SkyscraperCity Forum banner

PORTO | Projectos de Reabilitação Urbana

812322 Views 5637 Replies 196 Participants Last post by  Spedfrom
Urbanismo Masterplan da Porto Vivo define 36 zonas de intervenção, sendo que apenas seis são prioritárias Ao todo, contam-se 5785 prédios a recuperar e a obra mais cara é a dos Aliados


Recuperar a Baixa do Porto custará mais de 1695 milhões de euros (quase 340 milhões de contos). O Masterplan da Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana, que será apresentado hoje à tarde no átrio da Câmara portuense, delimita 36 áreas de intervenção, prevendo-se a renovação de 5785 edifícios. Contas feitas, a acção mais barata será na envolvente da Rua do Mirante, com um custo de 4,22 milhões de euros, enquanto o eixo Aliados/Liberdade obrigará a dispender 128,1 milhões para recuperar 116 imóveis.

Esta é uma das seis áreas de intervenção prioritária da sociedade, que seleccionou ainda as envolventes da Praça da República e de Carlos Alberto e os eixos Mouzinho/Flores, Poveiros/São Lázaro e Sousa Viterbo/Infante (ver infográfico). As intervenções serão programadas e executadas faseadamente, recorrendo à medida urbana do quarteirão. Assim, acontecerá no Infante e em Carlos Alberto, que têm planos de acção para dois quarteirões (de 9 e de 30 prédios, respectivamente) aprovados pela autarquia. O pontapé-de-saída será em Carlos Alberto. A obra deverá começar no fim de Junho.

As estimativas de custo, indicado no Masterplan, a que o JN teve acesso, incluem a reabilitação da totalidade dos edifícios degradados e dos espaços públicos. Nas 36 zonas a requalificar, mais de 1587 milhões de euros serão aplicados na renovação do património edificado e 108 milhões servem para beneficiar as ruas e as praças com a filosofia de libertar a superfície do estacionamento (a opção preferencial é enterrá-lo, servindo as empresas e os moradores, mas também criar parques periféricos à Baixa, que funcionam como interfaces) e privilegiar o peão, os transportes públicos e, sempre que for possível, rasgar canais para as biclicletas e as trotinetas eléctricas. A iluminação e a rede de infra-estruturas deverão ser modernizadas.

A Porto Vivo calcula que as recuperações do edificado mais dispendiosas serão nos eixos Aliados/Liberdade e Sousa Viterbo/Infante, na República e nos Pedreiros (93,7 milhões de euros). No extremo oposto, encontram-se as acções na envolvente à Rua do Mirante, nas Almas (8,36 milhões), em Belomonte (9,49 milhões) e em D. João I (11,88 milhões). Quanto aos melhoramentos ao nível do espaço público, a factura mais alta será a de Sousa Viterbo/Infante (8,71 milhões), enquanto a mais baixa será a da zona das Almas (28,2 milhões).

Tudo para trazer novas famílias e inverter o êxodo da cidade para os concelhos periféricos, nos últimos 25 anos. O público-alvo varia consoante as zonas e tipologias existentes. Os T0 e T1 poderão ser apelativos a jovens licenciados ou em início de carreira, com elevado poder económico. Já os T2 e T3 destinam-se a casais jovens sem descendência ou só com um filho e, ainda, população de meia idade, que pretende regressar à Baixa. Segundo o documento, a maioria dos imóveis da Baixa permite tipologias T4 ou superiores adequadas a casais com dois ou mais filhos, que procurem estabilidade e ambicionem instalar-se no centro a longo prazo. Além do comércio de proximidade, estes residentes exigem a criação de uma rede de serviços imprescindível à vida familiar.

