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Meca imobiliária, Zona Sul é território dos condomínios horizontais

9411 Views 15 Replies 6 Participants Last post by  SirPhillip


23/05/2006

Quando se fala em Zona Sul de Porto Alegre o que vem à mente são espaços amplos, ar livre, esportes, Guaíba, muito verde da Natureza e – é claro – tudo somado, qualidade de vida. Exatamente os fatores que têm atraído pessoas de outras partes da cidade e que aqui desejam viver uma existência mais natural e tranqüila. Por outro lado, as grandes distâncias e algumas deficiências de infra-estrutura até pouco tempo eram, de certa forma, impeditivos para a expansão imobiliária.

Hoje, com a duplicação das principais avenidas – a Juca Batista é um exemplo recente – o acesso tornou-se extremamente fácil e rápido, sem falar na notável melhoria da infra-estrutura e do crescimento do setor de serviços, muito diversificado em determinados bairros. Com isso – e também devido à saturação das demais áreas da cidade, especialmente da Zona Norte – a Zona Sul transformou-se em uma verdadeira Meca para o mercado imobiliário.

Resultado: nos últimos anos floresceram grandes empreendimentos no setor habitacional, a maioria voltados para um público de classe média alta, do qual o Terraville é o exemplo mais notório. Outro que está em fase de implantação é o Alphaville, na Vila Nova. Assim como o primeiro, este segundo será, por assim dizer, uma quase cidade dentro da Zona Sul, uma verdadeira ilha de conforto, lazer e segurança.

NOVA IPANEMA - Para se ter uma idéia, a Nova Ipanema (urbanizadora, há 10 anos no mercado daqui) lançou recentemente um mega-empreendimento, o Lagos de Ipanema: são mais de 1.000 terrenos, totalmente urbanizados, legalizados e com completa infra-estrutura na Estrada Edgar Pires de Castro. Estrada que, muito em breve, deverá também ser duplicada. A empresa é especializada em condomínios fechados, dotados de total segurança para seus moradores. O público da Nova Ipanema é basicamente formado por pessoas que já moram na Zona Sul e procuram ainda mais tranqüilidade, segurança e conforto . A renda mensal de tais famílias varia de 10 a bem mais de 20 salários mínimos. Quanto aos terrenos, os valores oscilam de 25 a 60 mil reais, dependendo de suas dimensões. A urbanizadora vende somente os terrenos - quem depois constrói é o futuro morador, aproveitando-se de todas as facilidades.

AMPLOS ESPAÇOS - “Nesse sentido, a Zona Sul é a única que tem espaços e condições para crescer”, atesta Diego Valdomiro, corretor de imóveis da Imobiliária Canadense, empresa nascida e sediada na avenida Tramandaí, em Ipanema, e há 22 anos no mercado. “As pessoas que estão comprando imóveis aqui buscam localização e segurança e preferem especialmente os condomínios horizontais fechados, que oferecem isso tudo”, acrescenta ele.
Opinião idêntica tem Melissa Vianna Ferreira, gerente de vendas da Vera Bernardes Assessoria Imobiliária (avenida Coronel Marcos): “Porto Alegre só pode crescer para cá.”

Tanto Diego quanto Melissa constatam um mercado aquecido e que só tende a melhorar nos próximos anos. Não que as coisas estejam assim tão maravilhosas (até porque a economia do País não está lá essas coisas) porém em virtude de uma tendência que se impôs no mercado imobiliário: morar longe da região central urbana, em áreas com tranqüilidade, segurança e muito verde e que , sobretudo, sejam de rápido acesso para automóveis.

E a maioria vem de outras partes da cidade”, informa Melissa. “Eles procuram a Zona Sul pelo espaço, querem ter um pátio, um cachorro, andar de bicicleta e também porque aqui a violência é menor do que na Zona Norte, por exemplo. A segurança é fundamental. E os condomínios horizontais são verdadeiramente a cara da Zona Sul”.

ASSUNÇÃO – Zona urbana em sua proximidade com o centro e nem tanto à medida que se distancia rumo à Lagoa dos Patos, a Zona Sul tem na Vila Assunção, na Tristeza, no Jardim Isabel e em Ipanema as suas áreas mais valorizadas. São regiões com boa infra-estrutura, bons serviços, proximidade com o Guaíba e onde se instalaram famílias de classe média e classe média alta. “Todo mundo quer morar na Assunção mas hoje não se encontra casa lá para vender, e nunca custa menos do que 300 mil reais. Então o pessoal acaba procurando outros bairros que nem sempre eram os inicialmente previstos”, conta Melissa Vianna. Experiente, ela vê a clientela hoje “cada vez mais exigente e menos fiel. Eles passam por 20 imobiliárias antes e exigem muito.”

