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SP | Ecovias | SP-150 | Via Anchieta

15920 Views 33 Replies 23 Participants Last post by  wilianaac
Inaugurada há 65 anos, rodovia Anchieta se transforma em grande avenida congestionada



A via Anchieta, 65, se transformou em uma extensa avenida, com tráfego intenso, constantes congestionamentos e como saída ou acesso dos centros das cidades que corta. A rodovia passou a ser utilizada como uma rua comum por motoristas que trafegam dentro dos municípios de São Paulo, São Bernardo e Diadema.

Inaugurada em 22 de abril de 1947, a estrada foi construída com o objetivo de ligar a capital paulista ao Porto de Santos. A rodovia é considerada o maior corredor de exportação da América Latina.

Diariamente, cerca de 42.500 veículos percorrem a região chamada de Planalto Anchieta, que vai do km 10 ao km 29. Segundo a Ecovias, concessionária que administra a via, o congestionamento se deve ao excesso de veículos no acesso a pontos das cidades da região do ABC paulista e de São Paulo, que utilizam as alças de acesso para chegar aos bairros.

De acordo com a Ecovias, o congestionamento nos dias úteis ocorre em dois períodos: das 7h às 10h e das 17h às 19h. No sentido São Paulo, o trecho mais afetado fica entre o km 13 e o km 10. Já no sentido litoral, o ponto de tráfego mais intenso é do km 14 ao km 16 e no km 18, que dão acesso ao corredor ABD, à avenida Piraporinha, em Diadema, e à avenida Lions, em São Bernardo.

A empresa não acredita que a ampliação das pistas ou criação de novas faixas reduziria as filas que se tornaram comuns, principalmente de manhã e à tarde, uma vez que a origem dos congestionamentos, segundo a Ecovias, está dentro da área urbana.

Mas, para o engenheiro civil Creso de Franco Peixoto, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) pode ser uma alternativa para amenizar os problemas. “O VLT poderia ser associado a outro sistema de integração com o metrô, do tipo BRT, sistema de transporte com linhas exclusivas que garantem uma maior agilidade”, disse.

Peixoto prevê a implantação de pedágios no futuro como alternativa para aliviar o trânsito, seguindo o modelo de Santiago do Chile [semelhante ao “Sem Parar”, em que um chip é instalado no interior do veículo, e sem que o motorista precise reduzir a velocidade, uma câmera registra a placa do carro. Em períodos de tráfego intenso, os condutores pagam mais caro pelas tarifas].

Trânsito caótico
Enquanto as soluções não chegam, o usuário da Anchieta vê aumentar o tempo de permanência na pista. É o caso da dentista Renata da Silva, 30, que mora no Jardim Nazareth, em São Bernardo, e trabalha no Sacomã, em São Paulo. “Obrigatoriamente tenho que pegar a Anchieta, não tenho muitas alternativas”, falou.

Mesmo com os 40 minutos em média que fica parada no trânsito por dia, Renata não acha viável procurar caminhos alternativos. “Trânsito tem em todos os lugares. Se eu for ficar desviando até achar alguma rua mais tranquila, vou acabar levando mais tempo. Por isso prefiro ficar parada no trânsito”, contou Renata.

Para a dentista, a solução para aliviar o trânsito da rodovia é investir no transporte público. “Se tivesse um ônibus de qualidade, perto da minha casa, e que me deixasse próximo ao trabalho, eu deixaria meu carro em casa. Mas, infelizmente, isso parece uma utopia.”

Mas há motoristas que preferem passar por caminhos mais longos, do que enfrentar o trânsito da Anchieta. Há sete anos, o comerciante Marcos Lins, 56, mudou sua rotina. Ele tem uma loja no Rudge Ramos há 38 anos. Antes, Lins, que mora no bairro Cooperativa, utilizava a rodovia para chegar ao trabalho.

“Prefiro pegar a avenida Kennedy e seguir pela avenida Vergueiro, que é um caminho bem mais longo, do que enfrentar o congestionamento da rodovia”, disse.

Lins não acha que a implantação de pedágio reduziria o congestionamento. “A maioria das pessoas que vão trabalhar com carro tem os custos cobertos pelas empresas. Acredito que o valor do pedágio seria apenas mais um item na conta. Eu já perdi as esperanças.”

Velocidade reduzida
Desde 1º de abril de 2008, a via Anchieta sofreu alterações no limite de velocidade máxima em suas pistas no trecho urbano, principalmente. De 110 km/h, passou para 90 km/h. Em alguns trechos, caiu para 70 km/h.

