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Turismo em Angola | Notícias do Sector do Turismo

3744 Views 67 Replies 9 Participants Last post by  Matthias Offodile
Notícias do Sector do Turismo em Angola.

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  • Mbanza Congo potencia turismo com mais 300 quartos em três novos hotéis
    26 Julho 2017 | por : VerAngola

    A cidade de Mbanza Congo quer potenciar o turismo com a classificação, este mês, das ruínas da antiga capital do Reino Congo como património da humanidade pela UNESCO, e prevê disponibilizar mais 300 quartos, em três novos hotéis.


O anúncio foi feito esta Quarta-feira em Mbanza Congo, província do Zaire, durante a cerimónia de apresentação local da declaração de património da humanidade das ruínas do centro histórico da cidade, a primeira classificação do género atribuída a Angola por aquela Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura, que aconteceu a 8 de Julho.

De acordo com o governador da província do Zaire, José Joanes André, apesar da classificação, o município, com cerca de 170.000 habitantes e que até 1975, no tempo colonial português, se designou como São Salvador do Congo, ainda não tem oferta hoteleira suficiente para o potencial agora criado com a classificação da UNESCO.

"Precisamos de muito mais. Estão em construção mais dois hotéis, cada um com mais de 100 quartos e outro já concluído, com 120 quartos, que está à espera da sua inauguração. Temos as condições praticamente criadas para que o turismo possa vir, vamos começar a trabalhar", disse o governador da província, acrescentando que também está a ser concluído um plano director de turismo e obras de reabilitação nas áreas classificadas em preparação para arrancarem em 2018.

O projecto "Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar", que tinha como principal propósito a inscrição desta capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da UNESCO, foi oficialmente lançado em 2007, mas a sua classificação é culminar de um processo com cerca de 30 anos.

O Kulumbimbi, as ruínas da sé catedral de Mbanza Congo, do século XVI, o primeiro templo católico construído a sul do equador, é o cartão-de-visita desta classificação, assim como o cemitério dos antigos Reis do Congo ou o museu, adaptado do antigo palácio daquela monarquia e que hoje guarda algumas relíquias seculares daquele povo.

É o caso de uma túnica oferecida directamente pela coroa portuguesa aos reis do Congo, entre outros artefactos de uso diário, à época, ainda conservados e em exposição.

Dividido em seis províncias, que ocupavam parte das actuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo chegou a ter 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.

Mbanza Congo ficou mesmo conhecida à época pela difusão da escrita e por ser a "cidade dos sinos", face à conversão dos reis do Congo ao cristianismo introduzido pelos contactos com os portugueses, como recordou a historiadora e antiga ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva.

"Mbanza Congo estava muito à frente no seu tempo", sublinhou a antiga governante, que conduziu o processo da candidatura, a qual realça que à data da chegada e primeiros contactos com os portugueses, o Reino do Congo tinha há uma avançada organização.

O julgamento tradicional realizado no Lumbu, outro dos espaços do antigo palácio dos reis do Congo, constitui um dos destaques para os turistas, como explicou o director provincial de Cultura do Zaire, Biluka Nsakala Nsenga.

Trata-se de uma prática ancestral que consiste num julgamento, com sentença decidida pelas autoridades tradicionais, como disputas normalmente familiares, e que ainda hoje acontece duas vezes por semana em Mbanza Congo.

"Não é só o que muda na vida de Mbanza Congo com esta classificação, mas na vida dos angolanos. Os turistas vão chegar pela porta de entrada que é de Luanda", insistiu Biluka Nsakala Nsenga, que assume igualmente as funções de gestor daquele centro histórico.

Segundo a ministra da Cultura de Angola, Carolina Cerqueira, Mbanza Congo está já a trabalhar nas recomendações que acompanham a decisão da UNESCO, como a realização do primeiro Festicongo, um festival cultural conjunto com os três países influência do antigo Reino do Congo.

Igualmente com a "transmissão das práticas tradicionais do Lumbu às novas gerações", como "fonte de inspiração das boas práticas e dos costumes" e no "desenvolvimento das indústrias culturais como fomento do turismo e da economia local através da geração do emprego e promoção do desenvolvimento sustentado".
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E Mbanza Congo e' patrimonio da UNESCO, parabens!
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A Criação de Pacotes Turísticos Ajudará a Estimular o Turismo em Angola
Ago 23, 2017 | Fonte : Angola Bela


Alto Dondo-Quibala





A criação de pacotes turísticos pode ajudar a estimular o turismo em Angola, disse o ministro da Hotelaria e Turismo, Paulino Baptista, na cerimónia de inauguração da unidade hoteleira de três estrelas “Spit Hotel Lubango”, da rede gerida pelo Instituto de Fomento Turístico de Angola (Infotur).

O ministro, citado pelo Jornal de Angola, sublinhou que, apesar de o governo ter estado a aprovar políticas de fomento do sector, cabe aos operadores do sector promoverem a província como um destino turístico, com a criação de pacotes mais baratos.

Paulino Baptista afirmou que o potencial turístico da Huíla, que dispõe de atracções turísticas como a serra da Leba, fenda da Tundavala, a lagoa do Tchiviguiro, o monumento do Cristo Rei e a Nossa Senhora do Monte, torna a província numa referência no domínio do turismo.

“Com estes recursos turísticos à disposição, coloca-se um desafio a todos os agentes do sector, principalmente às agências de viagem e turismo, no sentido de agregarem valor através da criação de pacotes turísticos e de serviços de aluguer de automóveis a preços acessíveis”, disse.

A inauguração do Spit Hotel Lubango, a segunda unidade da cadeia de hotéis afectos ao Infotur, fez com que a rede hoteleira da província da Huíla tenha sido reforçada com 134 novos quartos, tendo exigido um investimento de 25 milhões de dólares.

