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Trem Metropolitano de Curitiba (PR)

6148 Views 8 Replies 5 Participants Last post by  Rodalvesdepaula
Amigos,


Aí vai mais uma proposta maluca feita por mim nos momentos de ócio.

Como alguns sabem, já estive em Curitiba e amo essa cidade, ao ponto de pensar em me mudar em definitivo para lá. Também conheço profundamente a RIT - Rede Integrada de Transporte e os desafios da mobilidade urbana na Região Metropolitana.

Nisso, venho mostrar a vocês o Trem Metropolitano de Curitiba, uma proposta bem crua de minha autoria.

O Trem Metropolitano ligaria as cidades de Curitiba e Piraquara, passando por Pinhais e usando a antiga linha ferroviária da RVPSC (Rede de Viação Paraná-Santa Catarina), melhorando a mobilidade na porção leste da Região Metropolitana. O projeto envolve também uma nova variante ferroviária para trens cargueiros, retirando o tráfego da ALL dentro da área urbana de Curitiba.


Mapa do Trem Metropolitano

O sistema teria uma extensão de 22 Km em via duplicada e reformada, com dormentes de concreto e barreiras automáticas em passagens de nível. A bitola continuaria a ser métrica, podendo ser alargada para 1435 mm caso seja necessária para facilitar a aquisição de material rodante.

As seis estações seriam as seguintes:

- Curitiba (Rodoferroviária)
- Linha Verde, debaixo do viaduto da BR-116)
- Capão da Imbuia
- Pinhais
- Vila Privê (leste de Pinhais, próximo à rodovia para Piraquara)
- Engenheiro Coral
- Piraquara

Todas as gares teriam integração com ônibus e seriam construídas em formato simples (Pinhais e Piraquara seriam maiores, verdadeiros terminais intermodais), sendo que os prédios históricos de Pinhais e Piraquara não seriam reaproveitados. O estilo arquitetônico se assemelharia às estações de trens metropolitanos dos Estados Unidos, com roletas, bilheteria e informações úteis.


http://eddiesrailroad.blogspot.com/2012_03_01_archive.html

Os trens seriam movidos à eletricidade, reaproveitando parte de um projeto de eletrificação elaborado e executado pela RVPSC nos anos 1950 e que chegou a ser implantado (foi desmantelado em 1967). Nisso, haveria subestações modernas em Piraquara e Curitiba, fornecendo eletricidade em corrente contínua a 3 kV, com eletricidade fornecida pela COPEL.

Já as composições seriam do tipo Trem-Unidade Elétrico, com três carros cada. O trem-tipo seria semelhante ao Kinki Sharyo 313 Series da JR Central, do Japão:


http://ja.wikipedia.org/wiki/JR東海313系電車

A operação de trens seria feita entre 05:30 e 23:00, com intervalos médios de 30 minutos nos horários de vale e 10 minutos nos horários de pico. Cada trem transportaria cerca de 500 a 600 passageiros.

A linha de biarticulado Rui Barbosa-Pinhais continuaria a operar normalmente; mas, o ligeirinho Campo Comprido-Pinhais seria desativado. Em seu lugar, o usuário pegaria o trem até a Rodoferroviária e, em seguida, faria integração com o Ligeirão Oeste até Campo Comprido (outro projeto meu, que irei apresentar em breve); não estaria descartado uma rota de microônibus shuttle desde a Rodoferroviária até a Estação Eufrásio Correia do futuro metrô.

Com o trem metropolitano, os cargueiros da ALL rodariam numa via completamente nova entre São José dos Pinhais e Banhado, aproveitando um terreno onde a RFFSA chegou a iniciar a construção de um contorno nos anos 1980.



As oficinas estariam localizadas nos prédios da antiga RFFSA, já existentes ao lado da Rodoferroviária. O trem turístico da Serra Verde Express rodaria normalmente e o trem cimenteiro da ALL desde Rio Branco operaria somente durante os horários de vale (09:00 - 15:00), por causa da sua operação dentro da área urbana.

Por ser algo ainda cru, não calculei os custos da obra. Mas, certamente, o projeto sairia mais barato que o Metrô de Curitiba, funcionando como um sistema complementar à este e ajudando a reduzir o número de ônibus na área central da capital paranaense.

