12/05/2008 18h22
Arco Metropolitano desenvolverá Estado do Rio
Por Guedes de Freitas
O Arco Metropolitano, uma obra estratégica, fundamental para o desenvolvimento da Região Sudeste, começou a sair do papel nesta segunda-feira (12/5), depois de esperar 30 anos: a ordem de começar a rodovia, que vai interligar, fora do Centro do Rio, outras rodovias federais de grande movimentação de veículos e facilitar o acesso ao Porto de Itaguaí foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador Sérgio Cabral e o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, em cerimônia oficial realizada na Avenida General Euclides de Oliveira Figueiredo 200, próximo à Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados S/A), em Itaguaí, Baixada Fluminense.
- O Rio de Janeiro é o estado da logística. Temos aqui o Porto do Rio, o Porto de Itaguaí, o Aeroporto Internacional do Galeão e agora vamos ter o Arco Metropolitano. Vejam o valor dos investimentos que o Estado terá ao longo dos próximos anos, a grande geração de empregos que esta obra vai trazer – enfatizou Cabral.
O presidente Lula disse que estava vivendo hoje um dia especial no Estado do Rio.
Primeiro, ele citou a passagem pela Petrobras, logo cedo, onde se reuniu com a diretoria para discutir os próximos investimentos da empresa segundo os quais está prevista a construção no país de navios petroleiros e plataformas marítimas de exploração de petróleo para explorar a camada pré-sal recentemente descoberta na Bacia de Santos.
Depois, ele foi ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também no Centro do Rio, para apresentar a governadores e a empresários o programa denominado Política de Desenvolvimento Produtivo: Inovar e Investir para Sustentar o Crescimento, que, segundo ele, vai colocar o Brasil “no mesmo patamar dos países desenvolvidos”.
– E agora estou aqui em Itaguaí para dar início a este grande empreendimento. Estamos passando para as mãos do governador Sérgio Cabral cerca de R$ 800 milhões para ele tocar a obra. Ninguém passa esta quantia para um governo de estado administrar se não tiver total confiança em seu governador e em sua equipe. Estamos seguros de que este dinheiro será aplicado corretamente para desenvolver todo o estado do Rio – enfatizou Lula.
Segundo o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, os trabalhos efetivamente deverão começar em 20 dias.
– Primeiro estamos dando licença de obras para os canteiros, iniciar as desapropriações, que serão muitas, para em 20 dias começarmos as obras propriamente – especificou Pezão, completando que a rodovia estará impreterivelmente pronta até agosto de 2010.
A obra compreende a construção do trecho virgem do arco, numa extensão de 70,9 quilômetros, além de acessos, viadutos, pontes e urbanização. Além deste, que será construído pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), da Secretaria de Estado de Obras,
o Arco Metropolitano completo, que sairá de Itaboraí e terminará em Itaguaí, cortando toda a Baixada, tem mais três trechos, todos de responsabilidade do governo federal. A rodovia no total terá 145 quilômetros.
O primeiro trecho sai de Manilha, em Itaborai, pela BR-493 e vai até o entroncamento com a BR-116, em Santa Guilhermina, em Guapimirim, numa extensão de 25 quilômetros. O percurso está sendo duplicado pelo Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit).
O segundo segmento já está pronto e tem 22 quilômetros: ele segue pela BR-116, do entroncamento desta com a BR-493, em Santa Guilhermina, e vai o entroncamento com a BR-040, em Saracuruna, Duque de Caxias. Este trecho já é duplicado, cuja manutenção está sob responsabilidade da concessionária.
O terceiro trecho é o que será construído pelo Governo do Estado. Ele sai do entroncamento da BR-040, em Saracuruna, e vai até Itaguaí. No percurso, ele corta a BR-465 (antiga Rio-São Paulo), a BR-116 (Via Dutra) e a BR-101 (Rio-Santos).
O quarto trecho é a duplicação de 22 quilômetros da BR-101 (Rio-Santos) saindo de Itacuruçá, distrito de Mangaratiba, na Região da Costa Verde, e indo até Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. A obra, de responsabilidade do Dnit, está em andamento.
Incluído no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o arco custará mais de R$ 900 milhões – só o trecho de Saracuruna a Itaguaí receberá investimentos de cerca de R$ 800 milhões.
A rodovia atravessará os municípios de Itaboraí, Guapimirim, Magé, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Japeri, Seropédica e Itaguaí, mas beneficiará indiretamente os outros municípios da Região Metropolitana e estados vizinhos.
A rodovia vai impulsionar os pólos petroquímico de Itaboraí, numa ponta, e o siderúrgico, na Zona Oeste e em Itaguaí, na outra, desenvolvendo as cidades por onde passar. Será uma obra de grande impacto na economia fluminense. Além de desafogar o tráfego da Região Metropolitana, em especial da Avenida Brasil e da Ponte Rio-Niterói, também vai facilitar o transporte de cargas de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo ao Porto de Itaguaí, viabilizando este terminal – ressaltou Pezão, que confirmou ter apresentado ao presidente Lula pedido para criar no estado o PAC 2, com as mesmas obras do PAC 1 em mais oito comunidades, sendo que já entregou ao governo federal na oportunidade o projeto para o Chapéu Mangueira, no leme, Zona Sul do Rio.
Prestigiaram o evento os ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, das Cidades, Márcio Fortes, chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social, Franklin Martins; os secretários estaduais da Casa Civil, Regis Fichtner, de Governo, Wilson Carlos de Carvalho, de Transportes, Julio Lopes, de Assistência Social e Direitos Humanos, Benedita da Silva, e de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso; o presidente do DER, Henrique Ribeiro; os presidentes da Assembléia Legislativa, Jorge Picciani, e do Tribunal de Justiça, desembargador Murta Ribeiro; o presidente da Firjan Eduardo Eugênio Gouvea Vieira, senadores, deputados, prefeitos, líderes sindicais, trabalhadores da Nuclep e moradores da cidade.