Avenida da Ponte com comércio, hotelaria e habitação

O Masterplan para a revitalização urbana e social da Baixa do Porto define cinco acções estratégicas para o sucesso da intervenção da Porto Vivo. A Avenida da Ponte é a quinta numa lista que inclui a criação de um Parque da Ciência e Inovação e a recuperação do mercado do Bolhão, da frente ribeirinha e da linha do eléctrico histórico. No estudo, refere-se o potencial desta avenida, transformada pela linha de metro enterrada, para ganhar nova vida, acolhendo habitação, comércio qualificado, serviços, estacionamento e hotelaria. A importância reside na possível articulação com Gaia, a poucos passos. Esta proposta colide com o desenho do arquitecto Álvaro Siza para a artéria, que prevê a construção de 48 habitações e de lojas comerciais na avenida e na Rua de S. Sebastião e de um parque de estacionamento para 370 viaturas, mas não defendia a introdução de unidades hoteleiras. A peça fundamental do estudo prévio, rejeitado pelo anterior Executivo, era o Museu da Cidade.

Cais fluviais no Douro e ponte pedonal entre as duas ribeiras

A frente ribeirinha é classificada como área de acção especial da Porto Vivo. O potencial turístico e de lazer merece a atenção no Masterplan. Então, aposta-se no desenvolvimento de cais turísticos, no comércio de qualidade elevada e nos estabelecimentos de animação e de actividades lúdicas. Para que as ribeiras de Gaia e do Porto se complementem, os especialistas defendem a construção de uma ponte pedonal à cota baixa entre a zona ribeirinha de Gaia e a Alfândega do Porto. Seria um trunfo importante para a cidade, que poderia aproveitar melhor o turismo das caves do vinho do Porto. Outro trunfo são as festas populares. O Masterplan determina o renascimento das tradicionais romarias. Uma mais-valia cultural e outra forma de divertir o visitante. O expoente máximo é o S. João, mas há outras festas animadas, como a de S. Pedro, a da Senhora do Ó, a da Nossa Senhora de Campanhã, o Corpo de Deus e a romaria de S. Bartolomeu.

Centro de ciência e inovação na área do Campo 24 de Agosto

O Masterplan afasta-se dos pólos universitários e indica as áreas do Campo 24 de Agosto, do Monte das Feiticeiras, das Doze Casas, da Fontinha e da Cooperativa dos Pedreiros para a instalação de indústrias e de pequenas e médias empresas de novas tecnologias, de ciência (saúde, energia e ambiente) e de criatividade, como o design, em parceria com a Universidade do Porto e outros estabelecimentos de ensino da cidade. Assim, nasce o Parque da Ciência e Inovação. Já no Campo 24 de Agosto, a reabilitação poderá gerar o "Palácio das Ciências - Centro do Futuro", com espaços reservados à prática laboratorial e à investigação, com um auditório (com a capacidade mínima para 250 pessoas) para apresentação de trabalhos académicos e realização de conferências. Para que não se feche à sociedade universitária, teria outros espaços, como cafetaria, sala de exposições e livraria.

Mercado do Bolhão aberto à animação diurna e nocturna

A reconversão do Bolhão tem surgido como uma das prioridades da Porto Vivo e merece uma atenção especial no Masterplan. Sem perder a vocação de mercado, a vontade é de trazer mais valências para o espaço, encarando-o como um "fórum". Seria uma área semi-aberta para convidar as pessoas a entrarem e atravessarem o mercado. Este "fórum" acolheria outras lojas, uma praça de alimentação e, em condições ideais, também estabelecimentos a funcionar fora de horas. Passaria a ser um ponto de encontro igualmente à noite. A preocupação com o comércio não acaba aqui. Além de Santa Catarina e de Cedofeita, o documento prevê a expansão de um novo tipo de comércio (como o que está a nascer junto ao Mercado Ferreira Borges) e o desenvolvimento de zonas comerciais temáticas, como os alfarrabistas e as livrarias, o artesanato ou as antiguidades. Regista-se, ainda, a ambição de querer instituir uma gestão integrada em algumas zonas, que permitiria uma promoção mais eficaz.

