Samora Correia é uma freguesia portuguesa do concelho de Benavente, com 322,41 km² de área e 12 826 habitantes (2001). Densidade: 39,8 hab/km².
Dados da Junta de Freguesia elevam a população para 20 000 habitantes em 2008.
Foi sede de concelho entre 1300 e 1836 quando foi integrado no actual município. Era constituído por uma freguesia e tinha, em 1801, 1 173 habitantes.
Evolução Demográfica
1801 - 1 173 |
1900 - 2 030 |
1910 - 2 541 |
1940 - 3 449 |
1991 - 9 185 |
2001 - 12 826 |
2008 - 20 000
Breve resenha histórica
A Vila de Samora Correia tem existência documentada dos meados do século XIII.
Pequena embora, por circunstâncias de isolamento, pois situava-se na margem esquerda do estuário do Rio Tejo, com uma largura de 8 km, onde apareciam umas 5 ilhotas. A árida charneca naquela época, sem os recursos actuais, não favorecia a fixação humana, servindo de coutos e paraíso para as caçadas dos nobres.
A Grande Lezíria formou-se aos poucos, no século passado, graças aos valados levantados e à regularização dos esteiros. Sem vias de comunicação, as próprias estradas de terra batida eram cortadas pelas cheias regulares.
Assim, só teve grande desenvolvimento após a construção da Ponte em Vila Franca de Xira e das estradas para o resto do país, beneficiando da proximidade de Lisboa e do cruzamento de estradas.
Mais informação em
Samora Correia - Wikipedia
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A pedido de várias famílias aqui fica o thread da minha terra, onde vivi bons e ainda longos anos, onde cresci e onde tive uma infância feliz.
Terra pequena e de gente pobre até à abertura da Ponte do Marechal Carmona em Vila Franca de Xira em 1952, não mais parou de crescer, nem sempre bem, desde então.
É desde há alguns anos a freguesia com o maior crescimento em todo o Ribatejo.
Fotos
Vista aérea em 2006, 99% da população da freguesia concentra-se em torno dos aglomerados de Samora e Porto Alto que são, hoje em dia, parte de um todo.
Zona Antiga
Rua da Associação Comercial de Lisboa, a rua principal da vila e onde vivi durante 18 anos.
A mesma vista depois do terrível sismo que em 23 de Abril de 1909 arrasou a vila, e outras por todo o Ribatejo, por completo. Uma curiosidade, reparem como o sismo arrasou as casas do lado direito da rua e as do lado esquerdo quase que não apresentam estragos!
Mais uma, infelizmente não sei onde foi tirada, mas mostra bem a violência do sismo.
Não resisti a colocar aqui dois extractos de periódicos da época em relação ao sucedido:
Correio da Estremadura, 1 de Maio
"Entramos em Samora, a desolada. Parece que o mesmo é entrar num cemitério. Há muitas derrocadas e todas as moradias abrindo em fenda pelos cunhais. O enorme barracão das máquinas da Companhia [das Lezírias] está quase inteiramente coberto com a sua cobertura de zinco. A igreja fendida. Não se vê uma alma pelas ruas. Andam nos campos mondando o trigo e chorando as suas 7 vítimas".
Ilustração Portuguesa, 10 de Maio
"Em Samora, 24 horas depois do cataclismo, todas as casas que ameaçavam desabar tinham sido escoradas. Pela vila silenciosa e deserta apenas ressoavam os passos dos forasteiros, ávidos de emoções violentas, e que os habitantes guiavam mostrando o entulho ensanguentado de onde havia sido removido um cadáver, de um namorado morto sob a fachada do prédio da sua noiva, ou o quarto onde uma pobre mãe ficara sepultada sob a caliça com a cabeça do filho enterrada no peito. Por toda a parte a mesma confrangedora resignação, perante o desastre irremediável; uma resignação cheia de nobreza, como se a própria enormidade da catástrofe tivesse fortalecido as almas com uma coragem heróica. Nem uma só mão se estendia para a esmola. Apenas uma criança pedia pão".
Fonte: SC através dos tempos. 1996
Detalhe de edifício na mesma rua.
No fim da rua encontra-se a actual
Praça da República, onde se encontram os dois monumentos mais dignos de nota da vila:
O Palácio de D.Miguel, oitocentista. Foi completamente consumido pelas chamas em 1976. Na altura era pertença da Companhia das Lezírias sendo habitado por alguns dos seus funcionários! A minha irmã ainda se lembra de lá ir e de dizer como era belíssimo por dentro. Perdeu-se todo o interior!:bash:
Aqui há uns anos foi finalmente reconstruído e renomeado Palácio do Infantado, sem respeitar a traça original, tinha um torreão no telhado que ficou esquecido...
