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[SP]O mapa da mina - Com a explosão imobiliária no País, os terrenos ocupados por empresas chegam a valer mais do que o próprio negócio. É o momento d

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Por Crislaine Coscarelli e Luciani Gomes

Nº edição: 675 | Negócios | 10.SET - 21:00 | Atualizado em 13.09 - 11:24

É notório que o setor imobiliário nacional vive um de seus melhores momentos. Na cidade de São Paulo, por exemplo, não é preciso muito esforço para ver prédios sendo erguidos um atrás do outro. Dados do Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis Residenciais e Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) mostram que as vendas de imóveis na capital paulista cresceram 18,4% no primeiro semestre deste ano.
Com a falta de terrenos, as construtoras passaram a avançar sobre espaços que hoje estão tomados por empresas. Muitas companhias ocupam grandes áreas em regiões privilegiadas e nem perceberam que, em alguns casos, esse ativo chega a valer mais do que o próprio negócio.



Um bom exemplo é o quase centenário Colégio Dante Alighieri, cuja construção ocupa 22 mil metros quadrados da nobre alameda Jaú, no coração dos Jardins, em São Paulo. Estima-se que o terreno valha R$ 400 milhões, enquanto o faturamento estimado da instituição seja de R$ 100 milhões.

“É certamente um dos terrenos mais valiosos de São Paulo. O metro quadrado na região vale cerca de R$ 6 mil, mas, como ele está quase em frente ao parque Trianon, com a especulação, esse valor pode chegar a até R$ 10 mil o m2”, afirma Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio (Embraesp).

Mas há um grande empecilho em relação a esse terreno: o fator histórico. O colégio completará 100 anos, em 2011, e preserva a arquitetura original, além de ser comandado por um grupo de 59 ex-alunos que fazem parte do conselho diretor e que não têm interesse em transferir o colégio para outro lugar.



“Existe toda uma tradição e um aspecto sentimental que se tornam uma barreira para isso. Temos até planos de abrir uma segunda unidade, mas essa certamente será mantida onde está”, afirma José de Oliveira Messina, presidente do Dante. Apesar de Messina negar, consultores do mercado imobiliário dizem que o Dante é assediado constantemente.

O mesmo acontece com Marcelo Gutglas, presidente do PlayCenter. “Recebemos inúmeras propostas, mas os terrenos onde o parque está instalado não estão à venda. Tenho contratos assinados com os donos dos terrenos e estou investindo novamente no parque”, afirma Gutglas.

O parque de diversões paulistano PlayCenter, que já foi o maior do País, está sobre quatro terrenos diferentes, todos alugados. Ele ocupa uma área de 85 mil metros quadrados de frente para a Marginal do rio Tietê, entre as pontes do Limão e da Casa Verde. O espaço onde o PlayCenter está instalado vale cerca de R$ 136 milhões, mais do que o faturamento de R$ 100 milhões que o parque projeta para este ano.



“O problema desse terreno é que não é possível fazer construção alta”, diz Pompéia. Isso ocorre porque, desde 2002, a cidade de São Paulo tem uma lei de zoneamento rigorosa. Em algumas regiões, as construções são obrigadas a ter apenas um andar, ou seja, o seu aproveitamento é de uma vez o tamanho do terreno. Já em outras áreas, há mais flexibilidade chegando a mais de quatro vezes.

O fato de poder aproveitar quatro vezes ou mais o tamanho do terreno é a vantagem de construir no bairro de Santo Amaro, próximo à Marginal do Rio Pinheiros.

“Os terrenos na região podem ter seu metro quadrado vendido por R$ 3 mil, sendo bastante conservador e lembrando que esse valor é multiplicado por até 4,3 vezes”, afirma Pompéia. O terreno onde estava localizada a fábrica da Giroflex, por exemplo, teria sido vendido recentemente por R$ 300 milhões.

O proprietário da corretora de imóveis Bamberg, Michel Bamberg, que vendeu o terreno, não confirma o valor, mas deixa claro que o bairro é um dos mais visados. “As fábricas ali localizadas são alvo de constantes ofertas”, diz Bamberg.

A joia da coroa é o terreno de 27 mil metros quadrados onde funciona a sede e o centro de distribuição da Semp Toshiba, localizado próximo à ponte João Dias. “A empresa recebe de duas a três visitas mensais de grupos interessados em adquirir o terreno”, afirma um executivo do setor imobiliário.



