O Soajo é uma vila e freguesia portuguesa do concelho de Arcos de Valdevez, com 58,59 km² de área e 1 159 habitantes (2001). Densidade: 19,8 h/km².
Foi vila e sede de concelho entre 1514 e meados do século XIX. Era constituído pelas freguesias de Ermelo, Gavieira e Soajo. Tinha, em 1801, 2 054 habitantes. Em 1849 tinha 3 159 habitantes.
Foi re-elevada à categoria de vila em 12 de Junho de 2009[1].
Património
Pelourinho de Soajo
Antas da Serra de Soajo
Conjunto dos espigueiros de Soajo
in:wikipedia.com
A vila de Soajo, característica nas suas formas particulares de vivência e organização social e económica, é provavelmente um dos destinos concelhios mais divulgados e conhecidos, integrando uma área geográfica que foi concelho até à reforma liberal do século XIX.
A história...
A aldeia do Soajo está implantada numa das vertentes da Serra da Peneda, sobranceira ao Rio Lima. A sua história já vem de longe. Consta que terá sido fundada no século 1, mas só no século XVI lhe foi atribuída carta de foral. Desde a fundação da nacionalidade portuguesa que o seu povo goza de privilégios.
Quando outras localidades de Portugal invocavam a liderança espanhola, o Soajo reconhecia o rei de Portugal como legítimo e isso valeu-lhe vários direitos.
Os habitantes da região eram designados por monteiros, em virtude da sua Principal actividade ser a caça. Ursos, javalis, cabras-bravas, lobos e raposas eram espécie, capturadas. Chegou mesmo a ser instituída a montaria do Soajo, havendo ali representantes locais clã Montaria Real.
Consta que no reinado de D. Dinis os monteiros se terão queixado dos abusos de fidalgos, pelo que o monarca terá dado ordem para que estes não se demorassem ali mais do que "o tempo de esfriar um pão na ponta de uma lança". Há quem defenda que terá vindo daí a curiosa forma do pelourinho que se situa rio largo principal da aldeia. A coluna simboliza uma lança e a pedra um pão.
Em 1852, o Soajo viria a perder o direito a sede de concelho. Porém, não perdeu a sua peculiaridade. Ainda hoje as ruas são pavimentados com lajes de granito e as casas construíras com blocos de pedra. A vida em comunidade sempre foi um dado muito importante nesta aldeia. Até há cerca de um século atrás, o Soajo Linha um juiz eleito pelo povo. Actualmente, a feira que se realiza todos os primeiros domingos do mês ainda é motivo de convívio para as gentes da terra.
Enquadrada numa região de rara beleza, esta aldeia tem outras curiosidades nas suas imediações, como as Antas do Soajo, a Ponte Velha e o Miradouro do Côto Velho.
Parece ser ponto assente que a primeira fixação de populações nestes espaços fica cronologicamente situada na Idade Média, talvez acompanhando um povoamento das zonas baixas de vale, periodicamente ocupando área contíguas aos primeiros castelos, de cotas superiores, sobretudo no Verão.