Antiga
Casa da Câmara
Estátua de
D. Paio de Peres Correia, fundador de Samora
O monumento maior da vila é a Matriz.
Igreja de Nossa Senhora da Oliveira, padroeira da vila e de Portugal. Data de 1721, tendo substituído uma outra que se encontrava no mesmo local. Está classificada como
Imóvel de Interesse Público.
O
interior, de uma só nave, é completamente coberto de azulejo azul e branco, é imponente!:yes:
Num pequeno nicho encontra-se uma rara imagem gótica policromada, provavelmente proveniente da antiga igreja.
A pouca distância encontra-se o
Largo João Fernandes Pratas, um agradável jardim no centro da vila.
Monumento a João Fernades Pratas e Rua do Povo Livre, onde viviam os meus avós paternos.
O
Cavalo Lusitano ainda é o meio de transporte mais utilizado na terra...:lol:
Rua Elias Garcia
Uma bela
Casa Brasonada
Descendo até ao Rio Almansor, encontramos a
Fonte do Concelho onde, reza a lenda, teria vivido uma Moura de seu nome Sá, e que teria dado o nome à terra "Sá-a-Moura"... é uma bela lenda, mas completamente falsa pois a origem do nome vem da Leonesa Zamora por onde teria andado o D. Paio!
Sendo terra plana as
ruas que sobem desde o rio até ao "planalto" são raras e pitorescas.
Junto ao rio desenvolve-se a
Rua do Rio Almansor, limite natural da vila, mais conhecida pela malta da terra como "borda da vala"!:lol:
No fim da rua, construiu-se há poucos anos sobre um baldio um belo e tranquilo
jardim criando uma frente ribeirinha digna há muito reclamada pela população.
Rio Almansor, pouco antes da sua confluência com o Rio Sorraia.
Continuando até ao fim do Jardim encontramos mais uma fonte, a
Fonte dos Escudeiros. Também ela tem uma lenda, diz-se que daqui haveria túneis até ao Palácio e à Quinta da Murteira já fora da vila. Algo desmentido pelos entendidos... será?
Por todo o lado se vêm
referências ao Touro e ao Campino, verdadeiros ex-libris da terra.
A minha
Escola Preparatória!
Tirei as fotos em Agosto, durante as festas. As ruas encontravam-se enfeitadas a rigor.
Descendo a Rua da Liberdade, chegamos ao
Largo do Calvário, o maior de Samora e antigo esteiro do Tejo, onde se encontram os belos
Celeiros da Companhia.
Daqui sobem três ruas em direcção à Matriz, sendo duas delas a
Rua 5 de Outubro,
e a
Rua de 31 de Janeiro.
Uma bela casa na
Rua Professora Clara Passos Esteves.
Ao longe, para lá do fundo da rua... um
MEGA-QUACK! :rofl:
A
Avenida de O Século, nome que a EN 118 toma ao entrar na vila, foi durante muitos anos o limite oeste da vila. Hoje é o seu centro.
Urban Vibe:lol:
Casa do Padreco!

Retiro das Beatas!:lol:
A minha
Escola Primária! Lembro-me bem do primeiro dia, a fugir atrás da minha mãe aos berros!:lol: Não queria ficar sozinho tadito!
Junta de Freguesia, foi escola, o meu pai ainda lá teve aulas!:yes:
Zona Moderna
Tal como já referi, Samora tem crescido imenso nestes últimos 15 anos. Esse crescimento tem sido todo para lá da EN 118 de modo a albergar os muitos milhares de novos habitantes bem como para criar infra-estruturas cuturais, sociais e desportivas.
O elemento marcante é este monstro, um
MEGA-PATO horroroso construído nos anos 80 quando o prédio mais alto no resto da vila devia ter alguns 2 andares!:lol: Quando era puto e viciado em arranha-céus até achava fixe!:tyty: Agora... nem por isso.:lol:
Piscinas Municipais
Centro de Saúde
Lar e centro de dia
Centro Cultural
Pavilhão Gimnodesportivo e Escola de Trânsito para crianças
Bairros Novos
Cada vez que lá vou há um bairro novo em contrução, é deveras impressionante...
Terrenos expectantes, mas não por muito tempo...
esta rua é o Caos....
Este foi um dos primeiros, a custos controlados.
Uns melhores outros piores...
Mas no fundo é isto que a malta dos subúrbios lisboetas quer, uma casinha "no campo" com jardim e a preços ainda acessíveis. Isso também vai mudar um dia...
E para acabar um thread que já vai longo, nada como umas
vistas desde o topo do Monte Gordo em Vila Franca!
E pronto, espero que tenham gostado da terriola!

Não é grande espingarda mas é fixe!:lol: