^^^hehehhe
kay:
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Foi essa mentalidade que arrasou os centros brasileiros nas décadas de 50 a 80. "Derruba a velharia e constroi o moderno". Pois sim, esses blocões sem graça com empenas cegas já foram considerados super-modernos.Smartboy said:Não entendo quase nada de arquitetura, mas meu lema é: derruba o velho e constrói algo extremamente moderno, arejado, tecnologico e arrojado. Em rarissimos casos aproveita o velho. E sempre com a natureza integrada. Vi um prédio de escritorio na Alemanha extremamente moderno que tinha uma espécie de floresta dentro, maravilhoso.
Bruno BHZ said:Bem, pois eu achei o discurso do Caio aquele típico de paulistano "aqui é mega, aqui pode tudo, calem-se". Tudo de ruim (ou até mesmo de bom) que a cidade tem deve ser desconsiderado por causa disso, não se pode discutir. No fundo achei bem contraditório, afinal se a cidade de São Paulo é tamanho destaque na falta de padrão, porque então defender esses edifícios neoclássicos construídos em escala indústrial, todos iguais, da mesma cor, mesmo gradis nas varandas, mesmo chapeuzinho? 90% dos lançamentos de SP que aparecem aqui são desse tipo! Cadê a tal diversidade de São Paulo? Vocês fazem o discurso, mas é justamente isso que estamos questionando: o neoclássico virou o padrão, o padrão que São Paulo não tem nem na calçada, nem na rua, nem na placa, nem no parque, nem em lugar nenhum, está tendo nesses edifícios cafonas! SP tem potencial (vulgo $$$) para construir edificios residenciais muito melhores, de estilos mais variados. Claro que ha variadade, mas poderia haver mais.
Agora, se quiserem defender o título de cidade mais brega, sinceramente vejo até de forma positiva esses prédios. Taí, um diferencial. Acho que em nenhum lugar do mundo constroem coisas assim, não deixa de ser uma característica única.
Ok!Caio said:Bruno, não é porque estão construindo principalmente prédios assim que São Paulo não é diversa em seus estilos. Não é porque o neoclássico (ou neo-eclético) predomina hoje na arquitetura residencial que a cidade inteira vai parecer padronizada. Os edifícios em construção por aqui parecem sempre estar seguindo uma tendência. Há sempre um tipo diferente de arquitetura mainstream vigorando em São Paulo. É como uma febre que acomete todas as grandes construtoras ao mesmo tempo. Isso não significa, contudo, que só são construídos prédios assim e que a partir de agora nenhum outro tipo de arquitetura será tolerado. Não. No futuro, tenho certeza que outro tipo de arquitetura ocupará o lugar de destaque entre os projetistas e desbancará a era do neoclássico. E assim a cidade vai mantendo o seu paradoxal "padrão" de não ter um padrão, de ser a bagunça que é, já que, em vez de substituirmos um prédio antigo por um novo, o construimos ao seu lado.
Antes deste modismo que é o neoclássico, imperava aquela arquitetura modernista feia dos anos 80 e 90, de prédios meio quadrados meio arredondados, que eram esbranquiçados ou revestidos com lajotas cores-de-cozinha-destoantes (o expoente dessa classe horripilante é o Shopping D). Entre ambas, fico com a atual.
O que se percebe é que, embora haja falta de criatividade por parte dos empreendedores dos novos projetos paulistanos por não fugirem do que está na moda, a qualidade dos prédios, em geral, está aumentando. Basta comparar esses neoclássicos com os primeiros condomínios verticais "construídos em escala industrial" na cidade, nos anos 50.
Outra coisa: não tem nada a ver o que você disse, que "aqui é mega, aqui pode tudo," e que devemos desconsiderar os problemas da cidade por causa disso. Sou a favor dos neoclássicos porque eles representam uma evolução na arquitetura paulistana, tanto no estilo quanto na qualidade. Eu odiaria, por exemplo, se a tendência de se construirem prédios como os dos anos 60 e 70 ganhasse força, nem que fossem torres com quilômetros de altura.
