Coletivo tem vantagem social e ecológica
O ônibus ocupa menos espaço, gasta menos energia, polui menos e é o meio de transporte que registra menor número de acidentes. De acordo com a pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), carros ocupam quase oito vezes o espaço de um ônibus e as motos causam 21 vezes mais acidentes e geram uma poluição 16 vezes maior que a de um ônibus, proporcionalmente ao número de passageiros transportados.
Ou seja, embora o custo de desembolso do ônibus seja alto, quando se coloca na balança outros custos gerados pela propriedade do carro e da moto (impostos, taxas, manutenção e depreciação), o quadro muda de figura.
Pela média nacional, em uma viagem de sete quilômetros, em que se contabilizam os custos de desembolso e de propriedade do veículo, apenas a moto permanece como meio de transporte mais barato que o ônibus. Somando-se os custos de desembolso e propriedade, uma viagem de sete quilômetros sai, em média, no Brasil, R$ 1,50 para os motociclistas, R$ 2,07 para os usuários de ônibus, R$ 4,56 para quem usa carro a álcool e R$ 4,84 para usuários do carro movido à gasolina. Em Curitiba, os dados são semelhantes: R$ 1,43 para os motociclistas, R$ 2,20 para os usuários de ônibus, R$ 4,11 para quem usa carro a álcool e R$ 4,54 para usuários do carro à gasolina.
Quando se agrega, porém, os custos sociais (calculados apenas para a média nacional e estipulados na pesquisa como aqueles relacionados a acidentes de trânsito e emissão de poluentes), as motos perdem o título de mais econômicas. A explicação é que os altos índices de acidentes e de emissão de poluentes que elas geram pesam para a sociedade. No Brasil, contabilizando-se custo de desembolso, de propriedade e social, uma viagem de sete quilômetros custa R$ 2,27 para os usuários de ônibus, R$ 3,37 para os motociclistas, R$ 5,06 para quem usa carro a álcool e R$ 5,34 no caso de carro movido à gasolina.
De acordo com o assessor técnico da ANTP, Eduardo Vasconcelos, a inclusão dos custos sociais na metodologia da pesquisa faz toda a diferença. “Antes, só calculávamos os custos pessoais. A moto tem um custo menor de desembolso, mas para sociedade ela é cara, pois é a que tem o maior custo social”, explica. Vasconcelos lembra que, normalmente, as pessoas costumam raciocinar apenas com o custo de desembolso, o que pode ser um erro. “Na Europa, existe essa consciência do custo social, aqui estamos começando”, diz.
Uma importante conclusão da pesquisa, ainda, segundo Vasconcelos, é que o transporte público é a melhor opção, quando avaliado no sentido global. Esta posição, aliás, facilmente encontra eco entre os especialistas. Para o professor do Departamento de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Paraná, Garrone Reck, a pesquisa comprova que o modo de transporte mais eficiente e adequado para todas as cidades é o transporte público por ônibus.
Os especialistas, entretanto, fazem um contraponto. Em uma análise comparativa entre meios de transporte é essencial, segundo eles, a inclusão de outro critério: o tempo. É que, em geral, as viagens por transporte público tomam mais tempo do usuário, pois ele tem de caminhar até o ponto de ônibus, aguardar a chegada do coletivo e pagar a tarifa. Além disso, há, ainda, o tempo de viagem do ônibus, que costuma ser maior do que a de veículos de transporte individual, já que os coletivos param em vários pontos de embarque e desembarque de passageiros.
