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RS | Porto de Arroio do Sal

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Buenas, resolvi criar esse thread para discutirmos acerca da movimentação de empresários e políticos da região Norte/Serra do RS que planejam construir um Porto entre as cidades de Torres e Arroio do Sal, no Litoral Norte gaúcho.

Porto em Torres? Proposta para construção divide opiniões
Ainda sem projeto concreto, ideia foi apresentada pelo engenheiro civil Fernando Carrion e pelo senador Luis Carlos Heinze (PP) a autoridades e moradores do município em dezembro
09/01/2019 - 16h21min
Atualizada em 10/01/2019 - 00h24min

A proposta para a construção de um terminal portuário privado em Torres, no Litoral Norte, traz um debate carregado de polêmica. De um lado, líderes políticos ressaltam o retorno fiscal para o município e a capacidade de importação e exportação do Estado. De outro, há moradores com dúvidas e representantes de unidades de conservação preocupados com impactos que a obra poderia gerar a fauna, flora e ambientes originais.

Porto em Torres? Proposta para construção divide opiniões | GaúchaZH
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1 - 20 of 39 Posts
Construção de porto em Torres vai dar mais competitividade ao Rio Grande do Sul
Os portos mais recentes instalados no país têm demonstrado o desenvolvimento socioeconômico das regiões em que foram instalados, com visíveis investimentos em infraestrutura
03/04/2019 - 10h12min
Atualizada em 03/04/2019 - 10h15min

A ideia de um porto no litoral sul do Brasil remonta à época do Império, quando Dom Pedro II, após estudos de técnicos ingleses por volta de 1875, determinou que a melhor localização seria em Torres. A região da Serra Gaúcha, por meio do movimento batizado de Mobilização Por Caxias (MobiCaxias) está se mobilizando para repensar e planejar seu desenvolvimento num horizonte de 20 anos.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/opi...-grande-do-sul-cju185ms100ek01mwddyp6w48.html
É uma ideia interessante, ainda mais que nasce como terminal privado, sem chororô por verbas, emendas e projetos públicos nababescos.

Pelo que andei lendo o governador já se dispôs a ajudar e agilizar as licenças ambientais e todo o paranauê burocrático.

Vamos acompanhar os próximos capítulos.
Ótimo projeto há uma extensa área praticamente deserta entre Rondinha (distrito de arroio do Sal) e Torres.

Há excelente escoamento pela 101 sendo necessário uma ligação do futuro porto com essa estrada.
Estava dando uma olhada pelo google maps, esse litoral norte do RS é praticamente uma mancha urbana continua, impressionante.
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Essa ideia é ótima, criaria um terminal de contêineres ao lado do polo metalmecânico, moveleiro e vitivinícola do estado (Serra Gaúcha). Vai ficar uma mão na roda o acesso pela Rota do Sol, especialmente considerando que os túneis e viadutos dela já foram concebidos esperando a duplicação.

Mas podem ter certeza que vai ter lobby contrário dos parlamentares da Metade Sul. Mesmo com o acesso ferroviário, o movimento cairá drasticamente...

Estava dando uma olhada pelo google maps, esse litoral norte do RS é praticamente uma mancha urbana continua, impressionante.
Mais impressionante ainda se pensar que essas casas ficam vazias a maior parte do ano.

Graças a Deus os militares construíram a Freeway...
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Pelo que eu vi em cartas náuticas, que podem estar desatualizadas, a profundidade maior está no território de Arroio do Sal.
Seria bem interessante um porto de águas profundas ali.
Mas acredito que assim mata Rio Grande e toda a navegação interior.

Quem sabe daqui um tempo levantem a ideia de um canal entre a Laguna dos Patos e o Oceano abaixo de Palmares do Sul.
Rio Grande não vai morrer! Assim como Paranaguá não morreu com São Francisco do Sul nem Itajaí.
Rio Grande ainda terá toda as hidrovias do interior do RS para si.
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duplicado.
Pelo que eu vi em cartas náuticas, que podem estar desatualizadas, a profundidade maior está no território de Arroio do Sal.
Seria bem interessante um porto de águas profundas ali.
Mas acredito que assim mata Rio Grande e toda a navegação interior.