Uma das propostas seria a de um condomínio misto, com escritórios comerciais e apartamentos residenciais. A companhia fatura R$ 1,9 bilhão, uma cifra bem maior do que os R$ 350 milhões que o terreno vale. Isso não quer dizer que a empresa não vai negociá-lo.

Fontes próximas a executivos da companhia dizem que a Semp Toshiba está aguardando valorizar ainda mais para bater o martelo. “Alguns terrenos se tornaram tão valiosos que as empresas ficam com uma parte do seu ativo imobilizado e, por isso, preferem comercializar os imóveis”, diz Cláudio Castro, diretor da Sergio Castro Imóveis do Rio de Janeiro. Segundo ele, o Rio enfrenta a mesma carência de bons terrenos que São Paulo. A imobiliária se instalou no Cais do Porto para atender a incorporadoras que buscam por empresas que queiram se desfazer de suas áreas.

“Esse tipo de negócio está acontecendo tanto que abrimos um escritório só para tratar disso.” Cerca de 30 empresas da área já venderam seus imóveis. Entre as companhias localizadas no Cais do Porto está o Diários Associados – que reúne o Jornal do Comércio, a rádio Tupi e a rádio Nativa.

Desde a década de 50, a empresa ocupa o imóvel com 11 andares (21.000 m2 de área construída), sendo que apenas cinco pavimentos são utilizados atualmente. O valor estimado do prédio é de cerca de R$ 30 milhões. O diretor financeiro do Diários, Nelson Gimenez, reconhece que é um bom momento para negociar a área.

“A intenção é vender e instalar a empresa em outro lugar que custe menos para, assim, obter um ganho que possa ser transformado em capital de giro”, explica. “O interesse pela região, até pouco tempo atrás abandonada, considerada perigosa, só tem ajudado”, acrescenta ele.

A mudança do perfil da zona portuária do Rio de Janeiro começou em junho de 2009, quando o prefeito Eduardo Paes lançou o projeto Porto Maravilha. Parte integrante do dossiê de candidatura do Rio aos Jogos Olímpicos de 2016, a ideia é revitalizar a área por meio de intervenções urbanas e econômicas. A transformação deve exigir um investimento total de R$ 3,4 bilhões.

http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/33982_O+MAPA+DA+MINA
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Fiquei impressionado com o valor desses imóveis, principalmente o do Dante Alighieri. Espero que as construtoras também passem a olhar para o centro da cidade.
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No início do mês de Setembro deste ano, o forista eduardo1970 trouxa a notícia do interesse de grandes redes hoteleiras pelo terreno do tradicional Colégio São Paulo, situado na Av. Vieira Souto, em Ipanema.

Se vier a se efetivar a compra do terreno do colégio, como todos nós do forum carioca desejamos, ocorrerá provavelmente uma das maiores transações do mercado imobiliário carioca.

Para quem não conhece, abaixo algumas fotos minhas do Colégio São Paulo.






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Não vejo a hora de entrarmos na fase das revitalizações.
Até aqui em PVH já existem situações assim. Claro que os valores são outros, mas a situação é a mesma, empresas que ocupam áreas que hoje valem muito mais que as próprias empresas. Eu conheço um caso em particular. Aliás, quando eu li o título do thread, lembrei dele na hora.
A especulação imobiliária está é acabando com as cidades....

Quantas casas confortáveis e bem conservadas não tenho visto serem derrubadas pra fazerem blocos gigantes e horrorosos de 20 andares com aptos minúsculos...

Num pedaço onde moravam 5, 10 familias passam a morar 60, 80... ruas tranquilas ficam congestionadas, o silêncio e a tranqüilidade vão embora... isso é progresso?
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Sinto muito pelas ruas tranquilas,mas a população não para de crescer, em algum lugar tem que enfiar tanta gente - resta o q ? Uma mansão que morava cinco pessoas, ser demolida e dar lugar a um blocão de 20 andares que vão morar 40 famílias(120 pessoas em média)...É a ordem natuiral das cidades, se verticalizarem para acomodar a população...
^^ A população da RMSP está à beira da estagnação. Já existe migração líquida (o número de pessoas que deixam a RMSP é maior do que o das pessoas que se mudam para a RMSP) e o crescimento vegetativo se reduz sempre. O que existe são muitos movimentos intra-RMSP, mas a população de lá não está "explodindo", nem mesmo crescendo com ímpeto como até o final da década de 1980.

O que motiva a expansão de unidades é uma outra tendência que está se acentuando muito: a redução do núcleo familiar e, aí sim, a explosão do número de domicílios com 2 ou menos habitantes.
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