O governo do estado pretende melhorar cada vez mais o transporte hidroviário, aproveitando o fato de a Região Metropolitana do Rio ter, como poucas no mundo, uma baía que banha quase todos os seus municípios e, portanto, pode facilitar a chegada de milhares de pessoas de diversas partes do seu entorno até o Centro do Rio. Por isso, o governador Sérgio Cabral anunciou nesta terça-feira de manhã a licitação, ainda este ano, de uma nova linha hidroviária entre o Gradim, em São Gonçalo, e a Praça XV, no centro do Rio.
– Este é um serviço essencial para o Rio de Janeiro, que tem uma baía tão magnífica como a nossa. As hidrovias na Baía de Guanabara devem ser cada vez mais exploradas, porque podem transportar milhares de pessoas diariamente. E a população de São Gonçalo merece ter a alternativa de pegar uma barca em seu município e vir até a Praça XV, sem precisar fazer uma viagem de ônibus até a Praça Araribóia e aí completar o percurso até o Rio de barca – completou o governador.
A informação foi dada por Cabral pouco antes de inaugurar, na estação da Praça XV, o terceiro catamarã social da concessionária Barcas S/A que fará a travessia entre Rio e Niterói.
– Estamos aqui prestigiando a concessionária que se apressou a lançar mais uma nova barca, moderna e confortável, para os usuários deste trajeto. Cobramos, mas também aplaudimos - ressaltou Cabral.
Outra ponta das melhorias no sistema hidroviário é exatamente a cobrança do governo do estado junto às operadoras do serviço quanto à modernização e renovação da frota. Como a entrada em operação do terceiro catamarã social, o Urca III, que, assim como os dois primeiros, o Gávea I e o Ingá II, entregues no ano passado, transporta 1,3 mil passageiros a cada viagem e fará o percurso Rio-Niterói em apenas 12 minutos, oito a menos que as barcas convencionais.
– Esperamos que a concessionária coloque em operação o quarto catamarã até agosto, no máximo. Se isso acontecer, teremos a partir do segundo semestre uma regularidade de partidas de dez em dez minutos somente com embarcações novas – previu o secretário de Transportes, Júlio Lopes. A entrada em operação do terceiro catamarã social, segundo a concessionária, permitirá o aumento do número de viagens.
– Agora, os intervalos de 12 minutos nos momentos de pico da demanda de passageiros cairão para oito minutos e os 20 minutos entre as viagens no período das 9h às 17h serão reduzidos para 15 minutos. Queremos melhorar sempre a qualidade de nossos serviços como nos comprometemos com o governo do estado – afirmou Amaury de Andrade, presidente da Barcas S/A.
Depois de cortar a fita inaugurando o terceiro catamarã social, o governador e convidados fizeram um passeio com a nova embarcação até o meio da Baía de Guanabara, no trajeto para Niterói, com o governador Sérgio Cabral pilotando a embarcação, assistido pelo comandante da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, capitão-de-mar-e-guerra Wilson Pereira de Lima Filho, ao lado do secretário Júlio Lopes.
O catamarã social, por ter duas proas e não precisar fazer manobra de retorno, faz o percurso entre o Rio e Niterói em apenas 12 minutos, quando a barca convencional faz em 20 minutos, com a vantagem de cobrar os mesmos R$ 2,30 de tarifa, além de proporcionar maior conforto, pois as novas embarcações possuem poltronas acolchoadas e circuito interno de TV.
Os catamarãs sociais têm sistema computadorizado de monitoramento e navegação e operam apenas na ligação entre Rio e Niterói. A nova barca é mais rápida porque, além das duas proas, possui mais velocidade – até 18 nós (33 km/h) contra 10 nós (24 km/h) das atuais barcas – por ser feita de alumínio. Mesmo com menor capacidade que as convencionais, que levam duas mil pessoas, as novas barcas podem transportar mais passageiros, devido ao aumento do número de viagens.
Para a construção de quatro catamarãs sociais, a concessionária recebeu incentivos fiscais do estado e financiamento do Fundo de Marinha Mercante. O investimento total será de R$ 56 milhões. O Estaleiro Barcas-Rodriguez, que constrói as embarcações utilizando estruturas navais de alumínio, uma tecnologia italiana pioneira no país, foi reaberto em 2003 pelo Programa de Revitalização da Indústria Naval do Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Fonte: http://www.imprensa.rj.gov.br/SCSSiteImprensa/detalhe_noticia.asp?ident=37604