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O Moderno Escondido - Aldeia do Barrocal do Douro e Picote

34390 Views 114 Replies 36 Participants Last post by  Barragon
o moderno escondido é o titulo dado pelos arquitectos cannata e fernandes a um trabalho de pesquisa sobre esta aldeia perdida em tras-os-montes

no fim de semana passado tive o privilegio de visitar um dos maiores tesouros arquitectonicos portugueses.
nos confins de Portugal, com espanha á vista, esconde-se uma aldeia perdida no calendario mas nao no tempo

Há cerca de 50 anos, aquando da construçao dos tres aproveitamentos hidroelectricos do douro internacional, num dos mais remostos do país, houve necessidade de alojar uma enorme quantidade de trabalhadores, onde é hoje a aldeia de Barrocal do Douro, junto à barragem do Picote.

tres arquitectos recem formados pela escola de belas artes do Porto, tiveram liberdade para dar azo à criatividade e transformar um morro nas escarpas do Douro Internacional num local habitável e «revolucionário» numa região isolada onde faltava praticamente tudo.
Archer de Carvalho, Nunes de Almeida e Rogério Ramos projectaram há cinquenta anos o que os entendidos da arquitectura moderna classificam hoje como «uma cidade ideal», fundada a partir do nada com todas as infra-estruturas e serviços, inacessíveis à maioria da população daquela época.
O novo aglomerado tinha capacidade para suportar o quotidiano de quatro mil pessoas, número em muito superado durante a construção do empreendimento.

actualmente a aldeia "ideal" é considerada patrimonio nacional pelo IPPAR

a padaria da aldeia, o primeiro edificio a ver.

o café da aldeia, pelo menos pareceu-me


a igreja, visitavel e creio que possa haver celebraçoes ao domingo devido à aldeia "actual" de barrocal, quem tem a chave é uma senhora la da aldeia


vista lateral da mesma




as traseiras da igreja


o interior


A pousada - nao sei quantas pessoas albergava pois nao andava atras da guia
vista principal

quartos com vista para a paisagem e varandas generosas


As habitaçoes isoladas, para os engenheiros e suas familias, vi 3, uma delas ligeiramente recuperada
tento dar-vos uma vista a 360º desta moradia, as outras sao iguais


















é um local absolutamente fascinante, onde ficamos absolutamente surpreendidos, primeiro pela arquitectura de vanguarda ali feita, numa altura em que o tipo de arquitectura se assemelhava por todo o pais.
ainda hoje esta aldeia ideal, esta num fantastico estado de habitabilidade, apesar de necessecitar urgentemente, de recuperaçao que será levada a cabo aquando das obras de aumento de potencia da barragem do picote
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tudo recuperado como resort é que era!:yes:
nao teria sucesso, fica no fim do mundo
entao tinham k investir a fundo na publicidade :yes: :D
Boas fotose no global é uma boa ideia. Eu nao gosto deste tipo de arquitectura, faz-me lembrar mt a minha escola secundaria padre Antonio Vieira.
entretanto posso acrescentar k onde é o café, é onde era a escola primaria
fui corrigido por um colega meu
uma ideia muito boa essa..o local parece muito bom...mas mais para turismo que para habitação...
Com o IC5 a passar aí no futuro acho que era bom fazerem lá alguma coisa.

Excelente reportagem :applause:
O Moderno Esquecido

Seria talvez a expressão mais correcta. Espero que sejas estudante de arquitectura (o que seria melhor para mim). Mas mesmo que não sejas, tudo bem.

Ultimamente, sobretudo devido a uma certa valorização do moderno em PT, a “escola do Porto”, redescobriu esta obra…

Lá está a eterna clivagem da sociedade portuguesa (Porto – Benfica; PS – PSD; etc.…), segundo as tuas palavras “três arquitectos recem formados pela escola de belas artes do Porto”.

Por muito que a actual sociedade continue a proclamar diferença entre um arquitecto do Porto e um de Lisboa, eu continuo a dizer (embora formado no Porto) que é estúpido fazer tal distinção.

Portugal não tem dimensão para essas definições, e ninguém as entende porque não existem…

Eu sou tanto contra Lisboa como contra o Porto. São realidades que se assemelham e que, quanto mais, deixam o país confuso.

Pese embora o interesse do teu thread, insisto, não existe uma escola filha de “deus” e outra do “diabo”, salvo se tu quiseres fazer referencia as seus responsáveis…

Quanto ao enquadramento, este deveria ser visto no contexto das hidroeléctricas nacionais – fantástica organização – que um pouco por todo o país fez obras idênticas, com os mesmos objectivos, embora com soluções diversas…e que terminou com o 25.

Por outro lado, até que se reconheça publicamente algum valor ao anterior sistema politico, esta é uma obra do anterior regime, excomungado como o mal de todos os males…

Ainda é interessante verificar que os referidos “arquitectos da escola do Porto (???)” não são conhecidos ou tiveram carreiras de particular destaque, salve o acaso factual de terem sido diplomados pela escola do Porto…

Dito isto, obrigado pelas fotos e partilha de informação…
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“três arquitectos recem formados pela escola de belas artes do Porto”

recem formados na altura, claro, mas essa parte foi um copy-paste de um site onde se pode encontrar alguma informaçao sobre isto, quanto á distiçao, concordo inteiramente consigo, embora por vezes eu mesmo tb faça essas relaçoes
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Adorei a igreja!
Seria talvez a expressão mais correcta. Espero que sejas estudante de arquitectura (o que seria melhor para mim). Mas mesmo que não sejas, tudo bem.

Ultimamente, sobretudo devido a uma certa valorização do moderno em PT, a “escola do Porto”, redescobriu esta obra…

Lá está a eterna clivagem da sociedade portuguesa (Porto – Benfica; PS – PSD; etc.…), segundo as tuas palavras “três arquitectos recem formados pela escola de belas artes do Porto”.

Por muito que a actual sociedade continue a proclamar diferença entre um arquitecto do Porto e um de Lisboa, eu continuo a dizer (embora formado no Porto) que é estúpido fazer tal distinção.

Portugal não tem dimensão para essas definições, e ninguém as entende porque não existem…

Eu sou tanto contra Lisboa como contra o Porto. São realidades que se assemelham e que, quanto mais, deixam o país confuso.

Pese embora o interesse do teu thread, insisto, não existe uma escola filha de “deus” e outra do “diabo”, salvo se tu quiseres fazer referencia as seus responsáveis…

Quanto ao enquadramento, este deveria ser visto no contexto das hidroeléctricas nacionais – fantástica organização – que um pouco por todo o país fez obras idênticas, com os mesmos objectivos, embora com soluções diversas…e que terminou com o 25.

Por outro lado, até que se reconheça publicamente algum valor ao anterior sistema politico, esta é uma obra do anterior regime, excomungado como o mal de todos os males…

Ainda é interessante verificar que os referidos “arquitectos da escola do Porto (???)” não são conhecidos ou tiveram carreiras de particular destaque, salve o acaso factual de terem sido diplomados pela escola do Porto…

Dito isto, obrigado pelas fotos e partilha de informação…

:applause:
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ja tinha lido algo sobre isto mas ver fotos não vi, como diz o Jikas, bem recuperadinho e transformado em pousada era uma excelente forma para valorizar este projecto arrojado para a época em k foi feito....
Boas fotose no global é uma boa ideia. Eu nao gosto deste tipo de arquitectura, faz-me lembrar mt a minha escola secundaria padre Antonio Vieira.
Também não gosto muito do tipo de arquitectura... Tem quantos anos esta "aldeia" :sly:? As paisagens são soberbas :drool:, mas isso é comum em Trás-os-Montes!
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Finalmente o thread sobre um dos maiores tesouros arquitectonicos do século XX.:applause:
Estive no Barrocal em 2001, encontrando-o por acaso! (eu queria era ir ver a barragem, que nessa altura era para mim sacrilegio passar perto de uma e nao a visitar...:D). Na altura, confesso, gostei muito do que vi, mas não estava sensibilizado o suficiente para perceber o real valor do sítio!:eek:kay:
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Confesso que desconhecia totalmente esta aldeia e toda a sua história.As construções são muito boas e agradáveis!
Ultimamente, sobretudo devido a uma certa valorização do moderno em PT, a “escola do Porto”, redescobriu esta obra…

Lá está a eterna clivagem da sociedade portuguesa (Porto – Benfica; PS – PSD; etc.…), segundo as tuas palavras “três arquitectos recem formados pela escola de belas artes do Porto”.

Por muito que a actual sociedade continue a proclamar diferença entre um arquitecto do Porto e um de Lisboa, eu continuo a dizer (embora formado no Porto) que é estúpido fazer tal distinção.

Portugal não tem dimensão para essas definições, e ninguém as entende porque não existem…

Vai me desculpar a minha não concordância ainda sabendo que não tenho o mesmo nível de formação do Prof Godin.
Portugal, a meu ver, há muitos séculos que tem dimensão suficiente para uma distinção de arquitectura do Porto/Norte e de Lisboa.
Podemos pegar no exemplo da arquitectura barroca que assumiu várias diferenças bem visíveis ou mesmo numa arquitectura neoclássica de influência inglesa (Palladio) no Norte e de influência italiana em Lisboa.
Há diferenças culturais entre Porto e Lisboa, e o que define a cultura estética do local? Vários factores e nestes estão incluídos factores geográficos (formologia de terreno, materiais,...), influências históricas locais, ou mesmo a simples vinda de um ou grupo de artístas estrangeiros para o local e que acabam por deixar a sua influência.

Julgo existir uma bem demarcada diferença entre a escola moderna/comtemporânea de Lisboa e do Porto...um racionalismo e um pensamento prático da arquitectura mais acentuado no Porto e uma liberadade estética e cosmopolita em Lisboa.

Cumprimentos.
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