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Obras em condomínios irregulares do DF serão liberadas

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Obras em condomínios serão liberadas

Idéia é conceder alvarás de construção em parcelamentos já consolidados e com poucos lotes vazios. Mas, por acordo com o MP, os ocupantes terão de se submeter a licitação para comprar os terrenos

Helena Mader - Correio Braziliense e Gizella Rodrigues - Correio Braziliense

Publicação: 06/05/2008 08:15 Atualização: 06/05/2008 08:27

As obras em condomínios irregulares, proibidas há um ano e quatro meses, serão autorizadas. O governo estuda formas legais de conceder alvarás de construção para terrenos em parcelamentos. Já existe uma minuta de decreto pronta, mas técnicos do GDF discutem ainda como liberar essas edificações sem ferir o termo de ajustamento de conduta (TAC) firmado com o Ministério Público do Distrito Federal. Outra preocupação é garantir que não haverá mais nenhuma construção em áreas de preservação permanente. Ainda não há previsão de quando as edificações serão autorizadas, mas a expectativa entre os moradores de condomínios é grande.

A proibição de construir nos parcelamentos foi anunciada no primeiro dia do governo de José Roberto Arruda. Ele anunciou sua disposição de regularizar toda a infra-estrutura já existente, mas mandou um aviso aos compradores de lotes em condomínios: qualquer obra nesses parcelamentos seria embargada e demolida. Só no ano passado, as equipes de fiscalização derrubaram 3.084 edificações, notificaram 375 obras e embargaram outras 74.

Mas essa rigidez na fiscalização não impediu o crescimento dos condomínios. Em quase todos os parcelamentos do Distrito Federal, de classe baixa ou de renda média, é normal o vai-e-vem de caminhões carregados de material de construção. Obras que estavam paradas foram retomadas à revelia da lei. Terrenos vazios foram substituídos por casas de um, dois e até três pavimentos. Até mesmo em condomínios mais sofisticados, como os da região do Jardim Botânico e do São Bartolomeu, há casas em obras, inclusive com placas indicando o escritório de arquitetura ou engenharia responsável.

Alvarás
Diante desse descontrole, a idéia do governo é conceder alvarás de construção para compradores de lotes em condomínios já consolidados e com poucos lotes vazios. “O governo teve muito sucesso no controle do surgimento de novos parcelamentos. Mas as construções em condomínios consolidados continuam. Nosso objetivo não é impedir obras, o que queremos é ordenar a cidade. Se a concessão de alvarás for feita pelas administrações regionais, teremos um controle do que está sendo feito. Hoje, mesmo com a proibição, as obras em condomínios persistem”, justifica o gerente de Regularização de Condomínios, Paulo Serejo. Para ele, é importante que as edificações em regiões pobres também tenham projeto aprovado. “A administração poderia colocar à disposição uma série de projetos pré-aprovados para os moradores escolherem. Hoje, essas pessoas constroem totalmente fora das regras”.

A principal preocupação dos técnicos do governo que discutem a autorização das edificações é a forma de venda dos terrenos. O TAC assinado com o Ministério Público determina que os lotes ocupados para fins de moradia até 1º de janeiro de 2007 podem ser vendidos diretamente aos ocupantes. Já os imóveis vazios ou comerciais terão de ser licitados. “Mas isso não é um impedimento. O alvará de construção terá a data de quando a obra foi autorizada. Quem construir agora ficará consciente de que está fora do TAC e de que esse lote passará por licitação”, explica Paulo Serejo. Pelo menos 80% dos parcelamentos irregulares estão em terras particulares e não precisam passar por licitação. Apenas cerca de 5% dos 513 condomínios da cidade são do GDF.

Fonte: http://cbnews.correioweb.com.br/htm...ssao=13&id_noticia=4539/noticia_interna.shtml
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Autorização precária é ilegal, diz promotor

Autorização precária é ilegal, diz promotor

Helena Mader - Correio Braziliense e Gizella Rodrigues - Correio Braziliense

Publicação: 06/05/2008 08:27 Atualização: 06/05/2008 08:28

O assessor institucional do Ministério Público do DF, promotor Libânio Rodrigues, disse que vai aguardar a publicação do decreto do GDF, com as normas para liberação das obras, para se pronunciar. Mas ele lembra que o governo está proibido de conceder alvarás precários. “O MP entrou com uma ação direta de inconstitucionalidade contestando a figura do alvará precário e a Justiça reconheceu os argumentos”, destaca Libânio. Ele lembra ainda que os lotes vazios até 1º de janeiro de 2007 terão de ser licitados. “Isso foi um compromisso firmado com o governo, tenho certeza de que não será desrespeitado”, explica o promotor.

Até a publicação do decreto com a liberação das obras, a Sudesa vai continuar a fiscalizar todos os condomínios, embargando construções e multando quem desrespeitar a regra, “Quem não tem alvará e escritura pública não pode construir. Estamos em permanente vigilância, principalmente nos finais de semana e à noite, para evitar novas obras”, garante o assessor especial da Sudesa, tenente Leandro Antunes.

