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SP dos arranha-céus avança pelos antigos bairros operários

4967 Views 28 Replies 17 Participants Last post by  GRGM
A vista sem arranha-céus parece estar com os dias contados nas estreitas ruazinhas da Penha, um dos bairros mais antigos da cidade de São Paulo, na zona leste da capital. Desenvolvido ao redor da Nossa Senhora da Penha, capela construída no ano de 1667, o bairro que hoje mais parece uma pacata cidade do interior vai transformar-se em breve num dos principais alvos do mercado imobiliário paulistano.

No lugar das casas operárias, antigos galpões de fábricas e residências que remontam ao tempo que a região ainda era conhecida como "freguesia", diversos espigões residenciais serão erguidos nos próximos meses, mudando a paisagem da Penha.

A transformação já aparece nas planilhas do Departamento de Aprovação de Edificações da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab). De acordo com um levantamento feito com base nos processos da Prefeitura de janeiro a abril deste ano, a Penha é justamente o bairro que mais teve novos empreendimentos imobiliários aprovados - exatos 22. Logo depois, no ranking, vêm Lapa, com 18 novos prédios aprovados, Santo Amaro, com 17, Ipiranga, com 14, Vila Mariana, com 12, e Mooca, com 11. Para efeito de comparação, lugares extremamente valorizados como Saúde, Sumaré, Vila Leopoldina, Brooklin, Moema e Vila Olímpia tiveram cada um apenas um novo empreendimento aprovado neste ano.

Todos esses números significam alvarás de aprovação de empreendimentos, ou seja, os edifícios ainda não têm prazo para serem entregues. Em uma leitura mais atenta, eles também revelam os endereços para onde São Paulo vai crescer nos próximos anos - mais precisamente, para antigos bairros operários, em torno da orla ferroviária, e para regiões que ganharão novas estações de metrô.

"As zonas de São Paulo estão crescendo independentemente umas das outras, como se fossem cidades", explica Fábio Rossi, diretor da Itaplan Imóveis e diretor de Lançamentos do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP). "No norte, o mercado está avançando para o lado da Casa Verde. No sul, para Santo Amaro; na leste, para Penha e Mooca; na oeste, está indo para a Lapa. São lugares que ainda têm espaço e o público é de classe média, média alta."

PINHEIROS DA ZONA LESTE

Ressurgindo após um hiato de quase dez anos sem grandes investimentos, a Penha é um bom exemplo - antes tida como um "bairro dormitório", agora é tratado pelos diretores de marketing das imobiliárias como o "novo Tatuapé" ou "Pinheiros da zona leste". Segundo os números do Secovi-SP, em 2005 foram lançadas 169 unidades na área. Já entre janeiro e novembro de 2008, o número cresceu mais de 227%, chegando a 571 imóveis.

Lapa, Santo Amaro, Ipiranga e Mooca também seguem o mesmo caminho, atraindo não só novos prédios como também novas lojas, padarias, supermercados, restaurantes, bares da moda e até shoppings. O investimento em bairros em torno da linha do trem está sendo provocado pela própria Prefeitura - o principal instrumento para incentivar o mercado imobiliário a apostar na região são as 15 operações urbanas no entorno das linhas do trem e das futuras linhas do Metrô, o que permite ao Município arrecadar recursos junto ao setor privado para investir em projetos para a região. Juntas, somam 250 km², cerca de 17% do território de São Paulo.

MINHA CASA MINHA VIDA

O avanço para os bairros mais periféricos deve se acentuar ainda mais nos próximos anos. Para João Crestana, diretor do Secovi, o Programa "Minha Casa Minha Vida", lançado pelo governo federal para subsidiar empreendimentos populares, vai mudar o perfil dos lançamentos na capital. "Existe uma demanda de empreendimentos na faixa entre 3 e 10 salários mínimos. Isso vai acelerar o mercado voltado para essa faixa nos bairros de classe média", acredita.