“O tempo de deslocamento é uma variável que não foi considerada, mas é importante, principalmente, para a classe média e alta”, opina o professor do curso de Educação e Gestão de Trânsito e Transporte da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paulo Fernando da Silva Moraes. “O conforto de uma viagem porta a porta proporcionada pelo carro ou moto pode ser o fator decisivo na troca do transporte público pelo individual”, acrescenta Reck. (TC)
www.gazetadopovo.com.br
O ônibus ocupa menos espaço, gasta menos energia, polui menos e é o meio de transporte que registra menor número de acidentes. De acordo com a pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), carros ocupam quase oito vezes o espaço de um ônibus e as motos causam 21 vezes mais acidentes e geram uma poluição 16 vezes maior que a de um ônibus, proporcionalmente ao número de passageiros transportados.
Ou seja, embora o custo de desembolso do ônibus seja alto, quando se coloca na balança outros custos gerados pela propriedade do carro e da moto (impostos, taxas, manutenção e depreciação), o quadro muda de figura.
Pela média nacional, em uma viagem de sete quilômetros, em que se contabilizam os custos de desembolso e de propriedade do veículo, apenas a moto permanece como meio de transporte mais barato que o ônibus. Somando-se os custos de desembolso e propriedade, uma viagem de sete quilômetros sai, em média, no Brasil, R$ 1,50 para os motociclistas, R$ 2,07 para os usuários de ônibus, R$ 4,56 para quem usa carro a álcool e R$ 4,84 para usuários do carro movido à gasolina. Em Curitiba, os dados são semelhantes: R$ 1,43 para os motociclistas, R$ 2,20 para os usuários de ônibus, R$ 4,11 para quem usa carro a álcool e R$ 4,54 para usuários do carro à gasolina.
Quando se agrega, porém, os custos sociais (calculados apenas para a média nacional e estipulados na pesquisa como aqueles relacionados a acidentes de trânsito e emissão de poluentes), as motos perdem o título de mais econômicas. A explicação é que os altos índices de acidentes e de emissão de poluentes que elas geram pesam para a sociedade. No Brasil, contabilizando-se custo de desembolso, de propriedade e social, uma viagem de sete quilômetros custa R$ 2,27 para os usuários de ônibus, R$ 3,37 para os motociclistas, R$ 5,06 para quem usa carro a álcool e R$ 5,34 no caso de carro movido à gasolina.
De acordo com o assessor técnico da ANTP, Eduardo Vasconcelos, a inclusão dos custos sociais na metodologia da pesquisa faz toda a diferença. “Antes, só calculávamos os custos pessoais. A moto tem um custo menor de desembolso, mas para sociedade ela é cara, pois é a que tem o maior custo social”, explica. Vasconcelos lembra que, normalmente, as pessoas costumam raciocinar apenas com o custo de desembolso, o que pode ser um erro. “Na Europa, existe essa consciência do custo social, aqui estamos começando”, diz.
Uma importante conclusão da pesquisa, ainda, segundo Vasconcelos, é que o transporte público é a melhor opção, quando avaliado no sentido global. Esta posição, aliás, facilmente encontra eco entre os especialistas. Para o professor do Departamento de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Paraná, Garrone Reck, a pesquisa comprova que o modo de transporte mais eficiente e adequado para todas as cidades é o transporte público por ônibus.
Os especialistas, entretanto, fazem um contraponto. Em uma análise comparativa entre meios de transporte é essencial, segundo eles, a inclusão de outro critério: o tempo. É que, em geral, as viagens por transporte público tomam mais tempo do usuário, pois ele tem de caminhar até o ponto de ônibus, aguardar a chegada do coletivo e pagar a tarifa. Além disso, há, ainda, o tempo de viagem do ônibus, que costuma ser maior do que a de veículos de transporte individual, já que os coletivos param em vários pontos de embarque e desembarque de passageiros.
“O tempo de deslocamento é uma variável que não foi considerada, mas é importante, principalmente, para a classe média e alta”, opina o professor do curso de Educação e Gestão de Trânsito e Transporte da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paulo Fernando da Silva Moraes. “O conforto de uma viagem porta a porta proporcionada pelo carro ou moto pode ser o fator decisivo na troca do transporte público pelo individual”, acrescenta Reck. (TC)
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