A presidente da União dos Condomínios Horizontais, Júnia Bittencourt, defende a autorização das obras em regiões irregulares e pede a criação de regras para as edificações. “É preciso liberar os alvarás de construção para que as pessoas fiquem na legalidade. A realidade hoje é que as obras continuam a todo vapor, mas todas estão fora das regras”, garante Júnia, “O governo deveria liberar os alvarás para condomínios implantados em áreas consolidadas, com mais de 60% de ocupação. Ou seja, que não têm mais para onde crescer”, acrescenta a líder comunitária.

Carlos (nome fictício) corre o risco de perder a casa que construiu no condomínio Contagem, em Sobradinho II. Mesmo com a proibição do governo, ele deu prosseguimento à obra e foi notificado três vezes pela Subsecretaria de Defesa do Solo e da Água (Sudesa). A primeira foi um embargo, decretado quando ele finalizava a laje da casa. Dois meses depois, veio a multa de R$ 187 e, há 40 dias, o auto de demolição. O GDF deu prazo de 30 dias para ele providenciar, por conta própria, a derrubada da construção. “Não parei a obra porque investi tudo que eu tinha lá. Todos os materiais já estavam comprados”, justifica o morador, que não quis se identificar. Carlos fazia fretes há 20 anos e morava de aluguel. Há um ano e três meses, ele vendeu o caminhão por R$ 40 mil, comprou o lote e começou a obra. “Preferi arriscar e investir tudo para sair do aluguel”, lamenta.

No condomínio Solar de Brasília, o Correio flagrou pedreiros construindo muros, rebocando paredes e colocando telhas em casas inacabadas. Entre as que ainda estão em fase de construção, a maioria também já está ocupada. Os proprietários fazem a mudança assim que a casa recebe a cobertura, para dificultar uma possível remoção por parte do governo. Mas, segundo funcionários do local, muitas obras estão paradas na expectativa de uma decisão do GDF que regularize a situação.

Fonte: http://cbnews.correioweb.com.br/htm...ssao=13&id_noticia=4542/noticia_interna.shtml
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Obras em condomínios terão critérios para liberação

Obras em condomínios terão critérios para liberação

Construções não poderão ser retomadas em parcelamentos sem licença ambiental ou urbanística. Apenas setores como o Grande Colorado, São Bartolomeu ou Jardim Botânico receberão alvarás para as edificações

Helena Mader - Correio Braziliense

Publicação: 07/05/2008 08:25 Atualização: 07/05/2008 08:31

Os condomínios com pendências ambientais e urbanísticas não receberão alvará de construção para começar ou retomar obras. O governo vai autorizar as edificações em parcelamentos irregulares, proibidas há 16 meses, mas as administrações regionais terão de avaliar se o lote cumpre uma série de pré-requisitos para a concessão do documento. O GDF não vai liberar construções em áreas de preservação ambiental ou em regiões onde não há parâmetros urbanísticos estabelecidos. Condomínios ainda não implantados ou com a maioria dos lotes vazios também ficarão de fora. Apenas os moradores de parcelamentos em setores consolidados e com processo de regularização avançado, como o Grande Colorado, São Bartolomeu ou Jardim Botânico, terão direito a construir dentro da lei.

O governo promete intensificar a fiscalização para coibir edificações sem alvará. Hoje, mesmo com a ordem para suspender todas as obras, é comum ver pedreiros e até mesmo engenheiros e arquitetos trabalhando nos parcelamentos irregulares. No Solar de Brasília, na região do Jardim Botânico, há casas, lojas e até uma igreja em construção. Muitos terrenos que no ano passado estavam vazios já foram edificados.

Moradores de condomínios e compradores de lotes comemoraram a novidade. Como o Correio adiantou na edição de ontem, o governo vai definir critérios para autorizar as construções, que foram suspensas em 1º de janeiro do ano passado, logo depois que o governador José Roberto Arruda assumiu o Executivo. Até empresários do setor de materiais de construção civil ficaram satisfeitos com os estudos para concessão de alvarás. Mas o GDF faz questão de explicar que nem todas as áreas de parcelamentos serão beneficiadas. “É preciso que fique bem claro que o governo jamais vai conceder alvará de construção para lotes em APP, por exemplo”, alerta o gerente de Regularização, Paulo Serejo.

Há três anos, a chefe de cozinha Leninha Camargo, 36 anos, vendeu a loja onde funcionava seu bufê para investir em um terreno de 2 mil metros quadrados na área comercial do condomínio Solar de Brasília. A idéia era construir um espaço amplo, para preparação dos eventos, além de criar uma escola de gastronomia. A construção do prédio começou em meados de 2006, mas no início do ano passado, Leninha foi surpreendida pela proibição das obras.

A chefe de cozinha teve de demitir os 16 funcionários já contratados e treinados para trabalhar no local, depois de investir mais de R$ 400 mil na construção do bufê. Depois, precisou alugar um imóvel para trabalhar. “O que mais me revolta é que eu cumpri a determinação e paralisei imediatamente a obra. Mas vejo diariamente dezenas de imóveis em construção, em desrespeito à regra do governo”, reclama Leninha. “Não me importa se o governo vai vender o lote por licitação ou venda direta. Eu pago novamente, só quero ter o direito de concluir meu negócio e trabalhar” , explica.

Fonte: http://cbnews.correioweb.com.br/htm...ssao=13&id_noticia=4868/noticia_interna.shtml
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