Fonte: http://www.cte.com.br/site/ver_noticia.php?id_noticia=1011
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É verdade. Muitos edifícios tem surgido nas proximidas de linhas de trens e metrôs nos antigos bairros operários!
É bom que essas regiões vão sendo automaticamente revitalizadas e valorizadas.
^^ Os locais vão se valorizando e expulsando o povo sem grana para a a periferia mais distante do centro de São Paulo. O pior que é um movimento nacional, e está se repetindo nas principais cidades brasileiras.
^^ Os locais vão se valorizando e expulsando o povo sem grana para a a periferia mais distante do centro de São Paulo. O pior que é um movimento nacional, e está se repetindo nas principais cidades brasileiras.
Exclua Salvador dessa lista.. Aqui a favela e as comunidades em que vivem nelas parece que mandam na cidade.. Se uma favela tiver 5 casas apenas, parece que tem mais poder que a Prefeitura. :bash:
E muito bom ver tantas mudanças positivas para São Paulo:banana:
"mudanças positivas" vc quer dizer né?!
A revitalização não precisa levar uma infinidade de arranha-ceus pro lugar. Existem outros meios e investimentos pra se revitalizar um local sem descaracteriza-lo...mas enfim, não estamos na Europa né, estamos no Brasil onde predios pipocam até nos lugares mais inóspitos.
Ver o povo achando que essa é uma maravilhosa notícia dá uma idéia de como é difícil tentar defender o patrimônio em São Paulo... está TÃO incrustado na mente das pessoas que tudo tem que ser renovado o tempo todo, que destruir o que existe e construir coisas novas é sempre bom, que dá pra entender porque o patrimônio histórico da cidade está nessa situação... :(
Tipo, nenhuma construtora no Brasil trabalha com LOFTs, aqueles originais (galpões antigos, históricos, teto alto, sem paredes, coisa e tal), e retrofit? Tem cidades lá fora que reforam bairros inteiros desse jeito. Não dá pra permitir e incentivar isso?

E não dá também para liberar a verticalização só em áreas próximas às estações da CPTM e Metro? E ou desmontar os galpões e monta-los em outro lugar, ou sei lá mais oque permita a convivência do antigo restaurado e novos edifícios?
Ótima notícia. São Paulo não pode parar!
O argumento de "chegou edifícios, a população pobre é expulsa", não é real, pois pertence ao antigo chavão arcaico de quem pensa que edifícios é sinônimo de riqueza, e isto não é verdade, exceto para excessões.

Possivelmente pode haver um deslocamente parcial da população, e isto é natural, mas não significa dizer que o indivíduo que hoje mora na Penha será obrigado a se locomover para outro local da cidade, mesmo porque, ele apenas faz isto se desejar, uma vez que ele possui seus direitos, e apenas venderá sua casa para as construtoras caso for o seu desejo.

Mesmo se este optar por vender sua casa, ele fez isso pois julgou ser o melhor negócio, e muitas vezes este indivíduo acaba comprando um apartamento na mesma regiao, outras vezes, a garantia de uma casa/apartamente consta no acordo.

Em processos como estes, é natural que existam migrações, entretanto a idéia de que edifícios é sinõnimo de classe média, creio serem idéias arcaicas para os dias de hoje, portanto, o surgimento de novas construções em locais mais afastados de São Paulo, significam que a população está tendo mais dinheiro, portanto, está havendo demanda, as construtoras estão tendo dinheiro para investir, e estão sendo gerados milhares de empregos através da construção civil, ou seja, desenvolvimento, mesmo que possa eventualmente ocorrer anomalias em regiões isoladas, mas não é a regra.

Em minha concepção, é que, ao passo que isto ocorre, a prefeitura e o governo devem auxiliar na construção de transporte, escolas, postos de saúde e afins, e ao que me parece, isto está ocorrendo, pois muitos destes bairros, ou ganharão metrô nos próximos anos, ou já possuem, ou possuem CPTM, ao qual está tendo o sistema ampliado e modernizado, a fim de ficar com nível de metrô. Ressalto que estão sendo investidos aproximadamente 20 bilhões em transportes na cidade de São Paulo.
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Sou contra esse tipo de intervenção urbana nessas regiões com um passado tão importante para as grandes cidades e para São Paulo, deveriam tirar partido do que já existe, reurbanizando, aproveitando as construções existentes e adaptando-as ao estilo de vida actual, tipo vilas que um dia foram operárias em vilas para classe média, com jardins internos, alamedas, algo bem diferente dos paliteiros que proliferam nas cidades grandes e médias. Pq não ter como exemplos cidades européias? Aqui em São Luís vários casarões históricos estão sendo reformados e adaptados para receber familias e assim revitalizando e dando vida a essa região da capital maranhense, que além de casarões existem tbm vários galpões e antigas fábricas desativadas.
É uma boa notícia a valorização da região! Mas expulsar a população mais carente e deixar de valorizar um local sem construir prédios, é fato que é errado.
Espero que essa situação mude no Brasil! E bairros residenciais horizontais sejam valorizados sem a construção de prédios.
Acho um absurdo as pessoas considerarem essa verticalização como algo positivo. O trânsito da cidade está travado, e mesmo assim o mercado imobiliário segue a tendência de adensar cada vez mais (muitas) pessoas em um bairro, lotando ele de edifícios, o que resulta nesse inferno no horário de pico na ligação entre o centro e os bairros, independentemente se são bairros que contam com linha de metrô ou não. Já passou da hora, há décadas, de SP impôr um limite muito rígido para a altura de novos edifícios, além de valorizar o centro, que ainda tem milhares de edifícios vazios.
Já foram Perdizes, Pombéia, Higienópolis, o Centro....agora a Penha...que desgraça.
Isto não é questão de "querer verticalizar", é uma questão de demanda.
Se a cidade está crescendo econômicamente, e a população está tendo dinheiro para comprar uma moradia mais digna, e portanto está havendo demanda, ELAS TEM o direito de fazer isto.