Quem sabe daqui um tempo levantem a ideia de um canal entre a Laguna dos Patos e o Oceano abaixo de Palmares do Sul.
Inviável pela profundidade baixa da Lagoa.

Rio Grande não vai morrer! Assim como Paranaguá não morreu com São Francisco do Sul nem Itajaí.
Rio Grande ainda terá toda as hidrovias do interior do RS para si.
Navegação interior do RS já está semimorta, só se transporta areia depois do polo de Triunfo.
Mas podem ter certeza que vai ter lobby contrário dos parlamentares da Metade Sul. Mesmo com o acesso ferroviário, o movimento cairá drasticamente...

Rio Grande ainda manteria o movimento da parte agrícola, fertilizantes e etc. Hoje muita coisa do polo metalmecânico e moveleiro da serra já embarca em portos catarinenses, pois a logística é até mais fácil que para Rio Grande.
Navegação interior do RS já está semimorta, só se transporta areia depois do polo de Triunfo.
Não da para dizer que não tem infraestrutura hidroviária, pq temos eclusas até em Cachoeira do Sul,
O forte de Rio Grande é na area de commodities agricolas, e esse porto proposto deve ter mais perfil de cargas industriais/cabotagem. Creio que não deve afetar Rio Grande e sim os terminais catarinenses.
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A marinha fez levantamento batimetrico atualizado agora em 2019 na região do porto novo, a pedido do senador Heinze.
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Os prós e contras do projeto que prevê a construção de um porto no Litoral Norte
Marinha realizou estudo entre Torres e Arroio do Sal a pedido do senador Luis Carlos Heinze, mas proposta já recebe críticas







Área em Torres é uma das cotadas por idealizadores da proposta



Entre 7 e 12 de abril, o navio oceanográfico Antares, da Marinha do Brasil, palmilhou a costa do Rio Grande do Sul medindo, em detalhes, a profundidade da plataforma continental (batimetria), enquanto marinheiros em terra instalaram, entre os rios Mampituba e Tramandaí, equipamentos para mensurar marés durante um ciclo lunar. A operação, executada enquanto a embarcação estava a caminho de Buenos Aires, foi uma encomenda do senador gaúcho Luis Carlos Heinze (PP-RS).

Trata-se de tentativa do parlamentar de embasar um estudo técnico para confirmar um dado fundamental para sustentar uma ideia abraçada por ele ainda em 2018: construir um porto marítimo privado entre Torres e Arroio do Sal para facilitar o escoamento da produção da metade norte do Rio Grande do Sul.

O estudo da Marinha é uma das primeiras ações concretas para viabilizar a construção de um Terminal de Uso Privado (TUP) no Estado. Hoje, o Rio Grande do Sul, que tem uma costa de cerca de 620 quilômetros de extensão, conta com um porto, em Rio Grande.







Custo de frete seria uma das motivações

Defensores da ideia afirmam que o terminal no Litoral Norte baratearia custos com frete. Hoje, empresários da serra gaúcha estimam que o deslocamento de uma carga de aço de Caxias do Sul custa, em média, de R$ 4 mil a R$ 5 mil até Rio Grande. Em direção a portos de Santa Catarina, o frete sairia por R$ 3 mil a R$ 4 mil. Até Torres, segundo levantamento, custaria cerca de R$ 1,5 mil.

A ideia de um porto no Litoral Norte remonta ao tempo do Império Brasileiro. À época, dom Pedro II encomendou a engenheiros ingleses um estudo sobre a viabilidade. Impressionados com a profundidade do mar gaúcho, pesquisadores teriam orientado a construção de um terminal na altura de onde hoje fica Torres. Entretanto, o porto acabou sendo construído em Rio Grande.

Cartas náuticas eletrônicas como Navionics, utilizadas por navegadores atuais, apontam que, na altura do Litoral Norte, a profundidade da plataforma continental atinge até 22 metros a 1,8 quilômetro da praia. O que possibilitaria a entrada de navios gigantescos sem a necessidade de construção de estrutura mais adiante da areia. Em Rio Grande, essa profundidade só seria alcançada, segundo pesquisadores, a cerca de 6 quilômetros da praia.

