Lord. “Dependerá de uma série de estudos que definirão o encaminhamento adequado ao prédio”. Acrescenta ainda, que os moradores como Ivaneide poderão até mesmo permanecer no local. “O processo de tombamento não significa que o edifício tenha que ser esvaziado”, afirma. Mas, ela pondera e reafirma que somente os estudos, que devem ser concluídos até o final deste ano, poderão dar a boa ou a má notícia para Ivaneide.
fonte: revista fale
Lord Hotel ainda pendente
No que depender do Metrofor, o Edifício Philomeno Gomes, que abrigou o Lord Hotel, será demolido logo que o processo de desapropriação for concluído. A justificativa é que o prédio não é reconhecido como patrimônio histórico, através de tombamento, e a demolição e construção de uma nova edificação é uma solução mais econômica que o restauro.
No momento, ainda restam algumas pendências jurídicas. Depois ainda haverá entendimento com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), para garantir a integridade do conjunto formado pelo próprio prédio que abriga o Iphan e o Theatro José de Alencar, durante a demolição.
Para o arquiteto Ricardo Muratori, suas formas em
Arte Decó são interessantes e, preservada, a edificação poderia servir a diversos usos, inclusive sediar o próprio Metrofor e o restaurante popular, que vai ficar sem endereço quando começar a construção do Parque da Cidade.

kay:
O geógrafo José Borzachiello da Silva destaca que a preservação desse prédio deve ser discutida essencialmente na perspectiva do seu uso, uma vez que não se trata apenas de restauração, mas adequação aos novos usos. Ele também ressalta a importância da criação de estacionamento, qualquer que seja o uso dado à edificação.
A coordenadora do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural da Secretaria da Cultura (Secult), Eveline Vasconcelos, disse que já há um convênio com a Prefeitura para trabalhar a questão da requalificação do Centro como um todo. Mas, apesar considerá-la uma edificação interessante o assunto do Lord ainda não foi discutido, segundo informou.
fonte: diario do nordeste