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Angola, o paraíso encarcerado


Por Rute Barbedo

27.08.2017


Nenhuma vida chega para compreender o país que esta semana foi a votos e continua a não fazer sentido 42 anos depois da independência. É na procura dele — e de uma fantasia que descanse de petróleo e diamantes — que as conversas dançam à mesa, ao canto da cigarra. Todos feiticeiros, todos enfeitiçados.


Senhores passageiros, vamos realizar uma paragem de cinco minutos para fazer as necessidades.” É a única pausa anunciada na viagem de autocarro entre Luanda e o Lobito, de 516 quilómetros, mais de nove horas, galinha grelhada a entrar pelas janelas e cervejas aos solavancos, até depois da meia-noite. Ninguém se dá ao luxo, portanto, de negar o básico. Todos fora do autocarro, para o meio do mato, à procura do melhor arbusto ou da rocha mais redonda. Todos menos as mulheres munidas de panos, que desenrolam uma cor de cada vez das ancas e assim dispensam biombos. Eis o primeiro ensinamento sobre a indumentária da África negra.

Agora que a única paragem do dia é passado, imaginamos a próxima deixa: “Senhores passageiros, agarrem-se ao banco da frente e contorçam as bexigas.” De casacos sobre o corpo, somos um bando de esquimós a atravessar os vales do rio Kwanza, num autocarro de vidros fumados. “Senhor motorista, está muito frio! Baixa o AC!” Ar condicionado desligado; todos a suar. Isto é Angola, país de contrastes, “magnífica e miserável”, como a descreveu Ricardo Soares de Oliveira no livro com o mesmo nome, que retrata as transformações galopantes do país, desde o contrabando de escravos ao de petróleo e diamantes. “Estado da cleptocracia”, “país do pai banana”; um paraíso encarcerado, na visão de quem o ama.

Só de Kwanza (que dá o nome à moeda nacional) são 960 quilómetros de um caudal largo, onde dançam jacarés e hipopótamos. Menos do que antes, é certo, mas ainda o suficiente para que volta e meia se chore mais uma perda no kimbo (aldeia). Se há secas e conflitos por elas neste continente, a ex-colónia portuguesa descansa a esse respeito nos seus mais de 50 cursos de água. Mas não se pode matar a sede com a que corre da torneira.

Gostávamos de poder contar carneiros, agora que as cabras e embondeiros foram dormir com o sol, mas o que está a dar por estas rectas é contar crateras. “Contrataram chineses para reconstruir as estradas [depois da guerra, terminada com a morte de Jonas Savimbi, líder do partido da oposição, a UNITA, em 2002]. Fizeram tudo sem valas! Com as chuvas, não duraram um ano”, reclama um passageiro. De cada vez que um buraco atropela o caminho, o autocarro transforma-se em bailarina. Não há corpo que aguente esta revienga (agitação, piruetas). Quanto aos olhos, ainda que no escuro, vêem de vez em quando cadáveres de camiões na berma da estrada. Mas, estando o AC regulado, ninguém se vai preocupar com isso. Pode até ser ilusão.

Era mentira, por exemplo, que iríamos parar só uma vez. Em Porto Amboim, festejamos a nona pausa. Júlia quer vender as moelas que acabou de grelhar. “É dessa capota”, explica. Para nós, capota, até ver, é o tejadilho (só mais tarde, percebemos que assim se chama a galinha-do-mato ou galinha-de-Angola). Júlia tem jeito para o comércio. A prova vai no autocarro: aroma a moela torrada a todo o comprimento.

“Vamos parar mais abaixo, na operativa”, ou seja, na estação da polícia. Se pensam que vão perceber tudo em Angola, esqueçam. Primeiro a língua viva da rua, depois a do dicionário. Um morro de musseques (favelas), maçarocas ao lume, curvas de semba e batidas de kuduro. Os edifícios dos anos 1960 e 70 começam a surgir no fim da descida, com cabos eléctricos a percorrer as paredes, vidros arejados, o zonzonar dos mosquitos. Acácias rubras pelo caminho, uma bananeira dentro de casa, a praia — que amanhã será azul — à janela. Chegamos à Restinga.



A candonga que cura

Depois de uma viagem destas, de buraco em buraco, não é preciso contar o que aconteceu assim que esticamos o mosquiteiro sobre a cama. Ao outro dia, o telefone trouxe-nos Miúdo, o DJ. “Ele vende discos?” “Sim, sim. É dos únicos aqui no Lobito que ainda tem alguma música de Angola.” A loja fica a caminho do Africano, o bairro de chão de terra, do outro lado de onde vivem os flamingos. “Compão! Compão! Compão!”, grita o angariador de viajantes da janela do candongueiro, o meio de transporte a utilizar (porque não há outro no Lobito, exceptuando os táxis, caríssimos e sem carisma). Este vai para o mercado, junto às salinas, onde se vende peixe seco e kisaca (um preparo de rama de mandioca). Nós queremos o Africano.

O candongueiro — a clássica Toyota Hiace azul (ou castanha, caso seja o transporte municipal, o Voltas, que pratica metade do preço) e branca que circula a alta velocidade e não substitui o filtro do óleo há meses — é como um curandeiro: tem solução para tudo. Breve rascunho: o angariador vai empoleirado na porta de correr, com maços de notas entre os dedos e de cordas vocais afinadas para atrair passageiros; há sempre uma pequena tábua de madeira encostada à carroçaria, que serve de banco extra para o caso de chegar mais um; o rádio não falha, com o melhor da música africana dos últimos três anos, pelo menos.

