Trezentas estátuas de arte budista estão a ser colocadas na Quinta dos Loridos (Bombarral), onde o coleccionador Joe Berardo quer construir o maior jardim do género fora do Oriente.
Numa quinta com 75 hectares (adquirida em 1989 pelo coleccionador madeirense), o futuro jardim oriental tem vindo a ser construído numa área anteriormente ocupada por uma mata centenária, junto a um lago e ao longo de uma zona verde, sob as indicações de Joe Berardo e do filho Renato, à medida que da China vão chegando os contentores com as estátuas gigantescas de mármore e granito. As imagens, muitas delas com mais de dez metros de altura, foram mandadas esculpir por Joe Berardo e representam budas, guardiões de templos, aves, dragões e cavalos. A estas vai juntar-se ainda um portal por onde entrarão os visitantes do jardim (que será construído por especialistas chineses), imponentes colunas e lanternas em redor do lago.
Quando chegarem aos Loridos, os visitantes começam por avistar parte de três pagodes, um dos quais constituído por 37 peças assentes umas nas outras, estrategicamente colocados numa colina. «Quando as pessoas entrarem ali sabem que podiam estar numa zona do Tibete ou parecido porque quando se vai a essas zonas encontram-se milhares de budas», explica Berardo.
A ideia é a de «criar um ambiente espiritual e de relaxe e por isso é importante ter imagens variadas do budismo, umas relacionadas com o Tibete, outras com a Índia ou com o Vietname», explicou. Com o ambiente tranquilo que pretende criar, também propiciado pelo espelho de água, o jardim poderá ser visitado em qualquer época do ano e não só por uma religião específica.
O empresário e coleccionador de arte afirma que quer construir um lugar onde se dê a «oportunidade às pessoas de pensarem um pouco sobre as suas vidas e os seus fanatismos».«Somos todos iguais, o que interessa é a pessoa amar o próximo e apreciar o deus em que acredita», argumenta.
A ideia será materializada logo à entrada do jardim, com os visitantes a serem convidados a envergar um traje típico, igual para todos. Depois de passar pelo portal chinês, o visitante depara-se com a monumentalidade das estátuas, podendo depois caminhar junto ao lago por um passadiço em madeira ou por caminhos de terra batida.