A redução foi feita a partir de um estudo realizado pela Artesp (Agência Reguladora dos Transportes do Estado de São Paulo) e pelo DER (Departamento de Estradas de Rodagens), que constatou um maior número de acidentes nas 16 entradas e saídas para os bairros na pista sul e outras 13 na pista norte.

Mesmo com a sobrecarga de veículos na via, a Ecovias ressaltou que, com a medida, o número de acidentes diminuiu. De acordo com a concessionária, de janeiro a fevereiro de 2012 ocorreram 192 acidentes, enquanto que, no mesmo período do ano passado, o número chegou a 248, significando uma redução de 22%.

Ainda segundo dados divulgados pela Ecovias, entre a data em que foi definida a redução de velocidade e o dia 31 de março de 2009, foram registrados 562 acidentes nas pistas marginais da rodovia, enquanto em um mesmo período anterior foram registrados 832 acidentes. Além disso, após a medida, o número de feridos nos acidentes na via diminuiu 55,9%, enquanto o de mortos caiu 55,5%.

O engenheiro de trânsito Creso de Franco Peixoto disse que a concessionária agiu de forma correta. Para ele, se fosse mantida a velocidade anterior, haveria uma forte zona de desaceleração nas proximidades dos acessos, o que poderia diminuir a segurança dos condutores.

Peixoto também ressaltou que as saídas para os bairros por meio da Anchieta contribuem diretamente para o trânsito da região, já que há um grande número de motoristas que precisam usar obrigatoriamente a via.

“Mesmo com a diminuição dos acidentes, o excesso de velocidade em trechos sem radar, o consumo de álcool e o mau uso das motocicletas em corredores ainda são os principais fatores que resultam em mortes e feridos na via Anchieta”, afirmou o engenheiro.


http://noticias.uol.com.br/cotidian...ransforma-em-grande-avenida-congestionada.htm
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Com ela ruim, sem ela pior.

Quem mora no ABC sabe muito bem a utilidade que tem, ela praticamente corta a cidade de São Bernardo no meio, provoca diversos congestionamentos, mas promove um acesso rápido para São Paulo e o litoral, é uma rodovia em bom estado de conservação, rápida e o melhor de tudo, não possui pedágios na região do planalto. Uma alternativa seria criar uma via expressa entre São Paulo e São Bernardo, mas demandaria muitos custos.
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A inauguração da Via Anchieta também marcou a criação da primeira linha de ônibus modernos no Brasil. Para comemorar a abertura da rodovia, a Expresso Brasileiro (fundada em 1942 e a então principal empresa rodoviária do Brasil) adquiriu vários ônibus General Motors PD-2903, com motor traseiro, conjunto único chassi-carroceria, bagageiro interno e poltronas confortáveis, sendo estes os primeiros ônibus legítimos do Brasil. Antes deles, ônibus rodoviário era uma jardineira, ou seja, caminhão adaptado com bagageiro externo e bancos estofados sem conforto.


http://www.toffobus.com.br/fotos_grandes.php?maior=9151&cat=60


http://www.toffobus.com.br/fotos_grandes.php?maior=9550&cat=240


http://busexplorer.com/PHP/MidPage.php?id=6

Os PD-2903 eram um dos modelos de ônibus rodoviário preferidos pelas empresas norte-americanas e fez história na Greyhound. Aqui, eles fizeram São Paulo-Santos por 10 anos e, posteriormente, vendidos para Ponta Grossa e Caxias do Sul. Não sobrou nenhum exemplar preservado aqui.
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Nossa!!! Pelas fotos dá para perceber que desmataram muiiito para fazer a Anchieta. Ainda bem que a mata conseguiu se recuperar e voltou a ficar praticamente "virgem".
Devastaram DEMAIS o trecho de Serra para construir a Anchieta, numa época que preservação ambiental ainda não existia.

Antes da Anchieta, o acesso a Santos se dava pela Estrada Caminho do Mar, construída em 1922; foi, durante muito tempo, a única rodovia pavimentada do Estado e foi a primeira alternativa à São Paulo Railway a ser implantada. Depois de apenas 17 anos, a rodovia já estava saturada e uma nova autopista, baseada nas autobahns alemãs (invenção do governo nazista), era necessária. Hoje, o Caminho do Mar está fechada para carros e é uma estrada-parque; seu traçado de serra tornaria impossível o tráfego dos veículos atuais, devido às curvas.

A Via Anchieta foi a primeira rodovia moderna a ser implantada num plano de desenvolvimento rodoviário do governo paulista e foi, durante dois anos, a única rodovia asfaltada do Estado (ao lado do Caminho do Mar). Em 1953, a estrada se tornou a primeira rodovia totalmente duplicada do Brasil, mantendo esta exclusividade por 14 anos até a inauguração da duplicação total da Via Dutra. A Anchieta matou o tráfego ferroviário de passageiros entre São Paulo e Santos.
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O problema da Anchieta é que na região do ABC rodovia conta com apenas 4 faixas no sentido São Paulo, enquanto sentido litoral são 6. O acréscimo de mais duas faixas no sentido capital seria de grande valia, pelo menos por um tempo. Há espaço para isso.