Com calado atual de 12,8 metros, o porto do sul do Estado sofre com assoreamento. O processo de dragagem em andamento no complexo, que deve ser concluído em três meses, permitirá se chegar a profundidade de 15 a 16 metros, aumentando a competitividade.

— Nada contra Rio Grande, mas o transporte no Rio Grande do Sul é dos mais caros do Brasil. Um empreendedor tem 18% de custo logístico. Imagina trazer aço de Minas Gerais para Caxias. Posso trazer para Torres e largar ali, a 200 quilômetros da cidade — explica Heinze.

Um dos idealizadores do projeto é o engenheiro Fernando Carrion, ex-prefeito de Passo Fundo e ex-deputado federal. Ele apresentou a ideia a Heinze em 2017, na época em que o hoje senador postulava concorrer ao cargo de governador. Carrion defende que a profundidade da plataforma continental em Torres é favorecida pela geografia da região, em efeito contrário aos Aparados da Serra, que projetariam no mar uma fundura maior. Ele compara o litoral local a áreas de portos internacionais como Valparaíso, no Chile, e Callao, no Peru. E mexe com os brios dos gaúchos, ao afirmar que, enquanto o RS tem apenas um porto, Santa Catarina dispõe de cinco terminais.

— Nós, com 620 quilômetros de costa, 50% a mais do que Santa Catarina, vamos ficar com um porto? — provoca.

Dados do estudo da Marinha feito no Estado devem ser publicados em meados de maio.





Prefeituras planejam áreas



Batimetria foi realizada neste mês de abril no Rio Grande do Sul

Segundo o comandante do navio oceanográfico Antares, capitão-de-fragata Cezar Reinert Bulhões de Morais, a área onde foi feito o levantamento tem como centro proximidades da praia do Paraíso, limite entre Torres e Arroio do Sal. É nessa região que políticos e empresários miram a possibilidade de um porto. Prefeituras das duas cidades já planejam possíveis áreas para o terminal, diante de uma comunidade dividida entre vantagens e reflexos de uma construção desse porte.

A ideia mexe com interesses econômicos. Permitiria aportar no Litoral Norte embarcações com calados que atualmente não atracam em Rio Grande — além de navios de carga, embarcações de cruzeiro, que hoje passam diretamente a Uruguai e Argentina. Já empresários de Caxias do Sul sonham com um corredor de produção, que começaria na ponte de São Borja-Santo Tomé (Argentina), passaria por Santa Maria e cruzaria o Estado rumo ao litoral.

O projeto é um dos tópicos do Movimento Mobilização por Caxias (Mob Caxias), que definiu estratégias para o desenvolvimento da cidade até 2040. Um estudo encomendado para a Universidade de Caxias do Sul (UCS) buscou argumentos para justificar o porto em Torres.

— Somos o segundo polo metalmecânico do país. Nesse levantamento, conseguiu-se identificar também que somos hoje maiores exportadores de hortigranjeiro — explica Rogério Rodrigues, integrante do movimento.

Heinze e os apoiadores defendem que a obra seja sem recursos públicos, a exemplo do Terminal de Uso Privado (TUP) de Itapoá (SC). Construído em sete anos, o terminal custou cerca de R$ 750 milhões, além de trazer contrapartidas ao município. Nomes de investidores são mantidos em sigilo, mas uma empresa do ramo de gás estaria projetando custos e uma companhia espanhola construtora de portos estaria levantando orçamentos.




Alerta sobre o impacto ambiental:eek:hno:

Para realizar o projeto no Litoral Norte, além de uma grande área em terra para os terminais, seria necessária a construção de um píer mar adentro para receber os navios. Entretanto, ao contrário do Terminal de Uso Privado (TUP) de Itapoá (SC), modelo dos idealizadores do projeto em Torres e que está abrigado na Baía da Babitonga, o novo porto no Estado seria construído em mar aberto.

É aí que começam os desafios. O mar gaúcho é impetuoso, conhecido como cemitério de navios por pescadores e pesquisadores. O geógrafo Elírio Toldo Júnior, do Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), confirma a característica profunda da plataforma continental no Litoral Norte. E usa como parâmetro duas monoboias de Tramandaí, utilizadas para movimentar petróleo e derivados. Localizadas a até seis quilômetros da costa, suas tubulações estão fixadas a 20 metros de profundidade.


O pesquisador alerta que uma estrutura portuária na região de Torres ou Arroio do Sal exigiria fixar um canal de navegação com uma estrutura de molhes, sob certo custo. E ainda aborda o impacto ambiental. A praia movimenta sedimentos aos dois lados. Uma barreira impermeável no mar iria reter sedimentos, desequilibrando o movimento na areia. O resultado: o aumento da praia no lado Sul da estrutura e erosão ao Norte.

Já Frank Woodhead, empresário e integrante do conselho fiscal do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado (Setsergs), afirma que nem só de profundo calado vive um porto. Ele aponta que um novo terminal em Torres concorreria com portos de Imbituba e Itajaí. A segunda cidade, de acordo com Woodhead, está consolidada como referência em cargas refrigeradas no país.




Uso de hidrovias seria alternativa

Ao mesmo tempo em que coloca sua equipe técnica à disposição dos defensores do projeto de construção de um terminal portuário em mar aberto no Litoral Norte, o superintendente do Porto de Rio Grande, Paulo Fernando Curi Estima, deixa claro sua posição sobre os esforços, que, em sua opinião, deveriam ser deslocados para resolução de problemas que emperram o desenvolvimento do complexo no Sul do Estado. Ele cita como exemplo a necessidade de duplicação da BR-116, melhorias na concessão de ferrovias e aproveitamento da hidrovia, com dragagem e sinalização.

Em resposta a setores empresariais da Serra, que reclamam do alto preço do frete para deslocamento de carga até Rio Grande, Estima propõe o uso do terminal Santa Clara (Contesc), no Polo Petroquímico, a 115 quilômetros de Caxias do Sul. Por ali, por hidrovia, há acesso ao Rio Caí, ao Delta do Jacuí, ao Guaíba, à Lagoa dos Patos, a Rio Grande e ao oceano.

— É mais fácil ajustar as velas do que inventar o barco — diz.

O superintendente defende que não existe porto “exclusivamente privado”, como o proposto no Litoral Norte, um Terminal de Uso Privado (TUP). Segundo ele, todos exigem acessos, rodovias, ferrovias, integração modal, segurança por parte da Marinha, que implicam em gasto estatal.

— Dizem que não tem dinheiro público, mas olha o volume de esforços: um gabinete de um senador, agente público, e a primeira ação é um pedido à Marinha para colocar um navio para fazer batimetria. Quanto custa isso? — questiona, referindo-se aos esforços do senador Luis Carlos Heinze, que tem defendido a proposta.

O coordenador da Associação Brasileira de Terminais Portuários, Wilen Manteli, concorda que investir em dragagem e sinalização da hidrovia contribuiria mais ao desenvolvimento — não aposta em altos custos.


— Rio Grande tem a melhor região, perto da África, da Ásia e com acesso por terra e água. Gaúchos precisam explorar as hidrovias. É o grande fator para o Estado dar a arrancada para o seu desenvolvimento econômico e social. Isso deveria estar no debate — propõe.

Sobre um terminal no Litoral Norte, Manteli pergunta:

— Como serão os acessos terrestres? Quais serão os investidores? Não temos dados para dar uma posição sobre a viabilidade desse empreendimento.

Questionada, a Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) afirmou não ter posição. Nos próximos dias, a pedido de Estima, a Universidade Federal do Rio Grande (Furg), especializada em sistemas de monitoramento da costa nacional, deve emitir nota técnica sobre a complexidade de construção de terminais em mar aberto. Rio Grande, por exemplo, é terminal abrigado.

— Em Torres, não tem como fazer uma barra. Onde vão conseguir rocha para construir molhes? — questiona Estima.

O empresário Frank Woodhead adverte que não haveria carga para um novo porto:

— Não tem carga para manter um porto funcionando. Estamos falando em volumes expressivos, cinco, seis, sete, 10 milhões de toneladas. Aí pode ser que seja viável. Todo o porto de Rio Grande exporta 30 milhões. Tu acabas inviabilizando dois portos. Tira de um para colocar em outro.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/eco...-litoral-norte-cjuoqhqlf01wf01p545jpw5wa.html
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Buenas pessoal, conversei hoje pela manhã com um amigo que mora em Caxias e tem apartamento em Torres, local em que irá se mudar nos próximos meses.