E então? O que acham?
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Então... O projeto não sairia mais barato que o metrô de curitiba.

22 km de via duplicada com dormente de concreto e eletrificado, construído no meio de Curitiba ia sair por baixo por 300 milhões de reais considerando que ia ter que construir toda a superestrutura de volta mais a infra, mais a eletrificação, mais as subestações para alimentação.

Depois, é impraticável você querer construir uma oficina no centro de Curitiba. Já tem problema na Oficina da ALL que fica no Cajuru, imagina no centro de Curitiba.

Um trem urbano em Curitiba só seria válido depois que sair a futura linha de carga esperada desde a década de 70 ligando Curitiba a Paranaguá (que o GE tá querendo construir com apoio do GF pela 76ª vez na história). Tendo isso e saindo o também famoso contorno ferroviário, poderia inutilizar o ramal de Rio Branco e os trens de carga que viessem de Guarapuava e de Ponta Grossa iriam rumo a Paranaguá ou São Francisco pelo sul da cidade...
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Tenho medo de trens urbanos em Curitiba. Vira uma cicatriz no meio da cidade, com essas catenárias horríveis, travessias perigosas. Acho mais válido um VLT, mas como o Barba disse, isso depende do contorno ferroviário (projeto de 500 anos, quase tão velho quanto o Brasil).
Sim, um VLT seria realmente interessante porque poderia-se usar as estações-tubo no sistema (exceto Pinhais, Rodoferroviária e Piraquara), barateando a obra e mantendo a identidade curitibana.

Há VLT's de bitola métrica e piso baixo que poderiam ser adotados no serviço ferroviário de Piraquara; um bom exemplo é o Cobra, de Zurique:


http://www.proaktiva.ch/tram/zurich/


http://www.trampicturebook.de/tram/europ_sw/schweiz/zuerich/cobra.php

Neste caso, a eletrificação seria em corrente contínua de 600 V, em custos menores para a COPEL. As oficinas podem ser em Piraquara, onde há espaço para construção de um complexo de manutenção de trens.

Sobre o Ramal de Rio Branco, eu acredito, sinceramente, numa desativação num futuro próximo. A Votorantim, dona da fábrica de cimento da região, tem um ramal de sua propriedade em Sorocaba e ela preferiu escoar a sua produção por caminhões e desativar a ferrovia.

Claro, tudo isso só será possível tirando os trens cargueiros dentro da Grande Curitiba, o que não irá ocorrer tão cedo.
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Pois é, quanto custaria isso? Me parece que o custo seria bastante elevado... esperava pelo menos um trem com tração diesel-elétrico ou diesel-hidráulico, menos poluição visual e mais poluição no ar :D
^^Pode ser um TUD a biodiesel. :)
Acho que a solução tem que equacionar uma obra mínima no trilho (acho sem chance a duplicação) e uma bitola que se adapte, com estações igualmente baratas. Só assim. Ou seja, algo de implantação muito barata.
^^ Também acho. Creio que com talvez mais estações isso possa ser possível, mantendo um bom headway. Integração com ônibus também é essencial. Com o tempo, pode-se duplicar a linha, pois acho que hoje ela não teria tanta demanda assim, até porque os entornos da linha férrea são bem vazios. Talvez uma linha de VLT encima de uma avenida construída nesse trajeto seria melhor, as desapropriações seriam baratas; aliás, é algo parecido que eu proponho de se fazer aqui em Joinville, quando se concluir o contorno ferroviário.
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Acho que a solução tem que equacionar uma obra mínima no trilho (acho sem chance a duplicação) e uma bitola que se adapte, com estações igualmente baratas. Só assim. Ou seja, algo de implantação muito barata.
A via da RVPSC permite uma duplicação da mesma, mas a construção de desvios somente nas estações faz todo o sentido numa etapa inicial. Afinal, Piraquara não é uma cidade grande, apesar de ter um grande potencial de crescimento.

Por outro lado, o VLT tornaria-se bem mais atraente aos moradores de Pinhais que o biarticulado, além de promover uma total reforma urbanística nos arredores da linha férrea; assim sendo, acredito que a duplicação seria indispensável até a Vila Privê (que nome....), deixando a via singela até Piraquara.
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