Junto às kitandas (lojas), o assistente de Miúdo recebe-nos na Casa de Música do Lobito. “E vinis?”, questionamos. “O quê? Aqueles discos antigos?”, aponta para o tecto. “Isso colamos aí e nas paredes, é mais para decoração.” Se pedir ginguba (amendoins) num restaurante da ilha de Luanda é estranho — porque a lagosta é o “prato do dia” —, perguntar por vinis é um excesso. Em Angola, olhar para o século XXII, se faz favor. “De passado estamos fartos”, ouve-se o eco.

Entre cinemas, casinos, estações ferroviárias, palacetes e casarios da época colonial, poucos edifícios sofreram obras de renovação (só os que passaram a ser do Estado). Em Benguela, capital de província a cerca de 30 quilómetros (meia hora de candongueiro e 200 kwanzas por trajecto), o antigo cinema ao ar livre é onde hoje se fazem “concursos de miss, desfiles de moda, festas exclusivas”, explica o segurança. No Lobito, a caminho da Restinga (a zona fina que mantém conservada parte da presença portuguesa na arquitectura), o Tamariz exibe pouco mais do que um reclamo apagado, embora o vigilante interrompa o sono para contar que “daqui a dois anos vai voltar a abrir, com casino, pastelaria, restaurante, tudo”.

À volta, ninguém parece acreditar ou importar-se. Há uma certa apatia em relação ao mundo, condizente com o calor húmido, colado à pele. Até mesmo quanto às recentes eleições, que marcaram o momento em que José Eduardo dos Santos, Zedu, sai do trono que ocupou por 38 anos. Como observa Lélio Sousa e Santos, engenheiro civil, “o ambiente que se vive é de menor euforia do que nas primeiras eleições; as pessoas começam a habituar-se ao processo”. Ainda assim, há um país por vir. “Angola precisa de tempo para se observar a si própria, adaptar o desenvolvimento às suas necessidades e capacidades, de forma a colmatar estes contrastes gradativamente”, defende o luso-angolano.

“A maior expectativa”, pensa Filomena Fonseca, professora de Português no Lobito, “é que haja mudança na forma de gerir”. “As pessoas não estão mais interessadas em desfiles de ostentação de riquezas. Querem emprego que lhes possibilite sustentar a família; as necessidades básicas ainda são muitas”, sublinha.

“Salomão, liga o gerador!”

A meia-luz no resguardo do famoso AC acende a conversa. Ninguém parece depositar grandes esperanças em João Lourenço, à altura desta conversa o expectável substituto de Zedu para comandar os destinos de Angola. “Há uns anos, o gajo estava a dar demasiado nas vistas e o Zé Eduardo dos Santos tratou logo de o pôr de lado! Agora vai ele para lá, mas vai ser a mesma coisa”, comenta Ricardo.

A luz vai abaixo, mas os cortes são tão comuns quanto uma manga cair de madura. “Salomão! Ó Salomão! Liga o gerador! Liga os dois! Temos de ter ar condicionado.” Salomão faz tudo, desde encher jarros de água a cozinhar pernas de porco, como nas histórias da Angola colonial. “Isto está muito mau”, lamenta Maria, cigarro na mão, whisky com gelo na outra. “Os bancos estão sem dinheiro, controlam-nos tudo, cortam-nos as fases da electricidade…” Mas já foi pior, como quando Filomena Fonseca chegou ao país, no início dos anos 2000. “Foi um início difícil, passar dias sem luz nem água canalizada”, recorda.

Ao mesmo tempo que acontece o pequeno progresso, começa-se a dominar a “dança do sistema”. É preciso conhecer o esquema e o código angolanos para viver ileso a experiência local. Desde o pedido de “gasosa” (dinheiro) pelo oficial da polícia até à troca de euros por kwanzas na candonga (contrabando, porque na rua o dinheiro vale o dobro) mesmo em frente ao banco, há uma linguagem mais sinuosa do que o semba. “Quanto queres? 100? 200?”, pergunta um rapaz junto à pastelaria Aurea, no bairro Caponte. Mais fácil do que comprar bolos.

Avisados sobre a “gasosa” e outras graças da gíria angolana, partimos em direcção ao coração do país, o Bié, da aridez para a vegetação copiosa, em mais ou menos 600 quilómetros. Toda a estrada é uma feira. Os aldeões saem em corrida das cubatas (casas tradicionais em adobe com telhados de colmo), os abacaxis saltam da terra em Monte-Belo. “Menina, menina! Leva cinco!” Cada um não chega a 50 cêntimos. Sabem a mel às toneladas. Abacaxis que fazem transpirar. Há também as bananas curtas e doces depois da serra do Pundo, as mangas em excesso pelo chão, as lossacas (da família da beringela) a chegar ao Bailundo, a mandioca a secar moída no asfalto do Andulo. Já para não falar nos imitadores de xinganje (homens pintados e vestidos com palha e folhas, prontos a afastar os maus espíritos) a dançar diante do capot.

Depois de passar o rio Dune, onde se esticam as pernas e se lava a roupa, mãos e línguas abertas fora da janela, a conhecer as primeiras pingas do Bié. “É daquelas chuvas boas, que deixam este cheiro a terra. Isto não existe em mais nenhum lugar”, solta Filomena.

O planalto central


Empurramos a porta com a mão sobre a imagem de Nossa Senhora de La Salette. Nas paredes, há buracos de balas. Um, dois, três, quatro… Bom, não vale a pena contar. “Dizem que o Savimbi se escondeu aqui”, relata o padre Adriano. De caxexe, na língua local. “Que passou cá algum tempo com uma das mulheres”, não muito antes de ter sido capturado e morto, em 2002. Até há dois anos, esta casa pastel, sede da missão católica, esteve fechada. Não havia coragem nem meios para sarar as feridas do Bié, uma das províncias mais fustigadas pelas guerras colonial e civil. Há dois anos, Adriano veio de Benguela conhecer o Interior, e não foi fácil.

Acorda-se cedo na vila de Nharea. Cedo e perto das nuvens, negras, carregadas de “aí-vem-chuva”. O padre não gosta do nome nem do frio da terra, próprio da altitude. No Planalto Central, acima dos 1500 metros, onde o milho cresce à velocidade da trovoada, cultiva-se feijão, sisal, banana, mandioca, batata-doce. Soja e arroz, dizem, é no que os asiáticos estão a investir (não chegamos a vislumbrar essa lavra; a mobilidade é limitada). Café já houve, mas “agora ninguém quer saber”, resigna-se Delfim Maurício, camisa verde e rosa, óculos de sol polidos, em cima de uma motorizada impecavelmente brilhante, a condizer com os “diamantes ao pontapé” da região.

Do final da década de 1990, em que Jonas tomava banho de balde contra esta parede pálida, até hoje, não terá mudado muito. Tentamos (re)contar mais de 40 anos de guerra na cabeça, enquanto o padre explica onde fica a cozinha, para que lado é a porta, a que horas desligam o gerador. Em Angola há duas estações — o Verão e o Cacimbo —, muito sol, bom solo e boas chuvas, o que estimula a produção agrícola e frutícola. Mesmo sem fazer muito, “as coisas nascem por aí”.

O padre conta que quase ninguém vive na vila durante a semana. Trocam as casas pelas cubatas do kimbo, e cultivam a terra assim que o sol se levanta. “As mulheres trabalham muito. Muito poucas vão para a escola”, conta Adriano. Da porta traseira, vê-se uma estrada vermelha a esticar-se para o céu. Pernas em fila sob gotas de chuva, crianças penduradas em todos os ossos, frutas de todos os tamanhos sobre a cabeça.

Adriano convida para jantar. “Temos uma tradição. Sempre que chega um convidado especial, matamos uma galinha.” Capota (já aprendemos), de fundo preto e pintas brancas, a melhor penugem da estação. No prato, é cabidela, cozinhada no amor de Maria, uma quase-governanta. O barulho do gerador, ao longe, acompanha o serão, mas é como se fosse música de fundo para as mil e uma histórias em torno do prato que escorre. Comparada aos angolanos, que descobriram nos contos sob as estrelas a salvação do horror, Xerazade é um tímido grilo.

O jantar demora mais de duas horas, como todas as refeições neste país. Há sempre tudo para conversar, sobre tudo, e como se nada fosse terreno. “Um irmão andava a atirar no outro. Quando perceberam quem eram, largaram as armas no meio do mato e foram abraçar-se”, lembra Matias. “Uma vez atropelei um boi no caminho para o Lubango. Sabia o risco que corria e fugi durante três noites pelo mato. Quando voltei, um mês depois, tinham-me destruído o jipe”, vai o senhor Carlos. “A água tinha acabado. Estávamos em pleno [deserto do] Namibe, não havia vivalma. Veio a noite e nós perdidos. Não é que assim que o sol nasce, ao outro dia, um homem aparece nu com duas cabaças às costas?”

Esta é a melhor cabidela da eternidade, pelo que fomos dizê-lo a Maria, que está lá fora, junto à igreja pintada de branco e azul. Maria encolhe os ombros, envergonhada, e responde com o melhor sorriso da eternidade. Apetece dançar com ela. “Ukupiluka?”, diríamos, soubéssemos nós falar em umbundo. Fina, de 16 anos, tenta ensinar-nos, mas tudo o vento levou. Veio passar uns dias à missão da Nharea, também para tentar descobrir o paradeiro de um tio que cá vive. “O problema é que ele mora perto da sede da UNITA e a minha mãe disse para não ir lá de noite.” Não vai; pode dar confusão. Para o outro lado, também é melhor não ir. “Há uma exploração de diamantes e vêm muitas histórias más dali”, relata o padre. Não chegámos a vislumbrar essa lavra; a mobilidade é pouca, já o dissemos. O mundo chega até nós pela boca. Na maior parte das vezes, à volta de uma mesa.



Huíla: um mapa de pessoas


Olhos carregados e cabeça dormente. Às nove da manhã, o polícia está bêbado e pede os documentos. Olha demoradamente a carta de condução e começa a inventar problemas na viatura. Há duas formas de agir: não ceder à pressão e jogar com a sorte ou estender umas notas pela janela. Bom, existe ainda uma terceira: mostrar que temos o padre da vila connosco no carro. “Podem seguir”, comanda o Deus-polícia.

Vamos em direcção ao Lubango, na província da Huíla. Ao primeiro gole de uma cerveja na esplanada, Amado fita-nos o olhar. Ao segundo, já partilhamos a mesma mesa. “O que querem tomar? Uma cerveja? Um whisky?” Sumo ou água não entram nas possibilidades do inspector do comércio, hotelaria e turismo da Huíla, alegre neste fim de tarde, a querer contar a vida. “Vocês sabem que eu respeito muito as mulheres, desde que vi a minha esposa a dar à luz.”

Com ar de ser o inspector mais irresponsável da História, é também um sedutor. Já nos conquistou. Desenha-nos um guia não do que conhecer mas de quem conhecer na região. “Obrigatório mesmo é o senhor Carlos, português, que tem a melhor padaria da cidade; mas também é importante conhecerem o chefe da Cultura do Lubango. Amanhã, às oito da manhã, vocês ligam-me para este número e eu apresento-vos essa gente toda”, impõe, com uma palmadinha nas costas. Aperta as mãos grandes, respira e explica-se: “Ouçam: nós já passámos tempos tenebrosos. Agora só queremos beber a nossa cervejinha.” Ainda o café da manhã não desceu ao estômago e já estamos a acordar o telefone de Amado. Chama, chama, volta a chamar. Percebemos, Amado: a noite foi longa. Vamos pelo nosso pé no encalço do senhor Carlos, português chegado a Angola em plena guerra civil para tentar singrar na vida. Adivinhem onde nos conta a aventura: à volta de uma mesa. Menu: tosta mista.

Deixou-se ficar pela capital por uns tempos, mas depois convenceram-no a abrir um negócio no Kuito. “Dormi muitas vezes no chão. Às vezes acordava a meio da noite, tudo tremia. Eram as pegadas dos hipopótamos”, recorda. O certo é que o esperado negócio sempre se consumou: “a melhor padaria da cidade”. Passa pelo seu estabelecimento toda a clientela, da vendedora de cestos aos moços de fato elegante. Moda: calça justa, sapato brilhante e pontiagudo, camisa colada ao corpo. Vão tomar cocktails aos turismos-quase-rurais da cidade, a que chamam lodges, por influência das vizinhas Namíbia e África do Sul, de onde provém grande parte dos turistas. Sim, começa a haver turismo no Lubango, tal como no Namibe, mais a sul. Vemos as primeiras fotografias na Fenda da Tundavala, onde nos leva Matias. “Daqui atiravam os presos políticos. Não se safava nenhum”, ironiza, espreitando o abismo de 1200 metros entre as rochas.

A Tundavala é o fim do mundo, para onde poderíamos atirar um avião de papel sem nunca mais o ver. Fica no topo da serra da Leba, o lugar que une um manto verde rico em pasto, pomares e agricultura à altitude zero do deserto, o do Namibe (onde cresce, única no mundo, a welwitschia mirabilis, conhecida como o polvo do deserto) a poucas dezenas de quilómetros.

Toy (um novo motorista) segue sem medo as “curvas da morte”, como chamam à estrada em S que liga os dois mundos. “Às vezes vamos tomar banho ali, naquele rio”, aponta para trás dos figos-da-índia. Leva-nos de volta, devagar, até à praça da catedral, onde se trocam euros por kwanzas. “É tranquilo, Toy?” “É tranquilo. Eles não trocam é notas pequenas. Já sabem, né? Os vietnamitas não gostam”, assegura, com a polícia no retrovisor. Portanto, de 50 para cima, isto se quisermos jantar.

A boca cede. Peito alto (carne de vaca guisada) sobre a mesa — lá estamos nela outra vez —, a imagem do abismo e as palavras de Carlos, remasterizadas, neste último ano de Zedu: “Estou sempre pronto a fugir, a qualquer momento, se isto rebentar.”



Guia

Como ir


Os bilhetes de ida e volta podem custar cerca de 600 euros, pela companhia aérea angolana TAAG. À chegada, aconselhamos a não ir na aventura dos táxis que rondam o Aeroporto 4 de Fevereiro (têm fama de cobrar quantias exorbitantes). A Allo Taxi (tel.: 00244 926 000 000) presta um serviço sério a um preço justo.

Nas deslocações internas, é possível viajar de avião, autocarro e comboio (alugar um automóvel é uma opção pouco em conta). Os autocarros são a alternativa mais económica, mas as estradas estão, na generalidade, em muito mau estado de conservação. Pensar que o transporte ferroviário é eficaz é ilusório. Apesar de as linhas terem sido reconstruídas depois dos vários conflitos por todo o território, as ligações são pouco frequentes e os horários muitas vezes desconhecidos até mesmo para os funcionários das bilheteiras.

Informações úteis


Um euro equivale a 200 kwanzas, aproximadamente.

É necessário ter visto e passaporte (com validade mínima de seis meses).

A água canalizada é imprópria para consumo.

Repelente e mosquiteiro são obrigatórios. A vacina para a febre-amarela também, sendo que outras poderão ser recomendadas pelo médico na consulta do viajante.

Onde ficar

Lobito

Hotel Restinga
www.hrestinga.com

O melhor é a localização. A Restinga é a zona nobre do Lobito, uma língua de areia com as melhores praias da região. Uma noite em quarto duplo ronda os 90 euros neste hotel de quatro estrelas. Para quem prefere o centro da cidade, na Residencial Rosalina Express (duas estrelas), conseguem-se quartos por volta de 60 euros.

Luanda

Se a ideia é viver uma experiência de classe alta na capital angolana, recomenda-se a ilha do Mussulo. Entre vilas, quartos, suítes e coqueiros, o Resort Ssulo tem piscina, sauna, banho turco, jacuzzi, salas de massagens e cabeleireiro. Os preços são a partir de 150 euros.
www.ssuloresorthotel.com

Lubango

No Lubango, os lodges serão a melhor opção. No Kimbo do Soba, muito perto do centro da cidade, dorme-se em pequenas casas que imitam as tradicionais cubatas angolanas, com telhados de colmo. Na mesma zona, o Casper Lodge é composto pelas modalidades de hotel e apart-hotel. Os preços variam entre os 30 e os 50 euros, para duas pessoas.

www.kimbodosoba.com
www.casperlodge-lubango.com

Outros locais

Não é fácil encontrar alojamento nas pequenas localidades de Angola, embora haja sempre a possibilidade de alguém arrendar um quarto ou de se encontrar uma pensão barata. Em último recurso, e nunca como instrumento de turismo, as chamadas missões católicas poderão acolher quem está de passagem.


http://fugas.publico.pt/Viagens/376549_angola-o-paraiso-encarcerado?pagina=-1
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O Turismo em Angola Como Alternativa ao Petróleo é Prejudicado Pela Burocracia
23 Outubro 2017 | Fonte : AngolaBela

A consultora britânica Euromonitor considera que o sector do turismo e viagens de Angola pode ser uma alternativa viável para a diversificação económica, mas alerta que os constrangimentos burocráticos impedem o crescimento acelerado destes sectores.