Essa foto acima é exatamente o local onde estão cogitando o porto, ao lado da Praia Paraíso. Circundando a lagoa há uma estrada que provavelmente irão duplicar que leva até a Estrada do Mar. Assim, a infraestrutura já estaria semi-pronta.

Meu amigo me informou que os empresários da Serra Gaúcha irão bancar esse porto e que só não sai se o Governo não quiser. As negociações estão adiantadas. Tomara que vingue e mude as cidades em volta para melhor.
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artigo 03/05/2019
Porto de Torres tem atraso de 144 anos
Fernando Carrion

Muitos portos do mundo não têm barra como existe em Rio Grande, que chegou a ser considerado como inviável sua construção no século 19, pelos engenheiros franceses, que tinham a experiência da construção do Canal de Suez, justamente por causa da barra que mudava de lugar ao sabor das correntes marítimas. A situação do porto de Ymuiden, na Holanda, é semelhante à de Torres, com costa arenosa e espraiada. É um exemplo clássico de molhes lançados ao mar em costa rasa, totalmente exposta ao mar.

O Terminal Privado de Torres está situado em condições semelhantes ao porto de Suape - Pernambuco, que também está situado em águas profundas, costa retilínea e espraiada logo ao Sul do Cabo de Santo Agostinho. Assim sobram os exemplos para justificar sua absoluta viabilidade técnica. Quanto à rocha para construir os molhes virá de menos de 30 km de distância, dos contrafortes da Serra Geral (basalto), mais próximos ao oceano. Ao contrário das rochas que formaram os molhes de Rio Grande, transportadas do Capão do Leão (granito) situado a mais de 100 km de Rio Grande. E as condições de transporte em 1910/1914 e um século depois, com equipamentos de transporte mais potentes.

O TUP de Torres é uma necessidade para diminuir os custos dos fretes dos produtos gaúchos vindos da Metade Norte, como grãos, metais mecânicos e produto importado como gás natural, que após reprocessado, é distribuído para abastecer o Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, a menor preço que o gás oriundo da Bolívia. Quanto ao argumento que não tem carga para manter o porto ou é equivocado ou tendencioso. Estou falando em volumes expressivos, superiores a 10 milhões de toneladas/ano.

Somente a soja exportada por Imbituba, em torno de 50% da safra produzida este ano no Rio Grande do Sul, chegará a 9 milhões de toneladas. Segundo informações da Acergs, grande parte da produção de soja por não conseguirá espaço no Terminal de Rio Grande, está saindo pelo Porto de Imbituba.

Engenheiro civil, ex-deputado federal e relator da Lei nº 8.630 (Lei dos Portos) - Jornal do Comércio
(https://www.jornaldocomercio.com/_c...6-porto-de-torres-tem-atraso-de-144-anos.html)
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8 de maio de 2019
Por redação A FOLHA

Polêmica audiência pública sobre porto no litoral fez lotar auditório em Torres
Muita gente ficou de fora, e há cidadãos que vão pedir no Ministério Público a anulação da audiência. Cidade de Arroio do Sal se mobilizou para levar o terminal para o município

Na noite de segunda-feira, dia 6 de maio, mais de 250 pessoas lotaram o auditório da Ulbra, em Torres, para participar de uma audiência pública sobre o projeto de possível construção de um porto marítimo no Litoral Norte. O evento foi uma proposição da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, através do gabinete do deputado estadual Gabriel Souza (MDB).

Faltou espaço, sobraram protestos.

Talvez o dobro de participantes pudesse estar presentes na audiência, mas acabaram ficando de fora. As portas do auditório da Ulbra em Torres tiveram que ser fechadas para garantir a segurança das pessoas presentes no ambiente, já que não havia mais lugares para ninguém se instalar. E esta falta de possibilidade de entrada no evento gerou certa confusão e rebeldia. Houve chutes na porta executados por uma das pessoas que não conseguiram participar, o que fez com que funcionários da Ulbra tivessem de chamar a Brigada Militar para dar apoio à organização.

