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Notícias do Porto

569255 Views 4134 Replies 241 Participants Last post by  PedroMTG
Iniciado na sequência do processo revolucionário que seguiu ao 25 de Abril, o Bairro da Bouça não teve uma existência fácil, mas bem se pode dizer que, afinal, acabará por ter duas vidas. As habitações da primeira fase nunca chegaram a ser completadas e ficaram à mercê de alguma degradação, mas, em 1999, Nuno Cardoso, então presidente da Câmara do Porto, entendeu retomar o processo, associando-lhe o movimento cooperativo. Para tal, as cooperativas Sete Bicas e Ceta e a Associação de Moradores da Bouça criaram a Cooperativa das Águas Férreas, tendo, entretanto, sido necessário remover alguns obstáculos, como os relacionados com a propriedade dos terrenos, o financiamento da obra pelo INH e a demolição da vivenda ocupada pelo Centro de Formação de Jornalistas. "O dr. Paulo Morais [então vereador da Habitação] assumiu o processo de forma verdadeiramente notável e a nossa vontade nunca esmoreceu", sublinhou ontem Guilherme Vilaverde. No início de 2004, o processo de construção das 72 novas habitações entrou definitivamente nos eixos, tendo a primeira pedra sido lançada em Abril. Em Dezembro próximo, o bairro vai, finalmente, iniciar a sua segunda vida.
A Cooperativa de Habitação das Águas Férreas apresentou ontem o andar-modelo do Conjunto Habitacional da Bouça, no Porto, permitindo um primeiro vislumbre sobre o que vai ser esta urbanização a custos controlados projectada pelo arquitecto Siza Vieira há cerca de trinta anos, no âmbito do Serviço de Apoio Ambulatório Local (SAAL). O projecto chegou a ser iniciado no período que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974, mas ficou incompleto e só agora está a ser terminado, graças à colaboração do movimento cooperativo com a Câmara do Porto, o Instituto Nacional da Habitação (INH) e o Instituto de Gestão e Alienação do Património Habitacional do Estado (IGAPHE).
O andar-modelo ontem apresentado não difere muito, em termos estruturais, das 56 habitações que já ali existiam e que foram objecto, agora, de uma intervenção que melhorou o isolamento das casas, com a construção de uma parede exterior e a substituição das caixilharias. A principal diferença, salientou Siza Vieira, diz respeito à "execução impecável" dos novos fogos e ao mobiliário desenhado pelo arquitecto que ontem recheava o apartamento de dois pisos. "Esta cadeira é do salão de chá da Boa Nova, é mais antiga que o projecto da Bouça", gracejava Siza, sentado numa das peças por si desenhadas há mais de 40 anos.
Orçado em cerca de cinco milhões de euros, o empreendimento passará a contar, no final do ano, com um total de 128 fogos. Aos dois edifícios que a cidade se habituou a reconhecer como "o bairro do Siza Vieira" foram agora acrescentados quatro novos corpos, dois deles de estrutura semitriangular, e um parque de estacionamento subterrâneo. O local está já irreconhecível e António Madureira, arquitecto responsável pelo acompanhamento dos trabalhos, explicou ao PÚBLICO que foram apenas feitas pequenas modificações de pormenor em relação ao projecto original. "Este bairro vai trazer muita gente para visitá-lo, por ter como arquitecto um nome como o de Siza Vieira e também pela sua grande qualidade", sublinhou Teixeira Monteiro, presidente do INH.
"Em determinada altura não acreditei [que fosse possível concluir o projecto], parecia que não era possível", disse Siza Vieira aos jornalistas, declarando-se ainda "muito satisfeito" por ver, enfim, o bairro tornar-se realidade.
Uma das principais curiosidades do complexo reside, ao que o PÚBLICO apurou, no facto de as novas habitações terem sido adquiridas por uma camada social bastante diversa daquela que ocupa as habitações da primeira fase, mais jovem e qualificada, dado o desinteresse dos tradicionais cooperantes pela aquisição das novas casas. Um dado que contribuirá não apenas para o objectivo de estimular o "regresso à Baixa", ontem recordado pelo vice-presidente da Câmara do Porto, Paulo Morais, mas também, espera-se, para um reforço da auto-estima dos actuais moradores e para a melhoria da qualidade de vida naquele local.
O presidente da Cooperativa das Águas Férreas e da Federação Nacional das Cooperativas de Habitação, Guilherme Vilaverde, reconheceu, aliás, a existência de problemas na resolução de alguns casos sociais mais complicados entre os moradores das casas da primeira fase, mas mostrou-se confiante de que os engulhos serão ultrapassados sem que ninguém fique nas habitações "de borla".

fonte:Publico
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é sinal k as coisas estão a voltar a normalidade, de borla? :uh:
Sem construções, não há Parque Oriental. A certeza é de Rui Rio. O presidente da Câmara do Porto e candidato à reeleição pela coligação PSD/PP entende que não é possível a um município rasgar um equipamento de dimensão metropolitana apenas com fundos da autarquia. O investimento privado surge como solução.