Peraí Bruno... isso de que a maioria dos lançamentos de São Paulo são neo-ecléticos é distorção do fórum, porque não é assim não, sem dúvidas não chega a ser metade, e uma coisa que eu estava reparando hoje é que parece que também varia muito de região pra região da cidade... por exemplo, no meu bairro lançaram 4 prédios neste ano, e nenhum deles é neo-eclético... outra é que não estamos defendendo O NEO-ECLÉTICO, estamos defendendo esse projeto! Concordo com você e o Aces, eu também ia preferir mil vezes que usassem mais o neo-deco (denominação minhaBruno BHZ said:Bem, pois eu achei o discurso do Caio aquele típico de paulistano "aqui é mega, aqui pode tudo, calem-se". Tudo de ruim (ou até mesmo de bom) que a cidade tem deve ser desconsiderado por causa disso, não se pode discutir. No fundo achei bem contraditório, afinal se a cidade de São Paulo é tamanho destaque na falta de padrão, porque então defender esses edifícios neoclássicos construídos em escala indústrial, todos iguais, da mesma cor, mesmo gradis nas varandas, mesmo chapeuzinho? 90% dos lançamentos de SP que aparecem aqui são desse tipo! Cadê a tal diversidade de São Paulo? Vocês fazem o discurso, mas é justamente isso que estamos questionando: o neoclássico virou o padrão, o padrão que São Paulo não tem nem na calçada, nem na rua, nem na placa, nem no parque, nem em lugar nenhum, está tendo nesses edifícios cafonas! SP tem potencial (vulgo $$$) para construir edificios residenciais muito melhores, de estilos mais variados. Claro que ha variadade, mas poderia haver mais.
Agora, se quiserem defender o título de cidade mais brega, sinceramente vejo até de forma positiva esses prédios. Taí, um diferencial. Acho que em nenhum lugar do mundo constroem coisas assim, não deixa de ser uma característica única.
Otis LA, em momento algum eu disse não gostar dos arquitetos pelo modo que estão nossas cidades ou qualquer coisa do tipo... minha crítica foi unicamente à postura dos arquitetos, ao modo como eles se afastam da população, dos gostos da população, fazem pouco dela... se você tivesse lido direito o que eu escrevi, em vez de se preocupar em defender a sua classe, teria entendido...Otis LA said:Sou arquiteto e acho que vc não deve ter raiva de todos os arquitetos, não são eles que moldam as cidades, mas sim os exploradores do solo urbano, os especuladores imobiliários, políticos que desprezam o planejamento e gente desta laia, que transforma nossas cidades em aglomerações feias e injustas.
Amantes de prédios - como eu - altos torcem para que esta monstruosidade seja construída... São Paulo tem tantas outras propostas de prédios altos, dignos, louvar iniciativas como estas ridículas torres não se faz necessário. E o Maharishi Tower, com elementos hindus(!) em suas fachadas? Vcs já se esqueceram? Ou torciam para que aquela monstruosidade (que até cidades indianas rejeitaram!) fosse construída?
Veja só o que vc diz, GRGM...
"E essa segunda parte em negrito também é patética, qualquer lançamento residencial é assim em São Paulo, com altos muros, sem espaços semi-públicos, e mesmo os prédios mais antigos, que antes foram construídos assim, hoje já são cercados por portões... ou seja, o cara quer falar mal dos neo-ecléticos e é oporunista, fazendo uma crítica que é comum a todos os tipos de arquitetura de uma grande cidade brasileira, tsc tsc..."
Criticar os neo-qualquer-coisa é criticar o conformismo de muitos profissionais... será que não há alternativa para as grades, portões e a negação do público pelo privado? Qualquer lançamento é assim e pronto, tudo bem? Nada pode ser melhor? Não há melhor arquitetura para São Paulo do que esta bobagem? Claro que há! Se há uma geração de arquitetos que mandou às favas os princípios de urbanidade, há aqueles que lutam contra o caos, contra a ditadura do marketing e da especulação imobiliária e sonha com uma cidade em que as pessoas sejam de fato livres para exercer sua cidadania, em espaços adequados para isto.
A crítica é para a valorização que se dá àquilo que, de fato, não torna a cidade melhor, como vcs estão fazendo defendendo um projeto como este da Cidade Jardim (aliás, algum de vcs sabe o que é uma cidade-jardim de verdade?)