Um grupo – liderado pelo conselheiro estadual da OAB e ex-presidente da entidade em Torres, Ivan Brocca – organizou um abaixo assinado entre as pessoas que ficaram de fora do evento, documento que será entregue ao Ministério Público com o objetivo de anular a validade da Audiência Pública. É que os rebelados alegam que o evento – para tratar com a sociedade sobre o processo de instalação do porto marítimo na região – passou a ser “privado” ao não ser possível a entrada de um número grande de pessoas como aconteceu. O grupo acha que o evento foi mal programado e que deveria ser realizado em um espaço onde coubessem mais pessoas.

A Ulbra, por sua vez, tratou de fornecer imagens da Audiência Pública em uma tela colocada de forma improvisada no corredor que dá acesso ao auditório, imagem estas que podiam ser acessadas por qualquer um através do Facebook. Nesta terça-feira, dia 7, várias postagens no Facebook feitas por pessoas que não conseguiram entrar no evento foram compartilhadas, a maioria criticando a organização do evento com palavras de ordem depreciativas.

Debate em nível estadual e regional

O encontro realizado pela Assembleia Legislativa do RS (ALERGS) serviu para debater de forma mais aberta o assunto. Foram levantadas questões tanto pelo ponto estadual quanto regional, abordando sobre efeitos e possibilidades relacionadas a implementação do terminal portuário no Litoral Norte, mais especificamente em Torres ou em Arroio do Sal. E isto deu motivação para que uma comitiva de Arroio do Sal viesse à Ulbra para participar do evento, já que os dois municípios têm boas chances de receber o terminal portuário (Torres e Arroio do Sal).

O conteúdo planejado para ser levado em conta no debate foi baseado em dados existentes e os dados dos estudos que estão sendo encaminhados sobre o terminal. Proponente da audiência pública, o deputado Estadual Gabriel Souza abriu o evento afirmando que o projeto poderá servir para o desenvolvimento econômico social e ambiental da região. “Sonho em um dia ver cruzeiros marítimos com turistas desembarcando na nossa orla, cargas saindo daqui pra qualquer lugar do mundo. Sonho em ver o Litoral se desenvolver muito mais do que se desenvolve hoje em virtude da falta, muitas vezes, de investimento privado que nós tanto buscamos”, opinou Gabriel.

Defesas a favor do novo porto (seguido por contraponto)

Idealizador do projeto, o engenheiro e ex-deputado federal Fernando Carrion ocupou grande espaço na audiência ao destacar que é preciso elevar os investimentos em infraestrutura – como portos – no Brasil. De acordo com o ex-parlamentar, é necessário construir mais dez portos no país. “O Terminal de Uso Privativo (TUP) de Torres será moderno, sustentável e eficiente – a exemplo do Porto de Itapoá (SC)”, reforçou Carrion. Para ele, um Litoral de 620 km como o do Rio Grande do Sul não pode ter apenas um porto (no caso o Porto de Rio Grande). Carrion explicou ainda que o novo terminal terá capacidade de escoar a produção do polo metalmecânico de Caxias do Sul, do polo moveleiro de Bento Gonçalves, e da produção de soja do RS.

O discurso de Carrion foi praticamente o mesmo partilhado por ele em outro encontro aberto sobre a possibilidade da vinda do porto para Torres, promovido pela prefeitura municipal da cidade, no final do ano passado (2018).
Ruben Bisi, representante do Movimento Mobilização por Caxias (Mobi), foi um dos gaúchos que passaram a participar de eventos públicos sobre o porto. Ele explicou que, de acordo com o projeto, o Porto de Torres terá investimento privado (nenhum dinheiro público) e tem valor mensurado em cerca de R$1,2 bilhão para sua construção – sendo que deste valor o poder público poderá pedir contrapartidas em infraestrutura e meio ambiente. Conforme o mesmo empresário, a proposta prevê 10 anos para execução e implementação do embarcadouro. Para ele, é necessário pensar o futuro. “Não estamos falando da demanda de carga atual, mas precisamos pensar em quando o porto estiver pronto. Por isso, estamos buscando um terminal de águas profundas que seja capaz de atender os grandes navios que estão chegando à costa brasileira e que hoje não atracam nem em Rio Grande, nem em Santa Catarina”, defendeu Bisi.

