Estava ouvindo o Datena na Rádio Bandeirantes (ele é mais calmo no rádio; mete pau nos bandidos na TV e mete pau nos políticos no rádio) e deu para notar a opinião do paulistano sobre o pedágio urbano: quase 100% rejeitaram a idéia e até alguns falaram que o dinheiro do pedágio irá para o bolso dos políticos locais.
Agora, minha opinião: pedágio urbano com a atual rede de ônibus urbano em São Paulo é completamente inviável. A rede de metrô está saturadíssima (sendo que a L6 já nascerá lotada) e muita gente ainda tem preconceito contra os trens da CPTM (que também rodam lotados); os ônibus poderiam absorver os motoristas afetados pelo pedágio urbano se:
1. Criar mais terminais de integração nos limites do Centro Expandido: Lapa, Tatuapé, Ibirapuera, Cidade Jardim e Jaguaré;
2. Reduzir o número de linhas de ônibus nos principais corredores para 10, no máximo, na seguinte proporção: 50% de linhas vindos dos terminais periféricos (Campo Limpo, Santo Amaro, Penha, Vl. Nova Cachoeirinha...), 40% de linhas entre os terminais do limite do Centro Expandido aos terminais centrais (operando em "carrossel" Bandeira - Pedro II - Princesa Isabel - Amaral Gurgel) e 10% de seletivas metropolitanas/São Roque/Jundiaí que iriam até Barra Funda ou Vila Mariana;
3. Implantar mais linhas "intra-Centro Expandido", com a volta das Linhas Avenidas e Estações;
4. Liberar os ônibus fretados, que ficariam isentos ao pedágio urbano;
5. Isentar vans e ônibus escolares do pedágio urbano;
6. Estabelecer uma parceria com a CPTM para a implantação de um serviço da L9 entre Santo Amaro e Brás, com possível uso de trens double-decker;
7. Veículos híbridos e elétricos não pagarem o pedágio.
Em Londres, várias linhas de ônibus foram criadas para atender à população afetada pelo pedágio urbano. Apesar da rede de metrô, os trens rodam lotados e os londrinos preferem os famosos ônibus de dois andares; além disso, está sendo construído o
CrossRail, uma linha de trem metropolitano que atravessará o centro da cidade de ponta a ponta. Um possível ramal subterrâneo da CPTM entre Tamanduateí e Granja Julieta poderia ser financiada com o dinheiro do pedágio urbano, formando um anel ferroviário envolvendo o Centro Expandido e criando a nossa Yamanote Line, a linha de trem mais movimentada do mundo que é um círculo que abraça Tóquio.
Aqui, um texto muito bom sobre o Pedágio Urbano de Londres, em Inglês:
http://en.wikipedia.org/wiki/London_congestion_charge