“Independentemente da abrangência nas oportunidades para o turismo, Angola ainda está a debater-se com vários problemas que estão a impedir que a indústria das viagens obtenha um desempenho melhor”, escrevem os peritos desta consultora britânica, numa análise ao sector da aviação, viagens e turismo em Angola.

No documento, a que a Lusa teve acesso, a Euromonitor exemplifica com a dificuldade na obtenção de vistos, considerando que tem sido “uma barreira ao aumento das chegadas de clientes empresariais”, e com as questões “políticas e sociais, que continuam a minar a popularidade e a visibilidade do país no estrangeiro”.

As dificuldades da indústria petrolífera, dizem os analistas, possibilitam que “as viagens e o turismo apareçam como uma interessante e lucrativa alternativa para gerar rendimentos”.

Classificando a economia angolana, estagnada no ano passado e com uma previsão de crescimento de 1,5%, segundo o Fundo Monetário Internacional, de “forte apesar do abrandamento recente”, a Euromonitor escreve que “o Governo tem investido fortemente noutras indústria para além da petrolífera para fortalecer ainda mais a economia nacional”.

O novo aeroporto, “muito reclamado pelos operadores nacionais e internacionais”, e o ‘Cartão do Turista’, lançado em 2005 pelo Instituto de Fomento Turístico de Angola (Infotur), são boas notícias para o setor, considera a Euromonitor.

“O alojamento e as companhias aéreas são duas das mais dinâmicas categorias a operar na indústria de viagens angolanas em 2015”, lê-se no relatório, que dá ainda conta do atratividade destes setores, que beneficiam do “interesse dos empreendedores nacionais e estrangeiros pelas novas e modernas infraestruturas e do aumento dos voos nacionais e internacionais”.

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Quedas de Kalandula voltam a ter pousada após décadas de abandono
20 Novembro 2017 | por Lusa/VerAngola

A emblemática pousada construída há cerca de 70 anos, no período colonial português, com vista para as quedas de Kalandula, na província angolana de Malanje, voltou a funcionar, após décadas de abandono, agora inserida num projecto de agroturismo.



Aquelas quedas, as segundas maiores em África, a seguir às de Victoria, na fronteira entre a Zâmbia e o Zimbabué, foram eleitas em Maio de 2014 como uma das sete maravilhas de Angola, mas até agora sem qualquer estrutura hoteleira de apoio.

O empresário Francisco Faísca liderou o processo de reabilitação da pousada Quedas de Kalandula, fechada há várias décadas, devido à guerra civil, que envolveu ainda a recuperação de 500 hectares na envolvente das quedas, para a produção agrícola. "O projecto, ao fim e ao cabo, acaba por ser mais um projecto agrícola do que de turismo. O turismo foi envolvido", explicou.

Localizadas a quase 500 quilómetros de Luanda, Quedas de Kalandula é a designação pós-independência dada às quedas do Duque de Bragança, como eram conhecidas no período colonial, quando prosperou o turismo local.

A pousada, construída na década de 1950, foi agora ampliada para 37 quartos, dando emprego a cerca de 20 trabalhadores locais, após um processo de reabilitação que se prolongou por vários meses.

"Foi bastante, um bom bocado acima daquilo que nós tínhamos inicialmente previsto", desabafa Francisco Faísca, sem querer adiantar o montante do investimento feito na pousada, com vista para as quedas.

Para os turistas fica a imponente imagem de 105 metros de altura das quedas, para uma extensão de 400 metros de águas do rio Lucala, por sua vez o mais importante afluente do Kwanza, o maior rio de Angola.

Já a parte agrícola agora associada à histórica pousada está sobretudo centrada na produção de cereais, como milho, soja e mandioca, dando emprego a 200 angolanos.

Os últimos dados disponíveis do Governo, referentes a 2015, indicavam que o país contava com cerca de 180 unidades hoteleiras, de várias dimensões, totalizando cerca de 8000 camas e mais de 190.000 postos de trabalho.

Contudo, o turismo faz-se essencialmente de nacionais e estrangeiros residentes em Angola, devido às apertadas regras de acesso a vistos de turista para entrar no país. De resto, uma realidade que Francisco Faísca vai percebendo ao fim das primeiras semanas de funcionamento da remodelada Pousada Quedas de Kalandula.

"Temos muitos turistas nacionais, mas também temos muitos turistas estrangeiros. Mas de estrangeiros que trabalham cá, é um turismo mais de trabalho do que vindo do exterior", reconhece.



Turismo: Ministro de Estado defende parcerias internacionais e descomplicação de vistos

O ministro de Estado do Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, defendeu, em Luanda, que o país deve estabelecer parcerias internacionais, para assim criar produtos turísticos competitivos e de qualidade, de modo a atrair turistas de todo o mundo.

O ministro, que discursava na cerimónia de abertura da 1ª reunião ordinária da Comissão Multissectorial da Hotelaria e Turismo, declarou que "para o estabelecimento de parcerias internacionais, há necessidade de promover todas as acções necessárias para simplificação do processo de atribuição de vistos para turistas internacionais", escreve a Angop.

Na reunião, que contou com a presença da ministra da Hotelaria e Turismo, Ângela Bragança, Manuel Nunes Júnior referiu a necessidade de "fazer o mapeamento, cadastramento e organização dos recursos turísticos existentes em todo o país, assim como segmentar os mercados emissores de turistas e categorizar os produtos turísticos angolanos".

Os polos turísticos de Cabo Ledo e Kalandula mereceram especial destaque no discurso do governante, que defendeu ainda a elaboração de uma estratégia de promoção internacional do projecto KAZA Okavango - Zambeze.