Em contrapartida, o superintendente dos Portos do Rio Grande do Sul, Fernando Estima, afirmou que não há carência de estrutura portuária no Estado – que atualmente conta com 12 terminais. “Tecnicamente o Rio Grande do Sul não precisaria fazer um investimento na costa porque, na prática, não temos demanda para tanto”, apontou. Para ele, as críticas existentes são por conta de fatores externos ao porto, como as rodovias, hidrovias e pedágios.

Ambientalista teme impacto ambiental e desvio nas rotas das Baleias Franca

Uma ambientalista representante do Greenpeace (ONG mundial que milita pela preservação ambiental) foi contra o porto por conta dos reflexos ambientais. Ela sugeriu que a estrutura portuária de Rio Grande já está servindo à demanda estadual. O impacto ambiental na fauna da região também foi pontuado pela militante ambiental, quea em xeque a continuidade da rota das Baleias Franca – um evento ambiental que se transformou em atrativo turístico no litoral sul brasileiro. Para a ambientalista, estas baleias podem abandonar a rota em decorrência do porto, e podem até ser prejudicados o ciclo de reprodução e a recuperação populacional da baleia-franca em águas brasileiras

O “ambientalmente correto” estaria na pauta dos que defendem o porto

O presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, deputado Tiago Simon, também utilizou do espaço para reforçar que todos têm consciência da questão da preservação ambiental, porém são perceptíveis as dificuldades dos empreendedores do Rio Grande do Sul. “Santa Catarina tem 400 km de litoral e possui cinco portos. Ou seja, não tem sentido não termos um novo porto aqui, com investimento privado, respeitando todas as regras”, ressaltou Simon. Ele lembrou que impostos e empregos são gerados pelos portos, além da melhoria da logística.

O prefeito de Torres, Carlos Souza, afirmou que, além de emprego e renda para a população, é necessário preservar o maior patrimônio de Torres: o ambiental. “Os órgãos ambientais serão fundamentais no projeto. No entanto, enquanto gestor municipal, cabe a mim buscar soluções para a crise de emprego e renda”, disse.

Entusiasta do projeto, o senador Luis Carlos Heinze encerrou a audiência pública e afirmou que empresários gaúchos estão deixando o estado por falta de infraestrutura e que é preciso construir soluções e saídas para o desenvolvimento do RS. “O que me move é a oportunidade de fazer algo pelo Rio Grande do Sul. Fui eleito com o desafio de oferecer esperança para a população e a construção do porto marítimo em Torres é fundamental para o nosso futuro”, disse o senador.

Heinze agradeceu a Marinha brasileira que recentemente esteve no litoral para fazer um estudo da costa e que deverá apresentar o resultado das pesquisas para ajudar no andamento do projeto. “Desde 1955 a Marinha não aportava nenhuma equipe no Sul. Com o trabalho deles teremos dados técnicos sobre a viabilidade do terminal. Este projeto só será viável com a concordância do Ibama, Fepam e Ministério Público”, frisou o senador.

Deputado Gabriel Souza (d) foi proponente da audiência em Torres

Participação popular foi destaque

Manifestaram-se na Audiência Pública também pessoas sem cargo político ou de liderança empresarial maiores. Um morador e líder do bairro Guarita foi peremptoriamente a favor do Porto ao mostrar sua visita ao terminal portuário moderno de Itapoá, em Santa Catarina, e verificar que não existe – para ele – nenhum impacto negativo na implementação de um porto na cidade de Torres. Ele disse que, ao contrário, o investimento trará emprego e renda.

Um professor e geólogo posicionou-se contra o porto. Para ele, o Brasil é uma federação – portanto, não haveria necessidade de um porto aqui no Litoral Norte do RS se já existem vários em Santa Catarina. O geólogo se disse contra o terminal por conta do porto mexer no conceito de cidade ambiental e turística consolidado em Torres.