Imobiliárias que, calcula ela, sejam em número de 50 nesta parte da Capital, contando as pequenas, “de uma portinha”. As maiores, no caso, disputam os profissionais liberais, os executivos, os empresários e os endinheirados de uma forma geral, o que faz que exista hoje muita oferta de condomínios horizontais. A imobiliária dela, a Vera Bernardes, vive um momento “bem aquecido”, embora Melissa ressalte que isso não é regra geral. “O ano passado não foi um ano bom para o setor. Porém desde março as nossas vendas estão muito boas, e nem sei explicar direito porque.”

GUARUJÁ – Outra área que está bem valorizada é o Guarujá, garante Diego Valdomiro, da Canadense. “O Guarujá está sendo muito procurado, especialmente por gente que procura locais mais afastados, com visão para o rio”. O perfil desse público, segundo ele, é de classe média alta, com renda mínima familiar de 7 mil reais. “São pessoas que já estão estabilizadas na vida, muitas vezes casais a partir de 35 anos, profissionais liberais, advogados, ou então gente do interior que quer levar aqui uma vida parecida com a que levavam lá”. Eles querem casas individuais, com segurança, e estão dispostos a pagar 300 mil reais por isso, abatendo parte do valor colocando sua antiga residência no negócio. Nesse sentido a Canadense está colocando à venda, na estrada Edgar Pires de Castro, o loteamento “Hípica Boulevard”, constituído por mais de 200 lotes. “Outra área que vai se valorizar muito é a da Ponta Grossa. Lá tem até praia particular para quem pode”, diz Diego.

Uma das coisas que valorizaram a Zona Sul nos últimos anos foram as melhorias no sistema viário, com a duplicação, por exemplo, da Juca Batista e da Wenceslau Escobar, o que facilitou o fluxo de veículos e encurtou distâncias e tempo para quem trabalho no centro ou em outros bairros da cidade. A próxima obra programada é o alargamento da Vicente Monteggia, algo que terá um impacto extremamente positivo para o setor.

ALUGUEL - Se por um lado sobram condomínios horizontais para a venda, por outro, considerando a grande demanda, faltam imóveis para se alugar na Zona Sul. “Há bastante procura e pouca oferta”, informa Diego Caporal Costa, corretor da área de locação da MCC Empreendimentos Imobiliários (avenida Teresópolis). Ele explica isso pelo fato do preço dos aluguéis, hoje, não ser considerado algo rentável em relação ao valor investido pelo proprietário. “O aluguel está barato e as pessoas preferem não correr riscos com inquilinos. Eles preferem colocar 60 mil reais, que é o preço de um apartamento de dois dormitórios, na poupança”.

Com pouca oferta e muita procura, os imóveis colocados para aluguel são disputados e são ocupados, muitas vezes, de um dia para outro. Os inquilinos, quase sempre, são gente da Zona Sul mesmo. Eles pagam em média 300 ou 350 reais mensais por um apê de dois quartos, “apartamentos simples, sem elevador e com estacionamento rotativo”, explica Diego Caporal.

Opinião diferente tem Everton Sbruzzi, responsável pelo setor de aluguéis da tradicional Auxiliador Predial. Há poucos meses instalada na Zona Sul (Av. Wenceslau Escobar), a empresa conta hoje com (relativamente) não muitos imóveis disponíveis para alugar, “mas estamos fazendo um esforço enorme para captar mais”, diz Sbruzzi. Ele discorda do argumento de que o valor dos aluguéis é pouco compensatório para o proprietário. “Um apartamento na Tristeza não baixa de 450 reais, podendo chegar a mais de 1 mil em muitos casos. Eu aluguei um de dois dormitórios, na Tristeza, por 1200 reais, recentemente”. Segundo o corretor, o valor pago pelos aluguéis na Zona Sul é maior do que na Zona Norte, por exemplo, só perdendo para áreas nobres da Capital como os bairros Bela Vista, Auxiliadora, Higienópolis, todos da Zona Leste. “Mas essa carência de imóveis, com o tempo, com a entrada no mercado de novos imóveis, vai ser sanada, vai melhorar muito com o tempo.”

EXPECTATIVA SUPERADA - Com sua primeira filiada aberta na Zona Sul, dispondo de sete funcionários, (a inauguração foi no dia 22 de dezembro último), a Auxiliadora entrou “firme” no mercado local e, segundo Everton, não se arrependeu nem um pouco.