Retorno dos eléctricos e ligação de metro ao Campo Alegre

O regresso dos eléctricos à Baixa e a criação de uma nova linha do metro entre o Campo Alegre e o Campo 24 de Agosto são duas das medidas para melhorar a mobilidade no centro da cidade, que são referenciadas no Masterplan para a revitalização urbana da Baixa.

A qualidade de vida também se define numa maior oferta de transportes públicos, na tentativa de inverter o actual peso excessivo do automóvel no Porto. Não servirá só os residentes, mas também para os visitantes e os turistas. No documento, o regresso do eléctrico histórico à Baixa, aproximando a Praça dos Leões da Praça da Batalha (mantendo, ainda, a ligação na zona ribeirinha), serve os futuros residentes nessas zonas e, sobretudo, quem se desloca à cidade para fazer compras.

As duas grandes áreas comerciais, Cedofeita e Santa Catarina, beneficiaram de uma ligação directa mais confortável do que cruzar a pé os declives das ruas de 31 de Janeiro, dos Clérigos e das Carmelitas.

O eléctrico não invalida o reforço do metro. No Masterplan, realça-se a importância de uma nova linha transversal. Ligaria o eixo do Campo 24 de Agosto e das Doze Casas, à Baixa (Aliados e Trindade) e ao pólo universitário no Palácio de Cristal e no Campo Alegre. Aponta-se a possibilidade de estender esse percurso do metropolitano até Serralves, que é um pólo cultural importante do Porto.

fonte:JN
See less See more
1 - 20 of 5638 Posts
é natural que custe tanto, é uma zona de intervenção mto vasta!!
o Porto pode ser uma cidade modelo em Portugal daki a uns anitos.. Esperemos que esses projectos sejam totalmente concretizados!
Pois é uma boa notícia para o Porto ;) de certeza que os edifícios todos renovadinhos ficam muito bonitos :eek:kay:
É fantastico! :applause: :applause: :applause:. Cidade modelo não só de portugal mas a nivel europeu sem dúvida. Qualidade urbana :banana2:
Acho magnificas as ideias de recuperar o electrico, priviligiar os espaços para os peões, criar canais para as biclicletas e as trotinetas eléctricas, a rabilitação dos edificios, as apostas na ciência,inovação e novas tecnologias... :bow: só duas questões: a primeira é se existe algum prazo limite para concretizar todo o projecto, e a segunda é que achei muito boa (até esteticamente) a ideia de construir uma ponte pedonal à cota baixa unindo as duas ribeiras mas não sei até que ponto é viável ao por em causa a navegação no rio.
So espero e que nao seja em vao e daqui a uns anos esteja tudo na mesma! Eles so nao especificaram ai quem vai pagar, se ha algumas empresas envolvidas (que presumo que haja senao nao seria viavel) etc.
Fern said:
So espero e que nao seja em vao e daqui a uns anos esteja tudo na mesma! Eles so nao especificaram ai quem vai pagar, se ha algumas empresas envolvidas (que presumo que haja senao nao seria viavel) etc.
no site do JN tem la informações sobre o financiamento do projecto,aqui vai:

Fundos e incentivos na Baixa


Financiamento

A parceria Porto Vivo e Câmara do Porto, em colaboração com o Governo, poderá recorrer aos empréstimos do Banco Europeu de Investimento e a fundos comunitários para a reabilitação, por exemplo, dos espaços públicos do Porto.

Apoio às empresas

Criar novas empresas na cidade, sobretudo de ciência e inovação, é um dos objectivos da revitalização social e urbana da Baixa. O Masterplan sugere a criação de incentivos, como o destacamento de pólos de investigação, a atribuição de prémios anuais às melhores empresas, a transição de negócio para empresários jovens e a constituição do fundo de capital de risco para apoio às empresas e do Centro de Orientação e Emprego para Licenciados.

