Variantes de Vila Franca e de Alverca custam 30 milhões
14.05.2008
Câmara tem compromisso de apoio da Estradas de Portugal para servirem como novo traçado da Estrada Nacional 10
A construção das ambicionadas variantes rodoviárias às cidades de Vila Franca de Xira e de Alverca deverá custar cerca de 30 milhões de euros, segundo cálculos da câmara vila-franquense recentemente apresentados à Estradas de Portugal (EP). O executivo camarário diz ter obtido recentemente um compromisso de envolvimento da EP nos custos de construção destas vias, considerando que os troços locais da Estrada Nacional 10 (atravessam o centro das duas cidades) estão por demais saturados e que estas variantes passarão, futuramente, a acolher o tráfego de passagem que circula na EN10.
A edilidade vila-franquense apreciou, na sua última reunião, uma proposta de traçado da circular urbana de Alverca, estudada já em articulação com a EP. A votação final do estudo foi adiada para 21 de Maio, porque a oposição camarária solicitou mais tempo para apreciar a proposta, mas as primeiras impressões foram favoráveis, tendo também em conta que este traçado elimina um dos aspectos mais polémicos, que seria a passagem da circular na actual Rua Vilar Queirós, arruamento urbano onde moradores e autarcas consideram que não haveria condições para absorver o tráfego da EN10.
EN10 já não serve
A Câmara de Vila Franca apresentou à administração da EP um estudo preliminar sobre os custos previsíveis da construção das variantes e, segundo a autarca Maria da Luz Rosinha, estas duas obras deverão custar cerca de 30 milhões de euros, sendo perto de 14 milhões para a circular urbana de Alverca e cerca de 5 milhões para o viaduto agora planeado para a infra-estrutura rodoviária alverquense.
"A Estradas de Portugal reconhece que a EN10 já não é uma via nacional e que precisa de uma alternativa. A EP aceita envolver-se financeiramente e começámos a discutir como é que se desenham financeiramente estas duas vias", explicou.
Alberto Mesquita, vice-presidente da Câmara vila-franquense com responsabilidades no urbanismo, explicou que o traçado desta circular tem conhecido sucessivas reformulações até se estabilizar na actual proposta, que se pretende que "proporcione a fluidez do trânsito e seja uma alternativa à EN10".
A EP chegou a propor que a circular passasse na zona da Rua Vilar Queirós, em viaduto ou em túnel, mas estas duas possibilidades foram rejeitadas - a primeira pelos moradores e a segunda pelo Instituto da Água. Concordou, mais recentemente, com outra solução de traçado, em que este viaduto será transferido para Este, para a zona da estrada de acesso à estação ferroviária, que segue em paralelo à linha-férrea.
Obras importantes
Nuno Libório, vereador da CDU, julga que a câmara deveria lançar rapidamente a obra do troço compreendido entre o Adarse e a Rua da Estação, porque já tem projecto e tem meios financeiros para o fazer. "É uma obra de importância estratégica e iniciará uma solução estratégica para os problemas de trânsito no Sul do concelho", referiu, considerando que a EP deve envolver-se financeiramente na construção dos restantes troços.
Rui Rei, vereador da coligação Mudar Vila Franca (PSD/CDS-PP), reconhece a importância desta obra, mas defende que o momento deve ser aproveitado para encarar uma solução de futuro que sirva toda a zona sul do concelho. "Continuamos a pensar que é mais barato, mais fácil e melhor para a mobilidade projectar uma variante que venha do sul do concelho até Alverca, mesmo que nesta fase não seja construído o traçado entre a Póvoa, o Forte da Casa e Alverca", preconizou.
"O pior que há nestas coisas é não decidirmos e falarmos aqui de algumas soluções fantásticas. Ando a ouvir falar nesta questão há mais de dez anos. Cada vez que as coisas parecem mais ou menos consolidadas vem sempre mais uma ideia peregrina", criticou Alberto Mesquita, vincando que a ideia defendida por Rui Rei já foi estudada e tem constrangimentos.
Fonte: Público