Também os socialistas partilham deste conceito. Embora defenda um projecto distinto para a zona Oriental, Francisco Assis deixou claro que considera o recurso a capitais privados para a execução do prometido parque. O candidato do PS não seguirá o plano de pormenor do arquitecto Sidónio Pardal - embora se preveja que seja aprovado em Executivo antes das eleições - e, como já noticiou o JN, aposta na recuperação da proposta do concurso de ideias de 1994.

Tal como Rui Rio, o comunista Rui Sá está ao lado da solução de Sidónio Pardal. A redução do parque ao vale do rio Tinto é uma ideia originária da equipa, contratada pelos socialistas, para a elaboração do Plano Director Municipal. A ideia vingou. "Não me choca ter uma bordadura urbanizada para lá das vias que circundam o Parque Oriental", admite Rui Sá, vendo-a como uma oportunidade de reduzir o peso da construção nos cofres municipais e de "tornar a zona mais segura e atractiva".

Admite que se perdeu muito tempo (cerca de ano e meio) a discutir a Alameda de Azevedo, o que atrasou a elaboração do plano de pormenor do parque. A alameda perdeu o perfil de auto-estrada para se converter em avenida, mas, ainda assim, "não foram introduzidas todas as melhorias que gostaria". Com um plano aprovado, o candidato da CDU crê que a autarquia deverá avançar com o arranjo dos espaços verde nos terrenos municipais.

Hipódromo ou golfe




Convencido de que o modelo do Parque Oriental, projectado por Sidónio Pardal, é o "único possível", Rui Rio defende que não é possível construir completamente um parque metropolitano num mandato.

"O Parque da Cidade demorou largos anos a construir e tem mérito de vários executivos camarários. Foi feito neste mandato o que era possível lançar o projecto e torná-lo imparável", afiança o autarca, certo de que "a construção do Parque Oriental tem de ser viável", tal como a sua manutenção.

O candidato do PSD/PP vê na introdução de um hipódromo no espaço uma forma de obter receitas. "A concessão do hipódromo ou mesmo de golfe dão fundos para a manutenção do parque, que é para ir construindo, à medida que for sendo viável do ponto de vista financeiro", acrescenta ainda.

Já João Teixeira Lopes, candidato do Bloco de Esquerda, tem dúvidas sobre o recurso às construções como modelo de financiamento de espaços verdes para a cidade. "Não deve apostar-se na construção, sobretudo se for intrusiva. Já existe construção a mais no Porto", sustenta o bloquista, com críticas aos atrasos na elaboração do projecto para o parque.

"A Câmara atrasou-se e muito em relação ao Parque Oriental, que é uma prioridade para uma área onde a qualidade de vida é menor. Poderá servir uma boa parte da Área Metropolitana do Porto. Por isso, esse projecto devia ser pensado também com as autarquias de Valongo e de Gondomar, que até são da mesma cor política", salienta Teixeira Lopes, que prefere o recurso a meios de financiamento estatais e comunitários do que a imobiliários.
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Esse parque vem mesmo a calhar para aquela área que para mim é das mais feias e mal cuidadas do Porto.
construam isso já pah...aos anos que ouço falar disso. e não tem mal nenhum ter uma frente urbanizada, então não é um parque urbano??? deixem-se mas é de merdas. Se fosse assim o central park não era o que é...
foi o mesmo com o parque da cidade com a conversa de treta da frente urbana....
é por estas coisas que quando se vai fazer as coisas ja custam o dobro ou o triplo!!
com o tempo que se perde...eu acho que fazem de propósito.
poix, assim custam o dobro só e amealham um terço!!

:sly:
:baaa:
exacto...não percebi nada daquela conversa...:cheer:
eu expilico :) assim quando tem luz verde para fazer a obra ela custa o dobro e eles arrecadam outro tanto!!
Manuel Salgado admite que alterações ao Plano de Pormenor das Antas podem anular aprovação dada ao projecto do shopping Dolce Vita. Câmara já negou qualquer violação
A aprovação pela Câmara do Porto do projecto do centro comercial Dolce Vita, em funcionamento nas Antas, e do hotel em construção pode ser anulada. É, pelo menos, a convicção de Manuel Salgado, autor do Plano de Pormenor das Antas (PPA), que, em Maio, acusou a autarquia de viabilizar construções que violam o PPA. As "alterações nas cotas das coberturas do shopping", a execução de mais dois pisos nos edifícios do hotel e de habitação acima do que estava projectado e a substituição do terraço ajardinado do centro comercial Dolce Vita por uma área técnica a céu aberto são as violações, apontadas pelo arquitecto, no pedido de investigação à Inspecção-Geral de Administração do Território (IGAT).