"Este é o desafio que lanço ao concluir esta minha intervenção, esperando resultados que indiciem um firme compromisso com a arrecadação de receitas e criação de empregos e cada vez maior mobilização do investimento privado nacional e estrangeiro para o sector turístico", concluiu o ministro, citado pela Angop.

A Comissão Multissectorial da Hotelaria e Turismo é constituída pelos ministérios da Cultura, Ambiente, Juventude e Desportos, Agricultura, Interior, Finanças, Relações Exteriores, Saúde, Telecomunicações e das Tecnologias de Informação, Comércio, Comunicação Social, Transportes e Energia e Águas.​
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Projecto Okavango à espera de Angola

Angola é o país mais atrasado na implementação do projecto Transfronteiriço da Conservação Okavango Zambeze (KAZA-ATFC), que junta cinco membros da região, nomeadamente Angola, Zâmbia, Zimbabwe, Botsuana e Namíbia.

Ao contrário dos parceiros, Angola, até ao momento, não ratificou o tratado do Kaza, assinado em 2011, o que constitui obstáculo o desenvolvimento integral do pólo turístico partilhado.

O coordenador nacional executivo do projecto, Rui Lisboa, que revelou ontem o facto à margem da primeira reunião Ordinária da Comissão Multissectorial da Hotelaria e Turismo aberto pelo Ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico e Social, Manuel Nunes Júnior, disse que a falta da ratificação do tratado dificulta a acção do sector da Hotelaria e Turismo, órgão coordenador da iniciativa regional em Angola.

“O tratado até aqui não foi assinado por parte de Angola, tudo porque houve instituições que acharam que havia algumas questões do conteúdo do tratado”, asseverou Rui Lisboa. Mas, neste momento, assegurou, o tratado está a ser discutido em fóruns próprios e “há o compromisso de Angola ratificar o documento a breve trecho”.


O projecto enfrenta dificuldades de vária ordem, desde o acesso, iluminação e comunicação, delimitação de fronteira , infra-estruturas e serviços básicos.
Rui Lisboa defende a criação de uma área de conservação e destino turístico de referência mundial, nas bacias hidrográficas do rio Zambeze para o desenvolvimento sustentável.


A componente angolana tem muito trabalho, enquanto as outras componentes de outros países, já são destino turístico de referência mundial e Angola ainda não é por causa dos constrangimentos.


“Temos de ultrapassar estes constrangimentos para chegarmos ao patamar dos outros países integrantes ao projecto KAZA-ATFC”, referiu.O projecto Okavango Zambeze beneficia de financiamento de várias entidades estrangeiras, como é o caso do doador alemão KFW, que tem disponibilizado quer para verbas para o secretariado regional, em Botswana, quer para financiamento de algumas acções dos cincos países integrantes. No princípio deste mês, a KFW concedeu mais de um milhão de euros aAngola, que serviu para aquisição de equipamentos, viaturas, motorizadas 4x4, barcos e 150 kits de uniforme.


A componente angolana corresponde a uma parcela territorial na província do Cuando Cubango numa extensão de 90 quilómetros quadrados integrados nos municípios de Cuito Cuanaval, Mavinga, Rivungo , Dirico e Nancova.


A ministra da Hotelaria e Turismo, Ângela Bragança, ressaltou que, em Luanda, existe um percurso turístico a beneficiar das inúmeras potencialidades naturais, que saem de desde a Baía de Luanda, passando pela Fortaleza e Feira de artesanato até ao Museu da Escravatura.​
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Sempre os últimos.. :cripes:
Angola eases travel between the following 35 countries
:cheers:


Angola isenta vistos de turismo





Angola adopta um isenta e simplifica o processo de Vistos de Turismo aos cidadãos de 35 países.

Paises isentos:

Botswana, Ihas Maurícias, Ilhas Seychelles, Zimbabwe e Singapura.
:cheers:


Simplicação de Vistos:


ÁFRICA

Reino do Lesoto, Madagáscar, Malawi
, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, :cheers:Marrocos, Suazilândia, Argélia, e ZAMBIA.


Americas

Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá,
Chile,Cuba, Estados Unidos da América, e Venezuela.

Ásia

Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, China, índia, Indonésia, Israel e Japão.


Europa

Estados Membros da União Europeia:cheers: e ainda, Reino da Noruega, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República da Islândia, Principado do Mónaco, Federação Russa, Federação Helvética e Estado do Vaticano.

Oceânia

Austrália, Nova Zelândia e Timor Leste


O Que é a Simplificação de Vistos?

Para efeitos de concessão de visto de turismo, os cidadãos dos países referidos, devem apresentar o comprovativo de reserva de hotel ou comprovativo de acolhimento por um cidadão residente em Angola, passaporte com validade superior a seis meses, bilhete de passagem de ida e volta, cartão internacional de vacinas e comprovativo de meios de subsistência.


As missões diplomáticas e consulares da República de Angola devem adoptar um atendimento simplificado e desburocratizado através de mecanismos administrativos que garantam a concessão de visto de turismo num período não superior a três dias úteis.

Para além das missões diplomáticas e consulares da República de Angola, o cidadão pode apresentar o pedido de visto via online através do portal oficial dos Serviços de Migração e Estrangeiros. http://www.smevisa.org/

Nota de Imprensa
REPÚBLICA DE ANGOLA
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
DIRECÇÃO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E DE INFORMAÇÃO

NOTA DE IMPRENSA

A Direcção de Comunicação Institucional e de Informação do Ministério das Relações Exteriores informa aos Órgãos de Comunicação Social, para efeitos de divulgação, que Angola isenta vistos de turismo para estadia até 30 dias por entrada e 90 dias por ano, a quatro países do continente africano e a um país da Ásia, com base no princípio de reciprocidade diplomática, refere um Decreto Presidencial exarado pelo Chefe de Estado angolano.