Muitos comemoram o desenvolvimento econômico, o boom imobiliário, que é um dos motores do desenvolvimento do Brasil atual, mas este desenvolvimento passa por isto, e nem tudo são flores, existem desafios a serem vencidos, e um deles é relativo ao trânsito, ao tráfego na cidade. A idéia de que edifícios é sinônimo de riqueza, conforme já mencionei, é um MITO. Esta idéia é ultrapassada sobretudo em uma cidade como São Paulo. Cada vez mais as populações mais pobres passam a morar em apartamentos, aliás, É PROPRIAMENTE DESTAS POPULAÇÕES MAIS POBRES QUE VEM ESTA DEMANDA, portanto, não é correto afirmar isto, conforme já mencionei.

O que é necessário, sim, é que o Estado de suportes para este desenvolvimento, mas obstruir o desenvolvimento não tem sentido algum. Muitos aqui dizem que isto é ruim, pois bem, indique soluções para que seja possível NÃO construir moradias, dando condições da população morar em locais mais dignos, e possibilitando-as a melhorar de vida, e ao mesmo tempo ocorra geração de empregos na construção civil, ocorrendo a revitalização de algumas destas regiões que é dominado por galpões indústriais completamente abandonados geradores de doenças como a dengue, ao passo que também beneficie a população, e as deem oportunidade de melhorar de vida. Deve ser observado que estamos falando em São Paulo, uma cidade com ALTÍSSIMA demanda, com uma economia crescendo, e sem espaço para crescer HORIZONTALMENTE. Quem conseguir achar uma solução oposta a esta, beneficiando a população, comente, seria genial.
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^ Todo mundo sabe que na região central e ao longo da malha ferroviária há uma enorme vacância de edifícios! Sem essa de falta de espaço pra São Paulo, vai...

PS: eu não sou contra a verticalização, nem mesmo em relação a isso do trânsito. Só duas coisas que eu acho terríveis: a ocupação urbana desses prédios residenciais em São Paulo que é HORRÍVEL, ocupam terrenos gigantescos, não têm comércio, parecem fortificações com muros horríveis que matam a sua, etc... e a outra é relativa ao patrimônio histórico, que é simplesmente exterminado aqui em São Paulo! Logo a cidade será toda homogênea, cheia de blocões cercados de muros pra todos os lados, pra felicidade de gente como você! Isso sim é desenvolvimento! :cheer:
Já foram Perdizes, Pombéia, Higienópolis, o Centro....agora a Penha...que desgraça.
Desgraça por quê??? Você tem fobia a prédios??
Acho um absurdo as pessoas considerarem essa verticalização como algo positivo. O trânsito da cidade está travado, e mesmo assim o mercado imobiliário segue a tendência de adensar cada vez mais (muitas) pessoas em um bairro, lotando ele de edifícios, o que resulta nesse inferno no horário de pico na ligação entre o centro e os bairros, independentemente se são bairros que contam com linha de metrô ou não. Já passou da hora, há décadas, de SP impôr um limite muito rígido para a altura de novos edifícios, além de valorizar o centro, que ainda tem milhares de edifícios vazios.
Discordo. Limitar a altura dos edifícios (crescimento vertical) acarretaria um crescimento horizontal da metrópole, e consequentemente os deslocamentos ficariam maiores do que já são. O mais conveniente é o adensamento nas regiões mais centrais da cidade, o que implica o estímulo ao crescimento vertical - prédios maiores. A propósito, os edifícios de São Paulo são baixos para os padrões mundiais, já está mais do que na hora de acabar com essa frescura de criar embaraços para a construção de arranha-céus acima de 200 ou 300 m.
O correto seria blocões brancos que formam um tapete de concreto e não arranha céus......que sentido da palavra são grandes espigões e isso SAMPA tem muito muito pouco......infelizmente!!
Discordo. Limitar a altura dos edifícios (crescimento vertical) acarretaria um crescimento horizontal da metrópole, e consequentemente os deslocamentos ficariam maiores do que já são. O mais conveniente é o adensamento nas regiões mais centrais da cidade, o que implica o estímulo ao crescimento vertical - prédios maiores. A propósito, os edifícios de São Paulo são baixos para os padrões mundiais, já está mais do que na hora de acabar com essa frescura de criar embaraços para a construção de arranha-céus acima de 200 ou 300 m.
Concordo plenamente! Sampa não tem nada de imponente nos seus arranha céus anões! Tem muita coisa bonita mas são minusculas.......
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