Em carta datada do passado dia 3 de Maio, a que o JN teve acesso, Manuel Salgado especifica as "alterações" que, na sua perspectiva, adulteram o PPA, "pondo em causa o seu bom nome enquanto autor" do documento. O arquitecto admite que configurem "uma situação de violação de direitos de autor e de nulidade na aprovação do projecto duma obra que está em vias de ser concluída", pode ler-se ainda. Foi na primeira sessão do julgamento, que opõe o socialista Nuno Cardoso ao presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (também em Maio), que o arquitecto apontou o dedo ao desrespeito do PPA, sem referir as mudanças em causa. Hoje, as razões são conhecidas.

Acessos foram alterados
A Câmara Municipal do Porto já negou a existência de qualquer irregularidade na obra (ler caixa). Aliás, fê-lo também junto do arquitecto.

Após uma reunião, realizada em Janeiro deste ano, com os serviços técnicos da autarquia (pediram ao arquitecto para introduzir mudanças no Plano das Antas devido "às alterações já introduzidas em obra no complexo do shopping e do hotel", mas o pedido foi recusado), Manuel Salgado escreveu uma carta a Rui Rio. Então, justificava a recusa.

"Não estou disponível para alterar um plano que passou por um longo crivo de avaliação pública, e de que tecnicamente me orgulho, para branquear irregularidades cometidas", esclareceu, ainda em Janeiro, Manuel Salgado, alertando o presidente para a possibilidade do acto de deferimento do projecto ser nulo. "Através de uma informação errada dos serviços, foi licenciada uma obra que contraria um plano aprovado e publicado, com manifesto benefício do requerente" , indica, também na missiva, considerando que "se terá verificado um acréscimo da área de construção de alguns milhares de metros quadrados".

Face à dúvida, a Câmara reanalisou ao processo com "averiguações internas e externas" e, em Abril passado, informou o arquitecto do "integral cumprimento dos normativos urbanísticos no que ao Plano de Pormenor das Antas diz respeito". Foi essa resposta que levou Manuel Salgado a solicitar a intervenção da IGAT e da Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Porto. Recorde-se, no entanto, que tanto a autarquia portuense como o projectista do hotel e do centro comercial, Ginestal Machado, negaram, já em Maio, e após contacto do JN, a existência de qualquer irregularidade.

Aliás, o Município admitiu que apenas as vias não foram executadas de acordo com o Plano das Antas, até por determinação do antigo Instituto das Estradas de Portugal. Então, a autarquia defendeu que, se as vias fossem concretizadas tal como estavam desenhadas no plano, originariam problemas de circulação. Como o PPA só pode ser alterado três anos após a publicação em Diário da República, as vias executadas são vistas como acessos provisórios, até que seja permitida a introdução de mudanças.

Plantas do PPA com cotas de cobertura diferentes
As plantas do Plano de Pormenor das Antas (PPA) apresentam valores distintos para as cotas de cobertura dos edifícios. A constatação é feita num ofício da Divisão Municipal de Edificações Urbanas da Câmara do Porto, no momento de apreciação do projecto de arquitectura do complexo do centro comercial Dolce Vita, habitação e hotel, nas Antas.

O documento municipal, datado de 7 de Janeiro de 2003, a que o JN teve acesso, refere que as "várias peças desenhadas [do Plano das Antas] propõem cotas altimétricas diferentes para a parcela 4.2", onde foi executada parte do complexo, nomeadamente o hotel. No ofício, indica-se, ainda, que a planta de trabalho refere uma cota de cobertura inferior às das plantas de condicionantes e da estrutura verde. Como o regulamento do Plano das Antas previa, no artigo 19º, que a "distância piso a piso pode aumentar até 3,4 metros, caso venha a construir-se um hotel", a autarquia optou pelo valor superior de cota de cobertura, inscrito em duas plantas. Face às "discrepâncias", os serviços da Câmara entenderam promover a "harmonização dos valores propostos", de modo a não penalizar o projecto. E será esta a principal razão para a contestação do arquitecto Manuel Salgado, que levou à queixa na IGAT.
Fonte: JN
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então mas e quantos andares tera o hotel? :? de qualquer maneira com arquitectos destes o pais não vai a lado nehum, deve ser dos tais que pega e vai ver arranha ceus para NY!!
Sem comentários....
...ou faze-los lá!:|
admira-te, vão enriquesser o patrimonio arquitectonico dos outros, se calhar se for contrtado para fazer um viaducto que sai em cima do passeio ja não apresenta reclamações :evil:
Sobre o terraço ajardinado admito que ele refile agora sobre uma diferença de dois andares é so mesmo para arranjar confusao e aparecer nas noticias!
Devia era ter mais 20 andares extra!!!
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