Trata-se do Botswana, Ilhas Maurícias, Ilhas Seychelles, Zimbabwe e Singapura.

Por outro lado, o mesmo diploma estabelece o regime de isenção e os procedimentos de simplificação dos actos administrativos para concessão de visto de turismo aos cidadãos de 35 países, nos termos do número três, do artigo 44 da Lei número 2 barra 7 de 31 de Agosto sobre o Regime jurídico dos Estrangeiros.


Nove de ÁFRICA, nomeadamente, Reino do Lesoto, Madagáscar, Malawi, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Marrocos, Suazilândia, Argélia, e ZAMBIA.

Oito do continente americano, designadamente, Argentina, Uruguai, Brasil, Canadá, Chile,Cuba, Estados Unidos da América, e Venezuela.

Da Ásia, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, China, índia, Indonésia, Israel e Japão.


A simplificação dos actos administrativos para a concessão de vistos de turismo, abrange ainda, os Estados Membros da União Europeia e oito outros Estados do continente europeu, nomeadamente, Reino da Noruega, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República da Islândia, Principado do Mónaco, Federação Russa, Federação Helvética e Estado do Vaticano.

Austrália, Nova Zelândia e Timor Leste, são os três Estados da Oceânia, abrangidos pelo mecanismo de simplificação dos actos administrativos para a concessão de vistos de turismo.

Este Decreto Presidencial exarado pelo Chefe de Estado João Lourenço que deve entrar em vigor no dia 30 de Março deste ano, orienta o Ministério das Relações Exteriores a comunicar os países visados, sobre a isenção bem como sobre o mecanismo de simplificação dos vistos de turismo.

Para efeitos de concessão de visto de turismo, os cidadãos dos países referidos, devem apresentar o comprovativo de reserva de hotel ou comprovativo de acolhimento por um cidadão residente em Angola, passaporte com validade superior a seis meses, bilhete de passagem de ida e volta, cartão internacional de vacinas e comprovativo de meios de subsistência.
As missões diplomáticas e consulares da República de Angola devem adoptar um atendimento simplificado e desburocratizado através de mecanismos administrativos que garantam a concessão de visto de turismo num período não superior a três dias úteis.

Para além das missões diplomáticas e consulares da República de Angola, o cidadão pode apresentar o pedido de visto via online através do portal oficial dos Serviços de Migração e Estrangeiros.

Atendendo a dinamização do sector do turismo, depende em grande medida da política de vistos vigente no país, obriga a adopção de medidas mais flexíveis de acordo com o plano intercalar; considerando que o plano intercalar enquanto instrumento orientador das medidas de política e acções para melhorar a situação económica e social actual, prevě a elaboraçāo de uma nova política migratória nacional e o reajustamento do regime de concessão de vistos; havendo necessidade de promover uma política em matéria de visto de turismo mais flexível que permita a entrada segura de cidadãos estrangeiros com capacidade de contribuir para o fortalecimento da indústria do turismo e do lazer. Por outro lado, a estabilidade política, económica e social alcancada pelo país, dinamizou a actividade comercial e propiciou o aparecimento de um melhor ambiente para a projecção do sector do turismo a patamares que permitam a potenciação da economia, o Presidente da República decreta nos termos da alínea L do artigo 120 e dp número 4 do artigo 125, ambos da Constituição da República e do número 3 do artigo 44 da Lei número 2/07, de 31 de Agosto, sobre o Regime Jurídico dos Estrangeiros.
Este Decreto deve entrar em vigor no dia 30 de Março deste ano.

DIRECÇÃO DE COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL E DE INFORMAÇÃO DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES,
Em Luanda, aos 16 dias de Fevereiro de 2018. –

http://www.hoteisangola.com/noticia...l&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer
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Finalmente começaram a abrir os olhos!! Mas ainda falta muito mais. Tem de haver mesmo isenção (e não apenas simplificação) de todos os países da CPLP, dos países Schengen, Estados Unidos e Canadá.
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Finalmente começaram a abrir os olhos!! Mas ainda falta muito mais. Tem de haver mesmo isenção (e não apenas simplificação) de todos os países da CPLP, dos países Schengen, Estados Unidos e Canadá.
This won´t happen....at least I strongly doubt it. Not in our life-time.

I wish there could be a visa upon arrival at the airport. When I visited Ethiopia 3 years ago, I just had to pay roughly 12 USDollar and had to undergo a very simple procedure at the airport and I was done!:cheers:
Matthias,
How are you going to attract tourists to Angola when the InterContinental, VIP Grand Hotel and Sofitel Thyke are all stalled and won't open for years to come?
Matthias,
How are you going to attract tourists to Angola when the InterContinental, VIP Grand Hotel and Sofitel Thyke are all stalled and won't open for years to come?
Oh please... I have been to cape town, most tourist don't stay in luxurious hotels, but simpler aparthotel, backpackers house, hostels and the likes
This won´t happen....at least I strongly doubt it. Not in our life-time.

I wish there could be a visa upon arrival at the airport. When I visited Ethiopia 3 years ago, I just had to pay roughly 12 USDollar and had to undergo a very simple procedure at the airport and I was done!:cheers:
Oh please! Unless you plan to die in the next 10 years.. No my case though.
Finalmente começaram a abrir os olhos!! Mas ainda falta muito mais. Tem de haver mesmo isenção (e não apenas simplificação) de todos os países da CPLP, dos países Schengen, Estados Unidos e Canadá.
O governo nao pode estar simplesmente a facilitar estes paises enquanto que os angolanos têm dificuldades de obter visto para os mesmo paises, tem haver reciprocidade :)
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