Outro problema é a chegada à SP. A Vergueiro com suas duas míseras faixas(uma por sentido) não consegue absorver o tráfego oriundo do ABC que ruma sentido Centro. Ainda por cima, o trecho urbano da rodovia faz cruzamento com várias ruas e recebe dos bairros lindeiros bastante tráfego; existem ainda semáforos, que somados a este tráfego entopem ainda mais a via. Mais à frente, a Juntas Provisórias + Av. do Estado também parecem ser ineficientes na tarefa de receber o tráfego proveniente da rodovia.

Por mais insano que pareça ser, conheço pessoas que, para ir de São Bernardo à Zona Sul de São Paulo "voltam" pela Anchieta sentido litoral, acessam o Rodoanel, dali pegam a Imigrantes e depois a Av. dos Bandeirantes. O ganho de tempo às vezes cobre o custo extra com combustível e pedágios. E pelo jeito essa prática vem se tornando cada vez mais comum. O Rodoanel Sul tornou-se uma excelente alternativa à Piraporinha e à Tancredo Neves :lol:...
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. Hoje, o Caminho do Mar está fechada para carros e é uma estrada-parque; seu traçado de serra tornaria impossível o tráfego dos veículos atuais, devido às curvas.
Estrada-parque é uma rodovia com tráfego de veículos construída com paisagismo especial.

O Caminho do Mar é uma rodovia desativada. Mas deveriam recuperá-la para o tráfego de automóveis, restrito (coisa de 100 veículos por hora no máximo, e com pedágio mais caro ainda que o do sistema Anchieta-Imigrantes, com objetivo de ser uma rota turística).
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O problema da Anchieta é que na região do ABC rodovia conta com apenas 4 faixas no sentido São Paulo, enquanto sentido litoral são 6. O acréscimo de mais duas faixas no sentido capital seria de grande valia, pelo menos por um tempo. Há espaço para isso.

Outro problema é a chegada à SP. A Vergueiro com suas duas míseras faixas(uma por sentido) não consegue absorver o tráfego oriundo do ABC que ruma sentido Centro. Ainda por cima, o trecho urbano da rodovia faz cruzamento com várias ruas e recebe dos bairros lindeiros bastante tráfego; existem ainda semáforos, que somados a este tráfego entopem ainda mais a via. Mais à frente, a Juntas Provisórias + Av. do Estado também parecem ser ineficientes na tarefa de receber o tráfego proveniente da rodovia.

Por mais insano que pareça ser, conheço pessoas que, para ir de São Bernardo à Zona Sul de São Paulo "voltam" pela Anchieta sentido litoral, acessam o Rodoanel, dali pegam a Imigrantes e depois a Av. dos Bandeirantes. O ganho de tempo às vezes cobre o custo extra com combustível e pedágios. E pelo jeito essa prática vem se tornando cada vez mais comum. O Rodoanel Sul tornou-se uma excelente alternativa à Piraporinha e à Tancredo Neves :lol:...
Acredito que mais duas faixas sentido capital não resolvaria pois como vc mesmo colocou, o problema está no trecho urbano de São Paulo que por falta de capacidade represa os carros na rodovia. Pode ter quantas faixas quiser que sempre vai ter filas.
O problema na chegada/saída de São Paulo é que permitiram que a cidade "invadisse" as pistas, não havendo recuos dos prédios para ampliação do numero de pistas na parte do Sacoman. A Anchieta chega na cidade se tornando uma numa avenida comum, estreita e como semáforos, como a Régis Bittencourt, e a alternativa, que é a Rua Vergueiro é ainda pior.

Se a estrada continuasse ampla e expressa até a ligação com a Av Juntas Provisórias e Tancredo Nesves, parte desse estrangulamento seria resolvido.

Porém, o problema em si não tem muita solução, já que é ocasionado pelo excesso de veículos, inclusive outras estradas como Dutra, Fernão Dias e Anhanguera apresentam os mesmos problemas as vezes.