Habitação

Para incentivar o investimento na recuperação do património edificado por proprietários e promotores, o Masterplan aponta para a redução de taxas municipais sobre a aquisição de edifícios recuperados e para a renovação de prédios na Baixa e a atribuição de benefícios fiscais no IRS e no IRC às novas reabilitações. Seria importante, ainda, criar incentivos para as novas famílias residentes e linhas de crédito especiais.

Acção do Governo

O êxito da intervenção da Porto Vivo na cidade irá depender, fortemente, de medidas estatais. Não só a nível de incentivos, mas também na alteração de diplomas legais. A lei do arrendamento surge em primeiro plano. No Masterplan, conclui-se que é fundamental que o Governo melhore o regime de arrendamento urbano e regule critérios de avaliação de prédios e a sua eventual expropriação.

Criar associação

O Masterplan do Porto defende o nascimento da Associação Nacional das Sociedades de Reabilitação Urbana. Uma iniciativa que podia partir da Porto Vivo.


O êxito da reabilitação depende dos apoios ao investimento.

http://jn.sapo.pt/2005/04/19/grande_porto/fundos_e_incentivos_baixa.html
See less See more
Entao sera o estado a financiar todo o projecto!!?? No minimo estranho.. mas presumo que assim as casas sejam mais baratas visto o estado abdicar dos lucros.
Fern said:
Entao sera o estado a financiar todo o projecto!!?? No minimo estranho.. mas presumo que assim as casas sejam mais baratas visto o estado abdicar dos lucros.
duvido Fern, ja tivemos casos indenticos em Lx (ex: no Largo do camões) em k a recuperação era para familias de classe media baixa e os andares acabaram por ser vendidos a 30 e 40 mil contitos, isso são valores para uma classe media ja mais elevada, espero k desta vez não repitam mas...
pois.... é capaz de que a maioria dos edifícios recuperados sejam para uma classe mais alta :(
pos amiguinhos com xeta Barra, por isso é k os suburbios alastraram e continuam a alastrar.
Claro..... e as zonas históricas cada vez mais vazias.... Arpels há-de chegar a um ponto que já vão começar a tomar conta disso... mas até lá ainda vamos ver muita desertificação nos centros :(
ainda e mto cedo po despertar Barra, precisamos de mais uma geração ;) bom pelo menos neste projecto a baixa vai ficar em bom estado, limpinha!!
É óbvio que o estado não vai financiar todo o projecto. Bem pelo contrário! A função da SRU é captar investidores para reabilitar e explorar os edifícios. É óbvio que se não se encontrarem investidores, as obras tb não vão ficar por fazer! Naturalmente que os espaços públicos e equipamentos não vão ser suportados só por privados... Além disso, esse montante estende-se por 10/12 anos.

"Sem investimento privado, o projecto de reabilitação da Baixa portuense não tem pernas para andar. E é, precisamente, para cativar os agentes económicos que começou, ontem, a ser apresentado o masterplan da Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana. Um plano destinado a orientar os investidores, que perspectiva a longo prazo o que vai acontecer no centro da cidade. Nos próximos dias serão feitas novas divulgações, nomeadamente aos profissionais dos sectores económico e imobiliário."
In JN
De qq modo, é um investimento que já está por fazer há várias décadas...
Pois e' o Porto esta de facto muito degradado. Esses 1695 milhoes valem bem a pena! Com as renovacoes em Lisboa e agora no Porto as duas cidades vao ficar de maravilha - ainda mais!
Mesmo assim acho muito pouco! Penso que as duas cidades precisam mesmo de muita renovação
olha mais vale irem fazendo aos poucos que nada Barra, tambem queres tudo pá :sleepy:
Arpels said:
duvido Fern, ja tivemos casos indenticos em Lx (ex: no Largo do camões) em k a recuperação era para familias de classe media baixa e os andares acabaram por ser vendidos a 30 e 40 mil contitos, isso são valores para uma classe media ja mais elevada, espero k desta vez não repitam mas...
Classe media alta!!?? :eek: A nao ser que os apartamentos sejam T1s esses precos sao excelentes!!
1 - 20 of 5638 Posts
Top