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Fonte : Diário de NotíciasNo dia em que se completou precisamente um ano que Manuel Frasquilho tomou posse como presidente da Administração do Porto de Lisboa (APL), a empresa anunciou o seu plano estratégico para os próximos 20 anos, que implica acordos com 11 câmaras municipais para a transformação das duas margens do Tejo e o aumento do transporte ferroviário de mercadorias. O plano será apresentado ao Governo em Novembro, revelou Manuel Frasquilho.
Numa realidade mais próxima, com obras a começar ainda este ano, será construído um terminal de cruzeiros no Jardim do Tabaco, no Cais do Sodré vão erguer-se dois grandes edifícios, a Doca de Pedrouços vai ser a base para grandes iates e no terrapleno de Algés ficarão as novas instalações da APL (ver caixa).
Segundo Manuel Frasquilho, "prevê-se que neste primeiro semestre aumente em cerca de 130% o número de passageiros desembarcados e embarcados no porto de Lisboa. Por isso mesmo, vamos criar melhores condições para os turistas cá passarem mais tempo".
No cruzeiro que ontem promoveu no Tejo, o presidente da APL salientou haver agora "uma estreita colaboração entre a APL, a Refer e a CP para estudar o que é necessário mudar na zona do Beato para a eventual construção de mais uma ponte rodoferroviária sobre o Tejo".
Adiantou que a área de intervenção da APL - 30 900 hectares ao longo de 50 quilómetros - "envolve 11 câmaras municipais das duas margens do Tejo, com as quais é preciso definir e chegar a acordo sobre o que se quer fazer em cada zona, determinar quais são para carga e para lazer e o que se destina a outros fins".
Por seu turno, a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, anunciou estar "em desenvolvimento uma estratégia a nível nacional para o sistema logístico com uma forte componente no sector portuário, ferroviário e rodoviário. Os portos de Leixões e de Sines já têm os seus planos estratégicos, mas o de Lisboa ainda não tinha e está a prepará-lo".
"Na segunda fase do estudo conjugam-se os planos dos cinco portos nacionais para funcionarem em conjunto, de forma integrada. O objectivo é competirem entre si, mas, também, trabalharem como um todo e competirem com os portos dos outros países", referiu a governante.
"Para isso, temos de identificar as necessidades em termos de acessibilidades aos portos e criar plataformas logísticas", frisou, salientando ser "preciso criar pontos de contacto entre o porto e a via ferroviária. E aproveitar melhor o rio em termos de tráfego fluvial de mercadorias, como a utilização de barcaças para transportar cargas para locais com ligação à rede ferroviária ou a bons acessos rodoviários".
Explicou que, segundo a CP, "há espaço para aumentar o tráfego ferroviário de mercadorias em Alcântara. Queremos fazê-lo para reduzir o tráfego rodoviário de carga. É que cada comboio transporta o equivalente a 24 camiões. Assim, aumentamos a fluidez rodoviária, reduzimos as emissões de CO2 e melhoramos a qualidade ambiental".