Um pequeno empresário local também falou. Para ele o estado do RS mostra dificuldades financeiras faz tempo, as empresas estão indo para outros estados e, por isso, a cidade deveria receber mais este empreendimento, em nome da cidade e do estado do RS. Para ele o Rio Grande do Sul tem somente um porto marítimo (que está a mais de 600 km de algumas regiões produtivas do estado), enquanto Santa Catarina tem cinco portos (e vai a sete). Por isto, faria sentido a implementação do terminal no Litoral Norte gaúcho. Ele lembrou que o empreendimento vai trazer melhorias em energia, urbanidade e outros fatores que vêm junto, além dos empregos e dos impostos.

Um tradicional ambientalista torrense mais uma vez defendeu a proteção ambiental local como faz – em frases e desenhos na areia das praias. Com seus poemas e trocadilhos, se colocou com força contra a construção de porto no nosso litoral, em nome da preservação ambiental e turística de Torres.

Arroio do Sal foi protagonista e participantes mostram querer o porto no município

Moradores e autoridades públicas e privadas da cidade de Arroio do Sal acabaram recebendo certo protagonismo na Audiência Pública. O prefeito da Cidade, um vereador da oposição ao prefeito e moradores também falaram na reunião sobre o porto, além de se posicionarem com “torcida organizada” a favor da construção do empreendimento.

O prefeito Affonso Flávio Angst, o Bolão, tratou de apresentar Arroio do Sal como pronta para receber o terminal. Mostrou os diferenciais da cidade, como o tamanho do litoral e a disponibilidade da população receber bem o empreendimento, colocando-se mais uma vez como interessado em ter o terminal no município onde é prefeito.
Um vereador da Câmara de Arroio do Sal parece ter representado a posição dos edis locais em geral. Ele fez uso da palavra simplesmente para dizer que “a cidade é de longe a melhor opção para a construção do porto” quando recebeu aplausos entusiásticos da plateia. A cidade vizinha à Torres foi mobilizada com antecedência e foi responsável por ocupar significativo espaço na audiência.

Muita coisa pela frente

Atualmente está sendo feita uma sondagem no Litoral Norte gaúcho para dar com mais precisão as características da costa: profundidade, distância da profundidade ideal (25m) da costa, dentre outras. A seguir deverá ser feito o estudo de custos para a construção do terminal, envolvendo obras no mar e de acesso de caminhões ao porto por terra, além das licenças necessárias. Mais a seguir, se a ideia realmente avançar – ainda, devem iniciar as questões de negociação com as prefeituras locais, além do encaminhamento das licenças federais e estaduais para o processo de instalação de um terminal portuário.

Outras audiências públicas devem ser realizadas para debater a questão – em níveis federal, estadual e municipal, o que sugere que a comunidade vai poder ficar mais a par das verdades sobre o assunto para se posicionar se é contra ou a favor da construção de um porto.

Atualmente, dois locais estão previamente escolhidos para o possível terminal portuário: Em Torres (na Praia Itapeva Sul) e em Arroio do Sal (na Praia Jardim Oliva). Mas as medições específicas em andamento – e questões relativas a receptividade do projeto – podem modificar o cenário.

fonte: https://afolhatorres.com.br/polemic...rto-no-litoral-fez-lotar-auditorio-em-torres/
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Grupo da Turquia está interessado em porto de Torres:

A Arkasia, da Turquia, está interessada no porto de Torres. Nesta segunda-feira (17), representantes do grupo estiveram reunidos com o diretor institucional da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul, Ruben Bisi, para saber mais sobre o projeto.
— Eles querem entender, saber qual a infraestrutura. Estão sondando — diz Bisi.

O grupo já investe no porto de Rio Grande. Além disso, importa biomassa e soja do Brasil, conforme Bisi.
Na próxima quinta-feira (20), uma reunião sobre o empreendimento em Torres será realizada na cidade do Litoral. Devem participar o prefeito de Torres, Carlos Alberto Matos de Souza (PP), o senador Luis Carlos Heinze (PP) e o engenheiro civil Fernando Carrion, ex-deputado federal e relator da Lei dos Portos de 1993.

http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/ec...-10944360.html
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Alguma novidade sobre o porto de Arroio do Sal?
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