“A Zona Sul era o único mercado em que não atuávamos com toda a força e não temos queixas, a receptividade até superou a nossa expectativa inicial”, relata ele.

Jornal CS Zona Sul
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Que foto é essa?
Moro na zona sul mas não consegui localizar essa região.
Se você que é da zona sul não sabe, imagine eu que sou da zona norte... Mas eu chuto que seja uma foto tirada a partir do bairro Serraria, em direção à paradisíaca (existe isso em POA?) Ponta Grossa:


Por яĿ
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A Juca Batista nao foi duplicada, só recebeu uma faixa a mais. Parece que qualquer ampliacao em alguma rua ja chamam de "duplicar"...

Sou contra esses condomínios fechados, acaba privatizando uma área muito grande e criando ilhas dentro da cidade.
Bem que você poderia ser tão radical contra prédios "altos" como é contra condomínios fechados, rsrsrs.
Os condomínios fechados tornaram-se moda no Brasil e no mundo! Frutos da violência que o mundo está passando e da falta de segurança . Achei muito interessante essa notícia!
Veja bem, eu não sou exatamente a favor de condomínios fechados. Mas acho que, quando não se tem NADA, pelo menos isso é um tipo de investimento. Agora que POA já tem o Terra Ville e o Alphaville está prestes a se instalar, acho que não seria necessário mais condomínios desse porte. Ainda mais numa área que pode receber qualquer outra coisa, pois é limpa, virgem.
Veja bem, eu não sou exatamente a favor de condomínios fechados. Mas acho que, quando não se tem NADA, pelo menos isso é um tipo de investimento. Agora que POA já tem o Terra Ville e o Alphaville está prestes a se instalar, acho que não seria necessário mais condomínios desse porte. Ainda mais numa área que pode receber qualquer outra coisa, pois é limpa, virgem.
Vc está certo, mas fico com um certo medo se isso continuar se proliferando dessa forma.

Imagina, teriamos bairros interios "fechados". Aquela regiao tem muito espaço livre, mas nao é bom abusar. Imagina tudo ocupado com áreas enormes em volta da cidade ocupados por muros. Nao ficaria bem.
Bem que você poderia ser tão radical contra prédios "altos" como é contra condomínios fechados, rsrsrs.
Desculpe, mas como vc pode preferir bloquinhos a isso?

(foto minha, da barra da tijuca, algo que acho que ficaria perfeito na zona sul)



Eu nao era radicalmente favorável a prédios altos antes de conhecer São Paulo, alias, eu era CONTRA prédios altos, achava que estragava o paisagismo e tirava a harmonia. Quando fui la pela 1a vez e andei muito em bairros bons da zona sul, além de ter ficado de queixo caído com os prédios altos, pela beleza, imponencia e sensacao de "grande metropole", me deu uma raiva dos baixinhos medioc...ops, charmosos, de POA.

Se fossem europeus como Buenos Aires ou Montevideo, aí tudo bem..Mas ir contra residenciais altos e preferir esses bloquinhos acho no minimo estranho.

Mas tudo bem, gosto é gosto.
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2
Se for para ser alto, que seja assim:



E nem me refiro ao Sears, me refiro aos vizinhos dele.

Se for para ser residencial alto, que seja alto de verdade e lindo como os australianos:



E, de preferência, em área central ou área setorizada.
Para (entre muitas outras coisas mais úteis) formar UM skyline, não uma aberração cimentada.
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5
o Sir Phillip pirou o cabeção. Ainda mostra de exemplo aqueles prédios horriveis naquela foto.

na minha opinião, podem ser como os de Vancouver




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Só botei aquela foto pq nao tinha outra :)


Ta, chega de humilhar com essas fotos. Voltemos ao assunto inicial :)

Hed, vc que é da regiao, tem algum projeto bom pra zona norte?
Aquela primeira foto é do bairro Serraria. Acho uma região bem bonita que os porto alegrenses não valorizam só pq não é mar que banha a cidade.
Que foto é essa?
Moro na zona sul mas não consegui localizar essa região.
Em primeiro plano, ocupando mais de 90% da foto, é o Bairro GUARUJÁ.

No Guarujá, mostra grande parte do Residencial Di Primio Beck, que tem um portal de entrada com jeito de ser um condomínio fechado, mas não fecharam.

Da serraria aprece só uma lasca, e mais a primeira península, que é a Vila do Sargento (favela, mesmo).
^^ Não tem nada da Ponta Grossa nessa foto?
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