Por outro lado o trecho de serra da Anchieta é ótima alternativa pra fugir dos congestionamentos enromes que se formam na Imigrantes, o povo todo (sabe-se lá porque) prefere descer a Imigrantes em marcha lenta e a Anchieta fica vazia.
Poderiam ter colocado uma foto melhor já que essa só mostra um trechinho da via marginal (no total são 10 faixas próximo a capital). Poderiam ter falado um pouco da história, do pólo automobilístico, do sindicalismo e que foi a primeira rodovia decente que o país conheceu, mas a matéria só desceu o sarrafo.
já saturada a tempos...
O problema na chegada/saída de São Paulo é que permitiram que a cidade "invadisse" as pistas, não havendo recuos dos prédios para ampliação do numero de pistas na parte do Sacoman. A Anchieta chega na cidade se tornando uma numa avenida comum, estreita e como semáforos, como a Régis Bittencourt, e a alternativa, que é a Rua Vergueiro é ainda pior.

Se a estrada continuasse ampla e expressa até a ligação com a Av Juntas Provisórias e Tancredo Nesves, parte desse estrangulamento seria resolvido.

Porém, o problema em si não tem muita solução, já que é ocasionado pelo excesso de veículos, inclusive outras estradas como Dutra, Fernão Dias e Anhanguera apresentam os mesmos problemas as vezes.

Por outro lado o trecho de serra da Anchieta é ótima alternativa pra fugir dos congestionamentos enromes que se formam na Imigrantes, o povo todo (sabe-se lá porque) prefere descer a Imigrantes em marcha lenta e a Anchieta fica vazia.
A Anchieta é sinuosa e dominada pelos caminhões, é preciso manter uma atenção muito maior ao se dirigir nela, em comparação à Imigrantes.
^^ A Anchieta é uma delícia.
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Estrada-parque é uma rodovia com tráfego de veículos construída com paisagismo especial.

O Caminho do Mar é uma rodovia desativada. Mas deveriam recuperá-la para o tráfego de automóveis, restrito (coisa de 100 veículos por hora no máximo, e com pedágio mais caro ainda que o do sistema Anchieta-Imigrantes, com objetivo de ser uma rota turística).
Concordo, deixar a estrada ao relento é perda de oportunidades logísticas que ela poderia gerar. Mesmo assim, ela é melhor que muitas estradas brasucas pelo interiorzão afora.

A Caminho do Mar não está na agenda de manutenção do GESP há anos, e têm trechos que sofreram com desmoronamento de encostas. A estrada é linda e possui marcos decorativos ao seu longo que não se faz mais há décadas, é praticamente uma rodovia-museu nostálgica. Faziam sentido em tempos que calhambeques lentos percorriam a rodovia em baixa velocidade limitada pela tecnologia e não deveria ser problema nenhum dar uma estacionada à beira da rodovia para curtir os marcos históricos decorativos e a paisagem.
Sua pavimentação de alta qualidade e em concreto permanece em boa qualidade e deve ser uma lição aos asfaltamentos tranqueiras que se faz pelo Brasil pra mostrar serviço e largar a batata-quente pros próximos governos.

Algumas fotos que achei pelo Google:



(http://commondatastorage.googleapis.com/static.panoramio.com/photos/original/65371452.jpg)


(http://4.bp.blogspot.com/_2qDSI--gy...do+Mar+Guarujá+17+abr+2010+103+compactada.jpg)
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Poderiam ter colocado uma foto melhor já que essa só mostra um trechinho da via marginal (no total são 10 faixas próximo a capital). Poderiam ter falado um pouco da história, do pólo automobilístico, do sindicalismo e que foi a primeira rodovia decente que o país conheceu, mas a matéria só desceu o sarrafo.

Flickr, por wdroops(http://www.flickr.com/photos/william_droops/2794352814/)
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Algumas imagens históricas da Via Anchieta tiradas do site santista Novomilênio:

01. Construção (anos 40)


02.


03. 1947


04. 1953


05. 1953


06. 1953


07. 1953


08. 1953


09. 1953


10. 1953


11. 1953


12. 1953


13. Anos 50


14. Anos 50


15. Anos 50


16. Anos 60


17. 1968


18. Anos 70


19. Maior engavetamento, em 28 de junho de 1977 (120 veículos por quase 3 km)


20.


21.


19. Feriadão na década de 80.
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^^ Essa foto dos anos 80 era um registro como sofria para descer a serra em época de temporada ,só existia uma pista da Imigrantes....Isso até 2002 com a inauguração da nova pista deu uma amenizada boa...
Fui um habitué do ABC paulista nos últimos anos e confesso: raras vezes fui para a cidade de São Paulo sem passar ou pela Anchieta ou pela Imigrantes. Se me lembro bem foram apenas 2 vezes, pelo "corredor Cupecê". Ou seja: ambas as rodovias são essenciais para o ABC paulista.
Até é possível aumentar a capacidade da Via Anchieta, mas como já disseram, o problema é o gargalo no final da mesma. Seria preciso um sistema de vias elevadas + túneis para conectá-la melhor.
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